Lips Of Deceit escrita por Victims


Capítulo 11
Denying The Fear


Notas iniciais do capítulo

Eu aqui de noovo! Gente, vcs não gostaram do último capítulo
? Sei lá, não tive muitas reviews ): Mas anyway, não ia atrasar a fic por causa disso, afinal tenho leitoras aqui que eu amo muito e que merecem todos os capítulos dessa bagaça -qqq
Quem aqui quase perdeu o útero por causa do Tyler levanta a mão o/ o/ o/ HUAEHUAHEAU
brinks, enfim
Boa leitura!



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POV Erika.



Não queria ir à escola, mas cometi o fatídico erro de comentar com April sobre meu quase deslize com Zachary. Resultado? Ela passou na minha casa mais cedo do que o normal e me arrastou insatisfeita pela calça extraindo toda informação possível sobre o dia anterior. Discutimos várias vezes enquanto ela tentava me convencer de que eu gostava de Zachary e que não estava brava. Mas quem é ela para dizer o que eu sinto ou não?


– Pela última vez... Não, eu estou MUITO puta com ele! Não tinha esse direito, violou a mais importante regra da nossa amizade, e ainda me agarrou a força! – Dramatizei a cena e April apenas revirou os olhos por baixo da grossa armação.


– A força? Você não comentou isso antes... – Ironizou e bufei. – Erika, tudo bem você até pode estar muito brava ao ponto de empalar nosso amiguinho, mas isso não quer dizer que você não esta afim do Zachary Fofo Baker. – Torci o nariz ao ouvir o sobrenome inventado por April.


– NÃO! Eu não estou! Aquele, imbecil, irritante, idiota, gordo, abobalhado de beiçola passou totalmente dos limites. Eu não acredito que ele tentou se aproveitar de mim, por isso não confio em mais ninguém fui esperta em ser cuidadosa com ele.


– ERIKA ACORDA! – April agitou a mão estalando os dedos. – Ele não estava se aproveitando, só está atraído por você. Vamos lá menina, você sabe muito bem a diferença entre essas duas características. – Inconscientemente lembrei dos olhos dourados de Tyler me fitando como uma presa e estremeci.


– Eu não imaginei que Zachary estava afim de mim. – Abaixei a voz sentindo um toque de decepção.


– E agora? O que você vai fazer? Estamos quase nos portões de Marina High School e a não ser que você queira se jogar nos braços do porpeta interpretando uma das cenas de Shakespeare, é melhor pensar em um bom plano. – O dedo magro coberto por esmalte neon de April apontou para os portões de ferro oxidado da escola. Engoli em seco travando as pernas em reflexo.


– Qual é Erika, você sabe que é impossível não ver a cara dele hoje. Supera isso e conversa CIVILIZADAMENTE com ele. – Não entendi porque ela enfatizou o “civilizadamente”, entretanto ignorei.


– Eu não sei o que falar! E quando isso acontece geralmente meus punhos falam por mim. – Atravessamos a entrada cautelosamente enquanto eu me escondia em suas costas.


– Não se atreva a estragar aquele rostinho redondo! Se você não quer, eu posso ficar com ele e espalhar aquela preciosa genética para meus filhos. – Soquei suas costas fazendo-a gargalhar em pleno corredor movimentado.


Não encontramos Zacky na entrada, o que de certo modo me incomodou. Eu não queria vê-lo, mas se ele não estava lá seria porque ele também não queria me ver, ou seja estava arrependido. Fui para a aula de química tão impaciente e imersa nos pensamentos que não vi uma grande e rosada mochila florida ser colocada propositalmente no meu caminho e acabei por tropeçar desajeitadamente espalhando metade dos meus livros pelo pequeno corredor entre as carteiras. Gargalhadas esganiçadas ecoaram por toda a área da sala me fazendo o centro das atenções, enquanto levantava sentindo o queixo formigar de dor me deparei com a figura sorridente de Marcy recolhendo a bolsa de volta para seu colo.


