Coletando Lembranças... escrita por Luangel


Capítulo 21
Enfrentando seus próprios demônios


Notas iniciais do capítulo

Oiê!^^ Tudo bem com vocês, meus amados leitores? ^-^ Bem, mesmo estando d férias ñ consegui postar antes pq tive bloqueio criativo e a típica preguiça das férias não me ajudou muito xD gostei d fazer esse cap e tenho um desafio a vocês meus queridinhos *le risada maléfica de autora*: vamos ver quem descobre a magia dos gêmeos...
boa leitura! o/



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Makarov abriu os olhos, mas não viu diferença, na realidade ele não via nada. A escuridão ao seu redor era onipresente, densa, e viva.

O grisalho sentia os pelos de sua nuca se arrepiarem, ele podia estar paranóico, mas ele sentia que algo o observava, que ria dele e aquilo realmente não era nada bom.

O mago tentou achar seus “filhos”, mas para seu desespero, não encontrou nenhum, e por alguns instantes ele considerou usar sua magia para poder “crescer” e ver se encontrava alguém, mas se conteve, afinal, ele não sabia aonde estava e nem quem estava ali...

—Pessoal!—Gritou o mestre da guilda e para seu alivio, os magos responderam algumas palavras soltas. —Natsu, nos de alguma luz, por favor.

O rosado obedeceu e logo seus punhos envolvidos por duas labaredas de chamas douradas que iluminaram os rostos amedrontados e confusos de seus companheiros.

Em meio ao denso breu que ainda restava no lugar, Gajeel viu um par de olhos dourados surgirem.

—Eles estão vindo!—Gritou o moreno, seu braço se tornando uma viga de ferro.

Os magos se preparam para lutar, mas os gêmeos não avançaram.

Kuwabara olhou para Kouji e disse com uma voz doentia:

            —Irmão, vamos brincar um pouquinho...

            —É verdade, faz tempo que nós não brincamos assim com outras pessoas.—Concordou Kouji, rindo como se estivesse enlouquecido.

            —Quem perder, morre.—Disseram os dois, suas vozes infantilmente fatais ressoaram e de repente o belo lustre que estava no teto se acendeu com chamas vermelhas, e logo em seguida as dezenas de candelabros nas paredes também se acenderam.

            Gray olhou ao seu redor, não reconhecendo aquele lugar como sendo o luxuoso salão que eles haviam entrado há pouco.

A pintura renascentista, que antes era suave e angelical agora iluminado pelas chamas vermelhas, ganhava um ar demoníaco, e as trevas tomavam conta de seus rostos, como se olhassem para o Fullbuster com desdém e maldade, ansiosos para ver o show da morte começar.

As esculturas que seguravam as pilastras agora pareciam gárgulas deformadas e aterrorizantes.

            O chão de mármore que antes era alvo, brilhava a cor das chamas e refletiam o mago de gelo com a expressão estranha, aquilo era medo e, assustado ele percebeu que aquilo era verdade.

As crianças deram as mãos, unindo magias, e antes que alguém pudesse entender o que estava acontecendo, o grito de Erza se fez presente e quando Gray a olhou, a ruiva estava sendo engolida pelo chão, e logo desapareceu “para baixo” dele se é que isso é possível.

            Happy tentou voar para ver se conseguia alcançá-la, mas suas patinhas estavam presas ao chão, que agora se tornava liquido e afundava todos os magos com uma rapidez assustadora.

Percebendo isso, Levy, pegou o gatinho azul e o colocou em seus ombros enquanto, ela se apoiava em uma das pilastras, tentando não ser arrastada por aquele chão bizarramente liquido.

A azulada encarou as crianças que se divertiam vendo o desespero e decidiu que deveria fazer algo, por mais que eles fossem crianças, eram malvados e estavam machucando seus companheiros.

            A Mcgarden levantou a mão e a palavra fogo se formou a poucos metros de distancia, e sem hesitar, ela o lançou contra os rosados.

Uma nuvem de fumaça se fez quando o fogo os atingiu, mas quando a mesma abaixou, as duas crianças estavam intactas, sem nenhuma ferida.

Kuwabara tinha só um pouco do cabelo chamuscado, o que seria até uma cena engraçada, mas nenhum deles riu e quando os dois voltaram seus olhos bicolores para a maga, e ela estremeceu devido ao pânico.

            —Isso não é possível...—Murmurou a mesma, sua voz entrecortada pelo desespero.

