F R A G I L E escrita por Scorpion


Capítulo 21
21. Perdido.


Notas iniciais do capítulo

Não consigo dizer nada agora ;-;



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/219926/chapter/21

21. Perdido.


“Que sorte a minha acordar junto de você cada dia...”

Assim grita o cantor na musica de minhas lembranças.

E nunca entendi porque o mencionava com tanta coragem e orgulho. Nunca soube porque gritava cada vez que pronunciava essa oração, ou o que tinha de especial sobre isso. Até hoje...

Até hoje que abro os olhos sentindo o calor de seu corpo junto ao meu. Até hoje que, virando meu corpo, posso ver o seu se agitando de cima para baixo em uma suave respiração.

Que agradável é ver seu rosto relaxado e escutar o som de sua respiração.

Que mágico é o ter tão próximo e não estar sonhando.

Me levanto com cuidado e começo minha rotina, em meu novo apartamento.

Sorrio enquanto entro no chuveiro. As situações mudam, as pessoas mudam, mas nada me fará me mudar de opinião: Frank é o melhor que já aconteceu em minha vida.

* * *

O dia foi tranquilo. Nublado mas com uma temperatura agradável.

O senhor Smith havia vindo pelo livro que havia pedido a algumas semanas, fora dois estudantes que procuravam livros de engenharia, física ou psicologia, tudo estava normal e tranquilo.

Olho o relógio. As três e quatro meu estomago faz um ruído anunciando a falta de comida em meu sistema, mas antes de pensar nas possibilidades alimentícias que possuo tiro do meu bolso traseiro o aparelho preto, começando a marcar os poucos números.

Um toque, depois outro. Meu corpo se encosta contra o balcão.

–Diga?

–Olá Mikey.

–Gerard! Hey irmãozinho, se adaptando a tecnologia?

–Não, aproveitando as ligações de graça. Porque não veio?

–Merda! Me esqueci, desculpe Gee. –Sua voz me parece preocupada, e no final suplicante e terna.

–Não importa...

–É que tive que ir com Briit para alguns preparativos para o casamento e...

–Não importa Mikey. –Repito enquanto sorrio. Que bobo, esqueci que meu irmãozinho irá se casar. –E como estão as coisas?

–Excelente, os pais de Brittany dos deram... –Me perco na conversa porque o vejo entrar, tão despreocupado e encantador como sempre. Lhe sorrio e ele me devolve o sorriso enquanto se aproxima mais d emim.

–Que bom. –Tento dar um fim as palavras de meu falador irmão.

–Si... E você, como vai com... Frank? -É difícil para ele dizer seu nome, eu note, mais pouco me ponho a pensar quando seus lábios se pousa sobre minha bochecha fazendo pressão.

“Olá, lindo” sussurra e sinto as pernas tremerem.

–É ele?

–Sim... –Respondo sem ar sentindo o peso de Frank sobre mim e seus braços rodear meu pescoço com carinho.

–Você está bem?

–Muito. Sou muito feliz. –Solto um risinho quando uns lábios se encarregam de distribuir curtos beijos sobre a pele de meu pescoço.

–Fico feliz... Bom irmão, -Suspira. –te deixarei porque acredito que alguém precisa de sua atenção. –Diz com uma voz cantada.

–Eu acho. –Sorri.

–Cuide-se Gerard. –Sua voz se torna mais seria e grave.

–O farei.

–Te amo, e mando um beijo para Frank.

–Ei!

–É uma expressão!... Tchau!

Desligou.

Fecho o aparelho dobrando o pela metade e de pressa abraço essas costas para aproxima-lo mais de mim. Seu nariz se esfrega contra meu pescoço e de sua boca sai um som parecido com um miado.

–Mikey te mandou um beijo. –Digo acariciando suas costas.

–Bem, quando e onde o pego?

–Idiota. É meu doce irmão...

–Tudo bem.

Me separo dele para olhar nesses olhos. Sua boca se curva em um odioso sorriso cínico e seus lábios brilham com travessura.

–Vamos almoçar. –Propõe sem se importar que esteja lhe lançando meu melhor olhar de ódio.

–Almoçar? Onde? –Bem, apesar de sentir aquilo em meu interior pensando em Frankie recebendo um beijo de meu irmão, o som que sai de minha barriga começa a falar por mim.

–Com uns amigos. Derek tem uma maravilhosa festa de aniversario. Vamos?

Sorrio e assinto com a cabeça. Espero que de verdade seja maravilhosa. Espero que ao menos a comida seja.

E com o estomago vazio, durante nosso silencioso trajeto, não pude pensar em outra coisa que não seja o possível menu.

Mas chegamos a uma linda casa, descemos do carro e fomos recebidos por um homem moreno de cabelos castanhos longos até o pescoço e olhos marrom claro.

Quando fui capar de me focar em algo mais alem do bolo de chocolate em uma mesa ao fundo pude ver a maioria dos olhos sobre mim, e na mão de Frank que se entrelaçava com a minha.

O contato se quebrou quando esse homem abraçou rapidamente meu amado locutor.

–Frankie! Pensei que não chegaria.