– Oh! Desculpa Wells, não vi você chegando. – Seus olhos assumiram uma expressão de falsa pena recheados com deboche. – Na verdade, acho que ninguém viu, ou veria.


– É o que acontece quando a futilidade tampa a cara toda. – Me levantei batendo a roupa e evitando encarar qualquer rosto envolta de mim.


– Alguém tem que se olhar no espelho antes de vir para a escola Marcy. Tem coisa muito pior pendurada na sua testa queridinha. – Cloe, a garota sentada sobre a mesa de Marcy falou para a felicidade geral da classe. Suspirei forte e catei o resto dos meus pertences.


– Só mantenha suas coisas fora do meu caminho Freeman. – Sibilei encarando-a nos olhos.


– Não se preocupe, minhas coisas são muito valiosas para ficaram no seu caminho. – Mais burburinhos começaram e eu me dirigi para a carteira dos fundos.


– Cuidado mesmo Marcy, se alguma coisa sua sumir já sabemos onde procurar. – Cloe acrescentou mais uma vez antes de também chegar ao seu lugar com a entrada da Srta. Swan.


Abri o caderno de desenho e comecei a folear procurando uma página em branco. Nela comecei a desenhar o corpo de uma menina loira deitado no chão sendo devorado por uma das cabeças de Cérberus. Depois de traçar as ultimas linhas de contraste entre os órgãos sobressalentes e os esguichos de sangue, o sinal tocou me deixando livre para abandonar a sala. Não fui para o refeitório onde provavelmente encontraria Zachary desviei meu caminho até o velho carvalho branco me escondendo entre suas raízes superficiais aconchegando-me na sombra. Aproveitei a paz para tirar da bolsa o cantil azul que April havia abastecido para mim logo de manha. A vodka desceu rasgante pela garganta depois entorpecendo os músculos da boca, senti uma leve brisa passar e desarrumar alguns fios de meus cabelos, a sensação era tão boa que acabei me recostando no tronco da árvore e fechando os olhos. Sem Marcy e sem Zachary eu podia sentir todo o peso nas costas serem descarregados com a vodka. Fiquei tão distraída que só percebi que alguém se aproximava quando o ser estava praticamente na minha frente. Hesitante, abri os olhos rolando-os até o rosto de Johnny e de novo relaxando do susto.


– Posso sentar aqui? – Ele perguntou um tanto apreensivo.


– Vai em frente. – Arrastei-me um pouco para o lado deixando-o se acomodar. – Aceita? – Entreguei o cantil para ele que depois de alguns gole parecia mais feliz.


– Sempre me surpreendendo Wells. – Ele sorriu despreocupado e virou para me encarar.


– Que bom, eu acho. – Abaixei o olhar desviando. Ficamos em silêncio por certo tempo até eu não agüentar mais, odeio ser curiosa. – Cadê o Zachary? – Tentei parecer o mais natural possível.


– Há... Os meninos decidiram matar aula para ensaiarem hoje, não te falaram? – Refleti um tempo, mas a única coisa que me vinha à cabeça era Zachary na porta da minha casa. Balancei a cabeça afastando os pensamentos para não dar na lata com Johnny.


– Pelo visto nem pra você. – Respondi tomando outro gole.


Ele cerrou os lábios e depois sorriu tomando o cantil mais uma vez da minha mão.


– Certa. – Johnny fitou o nada com os olhos castanhos totalmente despreocupados.


– Como eles ensaiam sem o baixista? – Fiquei um tanto intrigada.


– Eu? Oh não. – Johnny riu de si mesmo e percebi suas bochechas corarem. – Ainda não sou o baixista da banda.


– Como?! Eu mesma expulsei aquele palito ambulante e fiz questão de deixar claro que você deveria assumir! – Cruzei os braços enrugando as sobrancelhas de indignação.


–Então a senhorita Wells se preocupou comigo? Que honra! – Soquei seu braço e de novo o anão gargalhou. – Calma, eu vou ser o baixista mas...


– Mas? – Ele parecia sem graça em responder.


