Are You Falling? escrita por nina staff


Capítulo 9
Capítulo 9 - Amaldiçoada




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Eu precisava colocar minha vida no lugar e encaixar Beck nela. Planejei sair da faculdade, arrumar um emprego novo, ganhar na loteria, fazer coisas impossíveis com o meu anjo. Mas antes que eu pudesse realizar tudo o que queria, tive que enfrentar uma boa dose de realidade.

Quando cheguei no meu apartamento senti algo apertar meu peito. Deixei as malas no canto da sala e me despedi de Beck. Por um momento esqueci que ele tinha vida social. Arrumei toda minha casa e joguei metade das minhas coisas fora. Tomei um banho quente com o meu melhor sabonete e com a banheira cheia. Vesti uma roupa simples e fui buscar meu carro na Fernanda.

Logo depois fui direto ao shopping, comprar coisas novas para minha casa. Compre 3 filtros do sonhos, alguns "pisca-pisca" e várias velas. Organizei tudo em casa e limpei-a o máximo que eu podia. Eu realmente estava me sentindo bem. Abri a mala e fui colocar as roupas para lavar, encontrei a blusa de Beck e sorri automaticamente. Senti seu cheiro me invadir, senti novamente seu abraço e seus beijos. Procurei meu celular pela casa e logo disquei seu número. Ele atendeu depois do terceiro toque.

– Alô? - era uma voz feminina, não reconheci logo de cara.

– Desculpa, acho que liguei pro número errado.

Desliguei. Suspirei alto. Não era nada. Era a irmã dele, a tia, a vó, a mãe, a amante... Joguei sua blusa na máquina com o máximo de força que consegui.

– Idiota, um completo idiota que não sabe o que faz.

Meu telefone tocou. Logo me recusei a atender e a secretária eletrônica foi ativada.

– Olá Isabelle, eu sou a enfermeira Karl, gostaria de avisar que seu amigo Kevin foi transferido para o hospital psiquiátrico regional. O horário de visita é das 8:00 às 16:00 horas.

Senti todos os músculos do meu corpo se paralisarem. Hospital psiquiátrico regional? Eles devem estar brincando comigo. Olhei no relógio, eram 15:30. Fechei todas as portas da casa e peguei a chave do carro. Beck não viria, e eu realmente não queria vê-lo agora. Não sou esse tipo de namorada que fica com ciume de tudo mas minha paranoia não tem limite. Corri até o carro e fui o mais rápido possível para o hospital.

Estavam recapeando as ruas, então tive que estacionar o carro a três quadras do hospital. Faltavam apenas 10 minutos para o horário de visitas terminar. Corri até a secretaria e pedi o número do quarto de Kevin. Bati várias vezes na porta e ninguém atendeu, decidi entrar...

– Kevin? - Senti um frio na barriga ao entrar no quarto, estaria completamente escuro se não fosse uma simples lâmpada fraca iluminando um mural. Me aproximei e pude ver os desenhos que estavam colados. Eram desenhos de penas, asas, vultos e tudo de mais assustador. Logo a única luz acesa se apagou.

– Viu o que eu me tornei? O que ele fez comigo? - A voz de Kevin ecoava pelo quarto.

Tentei me apoiar em algo, tentei achar um feixe de luz para me orientar, só conseguia sentir a claustrofobia me dominando e Kevin entrando na minha mente.

– Ele quem Kevin? Do que você está falando?

– Morto por dentro, ele apenas tentou terminar o serviço.

Logo as luzes se acenderam e pude ver Kevin. Ou o que restava dele. Seus braços estavam com cortes enormes e o rosto na mesma situação. Olheiras fundas e escuras, hematomas por todo o corpo, a pele flácida e pálida.

– Ele não terminou de me matar Belle...

Corri e me joguei em seus braços, senti meus olhos ficarem úmidos. Abracei-o o mais forte que eu podia.

– Quem fez isso com você Kevin? Me diz, quem?

– Eu tenho sonhado tanto, parece que ele está em todos os lugares. - Ele não me abraçava, estava com o olhar fixo nos seus desenhos. - O tempo todo, ele fica só esperando eu dormir pra me invadir de novo. Parece o inferno.

– Calma Kevin, eu vou te ajudar, acredite. Eu vou descobrir quem é e vou fazê-lo pagar por isso.

Ele deslizou o dedo pelo meu pescoço. Sorriu.

– Uma pena? Típico de você. - Afundou a unha no meu pescoço, instintivamente eu recuei. - Você está amaldiçoada Belle.

Kevin pegou uma mecha do meu cabelo e passou-a no rosto.

– Pena que é tão encantadora. -E com o máximo de brutalidade que pôde puxou meu cabelo, até os fios vermelhos se desprenderem da minha cabeça. Gritei.

– Você é louco?!

A enfermeira repentinamente entrou no quarto.

– O horário de visitas acabou.

Sai mais rápido do que entrei e ainda pude escutar Kevin gritando: "Você está amaldiçoada!" Corri para o carro e deitei a cabeça no volante. Involuntariamente, as lágrimas começaram rolar. Chorei por um bom tempo até perceber que estava sendo observada...


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Notas finais do capítulo

Capítulo pequeno porque estou com um enorme bloqueio de criatividade. Sinto muito se demorei demais pra postar esse capítulo e prometo melhorar o próximo. Espero que gostem. ♥