Lips Of Deceit escrita por Victims


Capítulo 15
Friendship


Notas iniciais do capítulo

Oiii amores ♥ Demorei? Desculpem, semana de prova é muito foda D: Mas vamos ao que interessa!
SUAS LINDAAAS A FIC RECEBEU OUTRA RECOMENDAÇÃO, E ADIVINHA QUEM ESTÁ PEIDANDO FOGOS DE ARTIFÍCIOS? EU,LÓGICO! -Q
Muuuuuito obrigada Awkhowardmuser, sério eu adorei a recomendação, é linda e hilária! *-*
Então, vamos ao que interessa, não quero tomar o tempo de vocês, até porque algumas querem me matar pela demora HAUHAUHAUAH
Boa Leitura, e por favor ignorem os erros, são 01:20 da manhã e eu to pingando de sono, ainda não betei, faço isso quando acordar C:



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/221962/chapter/15

POV Erika.


Mesmo sendo sexta, estava disposta a ir à aula nessa manhã. Penteei delicadamente os cabelos e botei uma camiseta branca estampada de jornal com shorts azul escuro desbotado, joguei o casaco cinza de moletom por cima e catei a mochila perto das escadas. Antes de descer passei pelo quarto de Lucy que depositou seus pequenos lábios me minha bochecha, e quando cheguei na cozinha para me entupir de pão com geleia encontrei mamãe preparando alguma coisa, ela estava de costas mas se virou para me encarar sobre o ombros, voltou os olhos para o que estava fazendo e apenas comentou:


– Lembrou que o meu dinheiro não é capim? – Sei que ela se referia as minhas faltas recentes, mas eu não pretendia contar o motivo real.


– Estou me sentindo melhor. – Respondi indo até a geladeira.


– Não sabia que preguiça tinha cura! Agora só falta para a vagabundagem. – A ironia em sua voz era irritante, e me fez perder completamente a fome que tinha. Catei apenas uma torrada em cima da mesa e fui devorando-a no caminho.


Passei pela casa de April, assim como eu a loira decidiu tirar a bunda do casulo e enfrentar o inferno matinal. Fiz questão de atualiza-la sobre os últimos acontecimentos mas omitindo algumas partes que eu sei que ela piraria, tipo... O beijo. Ela ficou contente pela nossa trégua e tagarelou as bobagens de sempre, seu cabelo agora deixava a tonalidade verde e incorporava um laranja séptico, April se vangloriava disso como sua mais nova obra de arte. Na porta de escola senti meus olhos procurarem involuntariamente por Zachary, o território ainda era inseguro para mim ainda mais com a iminente aproximação de Tyler que olhava fixamente para mim desde que pontei do outro lado da rua, estava prestes a agarrar o braço de April quando um outro passou por meus ombros e me puxou para um peito quente e definido. De início suspeitei de Johnny mas esse era muito baixinho para ser o armário atrás de mim, Zachary não podia ser também pelo peito rígido e assim me deixava com poucas opções.


– Sentiu minha falta ruivinha? – a respiração do homem bateu em meu pescoço com forme suas palavras saiam vagarosas pelos lábios. Tratei de empurra-lo para trás e me soltar do pseudo-abraço para encara-lo de frente. Olhos castanhos e feições quadradas perfeitamente esculpidas na pele morena de Huntington Beach, não demorei a reconhecer Brian.


– Você ainda quer ter esse braço pra se masturbar com a guitarra? Então nunca mais me assuste desse jeito! – fiquei tão irritada que senti uma pequena veia pulsar sobre minha testa, de cara amarrada fitei Brian que ria debochadamente de minhas palavras sem tirar os olhos de mim.


– Calminha ai! Eu vim em paz. – ele levantou as mãos e correu os olhos pelo campus da escola. – Quem diria que você e o porpeta iam estudar numa escola assim de mauricinhos queima rosca... Isso deve ser o inferno.


– Você nem imagina. – Dei de ombros e me virei para frente novamente. – O que tá fazendo aqui Haner? Veio falar com o Zacky?


