Lips Of Deceit escrita por Victims


Capítulo 16
Are you fucking kidding me ?


Notas iniciais do capítulo

Fala ai cambada!
Esse aqui é pra fazê-los mijarem de rir e de ódio-q Espero que gostem!
Gente, lembrando que quanto mais rápido as reviews chegarem, mais rápido eu posto o capítulo então bora colaborar ai (:
Fantasminhas lindos, apareçam por favor eu não mordo -q
Boa Leitura.



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POV Erika.



– Ai estão eles! – O parrudão chamado Matt gritou de dentro da garagem para Zacky e eu que chegávamos pelo pequeno portão perto da caixa de correio. – Conseguiu arrastar a ruivinha pra cá? Ela tentou te jogar na frente de um caminhão dessa vez?


– Quase isso, mas não me arrependo do que fiz. – Disse brincando e ganhando um cafuné como cumprimento de Matt.


– Na verdade ela não resistiu ao charme de Brian. – Zachary comentou de longe e eu quis realmente que passasse um caminhão na minha frente agora.


– Eu sabia. Ninguém resiste a ele. – Brian pulou do sofá rasgado onde afinava a guitarra e veio me dar um abraço caloroso o qual tentei me esquivar.


– Erika, esse aqui é o Justin Sane. – Zacky pronunciou e empurrou um garoto alto de pele bem pálida e finos cabelos castanhos arrepiados para o meu lado. – Nosso novo baixista temporário. – O menino esticou a mão simpaticamente para mim sorrindo de modo que seu nariz levemente pontudo franzisse naturalmente. – Justin, é melhor conseguir a simpatia dela, é mais importante do que a aprovação da banda.


– Espero não decepcionar então, seria triste acabar tendo o mesmo fim do Wendt. – Ele piscou para os caras e eu arqueei a sobrancelha sugestivamente.


– É melhor se esforçar, rostinho bonito não compra a minha simpatia. – Disse em um tom mais leve para ele não se ofender, e como previsto apenas gargalhou balançando a cabeça.


– É, eu sei muito bem disso. – Ouvi Brian murmurar perto de Matt que acabou deixando escapulir uma de suas sonoras gargalhadas. – Mas fique sabendo que eu não desisto fácil ruivinha.


– Se fosse mais inteligente Brian, não ficaria perdendo seu tempo. – Respondi me jogando no sofá e adquirindo certa posição defensiva.


– Syn deixa a menina em paz, você nem terminou de afinar a porra da guitarra! – Zachary resmungou socando levemente o ombro do amigo.


– O que eu posso fazer? Mulher bonita mexe com a minha cabeça. – com outro olhar superior o moreno piscou para mim catando a guitarra que deixara ao meu lado no sofá.


– Só se for com a cabeça de baixo Brian. – Justin falou sorrindo e pela primeira vez senti que poderia não odiar o garoto tão sorridente quanto Zacky.


– Isso eu deixo ela descobrir por conta própria. – Mesmo sabendo que suas palavras eram apenas por brincadeira percebi Zachary se remexer irrequieto perto de uma das caixas de som fitando Brian com o olhar neutro.


– Aqui, cadê o poste ambulante? Estamos na casa dele e o filho da puta não deu as caras? – Perguntei impaciente por não ver Jimmy em lugar algum.


– Há, o grandão foi buscar a namoradinha estranha dele. – A expressão divertida de Brian passou para algo sem humor. Será que ele não gostava da garota?


– Cala a boca ‘Syn’derela, a gente sabe que você tem ciúmes do seu macho. – Matt passou por nos desenrolando metros de fios e plugando em algumas caixas.


– Sempre desconfiei que Brian gostava de um fio terra. – Falei e quase que instantaneamente a garagem foi preenchida por gargalhas descontroladas de todos e até mesmo do próprio Brian.


– Você quer uma cerveja? – Zacky sentou-se do meu lado no sofá e passou um dos braços pelos meus ombros.


– Não sou de recusar. – Não pude deixar de esboçar um pequeno sorriso quando vi seu rosto com um semblante tão feliz e despreocupado. Não o via assim para mim há muito tempo.


Não percebi que estava encarando Zachary descaradamente até ouvir a voz de Jimmy cortar o ar como uma flecha.


