Lips Of Deceit escrita por Victims


Capítulo 12
Bleeding Blind Love


Notas iniciais do capítulo

Gente eu sei que o cap ficou um lixo, mas não me matem T-T
Essa semana será semana de provas, então provavelmente vou dar uma sumidinha básica.
Amores eu sei que no fundo desses gentis corações vocês tem a bondade de me deixar uma simples review *u* então não sejam tímidos, escrevam o que quiser, lembrem-se que quanto mais reviews eu tiver mais rápido eu posto o proximo :D
Fantasminhas apareçam :3
Enfim, curtam o capítulo, porém desculpem se estiver uma bostinha ;-;



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POV Zacky.



No início tentei esconder ao máximo todo o rolo com Erika de Johnny, mas o baixinho tem uma habilidade surreal de adivinhar as coisas que acontecem com os amigos. Tentei ser o menos detalhista possível e mesmo assim fui zuado até a morte depois que conseguir despejar a parte em que fomos interrompidos. Eu fui idiota, não devia ter me precipitado tanto. Ainda tinha muitas coisas confusas na minha cabeça como, por exemplo, o motivo por eu querer esse tipo de contato com ela, éramos amigos, não é? Eu sei que ela é muito bonita, tem um jeito diferente e peculiar de deixar qualquer um maluco sem falar naquele sorriso...


Tudo bem, talvez eu estivesse gostando dela, mas eu nunca perco a linha quando quero conquistar uma garota, geralmente eu a cortejo formalmente até estar preparado para avançar... Bem, eu sou meio tímido e não trato qualquer menina como vadia, sei que tem as putas e as que merecem meu trabalho, e Erika de longe era uma dessas poucas. Mas o problema é que chegar perto dela é algo muito arriscado, um simples contato fora de ocasião pode repeli-la para longe, e eu queria saber o porquê disso, o porquê dessa repulsão tão grande por pessoas que a querem bem... Seria algum trauma ou falta de costume? Sei lá, ela ainda era muito misteriosa e complicada para mim, do tipo que mesmo que a história esteja escrita na cara, a verdade se encontra nas entrelinhas. E eu gosto disso parece que toda essa sua complexidade me atrai divertidamente, sempre foi assim desde o início.


Só que assim como o próprio Johnny me alertou a coisa passou um pouco da brincadeira, acho que não notei quando comecei a me envolver de outro modo por ela, não é nada de mais provavelmente uma atração boba e é por isso que não pretendo ir pra frente. Ela não precisa se machucar por minha causa, pelo que já percebi ela está coberta de feridas antigas e se eu tentar me tornar algo a mais do que um amigo posso acabar revivendo esses machucados.


– Vamos lá gorducho, ela via entender... É só você dizer que estava muito bêbado e confundiu ela com a Janis Joplin. – Johnny falou afagando meu braço no corredor do colégio. Enruguei a testa para a piada sem graça e antes que pudesse responder alguém chegou ao longe.


– Zack, Jô! – Alex, um colega da aula de geografia se aproximou.


– Como vai cara? – Apertamos a mão do moreno e indagamos em uma conversa qualquer, o tempo passou até o sinal bater e Johnny ter que correr para a sala dele. Eu e Alex tocamos nosso rumo a terceira sala do corredor B e foi ai que o assunto estranho começou.


– Então Zacky, você tem certeza que está bem? – Ele parecia um tanto apreensivo.


– Claro, algum problema?


– Cara, eu não queria ser a pessoa a falar esse tipo de coisa. – Ele respirou pesado e coçou a cabeça. – Mas sabe, tem uma galera da turma muito preocupada com você. Sabe desde que você reformou sua grade se afastou de muita gente... – Ele tinha razão. Na verdade esse era o motivo para a minha mudança repentina de aulas, eu não queria ver a cara de algumas pessoas com quem andava antes.


– Há, está tudo bem, você sabe que eu não estou chateado com ninguém... Mas já fiz novas amizades.


– O problema é esse Zachary, suas novas “amizades”. – Alex fez aspas no ar com os dedos e franzi o cenho. – O pessoal notou que você tem andado muito com aquela garota... A de cabelo vermelho...


– E o que tem isso? – Respondi cauteloso tentando evitar demostrar a ponta de irritação que aquilo desencadeara.


– O que tem isso?! Zacky, você não é um cara desses. Sabe muito bem que pode ter metade das garotas dessa escola a hora que quiser, sua popularidade sempre foi algo notável e sem falar no seu tempo no time de futebol....


