Lips Of Deceit escrita por Victims


Capítulo 21
Just Don't Say I Didn't Warn You


Notas iniciais do capítulo

cocotinhas minhas , vocês não sabem como eu fiqeui feliz com suas últimas reviews! Sério, eu acho que vomitei arco-íris a semana toda, e por isso adiantei esse capítulo... AMO TODAS VOCÊS MINHAS PITCHUQUINHAS FOFOLÉTICAS DO IMALAIA ♥
Pov especial no capítulo pra quem queria saber sobre a utilidade de uma certa pessoa ahuahua -q
E eu fiz um desenho dos nossos pombinhos, mas ele se passa em um capítulo que ainda está para acontecer ,então só vou postá-lo aqui daqui a algum tempo ( sofram de curiosidade -qq)
Enfim, sem mais delongas ; Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/221962/chapter/21

POV Zachary.



– Sobre? – Erika perguntou cuidadosamente com uma expressão quase espantada.


Eu não sabia por onde começar, na verdade as palavras saíram impensáveis e sem base nenhuma. Esse não era eu, eu sou o cara mais calmo dentre meus amigos evitando o jeito explosivo de Jimmy, Matt e Brian, e, naquele exato momento o medo da resposta parecia maior do que a vontade de obtê-la. Caralho, eu não sabia o que falar. Uma parte de mim queria cuspir toda àquela história em cima dela e a partir da pressão obter a verdade, mas outra parte (acho que até a mais sã) dizia para fica quieto e esperar, talvez pergunta-la aos poucos e encorajar mais confiança... Não, isso não daria certo, até onde eu sei essa garota é mais teimosa que uma mula.

Poderia recorrer a alguém, porque pra começar essa história pode não passar de uma mentira armada por Tyler só pra me foder ainda mais, Alex já havia feito demais por ele e vir aqui para envenenar a minha cabeça não era nada em comparação com a briga. Eu precisava pensar antes de qualquer coisa até porque mal tive tempo para isso. Horas de conversa a fico com Alex já haviam me deixado exausto e assim que pensei em ter um tempo para digerir a história ela chegou piorando ainda mais a confusão na minha cabeça.


Mesmo com a descrença do momento a sua companhia ainda me despertava aquele fleche de felicidade, a agitação e conforto de sua presença, porém agora acompanhadas de grande receio e um pouco de mágoa.


– Zachary? Eles te drogaram muito? Você tá chapado? – Ela balançava as mãos na frente do meu rosto e só nesse momento percebi que fitava o nada boquiaberto.


– Oi?! Não, é só que eu tive muitas visitas hoje e to meio cansado. Essa abstinência de álcool me deixa sem a mesma energia. – Sorri fraco e ela parecia mais calma.


– Hum, tenho algo aqui na bolsa que eu acho que vai te alegrar um pouco. – Erika correu até a grande janela que nos dava uma vista avantajada das ruas pouco pavimentadas do centro e escancarou-a de modo estrondoso deixando que uma brisa gelada adentrasse no quarto.


– Porra que frio garota, você pirou?- Puxei os cobertores mais para cima e ela revirou os olhos. – Pera... O que você tá fazendo? – Erika com dificuldade empurrou a cama para a parede da janela me deixando cara a cara com a vista iluminada da cidade.


– Ô chupeta de baleia, se você calar essa boca por um minuto eu consigo fazer o que eu quero. – Sua carranca rabugenta demonstrava sua irritação. Me calei ajeitando melhor o travesseiro e encarando-a cuidadosamente.


Jogando a bolsa velha em seu colo, Erika futicava em todos os compartimentos visíveis e não visíveis enquanto resmungava frases de seu único e puro entendimento, até que finalmente depois de revirar quase todo o conteúdo da mochila, ela retirou um pequeno maço de cigarros ainda lacrado e sorriu travessamente para mim. Foi impossível não sorrir de volta, mesmo não estando confortável o bastante com todos os meus pensamentos; Ela abriu o pacote e me jogou o primeiro juntamente com o isqueiro, logo depois catou um para si e acendeu com o mesmo.


– Não sabia que você era chegada num cigarro. – Disse depois de longas tragadas.


– Eu fumo raramente, na verdade, mais quando estou muito estressada. Fora isso nem toco neles. – Ela respondia sem me fitar apenas aproveitando a brisa gelada que passava por nós flutuando os fios espalhados de seu cabelo.


– Não sou viciado mas acho que chego a superar você.


