F R A G I L E escrita por Scorpion


Capítulo 24
24. Frankie.


Notas iniciais do capítulo

Estou meio que correndo, então não falarei muito. Só... Desculpem pela falta de post ontem. Leiam.



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 24. Frankie.


-Gerard, querido... Você tem que acordar. Já é sexta-feira e Mikey teve que cancelar o casamento. Sei que você ficará irritado, mas você não quer acordar Gee... Eu sei que você me escuta. Não me importa o que essa enfermeira diga. Eu sei que está me escutando e tão teimoso como é quer ficar suspenso, mas já chega. Gee tenho que te repreender por não ter me contado de sua doença. Tenho que te contar que seu amado esteve... Que Frank implorou a sua mãe para te ver... Gerard ele te ama, e tem que estar são para quando venha novamente... Acorde...

Ray colocou sua mãe sobre a de seu amigo, a que agora estava fria e sem cor. Esteve ali toda a noite e apenas assim conseguiu convencer a família Way para ir comer. Todos permaneciam em silencio, rezando. Pedindo aos anjos e demônios que os olhos esmeraldas se abrissem.

-Querido... Abra os olhos para mim Gee...

Sentiu um movimento. Separou sua mãe e arregalou os olhos. Talvez seu próprio desejo estivesse lhe enganando. Mas Gerard começava a piscar.

-Doutora, enfermeira!

* * *

> - Frankie...

Odiava que o chamassem desse apelido, mas como confessou para Gerard, que não o deixou continuar, quando o de cabelos negros o dizia soava malditamente bom que se esquecia do quanto o odiava e do quão ridículo era o apelido.

Ai está o problema. Gerard o obrigava a pensar coisas que prometeu nunca voltar a pensar, prometeu nunca sentir ou se comportar dessa maneira. Uma maneira que deveria ser proibida pelas leis humanas e divinas. Porque não fazem tão inúteis e tão infelizes...

Novamente as recordações tristes lhe rodeava, mas se perdia no verde liquido de seu olhar. Era impossível estar em frente a ele e não desejar toca-lo, beija-lo ou fazer um comentário que o deixaria corado.

O que havia lhe feito?

Como não pode notar? Estava longe de saber?

Ele mesmo deixou?

Não. Porque sabia o que poderia acontecer e continuou, e até lhe deu as boas-vindas. Bem sabia Frank Iero que quando se aproxima de uma pessoa corre o risco de ama-la.

>Ele é Ray?

Finalmente o conheceu. Aquele dia na livraria lhe contando sobre sua nova oportunidade para dormir um pouco mais e, bom, para estar mais tempo com o vendedor. Essa era a realidade.

Mas chegou aquele homem alto e de cabelo bagunçado, e ao ver Gerard sentado sobre ele percebeu um brilho de raiva sair dos olhos castanhos do tal Ray.

Gerard falava com voz doce e lhe sorria dessa forma carinhosa. Mas era sua forma de sorrir para ele. Só para ele!

E agora teve medo. Até mais medo de se perder em sua dupla personalidade e morrer afogado.

Teve medo porque Gerard lhe olhava com carinho e temia perdê-lo. Porque sentir ciúmes quando tinha visto antes ele partir com muitos outros?

Fácil. Os outros não significavam nada.

Ray era seu amigo, seu apoio. Tinha carinho com Gerard. E isso fazia seu sangue ferver.

Um golpe se chocou contra sua bochecha.

O merecia pelas palavras ditas, e, é verdade, uma pessoa que amasse Gerard minimamente responderia de forma igual. Responderia ao afro falando, claro que o faria, porque era Frank Iero e ninguém toca nele, mas Gerard começou a chorar. E o mundo se perdeu, o tempo parou e seus sentidos se concentraram nessas lagrimas abusadoras de suas suaves bochechas.

“Não chore. Me quebra”. Pensou enquanto as limpava.

E desejou com todas suas forças poder fazer algo para que deixasse de chorar. Só conseguiu pensar em tira-lo dali e jantar com as pessoas da empresa. Seu pai não estaria, o qual era um alivio, mas queria levar Gerard.

Tinha que vê-lo perto, lhe enviando sorte, comprovando que Frank Iero tem o melhor.

Privaria o mundo de um lindo ser.

Mas ciúmes crescem, se reproduzem, e não pensam em morrer...

>-Frank... Quero falar contigo.

Havia acordado aquela manha curioso como nunca, e em uma improvisada entrevista continuou a conhecê-lo mais a fundo.

Frank não imaginava que Gerard tivesse essa idade. Seu físico e forma de ser não deixava passar nem ao menos uma suspeita.

“Você é incrível Gerard. Apesar de tudo continua possuindo uma timidez inapagável. Uma áurea inocente”. Isso era algo, entre a longa lista de coisas de Gerard Way, que na verdade encantava Frank Iero.

Falaram então de seus estudos, sobre as verdadeiras inspirações.

Confessou sua falta de coração no momento de escrever um poema. Mas a vida não havia sido boa, e guardado sobre quinze cadeados seu coração se encontrava. Não era usado mais que para regular o controle sanguíneo, mas, para a poesia se usava sentimentos distantes. Aquele que não desejava recordar, mas que começava a voltar.

Descobriu sem confirmações que já havia se apaixonado e tinham lhe quebrado o coração.

>-Eu não vou te machucar.