            Kouji soltou uma gargalhada e Kuwabara respondeu por ele:

            —Esse é o nosso mundo, tudo é possível...

            —Levy, cuidado!—Gritou o Exceed voando, e quando a garota se virou, já era tarde e ela deu de cara com uma das esculturas que decoravam o salão.

A escultura era feita de argila branca, tinha um focinho semelhante ao de um cão, mas seu corpo era masculino, sem contar nas grandiosas asas que constantemente batiam uma nas outras, fazendo um som oco e irritante.

            Levy se manteve quieta, ela não tinha como se mover, a gárgula a prendia contra a pilastra.

De repente, ele se aproximou e com uma língua asquerosa, a escultura lambeu a bochechas da azuladas, como um leão faminto e nessa hora a Mcgarden não agüentou e automaticamente desferiu um soco no focinho da escultura.

A pequenina mão da garota se quebrou, e um grito doloroso escapou por seus lábios, e para sua frustração, seu soco não havia feito mais do que deixar a gárgula ainda mais zangada.

            Sem hesitar, a escultura a levantou pelos braços, fazendo com que seus pés deixassem de tocar o chão.

Do outro lado do salão, o Redfox tentava se aproximar dali, lutando contra as águas que o empurravam para baixo.

Sua fúria e força de vontade serviam de combustível para ele que desejava transformar aquela gárgula maldita em farelos.

Para seu desespero, Kouji se aproximou da maga e tocou seu rosto que tentava se desviar do toque, sem sucesso.

            Gradativamente, os grandes olhos castanhos foram perdendo o brilho e foi parando de se debater, até ficar tão imóvel quanto uma boneca.

            —Levy!—Gritou o DragonSlayer, irado, e seu grito chamou a atenção da gárgula que se virou bem a tempo de ter a cabeça separada do corpo pelo potente soco do mago.

A garota escorregou pelo chão ao mesmo tempo que a gárgula se quebrou no chão. Gajeel se ajoelhou ao lado dela e passou a mão por seu rosto, retirando o cabelo da frente de seus olhos.

            Lentamente Levy levantou a cabeça, encarando o moreno com seus olhos opacos e o DragonSlayer suspirou, se sentindo aliviado, alivio tal que durou muito pouco.

De súbito a azulada gritou e o empurrou para longe de si.

            —Levy?—Sussurrou o Redfox, confuso.

            —Saia de perto de mim! Socorro!—Gritou a Mcgarden, e quando ela tentou se levantar, ele a segurou.—Nós não te fizemos nada! Deixe meus companheiros em paz!

            Aquelas palavras o atingiram como um soco, o mago nunca a viu tão assustada daquele jeito antes, a não ser quando... Quando ele a atacou, num passado distante, quando ainda fazia parte da Phantom Lord.

Com um rosnado feroz, o garoto se voltou para Kouji que assistia aquela cena com um sorriso satisfeito nos lábios.

            —O que você fez?!—Gritou, mas o sorriso na face do garotinho não se alterou.

            —Na verdade, a pergunta certa é o que “você” fez... Eu só a relembrei do medo dela, é algo simples de se fazer, principalmente com alguém medrosa como ela.

            —Ora seu...—Antes que Gajeel terminasse sua ameaça, a Mcgarden acertou em cheio seu joelho na virilha do moreno e assim acabou se soltando do mesmo, correndo para longe e o Redfox a viu ser engolida pelo chão.

            Gajeel trincou o maxilar ao ouvir a gargalhada debochada de Kouji e sem se preocupar consigo, o moreno se jogou contra a água fria e escura que antes era o chão de mármore.

A água era gélida e o Redfox parecia sentir aquilo nos ossos, mas não se prendeu a esses detalhes, tinha que achar Levy antes que ela acabasse morrendo afogada em seus próprios medos.

Infelizmente, Kouji se divertiu intensamente diante do sofrimento da azulada e sem se importar, fez com que os outros magos também sofressem com sua magia.

Gritos, choro e histeria se alastrou entre as pessoas como um vírus fatal, afinal, todo mundo temia algo.

Elfman estava sendo atormentado pelo sentimento de culpa e desespero de quando achou que havia matado Lissana, já a albina se sentiu dominada pelo medo como quando havia chegado em Edolas, uma terra totalmente desconhecida.

            E como se não bastasse, Kuwabara fez com que novas esculturas ganhassem vida, complicando ainda mais a vida dos magos que já estavam exaustos fisicamente por tentarem não se afundarem no chão e que já estavam abalados psicologicamente por seus próprios demônios.