– Não é difícil me superar. – Ela sibilou mais para si mesma do que para mim. Depois disso não consegui arrumar mais nenhum tipo de diálogo amigável sem as imagens do suposto roubo virem a minha cabeça.


Ficamos lá apenas fumando longe da vista das enfermeiras, raramente trocávamos algumas palavras e eu sempre fingia estar inalando mais que necessário para manter a boca ocupada, diferente dos outros dias esse demorou a passar e senti um alívio imediato quando Erika se levantou recolhendo as coisas, ela parecia desanimada como se a visita que havia planejado não tivesse saído de acordo com seus planos. Ela veio com o intuito de me animar e eu apenas me isolei em meus próprios pensamentos tentando demonstrar a minha indisposição para conversar, me senti um pouco culpado por isso, mas nada sobrepunha a mágoa verdadeira que eu sentia ao pensar nela.


– Bom, eu vou indo porque combinei de passar no mercado para mamãe depois q saísse daqui. – Ela sorriu e se aproximou para beijar a minha testa. Fiquei parado apenas sentindo a confusão e o desejo se misturarem assim que seus lábios encostando em mim, estava suprindo a vontade desesperadora de agarra-la novamente e reviver o beijo de ontem, entretanto mantive-me inerte. – Então... Te vejo amanhã.


– Sim, claro.


– Zacky? – Ela interrompeu a caminhada quando estava quase na porta e virou ligeiramente para mim.


– Sim?


– Sobre o que queria conversar mesmo?


– Nada. Eu já nem lembro mais.


– Era importante?


Sim, pra caralho.


– Não, acho que não era nada de mais. – Sorri de lado e ela saiu mais aliviada. Assim que escutei seus passos se afastarem pelo corredor, levantei da cama que ainda estava encostada na janela e fui até o meu celular no criado mudo para ligar paras as únicas pessoas que poderiam me ajudar nesse momento.


POV April.

Logo cedo de manhã acordei com uma mensagem de Erika para que passasse na casa dela antes da escola, eu lá tenho cara de ônibus escolar? Mas o que a gente não faz para uma amiga não é? Ela simplesmente tem me ignorado e só dado atenção para aquele chato do Baker, eu não deveria reclamar já que o coitado foi usado de saco de pancada no meio da rua algumas semanas atrás, mas como melhor e única amiga eu tenho direito a total atenção, não é? Prendi os curtos cabelos louros, que agora adquiriam uma tonalidade azul turquesa nas pontas, em um rabo e sem enrolar muito sai andando pela rua. A casa da pequena não era longe da minha chegando até a ser um atalho para a escola, então não seria lá grande esforço esperar por ela na porta da entrada. Em menos de segundos ela já saia de casa com a mesma expressão amarga que sempre tinha ao ter que acordar cedo para ir pra escola e eu sorri amistosa.


– Lembrou que eu existo? – Disse arrancando um suspiro impaciente dela.


– Tem como esquecer?


– Calma, eu só estou brincando... Que mal humor todo é esse?


– Eu to sempre de mal humor.


– Não, hoje você tá mais azeda ainda que o de costume. Vai, abre seu coração pra mim. – Sorri brincalhona e ela pareceu relaxar um pouco.


– Sei lá, o Zachary tava todo estranho ontem quando eu fui visita-lo. Mal olhava pra mim, quase não me respondia, e parecia evitar qualquer tipo de contato como se a minha presença fosse totalmente desnecessária. Será que ele já enjoou de mim? – Erika é de longe o tipo dramática, por isso eu sabia que não havia exageros em seus relatos.


– Talvez ele só estivesse com algum problema pessoal e não queria que você se envolvesse. Garotos são assim, adoram um charme.


– Não parecia charme... E do jeito que ele falou... – Sua voz diminuía como se ela se perdesse em pensamentos.


– O que ele disse? – Encarei seu olhar distante e pensativo.


– Falou que precisava falar comigo, mas depois desistiu sabe? Sei lá, pra mim ele ficou com medo e acabou recuando.


– Talvez ele fosse finalmente se declarar. – Gargalhei, mas Erika não demonstrou nenhum mínimo sinal de contentamento com a piada. – Pelo amor de Deus garota, tenha um pouco de humor!


– Humor? Eu tô te falando uma parada séria e você fica gozando da minha cara? Caralho April você não pode agir como uma mulher madura um mísero segundo da sua vida? – Isso só me fez ficar ainda mais zangada, como ela se atrevia a me chamar de imatura sendo ela a garota que precisava de mais ajuda na merda daquela cidade?


