DRAMIONE - O Lado Obscuro Da Lua escrita por Fantine


Capítulo 5
Lost In Freezing Night


Notas iniciais do capítulo

Lumus Maxima (pró Draquinho e prá Mione)
"Juro Solenemente que não Farei Nada de Bom."
Alguns meses após a morte de Harry e Rony, depois de Hermione e Draco se terem tornado comensais. E sim, eles realmente lamentam por isso! Muita dor e sofrimento, com os nossos dois amores a travarem uma incessante batalha interior. Mas é melhor deixar serem eles a narrar na primeira pessoa.
"Toda a punição é maldade; toda a punição em si é má."
Jeremy Bentham



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Draco


Mortos. Mortos, todos eles. Sufocados.

Só compareci no funeral pela Hermione. Mas isso não evitava que ela me culpasse pelo sucedido. Sim, eu denunciei a estúpida amizade deles para os pais dela. Eu não me perdoou por isso também.

Por um lado, a sua inteligência poderia ter feito com que eles estivessem vivos. Eles de certeza não a deixariam de fora nessa aventura. Voldemort nunca teria voltado, nós não seriamos comensais e estaria tudo bem. Seriamos apenas dois adolescentes despreocupados a aproveitar a vida.

Apenas queria ser como os outros os que não possuiem "o Dom". Sonhavam um dia, com um epitáfio como Bocage, o poeta trouxa.

"Aqui dorme Bocage, o putanheiro;

passou a vida folgada, e milagrosa;

Comeu, bebeu, fodeu sem ter dinheiro."

Mas até isso me fora roubado. Os sonhos, a esperança... O que fazer quando se perde tudo isso? Valerá mesmo a pena lutar?

Talvez. Mas e sem Hermione? Decididamente não.

Por isso eu encontrava, até à bem pouco tempo, um consolo para a minha decisão. Se ela tivesse ido com eles poderia estar morta.

Mas ela já não é a Hermione de antigamente. Essa Hermione, acabou por morrer. Os cabelos escorrem - lhe ao longo das costas completamente lisos. Não há o minimo indicio dos belos e suaves caracois que outrora possuira. Os olhos estão vermelhos, por dentro e por fora. Os circulos vermelhos à volta dos seus olhos estão muito carregados, e ela nem se esforça para os disfarçar. E está muito mais magra. A anterior Hermione, a minha Hermione, não parava de falar e de andar aos saltos para cá e para lá. Mas esta não abre a boca uma única vez e quanto menos se mexe melhor. Passa o tempo deitada a chorar. Às vezes tenta arrastar o débil e fraco corpo para a margem do lago Tenebris e debruçar - se sobre as claras águas e chorar mais um pouco.

No inicio ela ainda me procurava.

Procurava o meu ombro para chorar, as minhas palavras para a consolar, os meus lábios, o meu corpo... Mas até isso ela deixou de fazer.


Hermione


Não é facil maquilhar uma dor profunda e no entanto é necessário. Para que a dor passe, para que as lágrimas possam secar um dia.

A morte do Harry e do Rony, não era uma história fácil. Mas eu nunca irei culpar o Draco. Ele apenas fez o que mais achava correcto.

Morreram asfixiados, por uma "Armadilha do Diabo", pela falta de um foguinho.

O panorama é demasiado óbvio. Durmo doze horas seguidas, e mais, mas acordo mais exausta e com as olheiras mais negras e fundas do que antes de ter adormecido. No inicio, passava o restante tempo deitada, a chorar. Umas malditas lágrimas que não davam tréguas nem descanso. Mas tinha o Malfoy. Mas também ele me abandonou.

E então aconteceu: um tremor de terra que se transformou numa avalancha. O meu mundo interior desfez - se em carne e almas juntas, uma erupção de dor horrivel e lágrimas. Senti que a alma me estava a fugir das entranhas. E assim continuei durante horas. Então voltei para a cama e chorei, mas não como qualquer criança ou mulher. Aquele choro não tinha a ver com libertação. Cheguei a pensar, se aquilo foi pensar, que gritar numa dor sem lágrimas não ia ter fim. Mas ao fim de algum tempo também as lágrimas cessaram.

Havia apenas uma dor interna e emocional. Mas como Margarida Rebelo Pinto dizia: "Cheguei a um beco sem saída e quando me senti no fundo, olhei para cima e disse para mim mesma: agora vais ter de subir a puta da montanha, quer queiras quer não, senão cai-te um piano, um avião ou uma bomba neste buraco em que te meteste e nunca mais levantas os cornos."

Eu perciso encarar a vida, ou então mais vale aceitar a morte.

Mais vale chorar a tristeza de um amor perdido do que sonhar com um oásis que se tranformou numa miragem.

*************************************************************************************

Mas no dia 11 de Novembro, Hermione decidiu que havia - afinal! chegado o momento de se matar... e não se estava a matar porque era uma mulher triste, amarga, vivendo em constante depressão... Haviam duas razões:

A primeira é que tudo na sua vida era igual, e - uma vez passada a juventude - seria a decadência...

A segunda, Tudo o que se estava a passar no mundo estava errado e ela não tinha como reparar isso...

Ela pensou em tudo o que estivera para trás antes de desferir o golpe fatal.


