Um amor imperfeito escrita por Hachi182


Capítulo 26
Conselho


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal!!!! Desculpem! Não queria tortura-los com a espera, mas também não queria postar um cáp. tão curto como estava antes >.
Muito obrigada aos leitores maravilhosos que comentaram nos últimos dois capítulos!! Vocês fizeram meu dia, seus lindos ( ^3^)

Boa leitura!!!!



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No capítulo anterior...

Eu estava elétrica. Por ter ficado parada a tarde toda e por ter acabado de comer muito, era óbvio que eu não dormiria agora. Mas ainda havia uma coisa planejada para eu fazer naquele dia final de dia. Coloquei novamente o meu casaco de neve, e saí. O frio da noite era dez vezes pior que ficar sem casaco durante o dia.

Meu novo destino : A prisão de Gelo

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Narrador em 3º pessoa

Após se despedirem e cada ir para sua casa, Pedro ainda tinha a imagem da amiga se desdobrando em mágoas em seus pensamentos, mesmo que isso ter acontecido a poucos minutos. Ele não estava disposto a ir para casa direto, tinha que saber como seu outro amigo estava. Afinal, mesmo sabendo o ponto de vista de Cassandra, ainda tinha alguma consideração pelo outro por seus anos de convivência juntos.

Pedro se dirigiu a casa do moreno, e ficou surpreso ao vê-lo de pé e saindo de casa sem auxílio. Os boatos da surra que ele havia tomado se espalharam muito rápido, e enquanto Cassandra estava trancada em casa, Pedro tinha ido ver o estado do amigo. Estava realmente deplorável : o rosto não parava de sangrar, embora as curandeiras insistissem em dizer que não era nada muito sério. Por todo o seu rosto haviam queimaduras, e nos braços também, já que Lucas tentou se proteger usando eles, em vão é claro. Também haviam hematomas no abdômen, mas não haviam queimaduras graças ao grosso casaco que ele estava usando na hora na porradaria.

E agora não estava tão diferente. Andando a luz da lua, seu rosto estava quase todo enfaixado, ele andava devagar por causa das prováveis dores no abdômen, mas ainda sim.. Passadas lentas, porém firmes, Lucas caminhava a sombra da Lua.

– Achei que você não estava em condições de se mexer – verbalizou Pedro, o que chamou a atenção de Lucas

– Eu pensava que você não andava stalkiando pessoas aleatórias – ele se virou para o outro com um sorriso pálido.

– Estava andando por ai e quis saber de você.. E pelo visto está bem melhor...

– Aquele desgraçado não ia conseguir me derrubar assim tão fácil!

– Se fosse realmente assim, você teria acertado pelo menos uma surra nele, não acha ??

Pedro viu a irritação crescente de Lucas começar a se manifestar. Ele devia estar lembrando de seus momento patético contra o dominador de fogo.

– Nada disso importa! Se ele me acertou ou vice-versa, o que interessa é que ele mostrou a todos quem ele realmente é! E só isso já me basta.. Kouta.. Esse bastardo, ele irá morrer pelas mãos dos amargurados da Tribo da Água!!!! E ao se esqueça que o próprio Giotto sofreu com essa nação.. A esposa dele-

– Eu sei – interrompeu Pedro – Não precisa me lembrar dela

– Olívia.. Ela foi uma mãe tanto para Cassandra quanto para você, não é verdade ?? Por que então ainda defende o intruso ??

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– Cassandra nunca vai te perdoar se entrega-lo..

– Já estou conformado com isso, além do mais.. Eu não preciso do perdão dela.

E assim, ambos se separaram naquela noite. De um lado, olhos coloridos e longos cabelos negros presos no tradicional corte de lobo da tribo. Do outro, cabelos castanhos curtos e olhos apreensivos pelo que viria.

Lucas seguia seu caminho pensando estar sozinho.. Enquanto isso, Pedro o seguia para saber que parte da história de Cassandra ele iria manchar..