– Eu to de castigo, não posso tocar nada por alguns meses. – Foi minha vez de gargalhar. Eu sabia que Johnny era mais novo, mas não sabia que ainda tinha esse tipo de relação com os pais. – Os garotos tão com outro baixista temporariamente, até meu irmão e meus pais me liberarem.


– Isso que dá ficar enchendo o saco dos amigos do seu irmão. – Respondi fazendo cafuné no único menino do colégio com a mesma estatura que a minha.


– Eu quero ver você tocar, só pra saber se valeu mesmo a pena a antipatia gratuita que eu ganhei do Wendt.


– E verá, não vai se arrepender! – Osinal tocou novamente nos lembrando que era hora de voltar. Mesmo a conversa com Johnny não ter esclarecido nada do que eu queria, me senti bem de ter passado algum tempo com alguém que não quer extorquir nada de mim.


Voltei com Johnny até o interior da escola encontrando com April no caminho. Nós três andamos normalmente pelos corredores ignorando triunfantemente todos os olhares de nojo e espanto que eram lançados para o trio. Passamos por Marcy e Tyler que se beijavam indiscretamente encostados nos armários, para os outros alunos parecia uma cena de filme hollywoodiano, mas para mim foi quase o motivo para toda a vodka do intervalo se revirar no meu estômago. Por uma fração de segundos pensei ter visto os olhos de Tyler se abrirem e me encararem com apreensão, desviei o olhar da cena e tive certeza ao ouvir uma pequena briga dos dois na qual a desconcentração dele por minha causa não passara despercebido por Marcy.


A aula de história era minha preferia, mesmo assim não teve graça sem Zacky me perturbando a cada cinco minutos e fazendo piadinhas sobre todos os assuntos possíveis relacionados com a matéria. Fiquei a encarar o quadro com cara de paisagem por muito tempo, na minha cabeça um turbilhão de pensamentos se entrelaçavam e criavam novas hipóteses e situações. Como seria se nós tivéssemos realmente nos beijado? ... Para com isso Menina! Você não quer beijar o Zachary, você não vai beijar o Zachary. Há essa hora ele deve estar rindo da sua cara com todos os amiguinhos dele e se matando de arrependimento, vai ver ele só se aproximou de mim porque queria me pegar uma noite e depois cair fora! Ainda bem que não deixei ele se aproximar, digo não o suficiente para me importar de verdade com aquela chupeta de baleia ambulante. ARG EU ODEIO ZACHARY BAKER!


– O esquisitona, dá pra parar de bater a caneta na mesa ou ta difícil? –O garoto alto de sardinhas atrás de mim me cutucou sem o mínimo de delicadeza. Nem havia percebido o barulho irritante que estava fazendo, ia pedir desculpas, mas pela atitude ignorante do ser decidi responder a altura, afinal também precisava extravasar um pouco a raiva.


– Eu tenho nome, você gostaria de ser chamado de porco espinho ou desentupidor de privada? Porque cara, com essas crateras no seu rosto e essa boca de caçapa duvido que já tenha conseguido comer alguém... Há, mas você se referia a esse barulho não é? – Bati a caneta mais forte na mesa assustando o garoto que já me olhava bem apavorado. – Eu vou parar sim, sabe por quê? Porque você é tão educado que me faz querer parar de batuca-la na mesa para enfiar bem na sua bunda!



– Senhorita Wells, já chega! Por favor, se dirija a sala do diretor! - A voz grossa e pesada do Sr. Collins interrompeu a aula. Ele era um cara bem legal, o problema que na frente dos alunos não podia demonstrar isso.


Me levantei ainda encarando o garoto que provavelmente se borrara na cadeira e catei todo o meu material, fui vaiada por todo o caminho até a porta e antes de fechá-la vi o Sr. Collins se desculpar com um aceno de cabeça. Ignorei e bati com um pouco de força a mais do que eu precisava. Definitivamente hoje não era meu dia, passei as mãos pela cara tentando me acalmar um pouco abraçando a mochila sobre o colo. Tirei o celular do bolso e mandei mensagem para April avisando que iria fugir pelos fundos, e se ela quisesse me encontrar para sair da sala agora mesmo. Antes de alcançar a área de serviço do colégio April já estava ao meu alcance, quando o assunto é cabular aula essa menina não perde tempo. Eu particularmente não ligo, não sirvo pra nada e nunca terei um futuro brilhante como a minha irmã, portando não faço a mínima questão de cumprir meu horário escolar.