– Porra eu saio por dez minutos e a minha casa é invadida por um bando de gorilas anabolizados e um hipopótamo obeso? - Ele e a garota atrás de si riam da própria piada enquanto Jimmy era xingado por todos os caras. Levantei do sofá e fui em sua direção percebendo outro sorriso se formar em seus lábios.


– E ainda temos um esquilo pelado pra completar! – Ele me envolveu em seus braços e depois rodopiou pela área da garagem. Torci o nariz com a comparação, mas como todos pareciam acostumados deixamos para lá.


– Hey garota, quanto tempo... Não pensei que fosse te ver de novo depois daquele dia. – Jacky chegou apertando minha mão e eu fiquei aliviada por ver outro rosto feminino por ali.


– É, eu digo o mesmo. Vem, eu não quero ficar sozinha. – Jacky era quase o dobro da minha altura e mantinha sua aparência sombria, mesmo assim arrastei-a com facilidade para o sofá o qual ela já devia está familiarizada.


Os garotos estavam se batendo e falando coisas sem sentido, entediadas pela demora do grupo começamos a vaiar o ensaio e recebemos vários dedos do meio por isso. As primeiras músicas já me eram familiares, confesso que uma delas ficou na minha cabeça por dias:

“The mark I breathe on you.

It's burning through your soul.”


No funda já sentia como se Zachary tivesse deixado sua marca em mim. E cada vez que o encontrava, que sentia sua presença essa marca ardia, não de um jeito dolorosa, mas aconchegante como se me alertasse que estava tudo bem, que naquele momento nada podia me ferir. Passaram-se algumas músicas e eles resolveram anunciar algumas que iriam tocar do tal novo CD. Entre elas “Eternal Reast”, “Second Heartbeat”, “Unholy Confessions” e mais algumas, não estavam com a setlist completa, mas essas já estavam finalizadas segundo eles.


– E então Jacky, há quanto tempo você e o Jimmy estão juntos? – Perguntei numa tentativa de começar algum tido de conversa com a garota mortiça.


– Eu e Jimmy? – Ela riu ironicamente. – Nos conhecemos desde pequenos, assim como Brian e Matt. Estudávamos na mesma escola... Sou amiga de todos eles, mas... Jimmy é especial, meu melhor amigo. – Ela passou um dos frágeis braços por trás da cabeça ajeitando uma madeixa que tampava seu olhar.


– Esses boiolas são todos umas figuras mesmo. Ainda não sei como me deixei chegar aqui, geralmente repudio esses grupinhos de trogloditas idiotas. – Eu disse brincalhona e ambas rimos.


– É, acho que a gente acaba ficando encantada no meio de tanto cara retardado. – Ela se encolheu por baixo do moletom cinza e depois se ajeitou novamente. – Costume talvez, mas só sou chegada assim neles por causa do grandão.


– Sei como é, então vocês não tem nenhum tipo de relação... Afetiva? Quer dizer, não me entenda mal, na verdade eu nem te conheço direito e odeio que se metam na minha vida por isso tento não ser enxerida, mas vocês parem ser... Algo mais. – Com uma explicação digna de pena Jacky me encarou com os olhos tão profundamente negros que por um segundo achei que poderia me perder entre eles. Sua boca arqueou em um sorriso tímido e percebi suas bochechas corarem por um leve instante.


– Bem, ele é muito importante pra mim. Acho que mais do que qualquer pessoa. – Envergonhada, abaixou a cabeça fitando as próprias mãos e ainda sorrindo para si mesma. Naquele momento eu não vi mais o cosplay de “primo Itt” na minha frente, e sim uma garota frágil e tímida que tentava se defender do mundo a sua volta assim como eu. Jimmy era a pessoa que a ajudava a sobreviver, me lembrei da conversa que tivera com Zacky na porta da escola há muito tempo atrás quando ele apareceu lá para falar com o porpeta. Jacky tinha muitos problemas, talvez mais do que uma garota de nossa idade poderia suportar por tanto tempo . Cheguei a sentir um peso no peito mas antes que o assunto delicado continuasse algo gelado e húmido encostou em minhas costas fazendo-me saltar do sofá xingando até a 23° geração de Brian.


