Are You Falling? escrita por nina staff


Capítulo 6
Capítulo 6 - Surpreendida




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Acordei sentindo mais frio que o normal, me espreguicei e involuntariamente tateei o lençol em busca de Beck. Suspirei ao perceber que não estava ali. Arrumei meu cabelo, respirei fundo.

– Legal, dorme comigo e no outro dia foge.

Levantei da cama e fui procurar minha blusa. Achei o moletom de Beck jogado na minha mesa, tirei o short e fiquei vestindo apenas roupas íntimas e o moletom. Fui na cozinha e encontrei um bilhete na mesa, dizia: “Fui resolver uns problemas, volto logo. Mantenha-se segura anjo.” Sorri imediatamente. Eu não o conhecia a muito tempo, não sabia nada sobre ele, mas Beck tinha uma essência que era ideal e totalmente inevitável de se apaixonar. Lembrei do seu abraço quente e teus lábios passando pelo meu corpo. Por um minuto, senti novamente o frescor do seu hálito no meu rosto enquanto sussurrava entre nossos beijos. Seu cheiro intenso sempre me atraía, seus olhos verdes me acalmavam. Sei que parece impossível, mas sempre que Beck me olhava parecia estar lendo minha alma. Ri de como eu parecia estar apaixonada e neguei várias vezes. De novo não. Eu não iria cometer esse erro novamente. Beck é algo temporário, tem esse jeito misterioso mas sei que logo vou decifrá-lo e então ele irá embora. Como o Taylor. Como todos os outros. Voltei para o quarto e guardei o bilhete na minha “caixa de recordações”, em cima da pena. Olhei no relógio e, pela primeira vez, percebi que horas eram.

– 9:10! ESTOU ATRASADA.

Peguei meu celular e vi que tinha 34 chamadas perdidas da Fernanda. Merda.

Disquei o número dela e apertei o botão verde.

– Bells?

– Fer, eu me atrasei, pode avisar o supervisor? Chego ai em alguns minutos.

– Você não viu o jornal Bell? - Ela parecia nervosa. - O museu foi destruído. Totalmente. Ainda não descobriram quem foi, mas entraram lá e roubaram alguns arquivos, o resto apenas quebraram. Vamos receber meio salário esse mês, e não vamos trabalhar nenhum dia. Iupi. - Era óbvio que a Fernanda não precisava trabalhar. E eu também não, mas não dá pra ser independente se sua mãe paga todas as suas contas. - Bell, tenho que desligar, estou com meu namorado novo, beijo. - Fim da chamada. Namorado novo durante sua “greve de homens”, tinha que ser a Fernanda.

Escutei alguém abrir a porta, fui andando devagar até a sala. Vejo Beck entrando. Lindo como sempre, havia trocado sua roupa. Estava com os cabelos molhados jogados levemente no rosto, seus olhos estavam mais verdes. Vestia uma blusa com o símbolo do Misfits, uma camiseta xadrez e jeans preto. Me aproximei lentamente e percebi sua cara de surpresa ao me ver em seu moletom.

– Linda como sempre, Anjo. - Ajeitou minha franja e acariciou meu rosto. Abracei-o e ele me levantou, deu meia volta enquanto me segurava e me soltou levemente no chão. Beijou minha testa e me abraçou forte. - Desculpe ter saído sem avisar, mas você estava precisando de um descanso.

– Tudo bem. - Sorri. Beck fazia tudo ser perfeito. - Não vou trabalhar hoje e por alguns dias, na verdade.

– Eu vi o que aconteceu, em breve tudo estará bem de novo. O que vamos fazer hoje? - Apertou minha bochecha.

– Acho que eu tenho que ir no mercado. - Ele fez uma cara de felicidade.

– Vou contigo, é melhor se trocar anjo. - Passou os dedos pelo meu pescoço, desceu pelo ombro por dentro do moletom. - E eu amei seu sutiã de Pokebola.

Ri e bati de leve no seu braço. Fui pro banheiro e demorei pelo menos 30 minutos para apenas desembaraçar meu cabelo. Tomei um banho longo e gelado, usei o resto de shampoo que tinha e xinguei alto quando caiu no meu olho. Me sequei e vesti uma blusa com o símbolo da Chanel, short jeans rasgado com renda branca por baixo e all star preto. Soltei os cabelos, escovei os dentes e passei perfume. Escolhi uma bolsa simples, peguei o dinheiro e fui até a sala.

– Vamos? - Falei enquanto arrumava meu cabelo. Beck me olhou de cima a baixo, puxou a renda do meu short e sorriu maliciosamente.

– No meu carro? Isso será bom. - Passou o braço pela minha cintura e me guiou até a saída.

O ruim de andar de carro com Beck era que os homens nos olhavam por causa do Porsche e as mulheres por causa de Beck. Eu não sentia ciume, mas senti que poderia arrancar o braço de quem ousasse encostar nele. Beck estacionou e virou para mim.

