Um amor imperfeito escrita por Hachi182


Capítulo 19
Despedida sútil


Notas iniciais do capítulo

MEU DEUS!!!!! Eu tenho que me desculpar muito sério com vocês leitores dessa fic v.v
Ok, eu admito, se fosse eu como leitora e a minha autora nao atualizasse a historia durante 6 meses, eu ia ter um treco, e todo mundo deve estar querendo me matar agora, mas nao pensem que eu esqueci da fic !! Pelo contrario..

Todos os dias em que eu nao pude escrever, eu pensava como vocês deveriam estar decepcionados pela minha falta de comprometimento ou talvez desinteresse, mas nao foi isso !! Gente, eu ainda estou na escola, o primeiro ano no ensino médio estava quase me reprovando!! Eu tive que largar muita coisa para subir as notas, inclusive o nyah! Espero que esse cáp amenize as coisas.

Fiquei muito contente ao notar que o número de leitores continua o mesmo no tempo do hiato-nao-oficializado, agradeço de coraçao por nao terem me abandonado.

Eu fiz um momento especial do Kouta e da Cassandra, espero que vocês gostem desse cáp e das ideias para o próximo.
Muitas revelações aqui.. MUSHAUSHUSHAUSHUAHSUAHSUSASHUA



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No capitulo anterior...

A palavras me fugiram, nao sei que sentimento despertou naquela mulher, e isso estava me deixando preocupada. Fiquei mais surpresa ainda quando ela me abraçou, com o vaso em uma das mãos e lagrimas molharam o meu ombro. Eu simplesmente a abracei de volta, ja bem confusa com o rumo da situaçao.

– Voce achou!!!!

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Kouta narrando

Depois que ambas Ilca e Cassanda saíram da mesa, ficamos apenas eu e o casal, tentando em vão trocar palavras inuteis para não manter o clima de mal estar, mas a falta de assunto estava terrivel.

Por isso, de vez ou outra, eles me perguntavam o que nós faziamos naquele vilarejo e para onde iríamos quando fossemos embora, e coisas desse tipo, o que respondia com poucas informações, não queria ser grosseiro, apenas estava protegendo isso de pessoas comuns, ainda somos procurados pela nação do fogo apesar de tudo.

- Devo admitir, fiquei surpresa ao ver que dois jovens que não moravam aqui apareceram no meio da estrada... vocês se perderam ou algo assim ? - perguntou Helena, enquanto Enok, ainda se ocupava com a sopa de legumes, que comia de forma demorada.

- Ahm.. nós nos perdemos na estrada e achamos uma trilha meio desgastada que nos trouxe aqui..

- Isso é muito raro... - disse Enok uma única vez que tirou a sopa dos lábios - Apenas uma pessoa conseguiu entrar aqui sem nunca ter visto esse lugar antes e isso foi a muito tempo atrás... tem certeza que não teve ajuda, meu jovem ?

Agora senhor parecia realmente desconfiado.. E antes que eu pudesse raciocinar uma coisa qualquer, a senhora o fitou com um olhar de reprovação e ele riu daquele mesmo jeito que fizera no quarto comigo, para disfarçar o constrangimento, e se levantou com o prato fundo por fim vazio.

- Sinto muito meu jovem, agora se me dão licença.. eu vou ver o que aquelas duas estão fazendo na cozinha - E asism se levantou reclamando de dores nas costas e seguiu em direção a cozinha, onde estranhamente não ouviasse barulho de água ou muito menos das garotas conversando, o que me preocupou um pouco.

Sempre que tinha oportunidade Cassandra falava que assuntos fúteis para se distrair da pressão que a viagem fazia sobre nós. Desde que saímos da Nação do Fogo, carrego comigo uma certa teoria sobre Cassandra em relação a minha companhia, sempre pensei que ela se sentia culpada por achar que me tirou de minha casa a força.

Mas não é bem assim, eu sentia que precisava sair de lá para relaxar e ficar longe do meu pai para um dia, poder voltar com a cabeça mais aberta. Viver na mordomia como ele sem deixavam nunca vai fazer de mim um bom general se eu não conhecer outras realidades. Não que eu não fosse sentir saudades da minha mãe , agora mesmo ela deve estar preocupada e eu consigo até prever alguns puxões de orelha por ter sumido sem dar notícias.

