Segredos e Mentiras escrita por CatrinaEvans
Notas iniciais do capítulo
Ao reencontrar com uma pessoa, Catarina o convida para um lanche e uma lembrança de sua mãe vem a mente.
Após saírem do prédio os três seguiram para um restaurante. Aproveitando que Vivian fora ao banheiro, Catarina se vira para Hector e num tom sério pergunta:
- Hector, por que seu pai se preocupou tanto com aquele homem? E por que ele estava tão interessado em ser nosso tutor? Afinal, que era ele?
- Aqui não é o lugar apropriado para falarmos disso! Além disso, não estou autorizado a revelar certas coisas.
- Agora fiquei mais curiosa ainda. – disse sorrindo encantadoramente, enquanto meio que empurrava o braço dele, fazendo charminho.
- Só você mesma para fazer graça numa situação dessas. – Hector esboçou um pequeno sorriso.
Aproveitando a distração do amigo, ainda sorrindo, mas agora com um pouco de malicia em seu sorriso.
- Você poderia aproveitar e me explicar qual é a “situação”, não é mesmo?
Hector percebeu que caiu num truque, e seu sorriso morreu quase que instantaneamente e disse sério:
- Não adianta Cathy, não posso dizer certas coisas a você, não me é permitido. Mas posso vislumbrar algumas hipóteses... – essa ultima frase foi dita com um certo sorriso maroto que Catarina não via há algum tempo.
- Esse é o Hector que conheço, não aquele cara sério e todo certinho que estava aqui até ainda há pouco.
Neste momento os dois riram juntos como não faziam desde que Catarina foi viajar.
- Há... Agora, vocês parecem ser os amigos que são. – Disse Vivian chegando à mesa. – Já decidiram o que vão pedir? Eu vou querer pizza.
- Pizza, com certeza. – Disse Catarina cheia de animo.
- Pizza!
Após deixá-las em casa Hector voltou ao escritório, como havia combinado com seu pai.
- Então?
- Catarina percebeu que o senhor ficou na defensiva quando o senhor Malfoy entrou na sala, quando a prima não estava por perto ela me encheu de perguntas, desviei como pude, mas ela conseguiu me distrair e eu deixei escapar que a situação era delicada.
- Hector! – brigou o pai.
- Foi apenas isso senhor, não disse mais nada.
- Fez os feitiços?
- Proteção, antiaparatar, e de vigilância. Se alguém tentar algo contra elas vamos saber.
- Ótimo! Partirei hoje mesmo para Londres, se decidirem ir para lá tudo deve estar preparado, devem passar desapercebidas e devem ter alguém para guiá-las.
No dia seguinte, Catarina foi sozinha até o escritório de advocacia, aproveitaria para tentar ‘arrancar’ alguma coisa de Hector.
- Bom, agora que está tudo acertado, você poderia me falar sobre certas hipóteses, não.
- Agora não posso, mas podemos almoçar, o que acha?
- A que horas?
- Meio – dia?
- O.K. Onde?
- Naquele restaurante de massas que você gosta?
- Hum... Delicia, aproveito que hoje é dia 29 e como nhoque.
Ao sair do prédio Catarina planejava fazer umas compras (pra variar...), mas após andar algumas quadras ela teve uma surpresa.
- Senhorita Drum, que prazer! – ouviu a voz atrás de si.
- Oh! Sr. Malfoy, bom dia! – respondeu surpresa
- Fazendo compras?
- Ah, sim. Tive de voltar ao escritório de advocacia e tenho um almoço marcado por aqui perto, então resolvi fazer umas comprinhas.
- Vejo que já faz uso de sua herança.
- Ainda não mexi neste dinheiro, o que estou gastando hoje eu ganhei trabalhando.
- Então boas compras. – disse já indo embora
- Sr. Malfoy, por favor! – disse apressada. – Se o senhor tiver um tempo, gostaria de me acompanhar num lanche? Eu gostaria de lhe fazer alguma perguntas.
- Claro, por que não! – disse com um sorriso confiante.
- Tem uma leiteria aqui perto, eles têm lanches excelentes.
- Mostre o caminho.
Via-se que o lugar era refinado e de muito bom gosto. Ao entrarem foram recebidos por um garçom, que a cumprimentou com um sorriso, mas ao ver com quem ela estava passou a tratá-los de forma mais formal, levando-os ate uma mesa.
- Lugar interessante. – disse num tom enigmático.
- Minha mãe me trazia aqui, boas lembranças.
- Gostaria de ver o cardápio, senhor? – disse o garçom.
- Um chá ao estilo britânico basta. – disse num tom de arrogância sem ao menos olhar para o garçom.
- A senhorita?
- Um chocolate quente, do jeito que você sabe que eu gosto, Leo – disse sorrindo para o garçom. Que logo se retirou.
- Bem, o que gostaria de me perguntar?
- Bem, o senhor Austin me disse que o senhor é parente de meu avô, gostaria de saber mais.
- Mais? – disse como se não entendesse onde ela estava querendo chegar.
- Qual o grau de parentesco, de onde é, o porque de querer ser nosso tutor e o que me deixou mais curiosa, foi seu estilo de se vestir.
Lucius Malfoy ficou em silencio durante alguns segundos como se absorvendo todas as perguntas daquele pequeno interrogatório.
- Sou primo em terceiro grau de seu avô e sou da Inglaterra.
- Fiquei sabendo do ocorrido e que havia duas crianças órfãs, bem, como sou da família, achei que poderia ajudá-las. Quanto ao meu guarda-roupa, creio que não seja da sua conta.
- Desculpa, é que esta cidade é muito quente... – Catarina parecia envergonhada.
- Com licença! – disse o garçom começando a servir as bebidas.
- Chá preto com algumas gotas de limão? – Catarina esboçava um leve sorriso.
- Isso mesmo. – disse levantando uma das sobrancelhas, como se estivesse intrigado com o comentário da jovem.
- Minha mãe também tomava assim, ela dizia que era o preferido de meu pai. Conheceram-se em Londres.
- Hum. – Foi tudo o que se dignou a responder.
- O que faz aqui no Brasil senhor Malfoy? É claro se não se incomodar em responder.
- Assuntos de trabalho. – respondeu seco.
- Catarina! – ouviu alguém lhe chamando.
- Hector! Olá, o que faz por aqui? Não estava trabalhando?
- Vim me encontrar com um cliente.
- Com licença, tenho que resolver uns assuntos e meu tempo para o chá acabou. – Disse levantando-se – E obrigado pelo convite.
- De nada! – respondeu sorrindo.
Malfoy acenou com a cabeça e foi embora.
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