Evil escrita por Fenix


Capítulo 3
O reboque no cemitério




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/219197/chapter/3

No dia seguinte, as ruas da cidade já estão mais movimentadas, um pouco longe dali.

Na casa de Carol, ela caminha ainda com o traje de dormir para cozinha, sua mãe Viviane que estava fazendo o almoço, se vira para sua filha e observa a tristeza expressada em seu rosto.

- Ai minha filha, ta tudo bem? – Pergunta Viviane.

- Eu to bem! – Responde Carol.

Viviane a abraça.

- Dormiu bem? – Ela pergunta.

- Aham.

- Ah! Graças a deus você está bem – Viviane se afasta um pouco – O que você quer...? Ta com fome?

- Não mãe, não tô não – Responde Carol, a própria vai até a pia e vira-se para sua mãe.

- Café? – Pergunta Viviane.

- É, pode ser!

Viviane lhe entrega uma xícara, Carol caminha para sala, sua mãe lhe segue com um olhar de preocupação, Carol senta na cadeira um pouco abalada, ela encara a xícara e toma um gole.

----------------------

Jonathan e Felipe saem de dentro de uma loja no centro da cidade.

- Nova Iorque? – Pergunta Jonathan, sem parar de caminhar.

Felipe ia um pouco atrás.

- É, que droga!

- Já esteve lá? – Pergunta Jonathan.

- Eu não sei o que está acontecendo com ela – Diz Felipe – Ela começou a mudar quando o pai...

- É, mas ela tem que superar, né? – Diz Jonathan, ele pega um saco de gelo e vai até seu carro.

Uma viatura vira a rua abruptamente, Jonathan e Felipe lhe observa a seguir a rua em alta velocidade, Jonathan volta a caminhar, Felipe fica um pouco apreensivo. Jonathan encosta-se a traseira da picape e pega uma lata de cerveja, Felipe se aproxima.

- Cara, sobre a noite de ontem... – Diz Felipe.

- O que tem? – Pergunta Jonathan, não dando a mínima.

Felipe põe as mãos no bolso da calça.

- Me desculpa, falo?

- Você quer parar com isso?! – Diz Jonathan – Da uma olhada em volta, o mundo fica melhor sem aquele cara.

Felipe expressa estranhando o que Jonathan havia dito.

- Ué, você devia estar chateado, o cara era seu pai! – Diz Felipe.

- Não, ele não era nada pra mim, ta bom?... Eu nem troquei, duas palavras com ele a minha vida toda... Ele era um tremendo babaca, que pegou a minha mãe bêbada e a deixou grávida... Isso não faz dele o meu pai!

Felipe se ia dizer algo, porém fecha os olhos e acentua com a cabeça, Jonathan caminha até sua moto.

- Já chega, o cara ta morto! – Diz Jonathan – Quando é que vão esquecer essa história, hein?

O corpo de Brandon é jogado em cima da mesa, dentro da oficina. Freddy enfia o dedo no corte da garganta de Brandon e o desliza até o final, ele retira o dedo, deixando espirra um pouco de sangue, então com o sangue, faz uma cobra na testa de Brandon.

---------------------

Carol segue com sua bicicleta, uma estrada de terra, cercada pela mata. Ela passa por um portão, na placa estava escrito “Cemitério”.  Ela desce da bicicleta e a põe encostada a uma árvore.

Por entre os túmulos ela caminhava, Carol para em frente a uma lápide, então lê “David Magalhães, Pai e marido amado. 1965-2004”.

Carol respira fundo, ela olha para trás e admira o pântano, ao olhar para frente observa uns objetos pendurados nos galhos das arvores, Carol observa um colar de ossos, ela fica apreensiva, então olha para o lado, ela se afasta devagar olhando para o chão. Carol para de andar e leva seu olhar para o lado, avistando um corredor que saída do chão, a porta estava aberta.

Curiosa, caminha em direção a porta, assim nota que havia um símbolo, de um pedestal e duas cobras, Carol o encara, até que ouve um barulho de carro, ela corre até a estrada para saber o que era, e avista o reboque de Freddy passando em frente, Carol arregala os olhos.

