Lips Of Deceit escrita por Victims


Capítulo 20
Here's To The Past


Notas iniciais do capítulo

GENTEE LINDA *saltita como uma gazela* saudades de vocês *u*
Nem demorei, prometi viu u_u e cá estou eu. Mas infelizmente tenho notado muitos de vocês desapareceram.. resolveram me abandonar foi ? Não mereço as reviews de vocês? >: Séio, me deixa mó triste... Espero que voltem aqui pra mim porque I NEED YOU PEOPLEEEEE PLEASE DON'T LEAVE ME !
ok, passou o momento de súplica -q
E eu sei que muitas de voc~es querem matar o Tyler, ainda mais a Fiction que não para de chamar ele de FIODEQUENGA-Q ok gente eu amoei os reviews de vocês, sério e me desculpem por ter demorado a responder, eu andei tipo, muito atolada esses dias, mas hoje estou aqui de novo pra vocês amores da minha life ♥ Não vou enrolar muito mas espero de verdade que vocês não me abandonem
beijos californianos, boa leitura!
E hooje é dia de: CAPA ! Por favor não vomitem arco-íris thanks



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POV Erika.

- Como está hoje? O Médico já tá pensando em te dar alta.

- Melhor do que ontem, mas não garanto nada. – ele disse brincalhão e eu deitei a cabeça em seu travesseiro bocejando até os olhos lacrimejarem.

-que sono hem?

- Cala essa boca, eu estou gastando o dobro da minha energia diária anotando essas porcarias pra você. – Bufei e fechei os olhos.

- Desculpa! Não estou criticando, na verdade tenho muito o que te agradecer tampinha... – Revirei os olhos e o fitei novamente.

- Acho bom você se recuperar logo, os meninos precisam de você para os ensaios e eu preciso de alguém para interferir nas cantadas irritantes do Brian.

- Pera, você tá indo nos ensaios? E o Brian ainda tá dando em cima de você? – Ele levantou um pouco alarmado e eu puxei o travesseiro mais pra mim, eu não estava deitada com ele, apenas sentada do lado de sua cama apoiando a cabeça em seu leito.

- Sim, eles são legais e de vez em quando passam lá na escola e me arrastam para a garagem do Jimmy com eles.  – Zachary continuou me encarando desconfiado. Era estranho vê-lo sem os snakebites refletindo nos meus olhos. – Que saco Zachary! O Brian é um egocêntrico do caralho, a única relação que eu quero com ele é igual a que eu tenho com os japoneses: de distância! – Ele gargalhou tão sonoramente que uma enfermeira olhou do corredor procurando a graça pela janela.

- Você não tem jeito Erika Wells... – Ele se deitou novamente e virou o rosto para mim encostando seu nariz no meu.

- Acho que nunca tive. – Ruborizei com a proximidade e com a intimidade com que ele deslizava um dos polegares pela minha bochecha, ele também parecia envergonhado mesmo assim não parou.

Ficamos nos encarando e eu me sentia feliz por finalmente poder fita-lo pelos dois olhos ao invés de um e meio. Eu não havia percebido como eu sentia falta do encantamento que eles surtiam sobre mim. Levemente me aproximei e selei nossos lábios bem suavemente em um selinho demorado sentido um choque gostoso descer pela espinha. Zachary abriu os olhos surpresos e eu tentei me afastar constrangida, mas assim que fiz menção de levantar a cabeça sua mão passou por debaixo de minha nuca e me puxou para outro beijo dessa vez mais demorado e com ainda mais emoções. Eu não sabia porque, já que tínhamos combinado de sermos apenas amigos, mas com tanta coisa acontecendo eu só sentia que precisava tê-lo mais perto a cada segundo como se pudesse perde-lo a cada momento.

POV Zachary.

Finalmente minhas costelas começavam a dar sinais de melhora. Cada vez as talas envoltas em mim eram mais finas me dando mais mobilidade, agora eu podia não só sentar como também não depender de uma cadeira de rodas e duas enfermeiras para poder ir até o banheiro, cara, isso era constrangedor. O rosto estava desinchado graças à medicação, porém as manchas roxas esverdeadas espalhadas pelo corpo continuavam da mesma coloração, e ainda refletiam os sinais de luta daquela tarde. Eu estou há um mês nesse hospital e talvez por alguma grande sorte depois das avaliações de hoje eu finalmente consiga ir pra casa. Bom, eu achava que não teria sido grande coisa se não fosse o estado deplorável que as minhas costelas ficaram, muitas vezes me lembro acordando no meio da noite quase que implorando por alguns miligramas de morfina, acho que até as enfermeiras ficavam incomodadas com meus gritos noturnos, mas digo que a causa deles não chegam a ser só a dor, mas alguns pesadelos perturbantes que venho tendo desde então.

