Are You Falling? escrita por nina staff


Capítulo 13
Capítulo 13 - Entretida




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Fui sugada por um redemoinho de sensações estranhas e enjoativas. Imagens passavam por minha cabeça com tamanha velocidade que até me assustavam, eu não conseguia fixar minha visão em uma só memória. Logo senti tudo parar de uma vez. Senti o chão gelado sob minhas mãos. Levantei a cabeça e olhei para os lados, vi a silhueta de Beck, meu coração saltou. Me levantei e comecei a observar o lugar onde estava. Era um salão, com janelas grandes, cortinas longas de cor vermelho vivo, mesas de madeira escurecida, um lustre de cristal e objetos de bronze sobre a mesa. Eu não sabia onde estava.
– Você não se lembra do nosso acordo? Você devia deixa-lá em paz.
– Está se envolvendo muito com ela, anjo caído - a voz de Taylor soava ironicamente. - Não se esqueça que o destino dela é ser sacrificada por você.
Beck respirou fundo.
– Isso não é mais da sua conta.
A risada alta de Taylor fez eco por todo o salão.
– Você se apaixonou por ela? - riu mais um vez. - Sei como deve se sentir. Eu pensei estar apaixonado também. Ela tem todo aquele jeito rebelde, te conquista fácil. Os cabelos ruivos, a pele branca e os olhos castanhos são quase irresistíveis, não é? Pena que não tem nenhuma utilidade para mim, apesar de ser tão boa na cama.
Tive que forçar a visão para confirmar o que tinha visto; Beck, com uma rapidez anormal, segurou Taylor pelo pescoço e o levantou até que sua cabeça ficasse próxima ao lustre.
– Deixe-a em paz.
Beck jogou Taylor com toda sua força contra a parede e saiu do salão, deixando o nefilim caído no chão.