Era a única coisa que eu queria. Não faço idéia do que aconteceu depois que saímos as pressas do castelo, mas a pior coisa seria ter que mandar uma mensagem para dizer que estou bem, ela teria que passar pelo correio real antes de chegar ao meu pai e por fim a minha mãe, e conhecendo o general Kizamuri posso garantir que quando a carta chegar a ela não vi passar de cinzas .

Sinto que fiquei mergulhado em meus pensamentos por alguns minutos, mas quando me toquei da realidade não fazia nem alguns segundos que o velho Enok entrara na cozinha, e agora Helena me encarava com um sorriso terno, como se visse em mim alguem que sentia muita falta.

Estava prestes a sugerir um assunto quando um grito vindo da cozinha alarmou tanto a mim quanto a Helena, e ambos nos levantamos ao mesmo tempo e fomos na mesma direção, para dar decara com a cena mais.. bizarra, talvez, que jáaconteceu naquele dia :

Ambas Ilca e Cassandra estavam abraçadas no chão, enquanto ainda sobravam alguns poucos pratos para serem lavados, Ilca chovara, enquanto Cassandra consolava-a do jeito que conseguia, mas parece que não estava sabendo bem o que fazer.

Enok estava parado na porta a nossa frente, deu alguns passos para perto da filha e pegou uma peça de cerâmica muito antiga e bem detalhada, que até então não havia reparado que estava perto de Ilca, e se levantou devagar, com a peça na mão como se fosse uma relíquia.

Então, virou-se para minha direção, mais especificamente para onde Helena estava, e pude ouvir o gemido de espanto que ela tentou conter ao ver o que ele carregava. Saí discretamente do lado dela, indo para um das estremidades da cozinha, enquanto via o idoso casal se abraçar e trocar sussuros, até que Helena teve a coragem de acariciar a peça

- Minha filha... - sussurou ela baixinho, enquanto lágrimas saiam de seus olhos,Enok a abraçou, olhou para mim e para Cassandra, e com um gesto discreto com a cabeça, pediu desculpas e se retirou com a esposa, provavelmente para o quarto.

Quando olhei para as garotas, ambas ja estavam de pé e Ilca já havia controlado suas lágrimas, apesar de ainda manter um fraco sorriso no rosto,não soube dizer se era de felicidade ou tristeza, uma um pequena mistura dos dois sentimentos conflitantes.

Ela segurou a mão de Cassandra enquanto olhava para mim, provalvemente por querer a atenção dos dois ao falar

- Me desculpem por isso, mas é que nossa familia perdeu um membro muito importante enquanto fugiamos das primeiras invações da Nação do Fogo ao Reino da Terra, e auqela era a unica lembrança que nós temos.. Pensamos ter perdido em uma noite ao fugir com pressa..

- Não precisa explicar se não quiser, afinal somos estranhos em sua casa, não precisa falar nada se for doloroso demais.. - tentou Cassandra, mas a garota se negou e se sentou na mesinha ao fundos da coinha, nos chamando para lá tambem, talvez não quissese um não como resposta.

- Irei contar, vai ser melhor para mim se me abrir com alguem, e vocês dois parecem ser boas pessoas, sei que posso confiar em vocês..

- Me sinto honrado - falei fazendo uma pequena mensura antes de me sentar a mesa junto de Cassandra. Vi que a loira anossa frente ficou um pouco vermelha, não foi a minha intenção, mas realmente era de se respeitar alguem que quisesse partilhar lembranças tão intimas com estranhos.

Então ela começou a contar.

- Há 21 anos aproximadamente, lembro-me que os homens de nossa vila tinham se compadecido das pessoas que perderam seus lares tentando fugir do ataque da Nação do Fogo. Naquela época eu tinha 18 anos, a vila não era tão grande, não tinhamos pessoas o suficiente para subir a montanha com casas, como vocês veem hoje.. De semana em semana, os homens da nossa vila traziam refugiados da beira da estrada e os abrigavam aqui com as condições que tinhamos. Caroças cheias de familias chegavam as pressas.

