Eram exatamente onze horas quando Beck parou o carro e tirou a venda dos meus olhos. Enquanto dirigia, ele tentava me dar dicas de onde ia me levar. Disse que era um lugar onde você se sentia insignificante, cheio de luz e admirado. Por um minuto pensei que ele ia me levar à uma loja da Chanel. Fui a viagem inteira deitada no banco de trás do Porsche enquanto Beck reclamava "Você devia deitar no meu colo, não no banco de trás do meu carro" e eu ria sem parar.
Quando Beck tirou a venda, colocou a mão na frente dos meus olhos, o que só me deixou mais curiosa.
- Tudo bem, pronta? 3, 2, 1... Pronto!
Quando abri os olhos fiquei maravilhada. Estávamos no pico de alguma montanha, ou algo assim. Eu conseguia ver a praia e a floresta, o barulho do mar era como música.
- Beck, é lindo!
Ele sorriu.
- Mas essa não é sua surpresa - ele abriu o porta malas do carro e tirou uma bolsa de lá. - Planejei toda a nossa noite.
Beck pegou um colchonete e colocou no chão. Abriu a bolsa, pegou um lençol e apontou pra mim.
- Me ajuda anjo?
Forramos o lençol no colchonete e eu deitei, enquanto Beck revirava as coisas na bolsa. Tirou de lá dois mapas e os esticou no chão. Forcei a visão e percebi que eram os mapas das estrelas. Me sentei, levantei a cabeça e olhei para o céu. Estava totalmente limpo, com as estrelas destacadas e bem visíveis. Irreal seria uma boa palavra para definir.
Senti Beck acariciando meus braços e automaticamente sorri.
- Sempre soube que você gostava de estrelas, anjo - disse enquanto mordiscava minha orelha. - E estamos bastante longe da cidade, então ninguém irá nos atrapalhar. Hoje é só você e eu.
Me virei e o encarei. Prestei atenção em cada detalhe seu, para que ficassem guardados na minha mente para sempre. Concentrei minha atenção na sua pele. Onde tocava a minha, me atribuía uma sensação de calor, de sede, de vontade. Seus lábios estavam rígidos, comportados, sedutores. Segurei seu rosto devagar e deixei meus lábios encontrarem com os dele. Senti o mundo todo me invadir. Minha mente viajou e meu estômago se tornou um gelo. Os lábios de Beck estavam quentes e sua língua explorava cada canto da minha boca. Logo seus beijos foram parar no meu pescoço, enquanto suas mãos apertavam meu corpo no seu. Abracei-o, percebendo o quanto era importante estar segurando o meu mundo em minhas mãos. "Nós dois" era só o que importava, e eu realmente acreditava que por muito tempo iria ser assim.
Senti seu corpo roçar no meu, automaticamente suspirei. Nossos movimentos eram indecentes, íntimos, atrevidos; a qualquer momento eu poderia perder o controle. Sua mão acariciava minha barriga e me fazia estremecer, beijei violentamente seus lábios enquanto ele apalpava meu seio. Deitamos no colchonete e prendi minhas pernas em sua cintura. Beck apertava minhas pernas e mordia minha boca.
Logo seu celular tocou.
- Droga - Beck praguejou, eu ri.
- Atenda.
- É o despertador, chegou a hora da minha surpresa.
Ele pegou dois travesseiros e nos deitamos. Apoiei minha cabeça no seu peito e esperei que acabasse com o suspense.
- Três, dois, um. É agora. Olha pro céu anjo.
Várias luzes passavam rapidamente pelo céu. Ele havia me levado pra ver uma chuva de meteoros. Não pude deixar de sorrir e lançar um olhar bobo para Beck, beijei rapidamente seus lábios.
- Faz um pedido. - ele sussurrou no meu ouvido.
Fechei os olhos com força.
- Anjo, o que você pediu?
- Você.