– Sua cerveja senhorita. – Ele esticou a pequena garrafa verde um minha direção sorrindo maliciosamente pelo fato de meus braços estarem arrepiados. Preparei-me para correr atrás de Brian e fazer aquela garrafa entrar toda por sua bunda, porém Zachary aproximou-se de mim e, envolvendo minha cintura com um de seus braços, me arrastou para onde os garotos estavam no fundo da garagem. De relance pude ver Jimmy repetir o ato com Jacky e logo estávamos os sete bebendo e gargalhando espremidos perto da bateria de Jimmy.


Bebemos, cantamos, bebemos mais, tocamos, brincamos e bebemos ainda mais. No fim estava Justin desmaiado de cueca abraçado em seu baixo, jogado no sofá Matt mandava mensagens sem parar do celular para alguém, Jacky cochilava no colo de um Jimmy muito bêbado, Brian ainda engolia uma garrafa de whisky barato em suas precárias condições e eu e Zacky matávamos outra de vodka pura sentados na calçada longe dos gases mortais de Justin.


– Não... Você parece um hipopótamo obeso! – Fiz biquinho para Zacky tentando fingir estar brava, mas devido ao álcool minha vontade de gargalhar era contagiante.


– Eu não sou gordo! Tenho ossos largos só isso... – Ele franziu as sobrancelhas depois encostou o dedo indicador na minha testa com os olhos semiabertos. – VOCÊ É UMA ESQUILA PELADA!


– EU NÃO SOU UMA ESQUILA PELADA! ISSO NEM EXISTE!


– EXISTE SIM, SÃO ESQUILOS DOENTES! – Ele parou por algum segundo parecendo raciocinar. – COM CÂNCER!


– Cala a boca hipopótamo diabético, esquilos não tem câncer! – Retruquei gargalhando e desequilibrando para trás, deitando na calçada.


– Nem hipotótamos tem diabetes! – Ele disse enrolando língua e de novo perdi o ar de tanto gargalhar.


– HIPO...HIPOTÓTAMOS! – rimos juntos a ponto de sentir meu estômago doer. Tentei levantar da calçada, mas não havia força no braços para isso, Zachary tentou me ajudar e como estava tão ruim como eu acabou caindo por cima de mim, só não me esmagou por ainda ter o mínimo de reflexos e apoiar no chão.


– Você tá legal? – Ele perguntou com o nariz apenas alguns milímetros do meu.


Demoramos a entender a proximidade entre nós, seu corpo sobrepunha-me totalmente,e seus braços serviam como escoras do lado da minha cabeça. Não respondi apenas olhando seu rosto avermelhado pelo álcool e olhos verdes cobertos pela metade por suas pálpebras. Sua respiração batia em minha face e aos poucos o nariz largo roçou levemente no meu. A mesma necessidade que tive de Zachary na praia voltara junto com a lembrança do beijo desesperado que arranquei dele. Continuava não sabendo o que esperar ou quere dele, seria Zachary apenas meu melhor amigo? Alguém que uso para matar a carência exagerada que venho cultivando escondidamente a muito tempo? Ou seria o pior, eu estar começando a gostar de verdade dele?


– É melhor a gente ir embora, estamos deitados no meio de uma calçada imunda. – Eu disse tentando empurrar seu peito para trás, mas ele não se moveu, parecia entorpecido pelo momento, do mesmo jeito que eu estivera a alguns segundos atrás, infelizmente teria que acordá-lo desse transe. Nós éramos amigos, fizemos esse trato e eu não queria exigir nada além disso, ou seja, não poderia esperar que Zachary sentisse nada além disso. – Zacky? Zacky!


– Oi! Eu... É, tá! – Ele levantou tão rapidamente que parecia ter levado um choque. Agora com forças o suficiente me pus de pé agilmente, o que foi uma péssima ideia pois logo em seguida vi a rua toda rodar e quase voltei de costas para o chão. – Cuidado ai esquilo pelado, você ta mal mesmo hem.


– Eu não posso ir pra casa assim. Minha mãe vai me matar. – Como se ela não quisesse fazer isso todo dia.


– Você tem que dormir, mal consegue manter os olhos abertos!


– É o sujo falando do mal lavado, como diabos você ainda se consegue manter de pé? – ele fez uma careta típica de bêbado e depois riu nervosamente.