Se tirei algum proveito disso tudo? Sim, além de poder comer o que eu quisesse a hora que eu quisesse, eu tinha a visita diária dos melhores amigos do mundo. Uma vez o Brian trouxe seu violão para o meu quarto e tocamos algumas músicas do Bad Brains, Metallica, Misfits, e rifes improvisados. Depois da última visita Jimmy foi definitivamente proibido de chegar perto do hospital a não ser que estivesse com uma bala na cabeça. Esse doido tirou a roupa e pôs uma dessas camisolas indecentes de hospitais em que a nossa bunda fica totalmente a mercê da visão dos outros, depois saiu “surfando” em uma maca no meio da ala de emergência, não preciso dizer a confusão que isso causou né? E tudo porque eles resolveram malocar uma garrafa de absinto para beberem durante a visita. Era de se esperar...

Erika passava por aqui todos os dias, simplesmente não havia um em que ela não aparecesse por aqui ou pra me entregar a matéria da escola, ou simplesmente para me fazer companhia. Sei lá, eu já não tenho palavras para descrever o que a presença dela causa em mim. Do nada é como se qualquer dor física desaparecesse e eu simplesmente ficasse entorpecido, ela é diferente e me faz bem só por estar aqui do meu lado. Adoro o jeito como ela fica sem graça quando eu agradeço por ter se importado comigo esse tempo todo, e também como ela se diverte assistindo desenhos infantis que passam na TV quando estamos apenas matando tempo. Às vezes ela trás bolinhos de chocolate da cantina para mim, aqueles que eu simplesmente adoro; E são com coisas assim que eu percebo que de fato essa garota é encantadora, arisca e suave ao mesmo tempo, sendo fascinante aos olhos de quem a conhece a fundo. Podem dizer o que quiserem dela, tentarem apagar o sorriso angelical que ela esconde do resto do mundo, e botá-la para baixo dizendo que é apenas desperdício de espaço, porém para mim isso nunca fará o mínimo sentido, simplesmente meus instintos mais protetores afloram quando ela está aqui, eu quero poder dizer que ela vale muito mais do que dizem, que ela é especial, e que se fosse por mim nada do que Tyler ou Marcy fizessem iria atingi-la novamente. Mas olha para mim? Sou um inútil egoísta que está preso numa cama de hospital contentando-se com cada pequena demonstração de afeto que ele poderia me dar. Porque ninguém a protege? Porque todo mundo tem essa ‘’coisa’’ com ela que não podem vê-la de longe? Colégio de mauricinhos de merda, aqueles nojentos já me deram nos nervos.

- Senhor Baker? Visita para você! – A voz de uma mulher falou por trás da porta e logo em seguida a mesma se abriu. Ajeitei-me na cama esperando uma pessoa porém a que adentrou no quarto foi outra totalmente diferente. Senti raiva, ódio, mágoa e até um pouco de pavor, mesmo assim mantive o semblante neutro perante a imagem acuada de Alex.

- Zacky...

- O que você quer aqui Alex? Acho que não sobraram muitas costelas pra você. – Rangi os dentes e percebi sua estrutura estremecer, ele era magrelo e bem trapalhado. Não conseguia me encarar nos olhos e ficou fitando todos os cantos do quarto.

- E-eu só queria saber como você estava... Fiquei preocupado e...

-Preocupado? – Gargalhei irônico me arrependendo em seguida por causa do maxilar trincado. – Cara, você quer mesmo que eu acredite nisso, agora?

- Zachary eu não sabia que as coisas iam ser daquele jeito...

- Claro, você sempre foi muito inocente. – Revirei os olhos, eu sempre fui muito paciente, mas dessa vez esse cara estava pedindo para eu explodir.

- Não é isso cara. – Ele esfregou as mãos pelo rosto nervosamente. – Eu não achei que as coisas fossem sair do controle! Tyler praticamente nos obrigou a participar daquilo Baker, eu não queria, mas se não fizesse...

- O que? – Eu estava impaciente e não ligava a mínima para o que aquele garoto tinha para me oferecer em troca do perdão. Ele era o único cara daquele time de idiotas que eu mantinha algum contato e consideração, e tudo isso não passou de faixada, parece que ser amigo do Tyler o dava mais status do que a mim.