– Aquele gordo viado não deu as caras no ensaio ontem, não atendia o celular, não estava em casa... Achamos que tinha caído bêbado por ai em qualquer lugar, mas não achamos nada. – Ele passou a mão pelos curtos cabelos arrepiados e dançou seus olhos sobre mim novamente. – Pensamos então que ele podia estar ocupado com alguma coisa pessoal, sabe?


Me fiz por desentendida mesmo lembrando de tudo que conversara com Zacky, será que ele tinha mesmo ficado tão mexido com isso tudo a ponto de sumir para os amigos? De novo Erika, você conseguiu ser a pior pessoa do mundo sem ao menos saber. Abaixei a cabeça tentando esconder as bochechas avermelhas e ouvi outro riso sonoro saindo dos lábios finos e desenhados do moreno.


– Tudo bem, é só que eu criei outra base para uma música que estamos fazendo. Sabia que vamos começar um novo álbum? – Não, eu não sabia e não estava nem um pouco interessada no assunto de banda deles.


– Coitada da humanidade. – Brian riu e bagunçou meus cabelos em resposta. – PARA COM ISSO SUA GAZELA BRONZEADA! - Outra gargalhada soou e essa não era de Brian.


– Erika e sua sutileza de costume. – Zachary e Johnny se aproximaram e cumprimentaram o amigo com tapas e apertos de mão.


– Já estive com piores. – Brian deu de ombros. – Aqui seu gordo maldito. – Esticou uma pequena sacola com algo que eu julgava ser algum tipo de gravador. – E vê se não falta o próximo, não quero ter que ficar tomando conta da sua parte, sou bom demais pra isso. – De novos eles se estapearam e riram, eu como não queria perder mais tempo perto daqueles trogloditas fui procurar April que a essa hora já devia estar dentro da sala.


O sinal bateu e eu encarei a velha e chata Sra.Swan por longas 01h30min, depois encontrei o pessoal na lanchonete e me dei conta de que Zachary podia engolir 5 bolinhos quase que de uma vez só. Aula de história e depois só precisaria de inglês poderia sumir daqui. Mal pus o pé para fora e outra figura veio em minha direção, uma das quais eu mais queria evitar. Tyler se inclinou com passos largos quase correndo e para a minha direção.


– Até que enfim resolveu dar as caras. – Ele disse em tom neutro quase obscuro enquanto me seguia até a próxima sala.


– Acredite, se pudesse tacava fogo nisso tudo aqui, e de preferência com você dentro.


– Ui, ela está arisca hoje, não tem problema eu sei como cuidar disso. – Sua mão chegou a tocar a base das minhas costas porém tive o reflexo de um gato e girei para o outro lado.


– Não encosta em mim. – Seu humor se revelou frágil e uma carranca grotesca apareceu em seu rosto como se essas simples palavras fossem o suficiente para fazê-lo explodir.


– Cala a boca vadiazinha, desde quando acha que pode falar assim comigo? – Fiquei assustada, Tyler raramente me tratava assim, geralmente quando estava descontrolado, achei que isso não ia mais acontecer enquanto ele tomava medicamentos.


– T-tyler você tá me machucando! – Uma de suas mãos começou a fincar as unhas em meus ombros.


– Você acha que eu não vi Erika? Você acha que eu não vi você de papinho de novo com aquele rockeiro sequelado?! Eu não quero que fale com ele, que respire o mesmo ar que ele! Você é minha garota! – os olhos começaram a piscar rapidamente, sua pele estava oleosa devido a quantidade de suar que escorria por suas têmporas.


– Você não pode me controlar Tyler!


– É ISSO OU VOCÊ ESTÁ FODIDA NESSA MERDA DE ESCOLA, ENTENDEU? – Vi a vermelhidão em seu olhar, as narinas bufavam tão forte que podia sentir o ar quente pairar sobre nós. Sua mão causou ainda mais dor e podia jurar que pequenos cortes já haviam se formado por baixo da blusa.


Devido à troca imediata de salas, não havia mais nenhum aluno no corredor, pelo menos foi o que pensei até alguém puxar o ombro de Tyler violentamente para trás fazendo com que ele se chocasse forte contra uma pilha de armários.