– Nem beijos no carro eu ganho mais?

Ri e tirei cinto de segurança. Fui para seu colo e o beijei. Beck automaticamente colocou a mão em minha coxa. Eu deslizava a ponta dos dedos pelos músculos do seu braço, mordia e puxava seu lábio inferior. Seria vulgar se eu tentasse acelerar as coisas? Desci o banco de seu carro, de modo que ficamos quase deitados. Beck mordiscou meu queixo e beijou meu pescoço. Eu queria que ele soubesse o que eu sentia quando estava com ele. Um segurança bateu no vidro do carro e apontou para uma placa. “Respeito acima de tudo.” Traduzindo para o nosso caso: nada de sexo no carro. Voltei para meu banco e ri alto, Beck fez o mesmo, puxou meu rosto e me deu o ultimo beijo antes de sair do carro. Atravessamos o estacionamento e fomos ao mercado. Beck me pegou no colo e me colocou dentro de um carrinho. Gritei desesperadamente e ri feito louca, ele parecia estar se divertindo. Depois de me tirar do carrinho começamos a pegar os produtos. Ele sempre escolhia as marcas erradas, cada produto que ele colocava no carrinho, eu era obrigada a tirar e trocar pelos meus preferidos. Parou e olhou as compras, nada do que tinha colocado estava ali. Me ameaçou e avançou para perto de mim. Eu tentei correr, mas Beck me agarrou pela cintura e me abraçou forte, beijou minha testa e acariciou minhas costas.

Demoramos mais que o necessário para fazer as compras, e depois de pagar, fomos à sorveteria. Beck não pediu nada e fez questão de rir da minha cara cada vez que eu me sujava com o sorvete. Encostou o cotovelo na mesa, apoiou a cabeça com a mão e me encarou. Eu ri sem graça. Ele estava me encantando cada vez mais. Algumas meninas entraram na sorveteria, olharam diretamente para Beck e todas tiveram a mesma reação: empinar a bunda, segurar o ar, estufar o peito. Beck percebeu meu olhar e riu, sussurrou “Ciumentinha” no meu ouvido e beijou a ponta do meu nariz. Pagamos a conta e fomos embora.

Estávamos no carro, com o clima entre nós perfeito; eu comendo batatas fritas, e ele brincado com meu brinde do McDonalds, quando meu celular tocou. Era do hospital, o horário de visitas para Kevin estava aberto. Beck me levou ao hospital. A enfermeira nos levou ao quarto de Kevin.

– Ele tomou remédios para dormir, não vão fazer efeito agora, mas há a possibilidade de ele estar sonolento. - Abriu a porta.

Quando entrei, dei de cara com o meu melhor amigo na versão amora. Estava com hematomas escuros no rosto e nos braços.vMe aproximei devagar.

– Kev?

Sua reação foi imediata: começou a gritar, batendo braços e pernas, ambos com curativos. Fiquei parada se reação, quando de repente, sinto Beck me puxar. Kevin estava com os olhos negros. Totalmente negros.

– Isabelle, eles querem sua alma. Está a venda. Está a venda! - Era Kevin falando, porém, não era sua voz. A voz era bem mais misteriosa, irreconhecível, grossa e assustadora. - Não há esperanças para você. Esse é o fim! - Gritou absurdamente alto e começou a se contorcer enquanto ria. Beck saiu correndo do quarto e foi chamar uma enfermeira. Fiquei paralisada, sem reação. A enfermeira tentou conter Kevin e afirmou para o médico que o paciente estava de um ataque epiléptico. Beck me puxou para fora do quarto, me abraçou forte enquanto eu me desmanchava em lágrimas. O que Kevin estava querendo dizer? Ele devia estar louco.

– Anjo, eu estou com você. Enquanto eu estiver aqui nada irá acontecer contigo. - Me apertou e beijou a “tatuagem” no meu pescoço.

– Por favor… Não me deixe só, não vou conseguir aguentar isso sozinha.

– Anjo, você é minha, lembra? Cuido muito bem do que é meu.- Fomos abraçados até o carro, e só quando chegamos na minha casa que eu consegui parar de chorar. Fui diretamente pro banheiro tomar banho, coloquei roupas íntimas e o moletom de Beck novamente. Deitamos no sofá e ele me fez carinho por vários minutos. Escutei alguém bater na porta.

– Eu atendo. - Disse enquanto me levantava. Beck puxou rapidamente eu braço.

– É melhor não.

Me soltei e fui até a porta. O que mais de ruim poderia acontecer agora? Abri a porta. Meu olhar encontrou primeiramente uma blusa branca manchada de sangue, para depois perceber de quem era.

– Taylor?

Ele sorriu com malícia. Seus dentes estavam encobertos de sangue.

– Olá, querida Isabelle.



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