Ela corre atrás do veículo pela estrada, até que o perde de vista com tanta poeira que levantava do chão. Carol olha para trás e depois para frente sem acreditar no que viu, estava bem espantada.

------------------------

Ana está fazendo um milk-shake, ela se vira para o balcão.

- Tem certeza que era o reboque do Freddy? – Ela pergunta, Ana põe o milk-shake no copo de plástico – Tem certeza de que não era uma picape ou uma minivan? Você viu bem?

- Claro, eu conheço bem aquele reboque – Responde Carol.

- Eu não sei o que dizer, isso... – Ana põe o copo em frente Carol – É impossível, Carol.

 - Freddy era um idiota – Diz Caren, do lado de fora da lanchonete, junto a Vinícius e Ranny – Me desculpa, eu sei que ele morreu, ah... Que se dane, já era!

- Que isso? – Diz Ranny, rindo.

- A cicatriz deixou ele meio doido – Comenta Vinícius.

- Ele arranjou a cicatriz numa briga, quando criança – Diz Ranny.

- Tem gente que já nasce ruim! – Diz Caren.

-Ou gay! – Ranny olha para Vinícius.

- Ou vadia! – Ele retroca.

- Ou vadia! – Ranny da uma risada depois, ela se levanta e puxa Caren – Vamos amiga, vamos roubar no shopping, Viní você vem?

- Não, eu já estourei meu limite diário – Brinca Vinícius.

- Ah vem, a gente te deixa onde você quiser – Diz Caren.

- Não valeu! – Ele recusa.

Elas saem rindo, Caren abraça Ranny e vão caminhando para o carro.

- A gente vai se divertir! – Diz Caren.

---------------------------

- O que sabe da avó da Bruna? – Pergunta Carol, quando Ana volta ao balcão.

- Escutei as mesmas histórias que você, ela era uma sacerdotisa, fazia rituais, só isso – Responde Ana, indo fazer outro milk-shake – O que foi fazer no cemitério?

Carol fica com um olhar de desanimo, ela respira um pouco.

- Fui vê o meu pai – Responde Carol.

Ana fica de frente para ela e segura suas mãos.

- Olha a noite de ontem foi ruim, foi um ano difícil – Diz Ana, ela solta suas mãos – Você tem que descansar.

Carol lhe encara com um olhar de choro.

- Estou louca, né?!

- Não – Diz Ana, rindo – Eu que sou a louca!

Carol da um sorriso, Ana se afasta um pouco ficando ereta.

- Eu já to de saída e você vai sair comigo daqui – Diz Ana – Hoje vamos até o lago e você vai esquecer tudo que aconteceu... Ta bom?

Carol confirma com a cabeça sem dizer nada, ela fica pensativa com um olhar entristecido.

------------------------

Caren estaciona no posto do Freddy ao lado das bombas de gasolina, elas saem do carro, Caren da a volta, enquanto Ranny fica parada ao lado da porta do carro.

- Não precisa fazer isso – Diz Ranny.

- Claro que sim! – Responde Caren, ela chuta o pneu – Viu? Está vazio!

Ranny olha para ela levantando as sobrancelhas.

- Sabe que vai usar o equipamento do morto, né?

- Ah, é de graça – Diz Caren.

Ela pega uma mangueira e põe no pneu, Ranny nega com a cabeça rindo e se afasta, indo em direção a loja.

- Vou ao banheiro! – Ela avisa.

- Sabe que vai usar o banheiro do morto, né? – Brinca Caren.

Ranny se vira andando de costas.

- Own, prometo dar descarga – Diz Ranny, ela da uma risada e vira-se para frente.

- Vadia! – Diz Caren.

Ranny entra na loja, a única luz acesa estava piscando, analisando tudo ao seu redor, ela caminha em frente, então encara a caixa registradora, ela da um sorriso.

- Ei Caren! – Chama Ranny.

Ela olha para trás, em direção a janela, onde Ranny era visível.

- Você sempre quis vir aqui para roubar, olha a chance – Diz Ranny, apontando para caixa registradora.

- Anda, vamos pegar a estrada – Diz Caren.

Ranny nega a cabeça e se afasta.