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Cassandra narrando

Era quase impossível ver Kouta nas circunstancias que ele se encontrava. Especialmente por causa do local também.

A prisão de gelo foi especialmente desenvolvida para contem pessoas que realizaram delitos graves. É suficientemente frio para que qualquer dominador de água se concentre apenas em manter a si mesmo aquecido para viver até que a punição acabasse.

Mas eu mal podia imaginar o que fariam a Kouta. Com sua dominação de fogo, ele facilmente conseguiria se esquentar usando seu ki, então para mante-lo fora de combate, no mínimo, ele estaria sem nenhuma proteção digna daquela temperatura.

Estou completamente preocupada, mas o desespero não pode me cegar agora. Qualquer movimento não calculado e eu também poderei ficar presa com ele, por tentativa de traição ou qualquer coisa que eles pudessem inventar com relação a minha pequena visita.

Assim que cheguei, tive muito mais raiva do local do que já tinha antes de chegar. Não apenas por me sentir culpada pela situação toda, mas agora era porque eu sentia a minha dominação de água inútil por não conseguir fazer uma simples abertura!

Ao menos conseguia sentir sua estrutura. Ao apoiar as mãos na neve fofa, senti que ela se endurecia em puro gelo a medida que eu tentava me aprofundar. Houve um momento que não consegui sentir mais nada, minhas informações se restringiam a saber que aquele lugar é um buraco enorme, e que não havia entrada aparente.

Suspirei. Estava prestes a tentar fazer uma loucura qualquer, quando senti uma dominação muito próxima de mim e me escondi atrás de um monte de neve.

Um guarda saiu de uma passagem recém formada pelo mesmo, aparentemente suspirando de alívio por estar do lado de fora. Ele a fechou e deu meia volta.

Esperei mais alguns minutos para ver se ele voltaria, e quando percebi que ele não o fez, abri a tal passagem. Dava direto para uma escadaria que parecia descer ao infinito, e por lá me dirigi.

A medida que descia, a temperatura ao meu redor caía a cada vez mais. Senti a necessidade de usar pelo menos três casacos iguais aos que eu já tinha para me manter aquecida. A sensação era que eu estava nua lá em cima brincando com o frio. Por sorte, trazia comigo alguns cobertores e um outro casaco, mas logicamente não eram para mim.

Ao final da escadaria, encontrei uma espécie de cristal que iluminava todo o caminho, mas, ao contrário do que eu havia pensado, ela não servia como fonte de calor. Peguei um que estava espalhado pelo chão e guardei dentro do casaco, caso eu encontrasse um lugar muito escuro ou algo do tipo, e segui em frente. Infelizmente, tentar não fazer barulho enquanto se anda na neve é impossível, até mesmo para mim, e transformar aquilo tudo em uma longa pista de gelo só me faria propensa a quedas e a barulhos mais altos, então, mantive o passo normal, porém os olhos sempre atentos.

Explorei um longo corredor de selas, aparentemente tinham algumas pessoas ali, mas eram todas prisioneiras. Homens em sua maioria, estavam usando um fino tecido sob a pele, e tinham um único lençol feito de pele na cela de cada um. Aquilo não era nem de longe suficiente para aquecer alguém, mas era possível sobreviver com o pouco calor de a manta lhe oferecia.

Considerando que só haviam presos aqui, e todos eles se encontravam com tigelas vazias, os guardas viriam apenas de manhã para recolhe-las e trazer-lhes mais comida. Isso me daria tempo o suficiente de ver Kouta, mas... Aonde ele estava ??? Tinha certeza que o trouxeram para cá, ouvi Giotto dizer isso, mas não encontrava sua cabeleira loira em lugar nenhum!!

Olhei por mais alguns corredores antes de encontrar uma escada que ia ainda mais para baixo. No início da escada, mais dos cristais anteriores se encontravam largados por ali, e eram bem maiores. Peguei mais um deles e o levei para baixo, seria possível que o isolassem tanto assim ??