Abri os olhos e percebi que estava na sala de aula. Enxuguei uma lágrima que insistia em escapar do meu olho.
– Beck...?
Mas, mais uma vez, ele havia me deixado sozinha.
Senti um tremendo alivio quando ouvi a risada de Fernanda. Eu havia lhe contado sobre meu "relacionamento" com Beck e ela não mostrou irritação. Nossa amizade era baseada em pura confiança, e eu me sentia completamente arrependida de não ter contado sobre Beck desde o dia em que ele me beijou. Eu conseguia rever as lembranças nitidamente na minha cabeça. Talvez por eu sempre desejar vive-las novamente.
Estávamos no Almanara, nosso restaurante favorito. Fernanda tinha pedido uma porção grande de batata frita com muito queijo nacho, ri enquanto ela comia rapidamente e deixava seus dedos laranja. Eu não pedi nada, estava sem fome. Fernanda parou de rir pigarreou.
– O que você tem? Está quieta.
– Nada Fer. Me conte sobre seus namorados.
Fernanda revirou os olhos e começou a cantarolar uma música da Joan Jett.
– Decidi parar de me importar com os meninos, vou começar a me amar primeiro. - Voltou a cantarolar.
Ri enquanto acompanhava ela com a música, até que senti meu coração gelar. Beck e mais um homem haviam entrado no restaurante. Limpei o gloss do canto da boca e olhei para a Fer.
– Pra variar - suspirei.
Fernanda acompanhou o meu olhar e revirou os olhos.
– Já brigaram? Quer ir embora?
– Ele não vai vir aqui então não faz diferença.
Tomei um gole de coquetel de morango e desejei que tivesse mais álcool.
– Tem uns garotos vindo pra cá, acha que vai dar problema?
Beck estava a duas mesas da nossa e olhava fixamente pra mim.
– Eu não dou a mínima sobre o que o Beck irá pensar.
Senti uma mão deslizar pelo meu ombro e levantei a cabeça. Era Benner Stifler, estava na minha sala de biologia. Ao seu lado estava Bernardo Perrini, que foi em direção a Fernanda e sentou ao seu lado.
– Olá moças - deslizei para o lado e Benner sentou no banco.
– Podemos pagar alguma bebida para vocês? - Bernardo olhava diretamente para Fernanda.
– Obrigada Ber, mas já pedimos coquetel.
Ri quando percebi que Fernanda estava ficando vermelha.
– Acho que estamos atrapalhando os dois - Benner sussurrou. - Quer dar uma volta lá fora?
Olhei para Beck. Ele estava olhando e sorrindo para uma garçonete, senti a raiva me invadir. Ele queria jogar, não é? Então que vença o melhor.
– Claro! - peguei na mão de Benner e me levantei. - Fer, já voltamos.
Ajeitei o cabelo enquanto Benner ia até a saída. Passei do lado de Beck e me abaixei.
– Não parece tão perigoso agora, "anjo".
Me levantei e sai. Encontrei Benner próximo a porta do restaurante e fomos andando em direção aleatória.
– Soube que seu amigo foi atacado.
– Ah, o Kevin? Pois é, os policiais falaram que foi um assalto.
– E o que você acha? Você que encontrou ele, não é?
– Não sei. Quando cheguei lá estava super bagunçado.
– Sinto muito, mas tenho algo que vai te acalmar.
Benner me puxou pela cintura e me pressionou contra a parede. Não percebi que estávamos andando em direção a um beco, e agora mesmo se eu gritasse o mais alto que conseguisse, ninguém iria me ouvir.
– Sabe que sempre fui louco por você. - Benner puxava meu cabelo e falava baixo no meu ouvido. - E sabe que eu sempre esperei por esse momento.
Eu usava minhas forças para empurrar Benner e tentava chamar Beck pelo pensamento.
– Benner, eu não quero.
– Vai ser rápido, juro. Você vai gostar.
Senti os lábios quentes de Benner roçar no meu queixo. Suspirei.
– Me solta agora.
Senti Benner apalpar minha bunda e isso me fez empurra-lo com mais força.
– Me. Solta. Agora.
– Você ouviu ela.
Senti um alivio ao ouvir a voz de Beck.
– Vai tentar dar uma de herói? - Benner riu, - Pergunta se ela quer que eu pare.
– Benner, me larga!
Beck estava longe, se Benner tentasse me atacar ele não conseguiria me proteger.
– Bells, eu vou te soltar, mas é por você - falou virando a cabeça na direção de Beck - porque eu te considero muito.
Senti o ar entrar rapidamente nos meus pulmões, até aquele momento eu não tinha percebido que estava prendendo a respiração.
– Obrigada.
Benner beijou minha testa e foi se afastando aos poucos.
– Eu não precisava de ajuda - disse, sabendo que não era verdade.
– Não é o que parece. - Beck se aproximou. - Não sei o que aconteceu com a gente, eu te disse o quanto é importante para mim, estou desistindo de tudo que eu sempre quis pra poder ter você, fui verdadeiro o tempo todo mas você parece não entender.
Eu parecia não entender? Quem é que me deixava sozinha todo o tempo?
– Também tenho sido verdadeira, e eu esperava que você entendesse que nada disso é fácil para mim. Acha que é fácil ter um namorado anjo caído e descobrir que esta impedindo ele de realizar seu maior desejo? Eu queria só que tivesse um jeito de tudo isso se acertar, queria que você pudesse me sentir, do jeito que eu sinto você. - Senti meu olho lacrimejar, olhei para cima e suspirei. - Eu não sou boa o bastante para você e sei disso, mas eu quero ser.
– Anjo...
Beck me abraçou e senti minhas forcas desaparecerem, as lagrimas rolavam quentes e lentas pelas minhas bochechas.
– Sinto muito que isso tenha que ser tão complicado, mas eu não preciso ser humano. Eu só preciso ter você. Se tenho você, tenho tudo.
Beck beijou minha bochecha, limpando uma lagrima com os lábios. Eu estava pronta para lhe beijar quando senti meu celular vibrando.
– Alô? Oi Fer, - afastei o telefone da orelha quando Fernanda deu um de seus gritinhos - eu estou bem, só fui dar uma volta sozinha. Já estou voltando para o restaurante.
Olhei para Beck e dei um beijo rápido em seus lábios, depois me virei de andei em direção ao restaurante.
– Desculpa a demora - falei enquanto sentava na frente da Fer. - Onde estão os meninos?
– O Benner apareceu e disse que você já estava vindo, então ele chamou o Bernardo e eles foram embora.
Encarei Fernanda, ela estava diferente, mais risonha, mais sorridente, mais... feliz.
– Por que essa carinha? - falei enquanto bebia um gole do coquetel. - Você está vermelha.
– Vermelha? Eu? Estou normal.
– Você está rindo sem motivo e seu batom está todo borrado... - Arregalei os olhos. - Ele te beijou?
Fernanda riu.
– Lerda.
– Não consigo acreditar! Até que você e o Bernardo combinam, senhorita Perrini.
Fernanda se engasgou enquanto tentava tomar seu coquetel, automaticamente a parte racional do meu cérebro parou de funcionar e comecei a rir alto. Fernanda riu comigo e eu, involuntariamente, ronquei enquanto ria, o que só nos deu motivo para mais riso.

Passamos a tarde na sua casa, arrumando revistas e fazendo as tarefas de biologia. Me despedi de Fernanda às 20 hrs e só consegui chegar em casa às 21:30. Abri a porta e joguei minha mochila no chão. Corri para o banheiro, amarrei o cabelo e enchi a banheira, eu precisava relaxar. Quando terminei o banho vesti uma camiseta do Greenpeace escrito "Salvem os pandas" e um short extremamente curto. Estava indo em direção a TV quando...
– Tentador.
– Beck?! O que está fazendo aqui?
Beck ria enquanto examinava minhas roupas.
– Quero te levar para um passeio.
– São quase onze horas. - coloquei as mãos na cintura.
– Temos o resto da vida para ver TV.
Suspirei. Ele não desistia.
– Anjo, te aconselho a não ir com esse micro short, posso acabar perdendo o controle desse jeito.
Revirei os olhos e fui para o quarto. Peguei a primeira calça jeans que vi no guarda roupa e vesti.
– Pronta?
– Pronta.


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Notas finais do capítulo

Estou sem meu notebook e vou ter que digitar os próximos capítulos pelo celular, então talvez demore um pouco para eu publicar o capitulo 14. Espero que gostem desse. ♥