O Quarto Massacre Quaternário escrita por Izzy Figueiredo


Capítulo 12
Ganho uma inimiga, e fico admirada com minha nota




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_Vem cá, qual é o seu problema comigo em? - perguntei, depois de puxá-la para a sala. Acho que todos estava olhando, mas não estava ligando para isso; me cansei dela.

_Do que você tá falando? - Irmand se fazia de vítima.

_Estou falando de você me olhando com desprezo, me ignorando e fingindo que eu não existo, por mais que eu tente ser legal com você! E aí?

Ela respirou fundo e me chamou para o corredor dos quartos, onde ninguém provavelmente poderia nos ouvir.

_Eu gosto dele, tá? - Irm enfim diz, em um tom meio choroso.

Fico confusa. Gosta de quem? Penso por um instante e então abro a boca, pasma.

_O quê? Mas você nem conhece ele! Fala sério! - estava gritando. Como ela poderia gostar de meu melhor amigo? Ugh, sem chance.

_Mas eu conheço ele!

_Ah é, de onde? Acho que se você tivesse vindo falar com ele, eu teria visto.

Ela fica confusa e depois pergunta:

_Mas você só fala com ele de vez em quando... espera, de quem você está falando?

_Do Flinn! - meio que gritei. - De quem você está falando?

_Argh, do Bill!

_O quê?

_Eu gosto dele. - ela fica mais calma e me conta a história. - E ele falava bastante comigo até te conhecer. Aí ele me esqueceu; e nossa conversa não passava de "oi, tudo bem" e essas coisas. Acho que ele estava até gostando de mim antes de você começar a falar com ele.

Nossa. Taí uma coisa que eu não sabia, mesmo. Eu comecei a conversar com Billiam quando tínhamos uns 15 anos; e Irmand tinha apenas 13. Desde então nossa amizade foi se fortalecendo, e, por mais que nós não nos falássemos muito, nos adorávamos. Mas nunca percebi que tinha estragado uma amizade; e talvez, até um possível namoro.

Me senti mal por Irm, minha raiva passou. Mas parece que a dela, não.

_E agora, eu quero vingança. - fala, com uma voz malévola. - Tenho a chance de te matar naquela Arena, e vou usá-la. Você estragou uma das minhas melhores amizades, e você não vai passar livre dessa. Aguarde-me na Arena, Grown.

Falando essas últimas palavras vingativas, ela vai para seu quarto. Encosto-me na parede, chocada. Legal! Agora tenho uma pessoa que quer me matar na Arena. Quer dizer, quer me matar por vingança. De repente, o pensamento que eu tinha de Irmand sumiu: a garota que eu pensava que ela era (doce e engraçada) foi-se de minha mente; e agora uma menina má e vingativa tomara seu lugar.

_O que aconteceu? - chega Flinn e me desencosta da parede.

_Tenho uma inimiga. - digo e dou um sorriso super falso à ele.

Flinn quer saber da história, mas peço que ele me deixe sozinha, e só me chame quando for 19:30.

Fico pensando sobre o que Irmand me disse, em Bill e ela juntos (o que não é legal, não gosto de ver gente namorando ou fazendo algo desse tipo), e sobre como morrerei na Arena.

Olho para o relógio, 16:15 ainda. Paro de pensar em minhas possíveis mortes e tento dormir. Muito tempo depois de tentar, acabo adormecendo.

Desejei ter ficado acordada. Pela primeira vez desde que estive na Capital, tenho um sonho horrível.

Estou na Arena, ela é um tipo de casa arruinada, meio mal assombrada, e fora dela, areia; só areia. Estou dentro da casa, sangrando. Meu machado está no chão perto de mim, mas não tenho forças para segurá-lo. No exato momento em que estou me levantando, os 3 carreiristas aparecem na porta. E o que mais me choca: Irmand está com ele.

_Eu disse que iria te matar. - ela chega bem perto de mim com um tridente, e me dá um sorrisinho. Depois disso, ela me ataca, sem parar; e os Carreiristas chegam.

Acordo, segurando-me para não gritar; mas chorando.

_Cat? - pergunta Flinn, que agora está sentado em minha cama, tentando me acalmar.

_Eu... eu sonhei... eles vão me matar... - tentava dizer, entre soluços.

_Ah, já sei. - Flinn conseguia me entender, mesmo comigo não dizendo nada, como ninguém. - Vem cá.

Ele me puxa para seu peito, e me abraça, me dando uma proteção que só ele conseguia dar.

_Vai dar tudo certo tá? Shhh... - parecia uma criancinha sendo posta pra dormir, do jeito que nós estávamos. Parei de chorar um tempo depois, e ele me abraçou mais forte.

Flinn levantou meu rosto, me olhou bem no fundo dos olhos e me deu um beijo... na bochecha (embora, admito, sua boca tenha chegado bem perto da minha).

_São 19:45, a nota já irá ser lançada, venha. - ele me ajuda a levantar, limpa minhas lágrimas delicadamente, pede pra eu lavar meu rosto e depois sai.

O obedeço, e quando chego na sala todos já estão lá, observando atentos a TV. Sento ao lado de Flinn, ele passa o braço sobre minha cintura, ainda tentando me acalmar, quando as notas começam a ser mostradas.

Caesar Flickerman fala o nome do Tributo, e depois a nota aparece. Distrito 1 (todos tiraram 10, novidade?), Distrito 2, Distrito 3... e chegou a vez do Distrito 4.

_Billiam Fostez. - Bill respira fundo e sua nota aparece na tela: 8. Todos o parabenizam, inclusive eu. Irmand está quieta, olhando para a TV. - Catlyn Grown.

Legal, agora é vem o meu 5. Ou meu 4. Ou meu 1, sei lá. Uma nota alta não será. Perdi minha confiança de que tiraria uma boa nota quando ouvi meu nome. Então o número 9 aparece.

9? 9?! Uau. Essa é uma nota alta, admito. Acho que os intimidei mesmo.

Todos me cumprimentam e Flinn sussura em meu ouvido: "Isso aí, gatinha."

E depois veio Irmand, que tirou 8 também.

Os outros Distritos foram passando, mas não reparei muito. Estava feliz demais com minha nota. Geralmente os tributos de meu Distrito tiram 6,7; porque só sabem pescar peixe.

Quando as notas terminam, todos saem da sala, mas eu e Flinn ficamos.

Conversamos um pouco, ele quis saber mais detalhadamente o que fiz para os Idealizadores; e depois de algumas horas de conversa, acabo dormindo.

Acordo calmamente, acredito que algumas horas depois, ainda estava no sofá. Zonza, acordo Flinn e cochilo. Tudo o que me lembro depois é de mim sendo carregada até meu quarto, sendo coberta e recebendo um beijo longo na testa; antes de cair profundamente no sono.


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