Projeto Genoma escrita por SevenMonkey


Capítulo 6
(Lyrian) Capitulo 5- Campo de Batalha


Notas iniciais do capítulo

Bem galera, ta ae o capitulo que inicia o que todos nos esperávamos, não darem spoliers. Só preparessem para muita luta e uns monstros bizonhos.
boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/207237/chapter/6

Acordei com um susto, instintivamente levei à mão a cintura onde eu costumo deixar minhas adagas, porém eu as havia guardado na minha mochila quando voltei para casa hoje de manhã, mas logo percebi o que me acordara eram só batidas na porta do quarto. Om já estava atendendo e conversando com alguém. A pessoa que estava do outro lado parecia desesperada, só que não consegui entender o que ele estava falando. Por fim Om fecha a porta e se vira para mim.

-Bem, parece que temos trabalho a fazer.

Ele parecia agitado, mas não nervoso ou ansioso, só agitado, difícil de explicar. Ele pegou as duas espadas, a nova e antiga.

-Não leve a mala toda, só pegue as armas que irá usar e me siga.

Engoli seco, estava ansiosa para viajar com ele, para ver tudo que ele tinha para me mostrar, mas sabia que fora desses muros seria perigo atrás de perigo. E mais, essa era a única chance que tinha para provar que era capaz. Respirei fundo “Acalme-se Lyrian, você pode fazer isso.” Abri a mochila tirei minhas adagas e minha besta junto com uma aljava com 50 virotes, prendi tudo no cinto, depois peguei uma bolsa menor que prendi um pouco a cima da cintura, nessa bolsa eu guardava pequenos “objetos” uteis para as mais diversas situações, como distração ou fuga.

Om me observou enquanto eu me arrumava, quando terminei fez um sinal com a cabeça e saímos do quarto. Om começou a andar depressa, mas para acompanha-lo quase tive de correr, era absurda a velocidade dele. Todos na rua corriam para suas casas, janelas e portas eram fechadas e trancadas, comerciantes simplesmente abandonaram suas tendas. Vivia nessa cidade já fazia 3 anos, sabia o que significava tudo isso, já suspeitara de que serviço se tratava quando descobri quem ele era e quando me perguntou o que acontecia nessa cidade.

Ao chegarmos à entrada da cidade era possível ouvir um som inconfundível de marcha, eles estavam próximos, logo começariam atacar. Fomos recebidos por dois soldados, porém quando me viram não quiseram me deixar prosseguir.

-Aqui não é lugar para civis...

-Não se preocupe ela esta comigo. –Diz Om me puxando para seu lado, os soldados se entreolharam, por fim deixaram-me ir junto.

-A situação é critica. –Disse um deles enquanto os seguíamos até a muralha. –Nunca vimos uma horda tão grande quanto essa!

-Logo alcançarão as muralhas. –Falou o outro, esse parecia um pouco mais temeroso. –Não aguentaremos esse ataque.

Eles abriram uma porta de metal que revelava uma escadaria que passava por dentro da muralha, subimos até o topo onde ficava concentrada a maior variedade de defesa. E eu pensava que a confusão era nas ruas quando os monstros chegavam. Mas aqui encima era pior, soldados corriam de um lado para outro, era um gritando com outro, dando ordens uns para outros. Fiquei observando aquilo hipnotizada, quando aparece um homem musculoso todo protegido, com um bigode estranho.

-Finalmente chegou Om. – Ele não parecia tão preocupado como os outros. Pelas vestimentas vi que era o capitão.

-Pensei que você fazia parte do grupo de buscas!-Disse Om encarando o horizonte, da onde vinha a Horda de monstros.

-Não podemos nos dar o luxo de manter soldados parados! Todos do exercito devem defender a cidade. Quem é a garota?

Ele me examinou dos pés a cabeça, não gostei do jeito como me encarou, vi que minha presença ali também não o agradava.

-Não se preocupe com ela. – Falou Om, ele não tirava os olhos do horizonte, parecia até encantado com alguma coisa lá. – Vocês têm problemas mais sérios a sua frente.

-Isso é verdade. –Voltou-se para Om com um sorriso malicioso. –Veja esse é o nosso problema, constantemente somos ata...

-Ela já me contou!