–Você sabe como é ele. Pontual como sempre. –Um homem loiro e de olhos azuis, cabelos curtos e repicado, se colocou atrás do castanho o abraçando pela cintura e colocando sua cabeça sobre o ombro deste. –Oh, olá! –Sorriu dirigindo seu olhar até mim.

–Olá. –Respondo olhando-os seriamente,

–Vai nos apresentar Frank? –Perguntou sorridente o de castanho.

–Oh sim, er... Derek. –Apontou para o de cabelos castanhos. –Jason ele é Gerard. Gerard, esses são Derek e Jason.

–Oh. –Sorri. –Feliz aniversario.

Derek avançou até mim sorrindo.

–Mas me abrace querido!

Rindo aceitei o abraço enquanto via Jason se aproximar de Frank e sussurrar algo em seu ouvido, neste instante o locutor olhou com raiva para o loiro que só soltou uma gargalhada.

A festa foi agradável e os pratos vegetarianos foram bons, apesar de ser vegetariano. E não é que tenha algo contra as verduras, mas são verdes e minha política alimentícia diz: Não consumam alimentos que continuem se movendo ou que sejam verdes.

Jason e Derek eram um casal, e na festa pude conhecer mais casais gays, solteiros e uma ou outra lésbica agradável.

As horas passaram amigavelmente. Todos eram simpáticos e meio loucos e, totalmente homossexuais? Eram difíceis de descrever.

Enquanto ia para a cozinha pegar um cubo de queijo pude escutar uma conversa interessante. Uma voz perguntava e a voz de meu lindo locutor respondia.

–Frank Iero com um parceiro... –A voz soava brincalhona. –O que vem depois? O apocalipse?

–Não exagere...

–Claro que exagero. Não chega de mãos dadas com alguém desde... Nunca! Nunca te vi com um parceiro nas reuniões.

Não escuto mais, porque não há mais conversa. A porta da cozinha se abre e apenas tenho tempo de me esconder atrás da parede.

–Gerard é especial, heim Frankie?

Escuto um bufo e vejo a figura de meu locutor caminhar ao centro do salão.

É difícil acreditar.

Talvez não tenha mudado, ou talvez tenha feito.

Minha cabeça começa a dor, como toda vez em que penso nele. Se quando não vivia com ele não pensava no amanha, agora que estamos juntos porque o faria?

Só seriam preocupações sem importância. Moramos juntos, me leva para comer com seus amigos, durmo em sua cama e lhe beijo toda vez que tenho vontade.

Não preciso de mais. Nem mostra publicas, nem nomes juntos.

O que preciso eu tenho, e isso é Frank Iero.

The world around us disappears
It's just you and me
On my island of hope

O bandito aparelho escondido dentro do bolso traseiro de minha calça me faz saltar de surpresa, assim como lançar um grito que não passa despercebido por um par de garotas que estavam começando a se beijar.

Seguro o celular sem as olhar enquanto sorrio por dentro.

“Ocupado? Passei na livraria e está fechada.

Se estiver com seu amor, esqueça, mas estou mal e queria falar contigo.

Ray.

Ocupado? Para Ray?

Nunca! Enfim uma oportunidade para lhe retribuir o maravilhoso que havia sido comigo.

Procuro entre as pessoas um rosto conhecido. O encontro em frente a um garoto de estatura igual a sua e olhos escuros.

–Frank...

Vira para me ver e sorri.

–Tenho que ir. –Explico lhe olhando fixamente.

–Porquê?

–Tenho que ver Ray...

O sorridente rosto desapareceu e seu lugar foi ocupado por um olhar sério e interessado.

–Te levo?

–Não. –Nego com a cabeça. –Pode ficar com seus amigos.

–Tem certeza?

Beijei seus lábios em resposta.

Meu beijo que pretendia ser curto, terno e de agradecimento, terminou sendo um apaixonado, úmido e glorioso. Não podia existir uma melhor descrição do movimento de seus lábios, sua boca e seu gosto de tabaco.

Ao nos separarmos um coro de aplausos e brincadeiras nos receberam, eu sorri envergonhado, mas Frank se separou de mim e olhou pata seus amigos com algo muito parecido a ódio.

–Bem, já vou. Até logo garotos!

–Tchau Gerard! –Soou um desentoado coro.

Parei um taxi e me meus pensamentos estava Ray, Frank e o garoto que o colocara contra a parede, talvez não tudo nessa ordem...

* * *

Começo a subir as escadas que me levam ao apartamento numero 7. São nove da noite e é incrível o quão rápido que o tempo passa. Ray havia tido um problema com uma de suas namorada. E digo uma porque não sei qual seja exatamente.

Segundo ele, a definitiva. A verdadeira. Segundo eu, em uma semana me ligará outra vez por uma briga com outra definitiva e verdadeira.

Mas para isso são os amigos, para apoiar e escutar, apesar de conhecer a perfeição da historia, apesar de ter escutado muitas vezes.

Afinal de contas, é Ray e o que importa gastar um pouco d emeu tempo? Só será útil para recompensar um pouco as inúmeras ocasiões em que fui salvo por ele.

