Narradora Monica

Não pensei duas vezes, corri em direção a menina e derrubei ela no chão comigo em cima dela. Uma parte do segundo andar caiu toda em cima de mim....(não me lembro de mais nada).

Narrador Dc

Ela correu para cima de uma garota e derrubou ela no chão. Depois disso uma parte do segundo andar caiu nela. Corri na direção dela. Ela estava debaixo dos escombros do segundo andar, eu comecei a arrancar as partes maiores, quando os bombeiros falaram para eu me afastar. Comecei a ficar sem ar, tinha gente comentando que eu estava roxo.

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Despertei num local onde as vozes ecoavam pela minha cabeça. Não tinha aberto os olhos ainda, mas as pessoas ainda comentavam:

– Nossa, ele desmaiou quando viu a namorada lá?

– Foi, mas fala baixo. Se ele acordar, vai perguntar onde ela está.

Abri vagamente meus olhos...eles não estavam acostumados com a claridade do ambiente. Fechei os olhos novamente, como se quisesse esquecer que eu vivesse. A voz de uma pessoa conhecida, ou melhor do pai da Monica fez eu abrir eles de novo.

- E então...o que houve com ele?

– Ele está bem, só desmaiou quando viu uma menina presa sobre os escombros do shopping

- Mas o que houve?

– É que uma parte do 2º andar do shopping desabou...uma adolescente correu e protegeu uma menina. Ela se encontra em estado grave.

Souza- Guri, Do Contra... quem era essa "adolescente" que eles estão falando?

Dc- An? Acho que é da Monica.

Souza- O QUE?! A MINHA FILHA?! EU SOU UM MÉDICO E NÃO FUI AVISADO?!?!?!?! Eu VOU CAÇAR MINHA FILHA!

Ele começou a correr, o que me deu a chance de me levantar e alcança-lo. Ele me olhou com um olhar de desespero e continuou a correr.

Chegamos na sala onde havia os piores casos, mas hoje por sorte não tinha ninguem muito ferido como a Monica. Não encontramos ela naquela sala, mas antes de sairmos eu vi uma cama coberta por uma cortina. Abri a cortina e lá estava! A Monica desmaiada.

Dc- SEU SOUZA! ELA ESTÁ AQUI!!

Souza- OH! MINHA FILHA!!!!

Um outro médico entrou na sala e quando viu o nosso desespero se assentiu e chegou mais perto. Pelo o que eu consegui entender o nome dele é Thiago.

Thiago- Calma vocês dois.

Souza- COMO TER CALMA!?!? MINHA FILHA ESTÁ EM ESTADO GRAVISSIMO!

Thiago- SHHHHHH, isso é um hospital, não um hospício.

Nessa hora o Souza se acalmou e já chorando perguntou.

Souza- Qual o estado dela?

Thiago- Quando ela chegou aqui, ela estava em estado muito grave, mas agora já se estabilizou.

Dc- Mas qual o problema? Teve alguma fratura?

Thiago- O estado dela é muito raro mas não é impossível. Primeiramente, se aqueles escombros tivessem caido em cima de qualquer pessoa, teria sido morte instantanea. Ela é muito forte. Mas agora, um escombro pontudo bateu forte na cabeça dela, e ela pode ter perda de memoria ou até ter convulsões. O importante é que ela não pode levantar agora.

Dc- Você está querendo dizer que se ela acordar, ela pode não se lembrar de quem eu sou?

Thiago- Sim isso pode acontecer.

Souza- Ah não, minha filhinha. É TUDO CULPA SUA!

Dc- Minha?

Souza- Isso mesmo! Se você não tivesse levado ela ao shopping hoje, ela podia estar sã e salva lá em casa.

Dc- Mas se não fosse por ela, uma menina de 5 anos teria morrido hoje.

Monica- P..pai?

Quando nós dois no viramos, lá estava uma doce e inocente garota que estava linda e frágil.