– Tudo bem, me segue. – Segurando minha mão passamos novamente pela garagem onde todos os garotos já roncavam. Zacky abriu a porta que dava para a cozinha da casa e silenciosamente subimos as escadas até um estreito corredor com várias portas fechadas, entramos na primeira porta à esquerda e me deparei com um quarto coberto por posters, cuecas, papéis amaçados e alguns pares de baquetas espalhados pelo chão.


– O... O que estamos fazendo no quarto do Jimmy? – perguntei ainda cambaleante vendo milhares de pontinhos coloridos por onde meus olhos passavam.


– Você tem que dormir.


– Credo, eu tenho medo de um pedaço do teto cair na minha cabeça enquanto durmo. – Ele riu e me arrastou para a cama. – Sem falar que o fato de você estar me “levando para a cama” é muito esquisito. – Eu disse sem perceber o quanto a situação era de fato desconfortável.


– Er... Bom, eu não sou nenhum perigo para você. – Zacky coçou a nuca. - E deita logo ai antes que eu desista e te entregue pra sua mãe.


– Isso seria homicídio doloso! – Eu disse me jogando no emaranhado de edredom e cobertas em cima da cama. – E eu sei disso, você é tão perigoso pra mim quanto um filhotinho manco.


– Como é?


– Cá entre nos cara, coitada da sua futura namorada! Do jeito que você é lerdo é capaz do Brian estar dando a luz e você ainda não ter se declarado para a garota. – Sem qualquer inibição eu despejava minhas teorias em cima da Zachary. Não, o meu consciente era totalmente contra a aquela provocação ao porpeta, mas de novo alguma coisa dentro de mim queria impulsiona-lo a repetir o gesto que ele teve na frente da minha casa.


– Eu não tenho que te provar nada. – Parei de sorrir sentindo- me como a maior idiota do século. – Mas talvez você esteja certa, é que eu sou do tipo de cara que gosta de cada coisa ao seu tempo. – Percebi um pequeno sorriso no canto de seus lábios antes de ele se levantar da cama. – Agora dorme logo porque eu ainda venho te acordar antes de anoitecer, peste!


Zachary depositou um beijo carinhoso em minha bochecha antes de fechar a porta, em pouco tempo já não via mais nada.




POV Zacky.

Fiquei pensando nas provocações da tampinha durante as três longas horas que se passaram. Eu sei que era o efeito do álcool, mas essa garota estaria tentando me mandar alguma indireta? Claro que não Zacky! Deixa de ser retardado, ela mesma já deixou bem claro que vocês são só amigos... Bom, pelo menos por enquanto. Suspirei e fui até a cozinha de Jimmy afim de petiscar alguma coisa, meu estômago já estava quase rugindo de fome e aqueles viados continuavam lá caídos no chão, essa era a pior parte de ser o único sóbrio nessa porra.


Catei um pouco de tudo e acabei fazendo uma das minhas especiarias, o sanduíche de sobras! Como uma draga engoli tudo com direito a repetir. Acabei de comer o segundo e um Matthew totalmente destroçado apareceu apoiando a cabeça em uma das mãos.


– Já tá comento rolha de poço? – Ele disse tentando sorrir, mas a cabeça parecia doer muito para isso.


– Da próxima compra umas bebidas direitas, aquela vodka parecia mais álcool etílico puro porra!


– Cala a boca que se tratando de você podia ser mijo de cavalo que mandava pra dentro. – Matt sentou a minha frente e desabou na mesa.


– Vai se foder. – Dei de ombros e raspei as últimas migalhas da toalha.


– Ai, eu vou sobir. Tô morto e aquele sofazinho filho da puta acabou com a minha coluna. – Ele se espreguiçou e depois disse sorrindo de lado. – A cama do Jimmy também não é lá grande coisa mas é mais macia.


– Perdeu, a Erika já tá lá ferrada no sono.


– Você levou a Erika pro quarto do cabeça de rato? – Ele me fitou curiosamente arregalando os olhos. – Não me diga que vocês...


– Não caralho! Ela é minha amiga. – Cortei sua fala me levantando da mesa e também espreguiçando um pouco. – Olha só, já tá na hora de levar a ruivinha pra casa. Deu sorte a cama ta vaga.


