Draco não queria acreditar. Não podia. Não tinha como. Morta? E porquê? Não agora. O pior já havia passado... ou não?

Ela era forte. Ela aguentava tudo. Ou pelo menos era assim que ele pensava. Mas isso era um erro... Ela era, acima de todas as outras coisas humana. E como humana que era, não seria também erro pensar que aguentaria a morte?

E ele, aguentaria a vida sem ela?

Talvez pudesse dar um jeito, talvez um vira - tempo?

Mas onde?

Além de proibidos haviam sido erradicádos.

Talvez um feitiço.

Mas feitiço algum pode trazer os mortos de volta à vida...

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Hermione

Azul...

Amarelo...

Azul...

E amarelo outra vez...

Entrar num túnel de luzes. A sensação de sair do próprio corpo. Encontrar parentes e amigos já falecidos.

Uma luz enorme apoderou - se dos seus olhos e ela pode ver - se ser arrebatada por uma enorme espiral de diferentes cores, brilhos e intensidades.

O seu corpo estava mole. Havia perdido a capacidade de sentir e mover - se.

Quando finalmente a espiral multicolorida findou, ela constatou que não conseguia mover uma única zona do corpo. Tentou, em vão, movimentar os dedos mas estes recuzavam - se a obedecer - lhe. Olhou em volta e apercebeu - se de que conseguia mexer os olhos.

E ficou horrorizada com a visão que estes lhe proporcionaram. Não havia corpo. Não havia qualquer tipo de extensão corporal. Apenas uma vaga sensação de perda e de culpa. E um enorme aperto na zona onde anterioremente se havia localizado o coração.

Era assim a sensação de estar morta?

Hermione apercebeu - se de que também não havia perdido a capacidade auditiva, quando ouviu fracamente uma voz familiar.

– VOLTA! VOLTA! Não desistas da tua vida.

Era Draco que, sentindo a pulsação da sua amiga, mesmo que quase se extinguindo forçava o seu coração a bombear. Mas ela não sabia que era Draco que a chamava. Não sabia que era ele que a impulsionava de novo à vida.

Era apenas ele que lutava pela sua vida. E ela sabia que não devia se assim.

E num esforço imenso, ela fechou os olhos (ou o quer que fosse que a ajudava a ver). E sentiu - se como se houvesse soltado as amarras que a mantinham presa ali.

E ao abrir de novo, abriu também uma chance de viver, à qual ela se agarrou.

Então sentiu o ar fresco misturar - se com um tão conhecido odor e ser sugado para dentro do seu corpo e ser expelido de novo, de volta para de onde havia entrado. Uma e outra vez.

– Que raio te deu? - Draco estava com os olhos cerrados de lágrimas. Ela pensou que estava furioso, mas não.

Ao vê - lo, cobriu o rosto e não parava de implorar o seu perdão.

Ele não podia acreditar. Ela tinha tentado morrer. O mundo caiu - lhe em cima. Todo o universo. Ainda demorou a reagir.

Mas ela continuava viva. Hermione estava viva!

E abraçou - a, cobrindo - a de beijos.

– Nunca mais voltes a repetir isto. - murmurou no seu ouvido.

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POV HERMIONE

Estávamos sentados juntos e, de repente, vi um brilho nos seus olhos, que nunca havia percebido antes. Os meus lábios aproximaram - se dele e beijámo - nos. Impossível descrever exatamente o que senti naquele momento, mas parecia que a minha vida inteira estava resumida naquele maravilhoso momento de prazer.