- É muito boba! – Ela diz, indo em direção a uma porta.

A porta era de acesso aos fundos da loja, onde em frente havia a oficia do Freddy, Ranny se afasta da loja indo até o banheiro na outra ponta, ela abre a porta e se depara com algo bem grotesco, havia moscas, lodo, até respingos de sangue no vaso sanitário, além do cheiro insuportável.

- Ai que isso! – Diz Ranny, com repulsa.

- Ranny! – Caren entra na loja.

Caminhando para o interior do estabelecimento, ela encara a porta de acesso aos fundos.

- Ranny, o shopping fecha ás 20:00, e já são 16:00 horas, vamos logo.

Caren se vira e observa à caixa registradora, ela se aproxima devagar e põe o cabelo atrás da orelha, ela olha para os lados e aperta o botão no qual faz a caixa registradora se abrir, ela pega algumas notas de 50 reais, Caren olha para os lados e devolve duas notas, então fecha a caixa registradora.

- Ranny! – Ela caminha para os fundos da loja – Ranny, anda logo!

Caren caminha até o banheiro, ela segura a porta e a puxa dando um grito, porém não havia ninguém ali dentro. Ao ouvir um barulho vindo da oficina, Caren caminha para o lado, onde havia outra porta de acesso a oficina.

- Ranny!

Caren entra na oficina, logo se depara com o reboque de Freddy.

- Ranny?!

Ela observa o local mal iluminado, com correntes e muitos carros. Caren caminha para o interior da oficina, ela passa ao lado de um motor preso por correntes no teto.

- Ranny!

Ela pula uma poça escura, assim segura-se na madeira para não cair, porém Caren toca em algo gosmento, ela reclama balançando a mão.

- Ai que nojo, RANNY! – Caren insiste em chama-la.

Ao caminhar toda a oficina, ela para em frente ao reboque de Freddy, Caren o encara, assim que leva seu olhar para o lado, avista o tênis de Ranny, ao lado havia uma enorme poça de sangue, Caren estranha e se aproxima devagar.

Freddy sai de trás da parede onde Caren estava, ela bate na corrente se distraindo  e escorregando na poça de sangue, Caren olha para frente e avista Ranny com as correntes atravessadas pelo seu corpo.

- AAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH – Grita Caren, desesperadamente – NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOOOOOO – Ela tenta se levantar, mas seus pés escorregavam na poça – NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOOOOOOOOO.

Caren fica agachada e se arrasta pelo chão rapidamente, logo consegue se levantar, toda suja de sangue, Caren chorava sem parar, não para de tremer e estava em pânico, ela corre até uma coluna de madeira, de repente ouve uma respiração, Caren olha para os lados e não avista ninguém, ao olhar para frente novamente observa Freddy na sombra.

- AAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHH – Grita Caren, ao avistá-lo.

Freddy aperta o botão que fecha todas as portas da oficina, ela olha para trás nervosa e observa a porta se fechar devagar, então corre para tentar sair dali.

- NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOOOOOOOO – Grita Caren, indo em direção a porta.

Ela desvia de tudo que vinha na frente, no entanto não chega a tempo e a porta se fecha, Caren com o impulso bate contra a porta, ela olha para trás e avista Freddy se aproximando.

- Não, não, não, não – Ela diz, sem parar de chorar.

Caren corre para o lado indo até uma porta de ferro.

- Não, não, não – Ela dizia, enquanto tentava abri-la.

Ao se virar, Freddy já estava bem próximo.

- AAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHH – Grita Caren, desesperada.

Freddy bate com o pé-de-cabra em uns tanques que tinham em cima de uma mesa, tacando todos no chão. Caren grita sem parar, ela corre para a outra porta, ao chegar bate com as mãos desesperadamente, ela olha para trás.

- Por favor, não, não, não, não – Diz Caren, chorando muito.

Desesperada, ela corre para debaixo de um carro, ao passar a cintura do outro lado, Freddy abaixa o carro, prendendo-a pela cintura e quebrando o final de sua coluna, Caren olha para cima gritando, uma pouca quantidade de sangue escorre de sua boca.

Freddy vai se aproximando, Caren o segue com os olhos, ela tenta se arrastar com o desespero, mas não consegue, Freddy passa por ela, indo reto.