Eu analisava a expressão dela a cada palavra dita, tinha um tom de sofrimento em sua voz, como se ela voltasse a reviver aquela história a cada palavra.

- O ataque sempre estiveram aos limites de nosso vilarejo, mas por ser muito bem escondido entre essas montanhas, a noite sempre conseguíamos escutar as emboscadas das tropas que a nação do fogo mandava e nunca sofremos nenhum dano. As mulheres daqui cuidavam de todos os feridos. De vez em vez, uma mulher ia ao outro vilarejo para recolher mais suprimentos de primeiros socorros, que cada vez acabavam mais rápido e com uma frequencia maior... Se tinhamos demais, usavamos até que tudo estivesse coberto de ataduras – Ela disse esta ultima frase com um tom de humor – Éramos adolescentes sem experiência de curandeiras, o demais sempre fez parecer que a pessoa seria curada mais rápido.

Ao meu lado, Cassandra soltou um risinho baixo, como se ela soubesse como é esse tipo de sensação. Olhei de canto para ela por um segundo, mas depois disso parece que ela voltara a prestar total atenção na história.

-Uma vez, minha irmã gêmea fora na vila vizinha colher esses suprimentos. Passara uma semana fora, e quando finalmente voltou, no meio da madrugada, trazia consigo um homem semi-consciente , lembro-me de seus gritos por ajuda, a roupa de ambos suja com o sangue dele. Colocamos o homem em uma das tendas que improvisamos aos feridos, e enquanto as mulheres mais experientes cuidavam do homem, eu ajudei minha irmã a se lavar. Ela descreveu que o encontrou no segundo dia de viajem, quando saía da vila vizinha de volta a nossa casa, que ele estava coberto de feridas e dizia ser um fugitivo da Nação do Fogo, tambem descreveu que havia demorado por ter retornado a vila e tentado fazer o tratamento de primeiros socorros no homem, mas quando estavam quase chegando, as feridas novamente se abriram...

Um suspiro por parte de Ilca, a história estava longa, mas mesmo assim tinha a sensação de que ela escondia cada vez mais detalhes sobre o que realmente acontecera.. Mas devo lembrar que eu e Cassandra somos estranhos, ainda não acredito que realmente estamos entrando no passado dessa família em tão pouco tempo.

-Ela passou a semana inteira cuidando daquele homem, até que ele finalmente acordou. Não sei o que ele falou a minha irmã, já que ela foi a primeira pessoa que ele encontrou, mas depois de sei lá o que tenha acontecido, minha irmão ficou mais calada, mais cautelosa.. como se todos ao redor dela fossem traidores ou o que sabia poderia prejudicar todos ali. Ela passou a viver com medo. Dois dias depois, esse rapaz foi encaminhado de ir com a carroça a procura de familias a beira da estrada. Mas essa carroça nunca mais voltou... No lugar dela, tropas da nação do fogo surgiram no caminho todo, os poucos dominadores de terra que viviam por aqui fizeram de tudo para impedir o avanço. Mas não adiantou nada... O rapaz que havíamos ajudado era o comandante do ataque, eles queriam ver se aqui ainda existia dominadores que pudessem ser escravizados e levamos para as minas. Eles quase levaram a mim e ao meu pai, mas minha irmã disse que tentaria impedi-lo. Eu não faço idéia do que ela fez.. mas depois que ela se pôs no caminho da tropa até as nossas defesas, o ataque parou imediatamente, os oficiais do fogo levaram os dominadores de terra que foram pegos desprevenidos, e minha irmã foi levada com eles como uma escrava no palácio.. Nunca mais a vi desde então.

Lágrimas já brotavam nos olhos de Ilca, cujo ela havia limpado com um pedaço da manga de sua blusa para que elas não saíssem dos olhos de novo.. Pelo menos não tão cedo.

-Ela adorava esse tipo de artesanato, e fazia com uma perfeição de outro mundo.. aquele era um presente surpresa para minha mãe, que ela havia dado de surpresa em seu 50º aniversário, achamos que tinha sido perdido... Mas você achou.. Cassandra, não é ?.... Muito obrigada..

- E que agradeço por nos partilhar essa lembrança dolorosa.. Espero que te-la colocado para fora esteja tendo um efeito positivo em você, no sentido de te aliviar a dor da perda, claro..