Agora só procuro o calor de seus lábios e o descanso sobre uma suave cama.

Amanha irei com Elizabeth, sei que não é tarde, mas estou com sono e estou cansado.

Procuro minha chave. A adorável chave que me dá entrada ao meu paraíso pessoal.

Abro a porta.

Escuto ruídos, mas não são os roncos de Frank.

De qualquer forma, é muito cedo para que esteja dormindo.

Me aproximo do quarto e o comprovo. Meu amor não dorme, e não são seus roncos o que se ouve. Minha vista começa a nublar segundos depois de ver essa cena. Já não sei se estou em meu paraíso, ou no mesmo inferno.

São seus gemidos o que se ouvem. Os de Frank e os de alguém embaixo dele.

Fecho os olhos, assim como a porta atrás de mim. Não haviam me notado, assim suponho, como se fosse algo importante para se notar em um momento assim.

Coloco minha mão sobre minha boca, calando os soluços que lutam para sair.

“Tonto, estúpido” repito em minha mente.

“Como fui cair de novo?

Como guardar uma esperança. Como fui capaz de acreditar nela?!”

Se não é mais que um conto. Uma ilusão. Uma palavra sem sentido.

O peito se comprime. Começa a me doer.

Me falta ar e meus soluços começam a se perder entre os sons do colchão.

“Eu sabia. Queria acreditar, mas no fundo sabia que não havia mudado.

Sabia que não ia mudar. É Frank e sempre será. E apesar de conhecê-lo continuei apaixonado por ele. Atado ao seu olhar e respirando só graças aos seus beijos.

Mas sabia. Como o mais obvio. Eu sabia”

Te amo. Te amarei.

Mas dói. Dói tanto e eu sou tão fraco. Tão frágil que já havia se esgotado minhas forças.

Já não posso mais...

Tiro do congelador a rosa murcha.

“Minha amiga. Minha companheira.
Você nunca me trairá”

Não vejo nada. As gostas de águam cobrem minha visão, mas não importa. Preciso sair dali, ode só escuto seus gemidos e uma voz sussurrar seu nome.

Não é justo.

Eu o amo mais que tudo no mundo!

Não é justo.

Eu daria minha vida, minha alma, minha fé, tudo por ele!

Não é justo.

Mas foi um jogo com regras roubadas. Aceitei jogar, e fui forte para suportar as terríveis dores em minha pele cada vez que fazia suas jogadas.

Mas não mais.

Já se esgotaram as forças reservas e as barreiras primarias contra a dor. Não posso suportar mais. Não o mereço.

Minha rosa caminha escondida dentro da jaqueta jeans. Meus pés me levam com passos acelerados descendo as escadas. Apenas vejo pouco e fecho os olhos para deixar cair as pesadas gotas. Os soluços queimam minha garganta e o desespero obriga meu peito a se agitar de cima a baixo de forma constante.

“Que frustração me sentir usado. Que frustração ter estado ao seu lado como um cão fiel. É que preciso tanto de você. Tanto quando respirar, como comer, como acreditar.”

Mas que estúpido fui. Porque minha mente só criou motivos para acreditar em você, mas nunca os me disse Frank Iero...

“Estúpido, estúpido, você é um estúpido”

–Estúpido!

Minha garganta quebrou, da forma mais literal possível, porque escutei um barulho que não pude identificar se foi de minhas cordas vocais ou de meu coração. Um barulho que foi acompanhado de um som mais estrepitoso.

Correr pelas escadas não é algo bom, sempre me havia dito minha avó, mas quem ia se lembrar. Como se lembrar se só quero fugir.

Sorrio nesta posição. Agora me lembro, o barulho foi um passo errado e o estrepitoso som foi de meu corpo se chocando contra as escadas.

Fico em silencio sentindo a frieza do piso de mármore e vendo manchas vermelhas ao meu redor.

“E agora, apesar de tudo, só queria te dizer ‘Te amo’ por uma ultima vez”

Só por ultima vez antes de fechar os olhos.

Porque eles pesam Frank, e o dor no peito não me deixa respirar. Já não sei se é porque havia caído com o rosto contra o chão ou porque me partiu o coração, outra vez.

Só queria te dizer “te amo”, mas não posso respirar. Me dói o corpo e essa dor pesa demais.

Minhas ultimas lagrimas caem. Meus últimos soluços se silenciam.

E sinto a perda de tudo.

Perco o choro. Perco a voz.

Perco a dor no peito.

Perco o liquido vermelho.

Perco o calor.

Perco a respiração.

E nada disso seria importante, mas perco você, Frank.

E isso, de verdade, dói.

Fechando os olhos rezo por ti.

Por mim, e por minha mãe, que como sempre tinha razão.

Tomara que te dê outra bofetada.

“Você me fez chorar...”

Flutuo. Não sinto.

Me perco...

And I forgot
to tell you
I love you


And the night's
too long
and cold here
Without you(*)

(*)I love You - Sarah McLachlan



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Sim, eu tô chorando de novo. Sim, eu não sirvo pra traduzir fics, morro muito traduzindo ;-;
Até amanha.