- Por favor, por favor – Implora Caren, chorando.

Freddy fica em frente a um carro com uma mangueira na mão, ao soltar o ar, ele remove toda a tinta do veículo, dando um barulho agudo. Ela arregala os olhos ao vê e fica completamente em pânico, ela se debatida e tentava se arrastar, a pele de sua cintura se abre e o sangue se espalha devagar.

- AAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHH – Grita Caren, em pânico – NÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOOOOOO.

Freddy vira-se para ela, Caren bate com as mãos no chão, ela tenta de tudo para sair dali, porém nada adiantava, Freddy se aproxima com a mangueira nas mãos.

- Não, não, não, não, não – Diz Caren, negando com a cabeça.

Ele para em sua frente a aponta a mangueira para seu rosto, Caren olha para ele chorando.

- Não, por favor, POR FAVOOOOOR, NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOO, POR FAVOOOR – Grita Caren.

Freddy libera o ar, a pele de Caren vai saindo do rosto, os olhos estouram, a carne vai se destroçando, ela da seu último grito e cai morta.

-----------------------------------------

Naquela mesma hora, no lago longe da cidade, Jonathan sai de dentro da água do lago, ele balança a cabeça e olha para o cais, onde estava Ana de biquine e ao seu lado um isopor.

- Manda uma cerveja! – Pede Jonathan.

Ana pega a cerveja e da um sorriso, ela estica o braço e a balança.

- Tem que fazer por merecer – Ela diz.

- Você é linda! – Diz Jonathan.

Ana da uma risada e joga a lata, que acaba caindo em frente a Jonathan, ele mergulha, Ana pula do cais direto para água, ela volta à superfície, assim é surpreendida com um beijo de Jonathan, logo o afasta.

- Que foi...? Ta bêbada? Nem parece que bebeu ainda – Diz Jonathan.

- Não! Você que está bêbado – Diz Ana, sorrindo, ela envolve seus braços em seu pescoço e o beija.

- Você é tão sexy – Diz Jonathan.

Ana da uma risada e o afunda, empurrando-o pela cabeça.

Um pouco afastados do lago, Carol e Felipe conversam em frente ao bugre dele.

- Eu não sei não, Carol – Diz Felipe.

- Eu sei que não faz sentido, mas tem alguma coisa esquisita acontecendo – Diz Carol, eles vão caminhando em direção ao cais no lago – Você mesmo viu, assim que a Bruna descobriu que o Freddy foi morto por cobras, ela... Ela surtou!

Eles passam por uns casais que faziam piquenique no chão, depois uns garotos jogando futebol americano.

- A avó dela estava morta, Carol – Diz Felipe – Ela ta nervosa... Todos nós estamos.

- Eu tava pensando em ir lá falar com ela – Diz Carol – Minha mãe disse que a avó dela morava no fim da estrada velha e ela esta lá sozinha.

Felipe fica em frente a Carol, impedindo-a de andar.

- Carol, escuta, eu não quero que você se envolva com essa coisa de vudu, por que... Não é verdade – Diz Felipe – É folclore, apenas histórias...

- É, eu sei – Diz Carol, depois olha para baixo.

- Ai! – Felipe chama sua atenção – Ainda estamos brigados?

Carol da um sorriso gentil, Felipe corresponde, ela põe o cabelo atrás da orelha.

- Ah, ta de brincadeira – Eles ouvem Jonathan dizer.

Ao olharem, observam Vinícius ao lado de Ana em cima do cais e Jonathan dentro do lago.

- Eu to dizendo, não estou inventando nada – Diz Vinícius.

Jonathan sai do lado direto para o cais, Felipe e Carol se aproximam.

- Gente o que houve? – Pergunta Carol.

- Essa cidade está muito louca – Diz Vinícius.

Jonathan se seca com uma toalha.

- O polical Brandon e o Gabriel do necrotério desapareceram - Diz Vinícius – Dai vem a parte mais confusa, Freddy também!

Jonathan olha para Vinícius um pouco surpreso, ele fica sem reação, Carol estranha e encara Vinícius.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Evil" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.