- Foi sim, sinto falta de fingir ser outra pessoa. Marilene foi a melhor pessoa que ja existiu nesta casa !

Foi a nossa vez de entrar em choque, o nome.. Minha mãe ? Será possível que..? Mas só agora avaliei melhor o rosto de Ilca, ela lembrava signicamente a minha mãe.. Mas parando para pensar na historia..

- O que aconteceu ? Parece que vocês dois foram picados por escorpiões!

- Ilca... Não sei como te dizer isso... - Respondi depois de um tempo - Mas... acho que eu.... Acho que eu sou seu sobrinho...

..............................................................

Cassandra narrando

Não achei que fosse verdade.. Durante toda a historia, a hipótese de que Kouta tinha alguma ligação com essa família martelava em minha cabeça durante toda a conversa, e agora o nome...

Mas muitos aspectos sao parecidos quanto tento mentalizar Marilene ao lado de Ilca, a semelhança em seus rostos (exceto pelo de Ilca que é mais inchado), os mesmos olhos verdes e cabelos claros. E o fato de estarmos no Reino da Terra me remeteu a uma fato que a mae de Kouta me contara uma vez, meses antes do parto de Bon

"Eu nasci no Reino da Terra.. Por isso você nao conseguiu ver a dominação de fogo nessa criança em meu ventre.. Talvez, finalmente o herdeiro do meu sangue tenha chegado"

Virei-me para Kouta no exato momento que ele falou, deixando Ilca e a mim com ma expressão de surpresa. Talvez eu e ele estivéssemos chegado a mesma conclusão depois dessa certeza.

- Isso é algum tipo de brincadeira ? - Recrutou ela visivelmente irritada e magoada - Eu abro a minha história para vocês e esse garoto brinca com meus sentimentos de maneira tao fria ???? Que certeza você tem de ser meu parente ? Minha irmã foi levada para a Nação do Fogo!!! NAO TEM COMO UM HERDEIRO DELA VIR DE LA, VOCÊ NAO TEM PROVAS DE QUEM É, NAO SABE DE NADA!! NADA!!! E-

- Eu tambem a conheci!! - Me senti no direito de interrompe-la ao ver o estado de choque e a incapacidade que o momento trouxe a Kouta, e respirando fundo, fui obrigada a revelar um pouco da minha própria história - Eu fui sequestrada pela Nação do Fogo.. E vi Marilene com os meus próprios olhos, e agora que vejo você tambem, posso perceber a semelhança entre vocês duas é nítida!! O que aconteceu de verdade eu nao sei, ja que você disse que ela foi levada como escrava, mas durante o meu período de servidão, ela estava casada com um dos generais do Fogo e tinha dois filhos e grávida do terceiro !! Kouta é o segundo filho da sua irmã, veja as suas semelhanças com ele !! E ele pode provar de viemos da Nação do fogo.

Olhei para meu companheiro novamente, me assegurando de que este ja havia voltado ao normal. Com uma palma virada para cima, Kouta produziu uma pequena chama, o suficiente para causar o efeito desejado em Ilca. Aos poucos, conseguimos convence-la de que Kouta também era parte de sua linhagem.

Após o choque de ver a dominação de fogo, Ilca começou a chorar, mesmo que tentasse impedir as lágrimas. Ela chegou perto dele a passos pequenos e bem devagar, seu cérebro assumindo Kouta como filho de sua irmã perdida. Quando chegou perto o suficiente, eles se abraçaram. Nenhum dinheiro do mundo pagaria aquela cena, me senti privilegiada de assistir ao encontro deles dois, até Kouta deixou rolar algumas lágrimas.

- Entao.. Quer dizer que minha irmã teve um herdeiro ? Estou muito feliz por assumi-lo... Sobrinho - Ela riu ao pronunciar a ultima palavra - Desculpe ter gritado com vocês.. Mas agora, vocês se importam de falar um pouco sobre a minha irmã ?

- Ela se tornou uma pessoa maravilhosa - Começou Kouta - A mãe mais legal e responsável que eu ja vi.. Sinto falta dela

- E por que ela não veio com vocês ? Quer dizer.. O que aconteceu dentro do palácio para vocês estarem aqui ?