Desci com mais pressa, ao acabar da escadaria, estava quase completamente escuro, se não fosse pelo cristal maior, eu não enxergaria quase nada. Mais um corredor se seguia, corri por ele até me deparar com uma curva sem saída, na qual dava em uma cela. Arrisquei ir um pouco mais para perto, e um grito quase escapou de minha garganta quando o reconheci.

Cheguei ao limite das grades com certa urgência, e lhe apontei o cristal para que iluminasse a cela. Por mais pesado que o cristal fosse, seu brilho pálido revelou a cabeleira loira. Não perdi mais tempo.

Usando a dominação, abri caminho entre as barras de gelo e adentrei na cela. Finquei o cristal na neve ao lado dele e me pus a avaliar seu estado. Kouta estava ajoelhado no gelo, com as mãos atadas por longas e grossas pilastras de gelo, e seu corpo parecia mármore de tão frio e branco. Por um momento, tive medo de que ele não tivesse resistido, já que estava apenas com as calças que mais cedo o emprestaram.

_ Kouta ?!?! Kouta!!! Abra os olhos por favor!!!!

E então, o desespero começou a se apossar de mim. Sem pensar duas vezes, destruí os pilares de gelo que o penduraram, e segurei o corpo do loiro durante sua queda.

Retirei os cobertores extras que havia trago em minhas costas. Com um braço forrei o chão de neve enquanto segurava Kouta com o outro braço, apoiando-o em meu ombro. Assim que o coloquei no cobertor, Kouta demorou um pouco para reagir. Tirei minha luva das mãos, sentindo com mais intensidade o frio que fazia ali em baixo. Vesti as mãos de Kouta com elas e aproveitei para verificar seu pulso.

Fraco. Muito fraco.

Mas sua pulsação ainda estava ali.

Quase chorei de alívio com a descoberta, quando ele reagiu e se encolheu em posição fetal, tremendo feito vara verde. Coloquei por cima de seus ombros um casaco aberto, enquanto rapidamente tirava o meu próprio casaco.

Eu sei.. Estava sendo louca de tirar minha única proteção naquele frio, mas Kouta precisava de ajuda. Cobri minhas costas com o meu casaco, e depois a nós mesmos com outro cobertor que eu havia trago. Coloquei meus braços ao redor da cintura do mesmo afim de aquece-lo, mas tive outra surpresa.

O tórax de Kouta estava quente. Tão quente que me senti confortável em estar abraçada ao mesmo. Imaginei que ele só estava vivo pois seu ki se manifestou no local mais importante do corpo.

Em contra partida, a área da cabeça estava muito gelada, branca na cor da neve, como eu havia visto antes. Ele parecia em uma espécie de sono profundo, mas com os cobertores, eu tinha certeza que ele acordaria em breve.

Escondi o rosto dele na curva de meu pescoço, para que ele protegesse a área e não ficasse sem ar, e comecei a fazer carinho em seus fios, retirando a neve acumulada.

Tudo o que eu queria era ver seus olhos verdes se abrirem daqui a uns instantes.

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Pedro narrando

Em outras circunstâncias, eu jamais estaria espionando alguém , muito menos quando essa pessoa está indo em direção ao conselho da Tribo da Água, mas sabendo que o assunto envolvia Cassandra, e que ela ficaria muito pior do que já estava, resolvi assumir o risco. Afinal, ela também já havia arriscado o próprio pescoço muitas vezes para me ajudar.

Lucas tinha acabado de entrar na sala do conselho. A partir dali, guardas tomavam conta do local e nada além de pessoas autorizadas podiam passar, o que não era o meu caso. Olhei ao redor da grande entrada do salão.. Devia ter algum lugar que eu pudesse passar sem ser notado..