-Contou, é? –Me encarou como se eu tivesse feito algo errado. –Bem isso facilita as coisas. Bem se você conseguir para-los...

Porém ele foi interrompido por um movimento brusco de Om, ele havia levado rapidamente as mãos às orelhas e as pressionava com força enquanto gritava de dor. Todos em volta pararam o que estava fazendo e olhavam para ele.

-Om! Om! –o sacudi pelo os ombros enquanto desesperada o chamava, algo o machucava, mas o que. Comecei a entrar em desespero. –O que esta havendo Om?

Não respondeu de imediato, só ficou pressionando as orelhas enquanto se dobrava até ficar joelhado. Por fim ele parou, o encarei esperando o pior, ele estava ofegante. O sacudi de leve novamente, quando levantou a cabeça engoli seco. Seus olhos faiscavam de raiva, era uma raiva tão intensa, nunca vi ninguém conseguir transmitir tanta raiva apenas com um olhar. Novamente percebi a aura assassina dele, logo notei que eu não era a única a perceber isso e ficar com mais medo dele do que dos monstros, na verdade uns poucos soldados já apontavam suas armas para ele.

Om se levantou, encarou novamente o horizonte, de onde estava vindo todos aqueles monstros. Caminhou até a borda da muralha e ficou ali parado como se estivesse esperando alguma coisa acontecer, após alguns segundos fui até ele e parei ao seu lado.

-Om...? O que houve?

-Som... –Falou ele quase num sussurro, olhei para ele sem entender, mas ele não tirava os olhos da Horda de monstros. –Está vindo um som de lá... Uma espécie de assobio... Não consegue ouvir?

Se antes eu não entendia nada, agora e que eu não compreendia nada mesmo. Que som, que assobio? O único barulho que ouvi desde que cheguei aqui foi dos soldados se organizando ou pelo menos tentando.

-Om, do que está falando? Não ouço nada.

Pela primeira vez ele virou o rosto para mim, e em seu rosto estava estampado perplexidade e incompreensão, ficou alguns segundos me fitando com essa cara, então sua expressão voltou ao normal e olhou para os monstros novamente.

-Não claro que não. –Falou ele novamente num sussurro. Mas dessa vez não parecia estar falando comigo. – Vocês são apenas humanos... a audição de vocês não é tão boa quanto a “nossa”.

Agora eu fiquei intrigada, “nossa”? O que ele quis dizer com isso? Ele estava se pondo em igualdade aos monstros ou poderia ter outros como ele...? Pensei em perguntar, eu queria perguntar, mas não pude. Pois enquanto todos nos olhavam perplexos e Om olhava perplexo para o nada, fomos pegos de surpresas. Os monstros já estavam em nossos portões nos atacando.


Bem depois de nos recuperarmos e voltarmos para realidade, os soldados rapidamente se organizaram, assumiram seus postos e começaram a atacar as ondas de monstros que viam até a muralha. Era uma confusão só, soldados correndo para todos os lados, alguns sentaram em cadeiras que com auxilio de outros dois movimentavam uma espécie de canhão de 3 canos que eles usavam para abater os que tinham capacidade de voar. Outros armados com rifles e bestas impediam a aproximação dos que podiam escalar a muralha, também contavam com a ajuda de outros que traziam toneis de óleo quente que despejavam pela muralha. Mas Om permanecia imóvel na borda da muralha, tentei tira-lo dali, mas ele estava parado feito pedra.


Enquanto me esforçava para tira-lo dali, notei os pequenos portões de ferro em torno da muralha se abrir para que soldados saíssem para lutar contra os monstros antes que chegassem na muralha, foi nessa hora para meu espanto que vi Om querer saltar até eles.


-VOCÊ ESTÁ MALUCO. –Gritei enquanto o puxei pelo antebraço, ele me olhou irritando, logo em seguida ele fez um movimento que notei ser involuntário, fez de forma inconsciente, passou o braço pela minha cintura e pulou comigo em seu colo. Gritei desesperada, a muralha e muito alta, deveria ter uns 10 metros de altura, mas mesmo assim ele pulou e o pior, comigo em seu colo. Não pensei muito, a única coisa que vinha em minha cabeça era que em poucos segundos estaria morta, fechei os olhos enquanto esperava o impacto, mas ele não aconteceu.