Hermione



Nesta nossa trepidante cultura, de agitação e de barulho, gostar de sossego e uma excentricidade. Os adolescentes* tem varias formas de se expressar e esta e uma delas. Assim se passa com muitos. Assim se passa comigo. Mas antes não era assim. Eu queria falar, falar e falar. Uma das coisas que mais fazia era falar em demasia. Bom, o que acontecia comigo é que eu queria ser transparente. Eu achava que devia isso às pessoas. Hoje, já não acho. Apercebi - me que nem todas querem transparência, nem todas precisam, nem todas merecem. As vezes o silencio e a melhor opção. Porque facilita, mesmo quando guardamos tudo para nos, mesmo quando estamos a beira de um ataque de stress, mesmo quando não podemos mais e parece que vamos rebentar por dentro. Quando tudo arde e dilacera as nossa mais profundas recordações, princípios e memorias. Por vezes a verdade, a "transparência" fere, magoa, trespassa - nos como mil punhais encostados ao nosso peito. Agora eu não quero ser transparente, quero ser invisível. Invisível ao mundo, às pessoas que me rodeiam, às pessoas que dizem ser meus amigos, mas que na realidade, quando viro as costas, quando bato a porta, me criticam, me judiam, me chamam de vàdia, de convencida e de outras coisas piores. Que são superficiais, interesseiras e falsas. "PROMOÇÃO DO DIA: PAGA AS MINHAS CONTAS, RESOLVE OS MEUS PROBLEMAS E GANHA O DIREITO DE TE METER NA MINHA VIDA!"


Pessoas que quando estão unicamente comigo dizem: És fantástica, gira, boa... Quando secretamente apenas querem uma curte, quando na verdade nem prezam a nossa amizade, e que quando ameaçamos que nunca mais lhe falamos dizem: "Ok. Achas que me importo?" Pessoas em quem nós confiamos tudo, dizemos os nossos maiores segredos, confessamos os nossos maiores desejos e desde o inicio dizemos: "Sera que devo confiar? Ja confiei em muita gente que me desiludiu." e eles respondem: "Sabes que podes. Sou eu, não tem de ser difícil." E que depois saem por ai partilhando toda a nossa vida pessoal e gozando connosco. Pessoas que um dia amamos e que agora odiamos profundamente, porque não conseguem esconder os seus sentimentos e decidem acabar com eles de vez. Que fingem odiar - nos quando só nos querem beijar, mas sabem que isso e impossível porque como Pablo Neruda disse: "Você é livre para fazer suas escolhas, mas é prisioneiro das consequências." As vezes só nos apetece dizer - lhes: Esquece, não gosto das mesmas coisas que tu e chega de fingir que sim, só porque um dia gostei de ti, basta! Tenho tentado de tudo, e tu só me tens feito mal. Não sou só sorrisos e palavras doces. So porque nunca me viste chorar não quer dizer que eu sou de ferro e não tenho sentimentos. Não sabes nada sobre mim, N-A-D-A! Ninguem sabe! Não há nada no mundo, nem recompensa, nem castigo, o que há são consequências. Tu foste a minha maior perda...de tempo! E sabes que mais? Tudo aquilo que desejares para mim eu desejo para ti, a dobrar, seja bom ou mau. Não gostas de mim? Agora pergunta se isso muda alguma coisa na minha vida!!! Não julgues as minhas escolhas, pois tu não conheces os meus motivos.Trataste - me com frieza? Então prepara - te porque eu vou fazer nevar!

As vezes só gostava de não me sentir assim, como quando tinha 8 ou 9 anos. Tudo era perfeito, os meus únicos problemas era coisas minúsculas. Agora apenas desejo não me sentir a morrer por dentro. Porque é que a vida é tão má connosco? Há momentos em que só penso em acabar com ela. Quero não adormecer com as lágrimas a escorrerem pelos olhos, quero deixar de ser a desgraçadinha de sempre. E quem me ajuda? Quem está disposto? Os supostos "amigos" dizem para esquecer os rapazes. Ninguem percebe que a dor que enche o meu coração não tem a haver com simples rapazes? Não ter ninguém disposto a dizer-nos uma simples palavra sincera e correcta. Perceber o que sinto, na realidade... Algum dia a dor desapacerá? E se eu nunca mais tiver vondade de viver. E se conseguir acabar com ela? Quem estará la para me impedir? Quem me ouvirá gritar por ajuda, quem me ouvirá gritar para não me deixarem cair num buraco? Terei que ser forte? Forte sem ajuda? E se todos os meus sonhos ficarem negros... E os bons sonhos? Ser positiva? E se isso continuar a diminuir até acabar?


Draco


Acabou! Eu não posso fazer - lhe mais isso. Não é por evitar os problemas que eles simplemente irão desaparecer. Ela é a minha melhor amiga. A minha única razão de viver. O meu maior amor.

Vou me apróximando do quarto dela, o meu coração está a acelarar e tenho um mau pressentimento. Abri a porta e gelei na hora, o meu coração parou.


– Hermione, não!



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Notas finais do capítulo

Primeiro: gostaram da imagem? Cómica, né? Mas o capitulo nem tanto...:(
Segundo: a "Armadilha do Diabo" é aquela planta que no primeiro livro quase mata o Harry e o Rony por asfixia. Mas a Hermione salva - os com um fogo. Desta vez não à Mione, não há salvamento.
Terceiro: sim, eu sou culpada, admito que fiz uma passagem "No dia 11 de Novembro (...) Tudo o que se estava a passar no mundo estava errado e ela não tinha como reparar isso..." que retirei basicamente do livro "Verónica decide morrer", portanto aqui estou eu a dar os créditos ao Paulo Coelho. E também ao Paul Hoffman pois também tirei algumas frases do livro "As Quatro Últimas Coisas".
"Mal Feito, Feito."
Nox
PS: quando Malfoy diz "o Dom", está se referindo à magia, e aqueles que não possuem o dom são os trouxas.



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