Ele suspirou derrotado e se jogou contra a parede fitando o teto. – Tyler ameaçou adulterar nossos exames de urina com esteroides, caso não o apoiássemos. – Ficamos em silêncio e ele continuou. – Estávamos a três dias do estadual cara, tinha uma porrada de olheiros lá, as faculdades estão disponibilizando uma bolada grande nas bolsas para os bons jogadores, eu precisava daquilo! Qual é Zacky, eu nunca mandei bem em nada além do futebol e essa era a única chance de ter um futuro pra mim! – Ele se aproximou hesitante bagunçando os cabelos com a palma da mão. – Eu me arrependo todos os dias, a cada segundo da minha vida. A ideia de ter feito isso com um amigo como você...

- Agora eu sou um amigo? – Apertei os punhos contra o lençol amarelado do leito.

- AINDA MAIS POR CAUSA DE UMA VADIA COMO AQUELA GAROTA! – ele explodiu e se jogou de joelhos no chão. Seu rosto estava pálido, ele fitava o piso de linóleo como se estivesse hipnotizado. - Eu não entendo... Vocês se enfrentam como cão e gato por causa de uma pivetinha daquela? Vamos lá, você é melhor que isso Zachary.

- Cala essa boca... Você não sabe de merda nenhuma Alex, dobra a língua pra falar a Erika! – Exaltei-me ficando de pé e empurrando o corpo magro do garoto de novo contra a parede. Eu nunca havia perdido tanto o controle em tão pouco tempo. Segurava a gola de sua blusa suspensa no ar, o que não era difícil já que ele pesava menos da metade de mim.

-Eu não sei de nada Baker? – Um sorriso sarcástico plantou entre os dentes. – Coitado, realmente foi um alienado esse tempo todo? Eu não acredito como você ainda se diz estudante da Marina High School...

- Do que você tá falando retardado? – dei outro solavanco com suas costas na parede. Dessa vez a força refletiu em dor nas laterais das minhas costas e gemi involuntariamente.

- Que tal nos sentarmos um pouco mais civilizados e eu te explico detalhadamente sobre o Passado de Erika Kennedy Wells?

Solte-o sentindo meu corpo ranger como rendição. Ainda encarando-o nos olhos  voltei para o meu leito e deixei o corpo repousar novamente.  Alex aparentava mais calmo e também se sentou em uma poltrona um pouco afastada, ele fitava as próprias mãos enquanto batia os pés no chão. Pigarreei para que ele começasse.

- Zacky, eu sempre me importei com você como se fosse um irmão e...

- Me poupe dessas merdas Alex, só me conte o que diz respeito à Erika, não ao seu caráter falho. – Ele juntou as sobrancelhas com raiva, mas assentiu com a cabeça.

- Você sabe que ela já namorou um bom tempo com o Dawkins, não é? – Fiz que sim e o mandei continuar. – Eles ficaram juntos no mesmo ano que ela entrou na escola, foi um relacionamento longo e de dar inveja... Eu confesso que até eu fiquei louco na garota quando ela entrou, mas Tyler fez questão de deixar claro que ela já tinha “dono”. – Ele riu sem humor e eu me mantive sério, até ai não era novidade. – Só que o conto de fadas acabou quando ela terminou com ele no final do ano seguinte. O cara ficou louco, depressivo e raivoso, eu não sei man, mas suspeito que o Tyler tenha um daqueles problemas de cabeça, sabe? Ele se altera muito fácil principalmente nos jogos... Mas sabe como o pai dele é importante ninguém se atreve a dizer nada. Enfim, o tempo passou até que depois, no outro ano, iriamos ter o J.E.E.C.

- Jogos estudantis do estado da Califórnia? – Perguntei tendo uma vaga lembrança desse evento irritante que acontecia de tempos em tempos, sei lá eu não prestava atenção nisso porque estava sempre com os meninos e Gena na época.

- Sim – Ele ficou surpreso de eu saber sobre o que isso se tratava. – E você também lembra como ele funciona?

- Mais ou menos...

- Ele acontece a cada seis anos selecionando uma escola para participar de cada cidade. Aquele era o primeiro ano da Marina High School, o nosso colégio já tentava a muito tempo ser um dos candidatos escolhidos mas os particulares sempre estavam a um passo da gente. Bom, sendo a nova queridinha do pedaço e também uma das melhores alunas da nossa classe acabou ganhando quase que de lavada na votação para a escolha do representante de equipe. Cara eu nunca vi a Marcy tão irada na minha vida. – Ele riu sozinho. – Bem... As provas não são físicas como se imagina. Mas sim intelectuais como disputas matemáticas, experiências científicas e essas coisas de gente nerd.

- E ai?

- E ai que os vencedores teriam bolsas integrais para qualquer universidade que decidissem cursar depois do ensino médio! – Ele parecia bastante amargurado. – Independente de que série, todos eles já teriam sua vaga garantida.