– Há claro, me desculpe senhorita responsável! Esqueci como você é o maior exemplo de bom comportamento e maturidade desse lugar! – Disse elevando a voz em tom irônico.


– Não é isso cara, eu to tentando passar um tempo com você, conversar e por sorte ter uma ajuda em um dos mil problemas que eu tenho agora pra resolver. Mas você prefere ficar no seu leminha de “relaxa e goza” e não percebe que tem coisas bem mais importantes do que decidir que cor idiota vai pintar o cabelo!


– Agora o problema é esse? O meu cabelo? – Revirei os olhos e me contive para não acabar deixando escapar ofensas mais graves. – Erika você não me procura há semanas! Eu que tenho que ficar te caçando por ai esperando você copiar matéria para o Baker que parece ter virado seu melhor amiguinho agora! – Parei bruscamente e apontei o indicador para a cara dela. Finalmente eu ia me livrar um pouco da raiva que me consumiu esses dias.


– April, você sempre teve milhares de grupinhos e amigas fúteis com quem andar, acho que nesse tempo havia milhares de substitutas para a sua carência excessiva. Além do mais o Zacky estava mal e precisava de ajuda!


– Ok, agora além de idiota eu sou fútil e carente também? É bom saber o que você pensa de mim Erika Wells, porque a idiota aqui é a única que acreditava em você esse tempo todo, a fútil aqui era a única que continuava do seu lado mesmo depois de todo mundo dar as costas, e a carente aqui era a única ate consolar enquanto todo mundo pisava em você! – Minha voz era histérica, várias pessoas paravam na rua para olhar nossa discussão. – Mas como eu disse, ERA.


– Você entendeu errado April... Eu não quis dizer que você...


– VAI A MERDA ERIKA! – Gritei enquanto corria na frente para a entrada do colégio para esconder a vermelhidão das maçãs do meu rosto. No curto tempo de caminhada que faltava consegui voltar à calma e reerguer a cabeça para mais um dia simplório de aula.


As aulas transcorreram o mais normal possível tirando que eu não conseguia olhar na cara de Erika, nem no corredor nos falávamos passando batida uma pela outra. Parecia uma briga boba, mas durou dois dias inteiros sem que nenhuma das duas orgulhosas se esbarrassem. Eu não estava errada, muito menos me sentia culpada. Erika é o tipo de garota que deveria valorizar muito bem as pessoas que estão a sua volta, e principalmente alguém como eu. Não estou me gabando mesmo que deva, mas quando todo aquele incidente dos jogos aconteceram eu fui a única a desconfiar daquele circo todo, fui uma das poucas pessoas que a conheceu de verdade naquela época e podia descrevê-la com a palma da minha mão. Nós já tivemos outras brigas e nenhuma delas pôs nossa amizade à prova como essa.


No primeiro dia nos entreolhamos por menos de um segundo no corredor e sua expressão parecia tão fria que eu cheguei a me perguntar se ela tinha ficado abalada com a discussão de algum jeito como eu fiquei, mas se tratando de Erika Wells eu poderia afirmar, pois essa garota aprendeu a mascarar muito bem o que sente como se grudasse uma máscara de indiferença na cara, muito realista. Para mim, quanto menos ela demonstra mais ela sente. Já no segundo nem sequer eu vi a sombra dela, provavelmente havia faltado para ir mais cedo naquela droga de hospital e com falta do que fazer acabei fugindo da escola e indo encher a cara com umas amigas de Huntington High School. Hoje acabei encontrando com Johnny e conversamos por algum tempo, ele me contou que Zachary teve alta ontem e já estava em casa, que provavelmente amanhã já estaria na escola; Por que será que eu não me animei muito com aquilo?


Depois da primeira aula vi Erika sentada no velho carvalho branco rabiscando alguma coisa naquele caderno de desenhos que ela carrega para todos os lados, ela parecia distraída e em paz o que chegava a me incomodar. Porque ela não podia mostrar uma vez se quer que sentia a minha falta? Porra April, para de agir como a “namoradinha ferida” vai caçar algo pra fazer... Acontece que eu sou muito emotiva e apegada nas pessoas, e isso vira um problema meio embaraçoso.