Souza- Filha você acordou.

Monica- Quem, é v...você?!

Dc- Monica...sou eu o Dc.

Monica- Não, o Dc. O Dc é baixo e tem o cabelo estranho. Você é um adolescente.

Dc- Monica, você se lembra daquele casamento? Que nós nos beijamos, e prometemos nunca contar isso para ninguem?

Monica- Quem te contou isso?

Dc- Monica, sou eu o Dc. Acredita em mim.

Monica- Não creio que possa acreditar nessa asneira. Mesmo se você fosse o Dc, o que você faz aqui, ou melhor, o que eu faço aqui?

Souza- Monica minha filha, você sofreu um acidente e está aqui no hospital.

Monica- Quem é esse garoto, papai?

Souza- Filha, eu vou te mostrar o espelho.

Narradora- Monica

Ele me entregou o espelho e eu me observei...

Souza- Quando você sofreu o acidente, você perdeu a memória também. Dc, você pode sair agora.

Dc- Não, eu quero ficar aqui!

Thiago- Acabou o horário de visitas.

Dc- Tá bom, mas antes....

Ele segurou minha mão e me beijou na testa.

Dc- Monica, por favor se lembre de mim.

Quando ele saiu eu fiquei totalmente confusa. Meu pai estava quase que sussurrando para o médico. Minha cabeça dói demais. Meu pai começou a chorar e eu comecei a me preocupar.

Monica- Pai, por que você está chorando?

Souza- Filhinha, é que talvez...você...nunca volte a ter memória.

Monica- Mas...

O Médico pegou uma agulha e espetou o meu braço, comecei a me sentir mais fraca. Mas não o totalmente para desmaiar. Fechei os meus olhos e vi tudo ficando mais preto. Mergulhei nessa escuridão e me rendi ao remédio...

Souza- Você acha que ela vai ficar bem?

Thiago- Nós todos vamos fazer o possível para ajuda-la. Mas nós dois temos que atender o resto do pessoal.

Narrador Dc

Snif snif, se ela morrer....eu não vou conseguir ficar sem ela. Eu vou me matar. Não posso ficar sem ela...preciso da Monica agora, preciso dela ao meu lado. Se ela não se lembrar de mim, eu vou me culpar pelo resto da minha vida.

Porque quando você ama sente necessidade da outra pessoa. Não por dependência, carência e outras ências. Mas porque é bom estar ali, com o corpo junto, coração do lado, ouvindo a respiração. Você se sente em casa.

Sai de casa escondido da minha mãe e meu pai. Já estava de noite e talvez o hosipital estivesse fechado. Peguei uma mochila e desci pela árvore do segundo andar até o chão. Estava andando tranquilamente quando eu passei pela casa da Monica. Ouvi o choro da mãe e o pai tentando acalma-la. Se talvez eu conseguisse faze-la se lembrar de nós dois.

Cheguei perto do hospital e vi a janela do quarto da Monica aberto. Mas o problema é que é no segundo andar a janela. Entrei pela porta da frente sem nenhum problema( a maioria escalaria mas eu preferi por esse modo) Cheguei ao quarto dela. Lá estava ela, dormindo no que parecia uma maca. Comecei a chorar...tudo isso foi minha culpa, se eu não tivesse combinado com ela de ir no shopping. Talvez ela estivesse melhor.

Monica- Quem está ai?

Dc- Sou eu Monica...me desculpa chegar a essa hora.

Monica- Está tudo bem garoto. Mas fala ai, por que você está aqui?

Dc- Eu te trouxe chocolate, os seus preferidos.

Monica- Hummmm, como você sabe que os crocantes são os meus preferidos? Nem meus pais sabem disso.

Dc- Você me contou....

Monica- Qual seu nome? Eu quero dizer seu verdadeiro nome.

Dc- Meu nome é Dc.

Monica- Por que você não me conta?