– Eu nunca gostei de futebol, foi só uma experiência. – Mesmo que tenha durado tempo o bastante para levantar um status que eu nunca me preocupei em manter.


– Tá eu sei disso, mas o que eu quero dizer é: Não faça isso, não se meta com esse tipo de gente. Você merece coisa muito melhor!


– O que você tem contra a Erika? – Mesmo sendo um cara extremamente calmo não escondi a raiva nas palavras. Meu Deus, parece que hoje todo mundo tirou o dia para me lembrar da existência da baixinha.


– Eu não tenho nada, quem tem é deixa eu ver... – Ele revirou os olhos ironicamente. – Toda a escola? Tá, talvez não toda ela, mas uma boa parte. Fala seria cara, você sabe muito bem quem é ela. E para você ter noção do quanto tá chocando todo mundo a própria Marcy está preocupada com você!


– O que Marcy tem a ver com isso? E como assim, ainda não entendi essa coisa... – Agora eu estava muito confuso.


– Zachary acorda! Ela é a aluna representante, presidente do grêmio e a maior gostosa. – Ele riu esperando a mesma reação de mim, porém não obteve. – Bem, acontece que ela me pediu pra dar esse toque em você. Tem noção do quanto isso é surreal? Marcy Freeman se preocupando com você?! Cara, se não fosse pela situação que você tá eu queria está no seu lugar.


– Você não conhece a Erika, não pode sair julgando ela assim do nada.


– Eu não a conheço? Pelo visto quem não a conhece é você! Mas isso já era de se esperar, ainda não descobri em que mundo você vive. – o magrelo passou os braços por trás da cabeça e torceu o nariz ao avistar a entrada da sala.


–Ainda estou descobrindo. – Dei de ombros.


– Então pergunte a ela sobre o incidente dos jogos estudantis de três anos atrás. – Ele me encarou um pouco sério demais e depois concluiu. – Depois pergunte como é arruinar a reputação de uma das melhores escolas de Huntington Beach e o futuro da maioria dos alunos. – Ele se virou irritado e foi até seu lugar no meio das carteiras. Eu também segui o meu caminho totalmente abestado pela conversa mais sem sentido da minha vida. Então voltávamos ao dilema inicial, ainda havia muitas coisas sobre Erika que eu não conhecia?


POV Erika.



Resolvi matar aula hoje também, eu sei que não adianta fugir de Zachary, que uma hora ou outra terei que encara-lo cara a cara, mas pelo menos quando o fizer quero estar de cabeça limpa e até com alguns argumentos em mente. Não é só porque ele é meu amigo ( pelo menos é isso que eu acho que somos ) que pegarei leve, ele vai ouvir poucas e boas e se eu tiver sorte conseguirei afasta-lo por completo. É, cheguei à conclusão que já fui estúpida o suficiente de deixar alguém se aproximar desse jeito, de agora em diante Zachary sairia da minha vida assim como Johnny, e qualquer outro dos meninos... Confesso que uma parte de mim talvez sinta falta, até porque não acabei de tirar sarro do nariz empinado de Brian, mas com certeza eu superarei, sempre supero.


– Sua vez! – Lucy exclamou gentilmente me esticando um dos cartões de papelão do jogo “Imagem & Ação”, ela sabe que esse é meu jogo favorito, por isso conseguiu me prender em casa.


Acabei tendo que desenhar um unicórnio e o fiz perfeitamente. Quando jogamos esse jogo geralmente ignoramos todas as regras chatas e apenas ficamos desenhando coisas aleatórias para a outra adivinhar, fico feliz quando jogo com Lucy porque ela ama meus desenhos e as vezes me pede ajuda. Eu gostaria de passar meus conhecimentos artísticos para alguém, principalmente para ela. Lucy estava especialmente arrumada hoje, os finos cabelos ondulados presos em duas tranças que desciam até o peito finalizadas com lacinhos xadrez de bege e marfim, O rosto branco salpicado de sardinhas guardava o doce sorriso de uma criança ingênua e ansiosa.


– O que é um ogro? – Ela me perguntou frustrada por ter que revelar mais uma vez o item do seu cartão em busca de ajuda.