Desisti de observar a ruiva e me dirigi para a sala de música onde teria minha próxima aula entediante. Ainda não estava na hora da aula por isso a sala deveria estar vazia e eu poderia cochilar os vinte minutos restantes do intervalo. Pena que não foi exatamente o que aconteceu. Antes de eu alcançar a porta, vi a figura masculina e muito bem definida de Tyler passar quase que como um foguete pelo outro lado do corredor e entrar na porta em que eu estava disposta a transpassar. Fiquei parada por alguns segundos me perguntando o que o nosso príncipe europeu e psicologicamente perturbado estava fazendo na sala de música se ele nunca teve aula lá, acho que a única coisa que nosso divino aprendeu tocar foi punheta e olhe lá. Estava curiosa e essa é um dos defeitos mais difíceis de controlar, ainda mais quando se trata de um suposto babado.


Encostei o ouvido na porta e murmúrios de duas vozes diferentes eram identificáveis. A do Tyler de tom mais grave e veludoso parecia um tanto descontrolado, já o outro era feminina e mais estridente, essa também ameaçadora, mas controlada. Não foi preciso muito tempo para constatar que Marcy e Tyler deviam estar tendo uma DR muito tensa.


– Você está indo longe de mais Tyler! Que merda foi essa? Sabe que se um daqueles retardados do futebol der com a língua nos dentes vocês estão todos fo-di-dos! – Marcy sibilava quase como um rugido.


– Cala a boca, eu já disse que das minhas coisas cuido eu! E também ninguém lá é idiota o bastante pra dedurar. – Suspiros altos ressonaram. – A não ser que queiram ser expulsos do time.


– Essa tua chantagem não vai durar muito, quem te garante que o garoto Baker não vai falar nada? Ou quem sabe até dar queixa na polícia? – Ela disse mais calma e eu cheguei a abrir uma greta da porta para ter certeza de que estava entendendo sobre o assunto.


– Esse sim pode ser idiota, mas se ele gosta tanto da Erika quanto se mostra gostar. – Percebi um riso irônico em suas palavras. – Não vai dar um pio, se ele bem entendeu como a Erika funciona, sabe que isso só ia afasta-la.


– EU queria só ver a cara do seu pai quando ele descobrisse as desventuras do filhinho querido dele. Imagina só se ele fica sabendo que você mobilizou todo o time de futebol para dar uma surra no novo namoradinho da sua ex-vadiazinha particular? – Marcy chegou a sorrir maligna e sonoramente, porém poucos segundos depois um grande estalo foi ouvido e um gemido de dor vindo da menina.


– Você vai ficar na sua Marcy, entendeu? De vadia na minha vida eu só preciso da Erika e ter você do meu lado é só uma garantia irritante de manter a boa imagem. – Percebi pequenas lágrimas se formarem nos olhos da garota pela greta da porta e pela primeira vez acho que cheguei a sentir um pouco de pena da megera. – Nós temos um trato que você querendo ou não te obriga a ficar de matraca fechada mantendo essa sua voz enjoada e extremamente irritante presa dentro da merda da sua boca, estamos entendidos? – Ela apenas balançou que sim com a cabeça e aos poucos parecia se recompor.


– Eu só não quero que você se meta em problemas Tyler, você sabe que eu te...


– EU MANDEI CALAR A BOCA PIRANHA! – Ele berrou e ao mesmo tempo esmurrou uma carteira que chegou a desequilibrar no assoalho. – Foda-se o que você quer! Quando as coisas envolvem a minha garota, você só sai de cena e sorri igual a bonequinha que você já está acostumada a interpretar! – Marcy mantinha-se de cabeça baixa e não encarava Tyler. – Anda logo, vaza daqui antes que o sinal bata. - Sai de perto da porta e segui meu caminho para qualquer lugar longe dali. Corria esbaforida pelo corredor pensando comigo mesmo o que deveria fazer com aquela informação. Tyler havia armado para Zacky, ele não assaltado ou nada do tipo, foi cercado pelo time de futebol e o pior era que envolvia Erika diretamente. Parei de correr e me dei conta que estava bem atrás do carvalho branco onde Erika ainda se encontrava desenhando distraidamente, engoli em seco pensando em um bom jeito de começar um dialogo curto e objetivo, por mais brava que eu pudesse estar, isso não era o tipo de coisa que eu deveria manter escondido por maldade.


– Erika? – Ela virou assustadamente para trás mas não esboçou nenhuma reação.


– Sim?


– Eu tenho que te falar uma coisa que pode ser muito, mas muito ruim. – Nessa momento seus olhos se arregalaram levemente e ela deixou o caderno sobre a grama seca do pátio.


– Do que se trata?


– Da maior fonte dos seus mais novos problemas, Zachary.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então? Mereço reviews? Pedradas? Recomendações? ~♥