-         Boa tarde! Por favor, sentem-se. - disse o jovem advogado por detrás da mesa.

Elas estavam num dos escritórios de advocacia mais famosos do país, Austin & Borges, lida.

-         Fui encarregado de ler os testamentos para vocês, o sr. Austin ficou de passar por aqui depois para falar com as senhoritas.

-         Para que toda esta formalidade, Hector? Nós crescemos juntos, e chamar seu pai pelo sobrenome? Não tem a sua cara. – disse Catarina, com um sorriso cansado.

-         Nós estamos num local de trabalho srta Drum, o mínimo que espero dos meus advogados é formalidade e cortesia com os clientes da firma. – disse o senhor de cabelos grisalhos que adentrava na sala.

-         Mesmo sendo meu filho e seu amigo de infância, aqui dentro ele é um advogado, e deve dar o exemplo.

-         Boa tarde, sr. Austin! – disse um pouco envergonhada.

-         Boa tarde, srta Drum! Boa tarde, srta Lee!

-         Boa tarde.

-         Eu ia começar a leitura dos testamentos.

-         Pode deixar comigo, prefiro fazê-lo. – disse sentando-se na poltrona atrás da mesa.

-         Sim senhor! – assentiu o jovem – Prefere que eu me retire senhor?

-         Pode ficar! É claro se as senhoritas concordarem.

-         Por mim, não há problema, Vi?

-         Pode ficar.

-         Bem, como sabem além de amigo da família, eu era advogado de sua avó e de suas mães. Então por meio destes testamentos, venho lhes informar as vontades delas.

O senhor Austin começou a abrir uma pasta e retirar vários papeis.

-         Por serem as únicas herdeiras naturais de seus familiares, vocês ficam com todos os seus bens, porem existem alguns itens que já haviam sido pré-determinados nos testamentos e que não podem ser alterados, vocês gostando ou não, pois existem bens que foram doados em vida.

-         A Senhora Maria Drum já havia deixado estabelecido à divisão de seus bens, entre seus netos e filhos, portando, a parte que seu irmão receberia vai diretamente para a senhoria, srta Lee, como a que era destinada a sua mãe.

-         E a senhorita Drum recebe a sua parte na divisão mais a que seria destinada a sua mãe, Selena Drum.

-         Já a parte destinada a seus tios e tias ficaria de acordo com o testamento de cada um, porem, ha uma cláusula que sua avó fez questão de colocar, no caso de que algo desta magnitude ocorresse, os bens que seriam destinados a seus filhos, que falecesse antes da leitura deste testamento seriam divididos em três partes, a primeira seria doada a um hospital na Inglaterra, a segunda seria divida entre os herdeiros maiores de idade e a terceira parte entre os que fossem menor de idade, sendo administrado por seus responsáveis até completarem a maioridade.

-         No caso de não haver herdeiros tudo seria doado ao hospital, ou no caso de altar algum herdeiro maior ou menor de idade, a parte destinada a uma parte ou a outra seria revertida para a caridade.

-         Desculpa senhor Austin, mas que hospital é este? E porque nossa avó faria esta doação para este hospital que fica na Inglaterra? - Perguntou Catarina um pouco confusa.

-         Seus avós passaram um tempo na Europa, seu avô sofreu um acidente, sendo encaminhado a este hospital onde tentaram de tudo, mas não conseguiram salvar a sua perna. Foi lá também onde sua avó deu a luz a uma menina algum tempo antes, que infelizmente não sobreviveu.

-         Quanto ao testamento de sua mãe, senhorita Drum, ela deixa tudo para a senhorita, inclusive esta chave de cofre, no banco Gringotes, localizado no Beco Diagonal, também em Londres, assim como uma residência em Kensington, Londres.

-         Quanto à senhorita Lee, herda todos os bens de Kirsten D. Lee, sendo sua única herdeira viva.

-         Agora quanto ao seu representante legal...

Neste momento a porta da sala é aberta num rompante e nela surge à figura de um senhor alto, de longos cabelos loiros, com uma bengala na mão, porém sem a necessidade de se apoiar nela. Um homem elegante podia-se ver, com um ar de arrogância e superioridade que foi confirmado com o tom de sua voz quando começou a falar.

-         Não será necessário procurar um representante legal para essas duas jovens, eu me responsabilizo a cuidar delas.

-         Realmente, não será necessário procurar ninguém, senhor Malfoy. Tão pouco será necessário que se incomode em cuidar delas.

-         O que quer dizer Austin? – disse num tom contrariado

-         A Srta Drum é legalmente responsável e tutora testamental de sua prima, por tanto ninguém precisa se preocupar.

O senhor Malfoy parecia querer matar o Sr Austin, seu olhar era de dar medo, e da mesma forma que entrou na sala ele saiu.

-         O que foi isso? – Perguntou Vivian abismada.

-         Esse senhor era Lucius Malfoy, um parente distante de vocês, primo de seu avô. Devo adverti-las, ele é um homem perigoso, não devem se aproximar dele, principalmente se forem a Londres. – Disse num tom preocupado.

Catarina reparou na mudança do senhor Austin no momento que aquele homem entrou na sala, antes estava sério, profissional, mas, quando viu o homem entrando, ele ficou mais rígido, e em modo defensivo.

-         Pode deixar, mas voltando ao assunto principal, quer dizer que a minha priminha está sobre a minha guarda? – com um sorriso maroto que alcançava os olhos ela conseguiu desviar a atenção do senhor a sua frente, fazendo-o esquecer por alguns momentos o incidente anterior.

-         Isso mesmo, toda a papelada ficará pronta até amanhã. Poderiam voltar aqui amanhã às 9 horas?

-         Claro, senhor Austin! – disse se retirando da sala junto com sua prima.

-         Hector! – chamou o filho. – Acompanhe as duas até a residência delas. Certifique-se que estejam em segurança e depois volte aqui, temos que resolver alguns assuntos.

-         Sim senhor!