Quando olhei já havia chegado ao chão, mas tanto eu quanto Om não tínhamos nenhum arranhão sequer, ele estava parado de pé olhando para frente enquanto uma guerra estourava do nosso lado. Ainda perplexa ele me põe no chão, olhando a volta vejo cenas horríveis. Soldados mutilados por lobisomens, vampiros desmembrando e se alimentando do sangue que escorria dos pedaços do corpo, vermes devorando de forma lenta dois soldados de uma única vez, rapinas do deserto rasgando o estomago de outros e se alimentado de suas tripas.


Como também vi soldados decapitando vampiros, colocando o cano de suas armas na boca dos lobisomens e estourando seus cérebros, utilizando soluções químicas para derreter a pele dura dos vermes e então corta-los e usando bombas para queimar as rapinas. Toda aquela cena me dava ânsia, passei o braço em torno do estomago, então era assim do lado de fora da muralha. Nesse meu momento de distração um vampiro pulou até nos dois, só tive tempo de olhar com medo e sentir o bafo da morte novamente, mas ele nunca me alcançou, parou com as mãos erguidas para meu rosto um pouco mais de 10 centímetros. Porém ele fora parado, Om o havia segurado pelo pescoço.


Eu só os tinha visto a distancia, mas agora vendo de perto notei como eram horríveis, sua forma era como dos humanos, mas a pele parecia cimento, a onde deveria ser os olhos, aparecia apenas dois rasgos naquela pele, com dois olhos reptilianos vermelho me encarando com raiva e fome, sua boca parecia um rasgo que ia de orelha a orelha com fileiras de dente pontiagudos com caninos extremamente longos. De baixo de seus braços pude ver uma membrana que seriam suas asas.


-Se você não aguenta isso. –Disse Om encarando o vampiro que se debatia tentando se soltar. –Você não pode me acompanhar.


Com um movimento rápido com a mão livre ele saca a espada que comprara no mercado e a passa cortando a cabeça do vampiro na altura da testa. Após isso o solta, mas antes que o corpo do monstro alcance o chão ele perfura o coração, fazendo um movimento rápido, rasgando-o até o ombro. Sangue, mais espesso que dos humanos e de coloração muito mais escura se espalha por todo lado cobrindo Om e eu. O cheiro era horrível aumentava mais ainda minha vontade de vomitar, mas fiz toda força possível para segurar e ignorar o cheiro após ver Om me encarando de cima com desaprovação.

Sem falar nada ele pula novamente rente ao chão e começa a correr, tento acompanha-lo, mas ele é muito rápido. O vi lutando e matando qualquer coisa que se colocava em seu caminho, como também via soldados matando e sendo mortos a minha volta. Era esse o tipo de mundo que Om estava acostumado? Se eu quisesse acompanha-lo teria de sobreviver a isso. Saco minha besta e fico atenta para qualquer coisa que tentasse se aproximar de mim.


Mais a frente vejo Om que havia parado de correr para enfrentar vários monstros de uma só vez, que atrapalhavam sua passagem, ele conseguia enfrentá-los apesar de parece requerer um pouco de esforço dele, ele faz um movimento que degola dois lobisomens de uma só vez, fazendo-o dar as costas na direção que seguia e ficar de frente para mim, o que foi um erro, pois surge da terra um escorpião gigante negro pronto para abocanha-lo, Om tenta se virar rápido, mas não parecia que seria rápido o suficiente. Sem pensar levanto a besta miro e disparo em fração de segundos, o virote atinge em cheio o olho esquerdo do animal, o que faz com que caia para o lado se sacudindo de dor dando tempo suficiente para Om se recuperar e enfiar a espada na testa do bicho o matando de vez.


Om vira para mim com uma cara de surpreso, eu estava ofegante, a adrenalina passava pelo meu corpo como nunca havia passado antes, então ele faz uma coisa que eu não esperava que ele fizesse, sorriu para mim, mas antes que eu pudesse retribuir o sorriso ou dizer qualquer coisa ele me da às costas e volta a correr.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E galera o negocio ta ficando quente, será que Ômega está começando aceitar Lyrian? E Que som e esse que Ômega ouviu? e por que estou fazendo essas perguntas como se isso fosse uma serie de tv? xD bem galera até o proximo cap.
e não esqueçam de comentar ^^



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Projeto Genoma" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.