– Não toca nela Dawkins. – Zachary falou firmemente encarando o menino descontrolado. – Você não tá bem, é melhor ir na enfermaria ou falar com o seu pai. – os punhos de Tyler tremiam, a voz rouca parecia rosnar para nós.


– Cai fora Baker, não se mete comigo... E muito menos ouse tocar nela! – Ele arfava e tinha pequenos espasmos nos ombros, eu sabia nitidamente que aquilo era uma de suas crises. Sem me importar corri o máximo que pude até a secretaria encontrando a velha Sra. Norbins de cabeça grisalha escrevendo anotações.


– Emergência, Tyler, crise... – Tentava falar alguma frase com sentido mas a falta de ar me obrigava a respirar mais rápido.


– O senhor Dawkins está em crise? – A pequena senhora arregalou os olhos azuis piscina para mim já com o dedo na discagem rápida para o gabinete de seu pai. Assenti com a cabeça e o pequeno botão verde foi acionado.


Corri novamente para o corredor e me deparei com uma cena a qual preferia não presenciar. Tyler estava com um pequeno corte na boca e era imobilizado por Zachary e Tom, o monitor do segundo andar. Ele se debatia como um animal fazendo muito barulho e de vez enquando chutando um dos armários, a enfermeira gentil do outro dia apareceu correndo pelo outro lado do corredor com uma seringa de líquido transparente e não tardou a injeta-lo no braço livre do rapaz, em menos de cinco minutos Tyler estava inconsciente no chão contando apenas com o subir e descer de seu peito. Zachary e Tom se levantaram atordoados e logo outros funcionários apareceram para carregar o garoto até a enfermaria.


– Vocês estão bem? – A enfermeira chegou até eu e Zacky com olhos preocupados.


– Sim, não nos machucamos. – Respondi pelos dois depois de dar uma rápida checada em Zacky.


– Pobre garoto, parece que os medicamentos medianos já não fazem mais efeito, só essa semana foi a segunda crise na escola e a terceira no total. – ele parecia falar mais consigo mesma do que com nós.


– Então as crises dele voltaram como antes? – Perguntei e ela me deu um breve olhar desconfiado, provavelmente foi orientada pelo diretor a manter os problemas do filho sobre total sigilo, mas devido ao seu pequeno descuido e sobre o acontecido, ela parecia não se importar em falar.


– Mais ou menos um mês, não tenho certeza.


– Desculpe, mas o que esse garoto tem? – Zachary se pronunciou.


– Vocês não são amigos dele? – Sua expressão parecia arrependida.


– Oh, sim! Digo, eu sou! – Tentei me explicar – Zachary só estava me ajudando quando o Tyler... Sabe, pirou.


– Bom, eu vou lá ver o estado dele, é melhor vocês irem para sala, daqui a pouco eu mando um bilhete para seus professores. – Ela sorriu e nos deixou mais uma vez a sós.


– Erika? – A voz sugestiva de Zacky me assustou por alguns segundos, suspirei e então resolvi contar.


– Tyler tem um pequeno índice de esquizofrenia. Não era nada grave antes, na verdade mais um distúrbio comportamental que foi facilmente tratado com remédios regulados. Mas agora a coisa parece que piorou muito, e já vinha piorando antes. – Suspirei novamente passando uma mão pelo cabelo. – Parece que eu contribui com mais uma desgraça na vida alheia.


– Hey cala a boca tampinha, você não tem culpa se ele é doido.


– Não, mas eu ajudava muito a controla-lo na época em que estávamos... Juntos. – Percebi uma leve torção de nariz vinda de Zachary.- Ele era muito possessivo, então terminamos, mas dai pra frente eu virou o alvo preferido do lado obscuro dele. Parece que é só isso que eu faço, piro a cabeça das pessoas.


– pois é Wells, você tem o dom de fazer isso. – Ele disse e eu tratei de andar para a sala evitando olhar para o rosto dele.


– De qualquer forma, é por isso que ele fica me perseguindo, é por isso que eu não queria te contar. Como você já sabe, sim ele é nojento e repugnante, mas não é só isso.


– E você não me contou antes porque...?