- Isso parece bom.

- Não é? E seria se a sua queridinha Erika não tivesse fodido com tudo!  - Ele apertava o estofado do sofá e por alguns segundos senti como se o mesmo fosse desfazer-se em espuma e ódio.

- Como...?

- Você sabia que o Drew, meu irmão, estava no grupo do quarto ano da época? – Ele não me encarava e ainda olhava para baixo quase que com uma expressão sombria. – Sim, ele era o melhor da turma em física quântica e química orgânica da turma, e os professores não hesitaram em manda-lo para o time.

-Hum... – Eu não sabia o que pensar, nada fazia sentido para mim.

- A nossa equipe estava mandando tão bem que conseguimos chegar facilmente até as quartas de finais. Meu Deus, minha mãe estava tão feliz, não parávamos de falar disso um minuto se quer. Nossa escola começou a ser tão bem vista que várias universidades começaram e nos apresentar propostas de bolsas e convênios estudantis. – Ele passou novamente a mão pelo cabelo despenteando-se nervosamente. – E ai...

- E ai...

- E ai denunciaram uma fraude. Alguém descobriu que os cartões respostas da última prova de matemática tinham sido roubados e os arquivos do ‘’labirinto químico’’ também. E adivinham onde as pistas levaram? Sim... a NOSSA equipe.

Eu estava quieto, apenas mantendo-me o mais calmo possível, tentava  não associar os fatos entre si esperando que houvesse uma saída racional sobre tudo aquilo.

- Todos nós ficamos intrigados sabe? Com medo de ser verdade, se alguém havia realmente roubado as respostas e estava trapaceando a coisa ia ficar complicada. Acontece que esses tipos de arquivo são enviados para todos os colégios participantes como os “gabaritos” das provas para não haver brigas entre os professores e alegações de erros em questões. Apenas a merda da burocracia, e os arquivos da nossa escola haviam sido violados. Mas enquanto as investigações ainda estavam em andamento o show continuou... Mais duas semanas de jogo e conseguimos ir para as finais. Praticamente comemorávamos a vitória e fazíamos listas idiotas de universidades que queríamos cursar, de sonhos em sermos milionários e sairmos de uma cidade costeira medíocre... Parecia muito fácil. Durante os jogos também haviam “missões de caridade” onde tínhamos que arrecadar fundos que depois seriam doados para uma ONG de crianças carentes, e até ai havíamos arrecadado bastante já que a cidade toda estava empolgada com os jogos. E foi no último jogo, nosso último passo para a vitória que a coisa entrou em ebulição.  Você sabia que a líder dá equipe tem acesso ao estabelecimento da secretaria e consequentemente a sala de manutenção e arquivos?

Engoli em seco e puxei alguns edredons mais pra cima tentando me proteger da verdade, do que parecia atirado na minha cara. Eu tentava formular uma frase, mas nada saia da minha boca, apenas ar arfado e mal absorvido assim como as palavras que eu ouvia.

- Exatamente. As fitas de segurança foram analisadas e é perfeitamente visível que a última pessoa a entrar na sala antes de os arquivos serem fraudados foi ela. E se ainda não acredita em mim, foi achado um CD com a cópia de todas as respostas que faltavam escondidas entre um dos livros dela, e como se isso não bastasse, a vadia também malocou uma boa parte da grana dos fundos de caridade em uma sacola no vestiário feminino, bem no armário. Vergonhoso, humilhante... A nossa escola foi reduzida a pó. Desclassificada nas finais, simplesmente desmoronando todas as chances daqueles jovens esperançosos e jogando nossos nomes na lama. Sabe qual foi o castigo para o nosso colégio naquele ano? Estávamos restringidos de qualquer bolsa, todos os formandos daquela época teriam que prestar a prova pública sem nenhum tipo de privilégio ou recomendação. E contando com o fato da escola estar muito mal vista... Enquanto todas as outras escolas já tinham conceitos para os alunos nós estávamos miseráveis. É como se você apostasse pegasse um aleijado de velocípede e o botasse para apostar corrida contra diversas Ferrari’s dirigidas por pilotos profissionais. Você sabe o que aconteceu com os formandos daquela época? Você sabe o que aconteceu com DREW? – Sua voz começava a se alterar e embargar. – Ele continuava um gênio em física e química, mas ficou tão devastado que mal conseguiu frequentar as últimas aulas. Ele se destacou muito durante os jogos como um dos melhores jogadores, mas depois de tudo descoberto acabaram o associando as fraudes e por mais que ele tentasse prestar vestibulares durante aquele ano, até para as universidades mais medíocres de Huntington Beach, ele não conseguia. Drew agora é Motoboy do Pizzahut porque foi o único lugar que o aceitaram e não deram a mínima para toda aquela repercussão.  Então Zachary, se você vai continuar dizendo que eu não a conheço, pelo menos estou fazendo o favor de te mostrar quem ela é de verdade. Pode não querer mais a minha amizade, mas ainda vai defendê-la com toda essa vontade? Olha como essa menina te deixou pelo simples fato de andar com você!