E estava a ponto de acreditar.

A ponto... Quando tudo voltou. As experiências, os medos e as armaduras criadas para a autodefesa.

O excesso de confiança sempre mata. E a melhor defesa é a ofensiva.

Então... Acreditar ou não nele?

Gerard é tão viciante.

Tão necessário...

Acreditar?

Sim...

Quando Frank Iero começou a acreditar nele?

Quando começou a abrir cadeados para começar a amar?

. . .

Tentava cozinhar.

Tentativas falhas porque era mais que claro que era uma fraude na cozinha, ou em qualquer outra tarefa domestica. Mas estava farto daquela mulher fofoqueira e sua horrível voz esganiçada. E também estava nervoso.

Voltar a vê-lo... Com só relembrar o reencontro as pernas tremem.

Continuava adorável com seu cabelo castanho, os olhos marrons e seu riso terno. Mas junto estava um moreno abraçado a ele.

Que hipócrita e que injusta a vida. Quantas formas de confirmar o ditado: “Cai mais rápido um falador que um manco”. Porque aquele era Ryan Ross, homofóbico declarado, mas agora com um noivo agarrado no braço.

“Estúpido Ryan...” Mas apesar disso não pode dizer não quando propôs um jantar. “É tempo de me recuperar e seguir adiantar”.

Era tempo de deixar velhas desculpas, rancores e inseguranças.

Ele tinha Gerard... Verdade?

>-Ele é o culpado de que você já não acredite no amor?

Teve vontade de se colocar de pé e gritar afirmando o que Gerard dizia.

Queria se agarrar a esses braços e sentir o calor e o conforto que só junto ao vendedor sentia. Queria ser Frank ao menos uma vez, e não o super herói gay.

Mas só se limitou a sair em busca do jantar segurando-o pela mão em busca de apoio, em um mudo grito de ajuda. Se agarrou a Gerard sentindo essa tontura o rondando, e pela primeira vez sentiu que estar assim, agarrado a sua mão, era definitivamente um bom lugar para se ficar.

>-Causarei uma boa impressão?

Frank ficou absorto nessa figura uns instantes. Estava lindo.

Nessa mesma noite, depois de ir procurar o jantar, haviam ido comprar roupa para Gerard, já que estava manchada de sangue. O locutor logo se preocupou, Gerard lhe explicou que havia caído e ainda que continuasse preocupado não deu mais importância do que a qualquer outra ferida já sã.

Beijou seus lábios com suavidade. Comprovando se o ser em frente a ele era uma ilusão ou era uma maravilhosa realidade.

E em conclusão ficava com a segunda opção.

>-Nos vemos em seu casamento então Frank. Espero que não seja tão estúpido para deixar alguém como ele ir. Cuide-se muito bem.

“Estúpido Ryan”. Não tinha nenhum direito de lhe chamar de estúpido.

O jantar havia sido tranquilo. Gerard se comportou como o namorado que NÃO era, e que seu falso orgulho acreditava que não precisava ter. Atendeu aos convidados, esteve atento a conversa. Tudo contrario ao comportamento do dono do apartamento.

Frank simplesmente ficava quieto em um canto, bebendo uísque e analisando Ryan Ross e seu parceiro.

Quando a porta se fechou ficou com Gerard, suas recordações e um corpo se afogando no álcool. Se sentia mal e o mundo ao seu redor girava.

Gerard lhe levou ao quarto e o moreno teve a necessidade de “confessar” perante seu vendedor de livros. Lhe contou a história que teve sua vida. Aquele sucesso que teve se converteu em um novo ser. Se converteu em Frank Iero, amante do sexo gay, sem arrependimentos, sem explicações e sem desculpas.

Mas chorou. E desde muito tempo que não o fazia na frente de alguém. Chorou porque o único culpado de ter perdido a fé nas pessoas havia sido ele, não Ryan.

Chorou porque queria amar. Mas já não estava certo se seu coração ainda funcionava.

>-Tudo vai ficar bem. Eu estou contigo. Não tenha medo.

Atrás da porta havia ido Ryan Ross, mas havia ficado ele, Gerard, a quem deveria de apelidar “seu anjo”. Superou a angustia do passado, mas em seu lugar chegou o pânico de si mesmo e do futuro.

Havia vivido tão bem durante os últimos anos...

Perderia toda essa “tranquilidade” por uns olhos verdes?

>-Vou a Black Rose.

Não podia dizer. Não agora.

Tudo gira. Tudo muda. E Frank Iero fica para trás.

Arruinou o momento. Lhe fez sentir-se mal, o que supôs ao ver essa cara, mas Frank era Frank. O que mais podia fazer?

Agiria conforma a situação. Faria o que desejava fazer e diria só a verdade, como sempre.

Por isso no dia seguinte foi visita-lo, e ainda que em primeiro lugar o encontro não foi agradável, mas depois descobriu que quem beijava Gerard não era mais que seu irmão Mikey. As apresentações foram ligeira e pela primeira vez não recebeu um tapa.

O levou depois para comer. Durante isso o vendedor de livros começou a fazer seu interrogatório. Acusou Frank de mentiroso e pediu explicações. Mas Frank Iero não dá explicações, ainda não entendeu?


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Notas finais do capítulo

Não é o capitulo todo, voltarei umas 8 com o resto. Desculpem por dividir ;-;