Pulamos a cerquinha de metal e fomos pára um barzinho que sempre íamos quando matávamos aula, “Bar do Bô”. No caminho April comprou cigarros e uma revista qualquer que ela acompanhava, sentamos na mesma mesa de sempre e de cortesia, Bô (o dono do bar, dãã) nos trouxe duas garrafas de cerveja por conta da casa.


– Que tal comermos algo? – April sugeriu passando as páginas.


– Não tenho um centavo para isso, o trocado aqui da só pra uma cerveja.


– Erika, você anda mais pobre ultimamente, o que houve? Sua mãe vetou a mesada? – Agora me encarava com um sorriso travesso.


– Quase isso. Ela quer que eu arrume meu próprio dinheiro igual Carmen fazia na minha idade. – Revirei os olhos tomando mais uma boa dose do meu álcool.


– Isso é horrível, ainda bem que a minha mãe é do tipo ausente por causa do trabalho, e me recompensa com dinheiro extra como uma forma de acalmar a própria consciência. – Ela riu e voltou a ler algum artigo. – Tão ridícula...


Bebemos por mais tempo que planejávamos e conversamos sobre assuntos diversos. Quando o horário coincidiu com o que sairíamos do colégio deixamos o dinheiro no balcão e continuamos no caminho de casa.


– Cara para de ler isso e olha por onde anda, é a terceira vez que eu te desvio de um poste! – Reclamei pela falta de atenção de April na vida real.


– Essa é a minha revista preferida, além do mais sempre acho algo útil aqui. – Deu de ombros e continuou a quase cair a cada passo.


– Faça como quiser. – Passei as mão por trás da cabeça e fiquei a fitar o céu.


– E-R-I-K-A! – April nos parou brutalmente quicando como uma bola ping-pong. – Não disse que sempre achava algo útil aqui?! – Ela me estendeu um pequeno anúncio o canto de uma das páginas que era escrito em letras coloridas, nele informava a necessidade de alguém disposto pra fazer a arte da capa de um novo livro. – Não é exatamente o que você precisava? E ainda vai ganhar 200 pratas só pra desenhar uma capa!


– Não é tão simples assim ameba aloirada. E depois essa mulher vai querer um especialista, não uma amadora como eu.


– Se ela quisesse um especialista não teria posto esse anuncio, apenas ligado pra um, sua demente.Olha, assim além de ganhar dinheiro fazendo algo que você gosta, mostra pra sua mãe que desenhar não é tão inútil quanto ela pensa.


Considerei a opinião de April e acabei por rasgar o telefone que aparecia destacável no anúncio. Assim pegaria o resto das informações mais tarde com a própria escritora se eu decidisse realmente fazer algo do tipo. Chegamos na frente da minha casa e nos despedimos, assim que entrei em casa dei um beijo na testa de Lucy e avisei minha chegada para mamãe subido para o quarto de dois em dois degraus. Joguei todo o material em cima da cama e depois o corpo, estava prestes a adormecer quando o celular vibrou em cima da colcha e mesmo morrendo de preguiça puxei-o para perto. No visor o aviso de uma nova mensagem piscava alternadamente, resolvi ler esperando alguma brincadeira sem graça de April porém para minha desagradável surpresa não era exatamente isso. Arregalei os olhos e senti falta de ar a cada linha que meus olhos percorriam.


“ Queria falar com você, não é nada sério.

Mas acho que precisamos conversar, desculpa

Não ter ido na aula hoje, esqueci de te avisar sobre

Isso ]:

Até amanha Erika, não adianta fugir de mim

LoL

Xo – ZV”


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Notas finais do capítulo

Então pessoal? haha até o próximo, prometo não demorar igual a esse xD