 Debaixo daquela água gélida, Gajeel finalmente alcançou a Mcgarden, ou pelo menos a avistou, já que a maga fazia de tudo para escapar de suas mãos, como se preferisse morrer do que ser tocada pelo moreno, e isso doía nele.

De repente a garota colocou as mãos em seu próprio pescoço em um gesto angustiado e desesperado, e por alguns instantes o Redfox pensava que ela tentaria soltar algum grito como antes, mas por entre seus delicados lábios, saíram as últimas bolhas de ar que antes existiam em seus pulmões.

            Percebendo isso, o DragonSlayer nadou até próximo dela, que nem ao menos tentou se afastar mas seus olhos castanhos o encararam enquanto sem forças, seu delgado corpo afundava na escuridão daquele oceano.

Nadando o mais rápido que podia até Levy, Gajeel finalmente conseguiu segurar a cintura da azulada e guiado pelo medo de perdê-la, o moreno não pensou em si próprio e sem hesitar pressionou seus lábios contra os dela e soprou para ela, o ar que tinha para si, em um beijo salvador e que teve o efeito bem melhor do que o esperado.

De súbito, a Mcgarden abriu os olhos, encarando as orbes avermelhadas do moreno, e para o alívio do mesmo, aquela era a maga que ele conhecia, a que logo ficou corada, mas que mesmo assim correspondeu ao beijo.

O feitiço havia sido quebrado, o ato do Redfox dissipara qualquer rastro de medo na maga, afinal, não é de passado que as pessoas vivem.

            E quem diria que a salvação viria de um jeito tão irritantemente clichê segundo o Redfox e de um jeito tão romântico quanto nos livros de Levy...

Sem nenhum aviso prévio, o DragonSlayer desfez o beijo, e assustada, a azulada percebeu que agora era ele quem corria perigo.

Segurando um dos braços do garoto, a Mcgarden o levou com todas as suas forças para a superfície onde o caos ainda reinava.

Ele precisou de alguns segundos para voltar ao normal e logo foi abraçado pela maga, um abraço apertado que quase o deixou sem ar, novamente.

 Gajeel passou alguns segundos estático, sem saber ao certo o que fazer, mas logo retribuiu o gesto, a mantendo perto de si.

Há poucos metros de distancia, a gloriosa titânia surgiu da água, usando a sua armadura que mais parece um quimono, a Robe de Yuen.

            Erza girou sua lança nas mãos e com um só golpe destruiu uma das gárgulas que incessantemente atacava Cana.

Os gêmeos riram alto e bateram palmas, como se estivessem em algum circo, vendo um espetáculo divertidíssimo.

Ao ouvir aquelas gargalhadas, a ruiva os fuzilou com o olhar e se preparou para atacá-los, nada a irritava tanto quanto alguém se divertindo em machucar as pessoas que ela amava.

A Scarlet correu na direção deles com um grito raivoso e desferiu um golpe na direção de Kuwabara, mas ele permaneceu sorrindo cinicamente como se a mulher raivosa e armada correndo em sua direção não fosse nada que devesse ter sua preocupação.

Na hora em que a lâmina cortaria o pescoço do menino, a ponta da afiada lança brilhou e começou a ficar vermelha, como se tivesse sido aquecida durante um bom tempo no fogo e a maga não viu escolha a não ser soltá-la quando o cabo queimou suas mãos e se tornou liquido pouco tempo depois, no chão.

            Kouji riu quase que histericamente enquanto Kuwabara piscou para ela, como se a provocasse, semeando ainda mais ódio.

Com um rosnado, Erza saltou para trás, se afastando e mudou novamente sua armadura, usando a armadura Flight, com estampa de leopardo que a deixava muito mais rápida.

A ruiva correu na direção deles e tentou atacar Kuwabara novamente, contando que com aquela armadura, o rosado não escaparia de sua fúria, mas foi então que o impossível aconteceu...

A pequena criança pendeu a cabeça poucos milímetros que salvaram sua vida e então, aproveitando a baixa guarda da Scarlet, ele deu uma joelhada em sua caixa torácica.

            Um “clac!” de costelas quebradas e uma gargalhada maléfica foram ouvidas, e um sorriso cínico se fez presente novamente.


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Notas finais do capítulo

E aí? Mereço reviews ;-)? Recomendações ;-D? Ou tomates T.T?
:*