– Eu não, agora é arriscado de eu deitar em cima da sua porra lá no lençol. – Ele gargalhou e eu taquei uma latinha de ervilhas em sua direção.


Subi de novo até o quarto e abri a porta cautelosamente, minha bebedeira já havia passado deixando uma leve dor de cabeça, nada que eu já não estivesse acostumado. Balancei o corpinho encolhido com cuidado tentando não ser muito bruto, mas olha só com quem eu quis ser delicado...


– O que você quer caralho? Eu tô dormindo! – Revirei os olhos e continuei balançando-a.


– Acorda porra, já tá escurecendo. Você quer que a sua mãe te mate ou não?


– Como se fizesse diferença... – Ela resmungou novamente rolando e se embolando ainda mais nas cobertas.


– Faz sim, e muita! Agora quer fazer o favor de sair daí? Olha que o Jimmy não é o cara mais higiênico que eu conheço e nunca o vi limpar o lençol depois de bater uma... – Nem terminei a frase e vi um vulto vermelho saltar da cama para o chão em uma velocidade surpreendente.


– Filho da puta! Porque não falou antes? Eu vou esfregar a sua cara nessa merda de cama até engolir metade dessas cobertas! – Aquele menina pulou em cima de mim quase como um animal dentando empurrar minha cabeça para a frente, sorri e com facilidade joguei seu corpinho pequeno por cima das costas e a carreguei escada a baixo.


– Me larga Zachary! Eu vou vomitar na sua cueca! – Ignorei as ameaças nojentas e passei pela cozinha encontrando um Matthew tão curioso quanto antes.


– Achou essa mendiga onde Zacky? – Ele brincou recebendo um belo dedo enfurecido de Erika ainda dependurada em meu ombro. – Tão educada quanto uma garota que conheço, mas ela não tem essa cara de cachorro atropelado no asfalto.


– Culpa da sua vodka barata. – Eu disse para ele que assentiu gargalhando. – Deixa eu levar essa mendiga aqui pro lixão da onde ela saiu, depois eu passo aqui de novo pra ajudar a arrumar as coisas. – Ele acenou com a cabeça e depois se levantou para fazer cafuné na criatura em cima de mim; É, foi a pior ideia que ele poderia ter porque acabou levando uma dentada na mão que provavelmente deixaria alguma marca.


– Ou garota, vou ter que por uma focinheira em você agora também? – Perguntei incrédulo. Estávamos saindo da garagem quando finalmente a pus de volta no chão.


– Ele mereceu! – Ela disse apenas.


– Ok, não tá mais aqui quem falou. – Dei de ombros e como de costume ganhei patadas durante todo o caminho. Chegamos à porta de sua casa e finalmente ela parecia estar com um semblante melhor, apenas de uma garota exausta. – Pronto! Entrega a domicilio.


– Não fez mais do que a sua obrigação.


– E é da minha obrigação te chamar para sair de novo amanhã? – Perguntei sorrindo e ela franziu o nariz.


– Lógico que sim! Mas amanhã não dá, eu tenho meio que um trabalho ai pra fazer e pelo andar da coisa devo ficar o dia todo fora.


– Você arrumou um emprego? – Essa era uma surpresa e tanto.


– Não é bem um emprego... –Erika coçou a cabeça impaciente. – Mas eu vou fazer as ilustrações de um livro ai que uma escritora amadora está publicando. Duzentas pratas pelo serviço e se der boa ela me indica pra outros projetos.


– Que foda menina! Meus parabéns, espero que dê tudo certo. – Suas bochechas coraram levemente e de novo ela armou a carranca para mim.


–Tá, tá... Tanto faz! Anda, vai logo embora que eu to morrendo de enjoo aqui! – Eu ia me retirar, mas antes disso a baixinha ficou nas pontas dos pés e me deu um beijo suave na bochecha. Saiu como se fosse a coisa mais normal do mundo, porém eu admito que fiquei parado igual um bobo vendo-a entrar em casa sem ao menos olhar para trás.


É, essa garota tinha mudado bastante, e isso mexia muito comigo. Eu gostava de suas duas personalidades, mas por qual eu estava realmente me envolvendo?



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Notas finais do capítulo

O que acharam ?