Uma ideia me surgiu a mente, por mais absurda que ela fosse, mas podia dar certo.. e eu precisaria ser rápido.. Corri para longe da grande porta, torcendo para que as reformas do teto ainda não estivessem prontas.

Bingo!! Sem o teto pronto na sala do conselho, os apoios que eles estavam usando para chegar até lá em cima ainda estava instalados ali, por mais longe e bem escondido que estivessem. Mentalmente, agradeci a minha mãe por ter me feito procurar alguma ocupação na aldeia além da pesca de manhã, se eu não tivesse ajudado a substituir uma pessoa aqui um dia desses, eu nunca teria descoberto uma brecha assim.

Escalei o apoio e observei por dentro da estrutura. A única pessoa que tinha uma visão mais ou menos nítida de mim seria a guarda do lado de fora e com, muito, mas muito azar, o próprio general Giotto, mas ele estava interessado demais no que Lucas estava contando para olhar para cima.

Cheguei um pouco tarde, mais ainda assim, pude escutar a história que Lucas distorcia. Agucei um pouco mais os ouvidos para poder ouvir melhor :

– ... Já são uma série de acusações contra ele, meu senhor! E agora, mais essa! A prova nítida de que nunca deveríamos ter aceitado um estrangeiro por mais tempo!! É um informante da nação do fogo! Conquistou sua filha para que tivesse sua proteção durante a estadia dele aqui, e quando estiver satisfeito sobre nós, irá voltar para a nação do fogo com um ataque praticamente planejado! Demos a ele o tempo que ele precisava para nos enroscar!!

Os membros do conselho cochichavam entre si, e o sorriso de Lucas já não podia mais ser disfarçado. Quando o ancião estava prestes a dar a palavra final, Giotto se intrometeu, tirando alguns suspiros de surpresa de alguns presentes, e inclusive, o sorriso que Lucas esboçava.

– Não acho justo com o garoto que nós simplesmente o matemos por ele ser um dominador – Alguns protestos já estavam por vir, mas Giotto levantou sua mão, em sinal de que ainda estava falando – Mas acho que devemos tirar algumas respostas diretamente do garoto, para então, decidirmos o que fazer.

– Meu general.. não acho que isso seja- Lucas estava falando, quando um outro membro do conselho se manifestou.

– Eu devo concordar com o General Giotto, a Tribo da Água deve ser honesta com relação as suas atitudes, e em um caso tão inusitado como esse, devemos saber todos os pontos dessa história antes de prover uma sentença adequada.

Alguns murmúrios se seguiram sobre o assunto, variando entre a favor ou contra a proposta. Giotto apenas aguardava a decisão, quando a voz do ancião da tribo de sobressaiu

– Muito bem homens.. Essa confusão toda está muito mal-explicada.. Devíamos dar uma chance ao rapaz, mesmo que ela seja nosso inimigo aparente.

– Ele vai mentir, senhor!! Vai engana-lo como estava tentando fazer antes !! – tentou Lucas

Novos murmúrios se formaram. E continuaram assim por mais alguns minutos, quando todos se sentaram novamente, firmes em suas decisões.

– Senhores... Por favor, aquele que concordar comigo e com o General Giotto, levantem a mão.

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Haviam treze pessoas na sala.

Doze faziam parte do conselho.

Sete haviam levantado a mão a favor da proposta.

– Muito bem, que assim seja feito. Tragam o garoto amanhã ao cair ad noite, para ser interrogado.

E assim, todos se levantaram, e depois de uma reverencia ao ancião da tribo, cada um seguiu para sua própria casa.
Inclusive Pedro, que até então assistira a cena toda sorrindo. Mal podia esperar para contar as novidades a Cassandra, cedo do dia seguinte .


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Notas finais do capítulo

E então.. Houve um aumento de leitores na fic! Que alegria *^*

Será que hoje os meus Fantasminhas iram aparecer ??

Mais tarde vou descobrir x.x"

Beijos da Hachi :*



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