Eu não sabia o que pensar, não sabia o que sentir. De repente tudo estava claro e límpido na minha frente, essa história era como um tabu na nossa escola e chegou a repercutir muito na cidade, eu simplesmente não dava a mínima para aquilo nunca soube ao certo da história toda porque sempre estive ocupado com outras coisas, outros objetivos. Lembrei-me de supetão do dia em que a salvei na livraria, ela estava roubando um livro. Era estranho como algo que há muito tempo eu pensava não fazer a mínima diferença na minha vida hoje nesse exato momento me deixa trêmulo e sem reação. Eu nunca iria adivinhar, nem se quer cogitar essa hipótese porque simplesmente odeio aquele lugar a ponto de me manter o mais afastado passível de tudo que envolve a escola, mas agora é algo que envolve o caráter da garota que eu me apaixonei.

POV Erika.

- Esse achocolatado tá delicioso! – Lucy lambia os lábios sujos de chocolate e engolia i líquido no pequeno copo de plástico que eu trouxera pra ela.

- Só não conta pra mamãe porque ela odeia quando eu te dou porcaria. – Ela sorriu e piscou com um sorriso infantil e travesso.

- Tudo bem, acho que ela se preocupa com a minha saúde frágil, né?

- E eu não? Só acho que não temos que te prender as sete chaves das coisas gostosas que a vida oferece, como um bom copo de achocolatado do Starbucks! – Ela gargalhou e deslizou os bracinhos cobertos por um suéter branco por envolta de mim.

- Você é a melhor! – Eu ri e beijei sua testa.

- Gora vai escovar esses dentes e deixa que eu me livro disso aqui. – Peguei o copo vazio e joguei-o na lixeira do quintal, subi as escadas e penteei os cabelos deixando-os soltos de um jeito que eu já havia reparado que Zachary admirava muito. Quando deixei o quarto encontrei Lucy descendo a rampa com cuidado em sua cadeira de rodas, ajudei-a a chegar no andar de baixo e notei algo em seu colo.

- Uma flor?

- Eu colhi ela hoje mais cedo, gostou? – Ela era alta e bem azul, suas pétalas se abriam como pequenas penas bem espalhadas com pequenas ramificações altas e amarelas contendo o pólen.

- Sim é linda. Por acaso é aquele brotinho azul de semanas atrás? – Ela assentiu e estendeu-a para mim. – Está me dando é?

- Essa é a madressilva azul, a cor quer dizer saúde e a flor em si significa belos olhos. – Ela sorria e baixava os olhos à medida que corava levemente. – Eu plantei para dá-la ao David, mas acho que o Zachary merece mais no momento, mande lembranças minhas para ele.

Eu segurei o pequeno vaso anda húmido e a abracei forte. Tem tempos que eu não sei como viveria sem ela, e a cada dia que passa não consigo mais me imaginar sozinha. Despedi-me da minha irmã e sai as pressas pela rua, minha mãe só chegaria dali a meia hora para levar Lucy e assim o horário de visitas do Zacky já teria acabado, quando cheguei ao hospital uma enfermeira me acompanhou até o quarto e antes que abríssemos a porta uma figura alta e magrela saiu por ela me lançando um olhar fulminante. Quase pude perceber um pequeno sorriso em seus lábios, mas ele passara muito rápido para que eu tivesse certeza.

- E ai porpeta, quem era a figura? – Apontei para trás mas Zacky apenas fitava a janela com pensamentos vagos. Dei de ombros a sua falta de resposta e depositei o vaso levemente perfumado na sua mesinha. – Sabe quem mandou isso? Lucy, a danada tem mãos férteis e mandou isso junto com saudações de melhoras. – Ele se virou para as flores e sorriu acariciando algumas pétalas.

- obrigado, são lindas. – mas logo depois voltou a mesma carranca séria e pensativa, ele estava tão nervoso que nem se quer me encarava nos olhos.

- O que aconteceu com você cara?

- Erika... Nós temos que conversar. – Agora ele virara seus olhos para mim mas estes não pareciam nem um pouco acolhedores.


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Notas finais do capítulo

*LEIAM AS NOTINHAS INICIAIS*