O loiro olhou para mim como se pedisse permissão, e eu acenei positivamente com a cabeça antes de ele contar resumidamente o motivo de minha fuga e o porque dele vir junto. A culpa bateu latejante em meu peito mais uma vez aquela semana, culpa de te-lo arrastado para fora do palácio em prol de um sonho bobo... Há 5 anos saí de casa para encontrar a Tribo da Água de Sul. Em 2 fui escrava do palacio. Os outros 2 servi a família de Kizamuri, e o ultimo ano estive fugindo com Kouta ainda com esse pensamento em mente. Nao era justo com ele, que finalmente tinha encontrado um lado perdido de seu parentesco.

Depois de a história esclarecida, Ilca nao aguentou de ansiedade e foi direto contar aos país o que aconteceu, levando Kouta consigo para dentro do quarto dos recém descobertos avós, enquanto eu fiquei um pouco la em baixo.

Minha decisão estava feita.

Enquanto eles ainda explicavam a origem da conclusão de parentesco, fui ao quarto designado a mim no início do dia, arrumei minhas coisas e escrevi um bilhete cujo deixei em cima da cama ja arrumada. Antes de sair, pude ver todos abraçando a Kouta com lágrimas nos olhos, trazendo-me minha próprias lembranças de uma família.. Minha falecida mãe, meu pai que deixei na Tribo do Norte.

Cabisbaixa, saí da casa. Feliz por ele ter se achado, triste por saber que seria melhor que ele ficasse aqui com o lado bom de sua família. Rapidamente achei a trilha de dava acesso ao caminho de que deveria seguir, agora sozinha.

Caminhei durante a noite toda, vagando com meus pensamentos estrada afora enquanto morria de sono, e o corpo reclamava por um descanso.

Sentei no meio da estrada,o chão ainda estava frio, peguei uma maçã da bolsa e bebi um gole de água. Em meia hora parada, me levantei e estava dando os primeiros passos para caminhar, quando o sol já se destacava no céu indicando as 7 da manha.

Barulho de cascos surgiram atrás de mim, e achei melhor caminhar pela beira da estrada, dando passagem a quem quer que fosse. Mas para a minha surpresa, o cavalo me passou e se pôs na minha frente, me forçando de certo modo a olhar para o cavaleiro. No acreditava em quem via.

Kouta desceu do cavalo, sua aparência mostrava-se assustadora. Recuei alguns passos, olhando fixamente para seus pés andando em minha direção, notei que em sua mão estava o bilhete que eu deixei na outra noite, o provável motivo de sua irritação. Andando de costas, não tinha visto um pequeno buraco na estrada de terra, tropecei neste e cai sentada, enquanto ele parou na minha frente com uma posição autoritária. Kouta desdobrou o bilhete, e começou a ler em voz alta, a voz carregada.

"Caro Kouta,

Obrigada por me acompanhar nessa viagem para o lugar dos meus sonhos, mas acho que nossa jornada juntos chegou ao fim. Antes,vinha me culpandode ter trago você comigo pela pressão que o momento do palácio nos proporcionou, mas graças a isso eu pude te ajudar a encontrar a sua outra familia.Estou partindopois creio que ja teincomodei demaiscom o meusonho bobo, espero que você seja feliz com a sua outra familia. Por favor, peça desculpas a eles por nao ter me despedido direito, pois nessa noite eutinha pressade sair e recomeçar a viajem, infelizmentesem você. Agradeça tambem a hospedagem, espero que seja feliz com eles.

Cassandra".