– Imagine a mamãe duas vezes maior, verde, gosmenta com espinhos gigantes na corcunda gritando: “ Luuuuuuuuucyyyy hora do mééédico! Rwaaar” – Disse avançando em sua direção com as mãos arqueadas como presas. Lucy gargalhou fingindo temer minha figura e depois começamos uma de nossas famosas guerras de cócegas. Levantei-a do sofá e comecei a rodopiar pela sala como uma espécie de furacão carregando minha irmãzinha no colo.


– Erika! Solte já a sua irmã, vai acabar machucando ela! – A voz rouca e autoritária da minha mãe cortou o clima divertido em que nos encontrávamos. Ela foi até Lucy e tirou-a do meu colo encarando-me com a feição séria e repreendedora. – Meu amorzinho, tá tudo bem? Pronta para o médico? – Depois colocou-a na cadeira de rodas que já estava posta na porta.


– Eu não gosto muito de ir lá... – Lucy começou receosa como ela sempre ficava quando minha mãe era grossa desnecessariamente comigo. – A Erika pode ir com a gente mamãe?


– Sua irmã não deve ter mais nada para fazer mesmo... – Minha mãe arqueou as sobrancelhas e me fitou atentamente. Eu entendi muito bem a indireta e fiquei grata por Lucy não ter percebido também, ela odeia quando eu e minha mãe começamos a brigar.


– Tudo bem, eu ia encontrar uma pessoa hoje, mas posso marcar com ela depois.


– É aquele rapaz? Zachary, se não me engano? – De novo o olhar desconfiado de minha mãe acabou com o espaço que nos separava, Lucy percebeu a tensão e se pronunciou.


– Haaa sim! O menino que te traz em casa? Ele é tão romântico, chama ele pra ir com a gente, se você vai ter um namorado eu tenho que aprovar primeiro! – Ela disse sorrindo de novo e suplicando a hipótese para minha mãe com os olhinhos pidões.


– Para com isso menina, você tá vendo filme de mais! – Sorri sem jeito para as duas. – Ele é só um amigo, e também fica muito no trabalho não vai ter tempo assim de sobra. – Desconversei puxando o casaco azul de lã que deixara em cima do sofá andando até a porta quase como um convite a irmos todas para o carro e esquecer o assunto Zachary baker.


– Então o Romeu trabalha? – Mamãe brincou parecendo aprovar a condição de Zachary. Resolvi não acabar com suas fantasias revelando que o tal trabalho era tocar numa banda de garagem.


– Tem, e há essa hora deve estar muito ocupado.


– Sério? Porque eu acho que tratando-se de você ele tem todo o tempo do mundo. – Minha mãe disse com um sorriso malicioso aproximando-se da janela, não entendi nada até passar pela porta e avistar aquele desgraçado se aproximar pela nossa calçada. No susto pulei para dentro novamente batendo a porta atrás de mim, senti o rosto queimar e os olhos arregalarem para Lucy.


– Vamos embora. Porta dos fundos. Agora! – Disse empurrando a cadeira de rodas de Lucy pelo pequeno corredor em direção a cozinha.


– Erika para com isso, o que pensa que está fazendo? – Minha mãe não estava entendendo nada, porém nos seguiu pelos azulejos amarelados até a portinha que dava para a área de serviço.


– Longa história, não quero ver ele. – Disse abrindo o portãozinho de metal que levava a entrada da garagem.


– Mas você não ia encontrar com ele mais tarde?! – Lucy reclamou também querendo uma explicação.


– Sim... Não! Digo, eu não sei. – Olhei desesperada para minha mãe que entendeu o recado.


– Querida, parece que sua irmã precisa conversar com o amigo dela, mas acho que agora não é melhor momento. Porque não vamos logo para o doutor Philip? – Entramos todas no carro e mamãe deu a partida, lancei lhe um olhar de agradecimento e ela assentiu com a cabeça sorrindo gentilmente em seguida.


Saímos da garagem no volvo prata passando apressado pelo asfalto quente, pelo retrovisor avistei sua figura assustada quando me reconheceu na parte de dentro do carro. Ele correu um pouco atrás do veículo gesticulando para que parássemos, mas eu apenas pedia que mamãe acelerasse cada vez mais, assim que ele não conseguiu mais acompanhar o carro parou exausto na calçada apenas me fitando pelo retrovisor, fiquei a encarar sua figura desaparecendo ao longe sentindo um imenso aperto no peito, de alguma forma sabia que deveria adiar mais essa conversa até eu mesma estar pronta pra isso.


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