– Porque não era da sua conta. – respondi neutra botando a mão sobre a maçaneta.


– Acho justo.- ele respondeu. – Há! Uma coisa, Brian disse pra você passar lá no próximo ensaio, não aceitamos um não como resposta.


– Eu não iria negar. – Virei-me encarando-o com um leve sorriso e fui retribuída.


– A gente se vê mais tarde. – ele disse ainda sorrido e eu entrei para a sala.



***


Cheguei em casa e encontrei Lucy em frente a sua pequena penteadeira branca passando a escova monotonamente pelos cabelos, estava sorrindo e pelo olhar distante não parecia haver percebido minha aproximação. Cantarolava uma melodia que não me era estranha e pelo horário estava se aprontando para ir ao hospital.


– Beatles? – Perguntei me lembrando perfeitamente da introdução de “Love Me Do”.


– Você gosta? – Ela perguntou levantando os olhos e encarando-me pelo espelho.


– Não faz muito meu estilo... Mas também não tenho nada contra. – Dei de ombros e deixei o corpo cair ao lado dela sobre a cama. – Porque tanta animação pra ir no hospital? Achei que odiasse aquele lugar.


– Eu não odeio o hospital! Na verdade acho que não odeio nada, só que não é o lugar mais feliz do mundo. – Lucy enfeitou algumas madeixas com tique-taques coloridos e ficou encarando sua imagem no espelho. – Mesmo assim adoro o pessoal de lá. – Percebi algo diferente em sua última frase, assim que a pronunciou suas maçãs coraram levemente.


– Se você diz... – Dei de ombros e fiquei por encarar o teto enquanto ela ainda cantarolava. – Desde quando você escuta Beatles?


O fino colar dourado que estava entre suas mãos escapuliu em um susto para seu colo, ela rodou o olhar pelo espaço algumas vezes até conseguir formular uma frase.


– E-eu... Escutei por ai, e... Acabei gostando.


– Sei... – Estreitei os olhos para sua imagem no espelho.


– E como vai o Zachary? Já conversaram sobre aquele assunto?


– Hum... Sim, acho que já está tudo bem.

– E vocês estão namorando? – Seus pequenos olhinhos brilharam inocentes para mim.


– Não Lucy! Ele é meu amigo! – Fingi acertá-la com uma de suas almofadas rendadas e a mesma riu do meu desconforto.


Terminei de ajudar minha irmã vestindo-a com a roupa separada em cima da cama, depois disso mamãe apareceu impaciente na porta do quarto mandando com que ela se apressasse.


– Você está linda querida. – Mamão disse descendo com Lucy pela rampa estreita instalada do lado da escada.


– Hum, mãe? – Chamei por ela antes que chegasse ao andar de baixo. – Eu sei que é muito inoportuno, mas é que eu vou sair com uns amigos amanha e não queria passar vergonha, você não pode me emprestar uns...


– Sem dinheiro pra você, se quiser vá conseguir por conta própria. Já não basta pagar por suas mordomias? – Ela se virou com Lucy na cadeira e se encaminhou até a porta.


Voltei ainda estourando com a história, droga, não quero ser a coitadinha pobre que não pode pagar por sua cerveja! Na verdade estou muito cansada disso, de depender da boa vontade da velha. Depois de rolar um pouco na cama ainda perturbada com o assunto, um flesh quase imediato atinou minhas lembranças, eu não precisaria me humilhar para mamãe si tivesse um emprego ou pelo menos um bico. Saltei da cama e comecei a vasculhar o armário procurando o velho par de calças jeans que usei na última conversa séria com April, abri a porta do closet e lancei toda a roupa suja e emaranhada para fora vasculhando no bolso de cada uma. Lá pelos últimos pares encontrei o pequeno e amassado pedaço de tira de papel com o número impresso da moça da revista. 200 dólares mais que bem prometidos, com sorte também conseguiria outras indicações.


– Perfeito. – Sorri para mim mesma e em outra busca pelo lixão que era meu quarto, eu procurei o telefone.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam? Alguma dúvida? Eu sei que não foi um capítulo e tanto, mas calma que ainda tem muita coisa por vir.