-Que... Merda... Foi essa ? - Ele estava a ponto de explodir, sei que estava, sua respiração ofegante e o tom de voz baixo e ameaçador me fizeram encolher perante a pessoa que eu mais confiei nesses 5 anos - QUE MERDA FOI ESSA ??? HEIN??? VOCÊ PRETENDIA ME DEIXAR E PROSSEGUIR SOZINHA ? SE VOCÊ QUISESSE SE LIVRAR DE MIM ANTES,NAO PRECISARIA INVENTAR TODA ESSA HISTORIA DE "Fique com a sua família Kouta, enquanto eu arrisco o meu pescoço SOZINHA"

- Kouta.. Eu.. Eu achei que.. Que você queria conhece-los mais, ficar com eles um tempo... Mas eu ja adiei isso demais.. Cinco anos !! Eu... Desculpe ter te magoado. Eu queria que você fosse feliz sem m-

Ele me surpreendeu novamente naquele dia, fechando o seu estado de raiva e me abraçou com força, para depois ir me afrouxando aos poucos, sem me soltar , os dois ajoelhados na terra. Senti sua mão o meu cabelo e lagrimas me enchendo os olhos. Mas por que ? Depois dessa bronca ? Não era pra ele ir embora definitivamente depois de estar tão magoado ?

Sua mão acariciou meu cabelo levemente, e eu abaixei a cabeça, apoiando-a em seu ombro.

- Isso é.. carinho ?

- Você tem que parar de se culpar tanto... Nunca fui arrastado a lugar nenhum, eu vim com você porque eu quis vir com você, Cassie..Nao se culpe de ter me tirado do palácio, esta sendo uma experiência ótima. Eu não ia poder voltar, de qualquer jeito, pelo menos nao sem ser preso ou torturado antes - Tinha um tom de humor na ultima frase - Eu prometi a você, nao prometi ?

- Você prometeu que me ajudaria a fugir.. E fez muito mais que isso..

- Isso ? Bom.. Você nao vai se livrar de mim tão cedo !!! Alias.. Você é uma pessoa que vale a pena proteger... Tenho que agradecer a sua inexperiência pra ser capturada pelo meu pai ! Se nao nunca teríamos nos conhecido !!

- EI!!! Foram tempo difíceis, OK ?!?!?!? Não agradeça !!!

E ele riu, sua risada me contagiando, e eu ri também, dispersando naquele riso todo o nervosismo do momento, a tensão também, satisfeita por termos voltado ao normal, por te-lo ao meu lado de volta...

- Cassandra ? Você esta bem ? - Ele reagiu a minha face repleta de lágrimas depois que parou de rir, me guardando em seu peito, onde desabei em choro. Toda culpa, mágoa, raiva, tristeza. Tudo veio a tona em uma onda tão grande, parece que eu precisava disso a tempos. A sua companhia era muito melhor que chorar baixinho escondida nos lençóis do acampamento.

Adormeci.

Sentia meu corpo indo para cima e para baixo em um ritmo confortável, ao abrir os olhos, o Sol de meio-dia me cegou um pouco, forçando minha vista a procurar uma sombra. Ao tentar de novo, focalizei o cavalo que Kouta trouxera, um de seus braços segurando as rédeas e o outro segurando a minha cintura. Deve ter percebido que eu acordei, pois ele roçou a ponta do nariz levemente no topo da minha cabeça, me fazendo rir. Nao tínhamos dito nenhuma palavra por algum tempo, até que uma duvida surgiu em minha mente.

- Kouta.. Quando você abraçou a Ilca, depois de saber que ela era sua parente.. Você.. Se lembrou da sua mae ?

- Um pouco.. Elas tem gostos diferentes, cheiros diferentes.. Mas o carinho ao abraçar era o mesmo... Eu.. Senti falta da minha mãe, e me lamento muito de não ter me despedido direito.. Mas nao se culpe por isso, ok ?

- Uhum... E.. Você pretende voltar para aquela vila algum dia ?

- Se tudo der certo...- ele sorriu

- Tudo o que ??

- Segredo!!!


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Notas finais do capítulo

E entao ? Estou perdoada ?
Ninguem vai jogar a fúria dos 4 elementos contra mim ?? =^*^=

Lianina9, Fabiana Sawyer, Papadopolis, Rachel,Little Wolf, Daughter of Poseidon, Anjo da Morte XD, barbamedeiros, Tininha, sofs, Lady Denique, Ricardo A Santos.. Aguardo os seus carinhosos reviews me macumbando por demorar tanto ^^ Sinto falta de vocês!!!
E fantasminhas tambem !!!

Eu vou ser um oouco má agora... 27 leitores.. Eu posso pedir 5 reciews para fazer o próximo cáp ?? Posso ?? Posso ???
o/
Ate mais pessoal !!