Dc- É por que isso é muito confidêncial....sabe Monica, naquele dia em que você me beijou pela primeira vez?

Monica- Eu me lembro disso... mas por que você está perguntando?

Dc- Depois desse dia, você se afastou de mim...e começou a andar com a Magali o Cascão e o Cebola e me deixou de lado.

Monica- Mas eu nunca deixaria ninguem de lado.

Dc- Teve um dia que eu dancei com você no aniversário da Marina, mas eu percebi que você só prestava atenção no Cebola...

Monica- Mas é que nós sempre ficamos juntos... mas com você é diferente. Quando você beijou minha testa hoje de tarde...eu fiquei muito quente como se você me fizesse bem. Por que eu não consigo ficar feliz?

Dc- A razão pela qual algumas pessoas acham tão difícil serem felizes é porque estão sempre a julgar o passado melhor do que foi, o presente pior do que é e o futuro melhor do que será. A felicidade não é uma ausência de problemas, mas a capacidade de lidar com eles.

Monica- Dc...eu não me lembro de você...me desculpa...O que vai acontecer quando....Eu não conseguir lembrar de mais nada? O que você vai fazer?

Dc- Eu estarei aqui...Eu nunca deixarei você.

Ela começou a chorar e eu percebi por que mesmo no escuro, eu podia escutar os soluços...Cheguei perto do rosto dela e limpei as lágrimas lentamente...

Dc- Não gosto de lágrimas, ainda em olhos de mulheres, sejam ou não bonitas; são confissões de fraqueza, e eu nasci com tédio aos fracos. Ao cabo, as mulheres são menos fracas que os homens,ou mais pacientes, mais capazes de sofrer a dor e a adversidade...

Monica- É...como será que você consegue... ocupar minha mente com seu sorriso!

Dc- Monica...tenta se lembrar de mim...por favor..

Monica- Eu tentei o dia inteiro.... por favor não torne isso mais dificil do que já é para mim.

Dc- Independentemente de qualquer coisa eu vou continuar te amando.

Monica- Você aqui, me beijando me mordendo e me abraçando agora... não seria uma má idéia.

Ele sem nenhum aviso chegou mais perto e a beijou. Começou um pouco lento mas depois foi ficando mais urgente como se fossem um casal que não se viam a mil anos. Quando ele saiu de perto dos seus lábios, Mônica fez biquinho e ele a ofereceu um bombom e ela não recusou. Ele se levantou e se deitou a seu lado, entrelaçou os dedos em sua mão, Mônica sentiu o calor dele passando desde sua mão, até seus ombros.

Dc- Durma bem anjinha.

Monica- Com você ao meu lado...não poderia ser melhor.

Eu percebi quando ela dormiu por que ela começou a se mexer e ter movimentos involuntários(me deu um soco). Depois eu me assenti com a cabeça e dormi num sono profundo.

Narradora Monica

Acordei dando um espreguiço e um pulo da cama, quando percebi que não estava em casa me olhei no espelho, estava com uma roupa de hospital...Olhei para a cama que na verdade era uma maca...E vi o Dc. Ele dormiu aqui comigo?! Ele está tão fofo...não me lembro quando e como vim parar aqui...Só me lembro de proteger aquela menininha... e de repente acordo numa maca com o meu namorado ao meu lado... Cheguei perto dele e falei:

Monica- Dc....Acorda.

Dc- Hum, oi fofa, que pena que você não se lembra de mim....mas espera! MONICA! Por que você está em pé?

Monica- Calma Dc, eu posso me sentar se você quiser.

Me sentei e vi ele dando um suspiro...ele me olhou com pena e falou:

Dc- Monica eu preciso ir mas promete que vai tentar se lembrar de mim.

Ele me deu um selinho e saiu porta á fora...

Monica- O que ele está falando...tentar lembrar dele? Mas eu me lembro perfeitamente dele....ele está ficando louco?!

Licurgo- Eu não sou louco!!!!