Berklee Romance escrita por flawlessjemi


Capítulo 32
Capítulo 32, Love hard.


Notas iniciais do capítulo

Pobre Demi



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POV DEMI

– Demi? – Denise cutucava-me.

–  Uhm... – falei ainda sonolenta. 

– Joe acordou! – abri os olhos rapidamente arregalando-os e Denise sorriu com minha reação. Levantei-me rapidamente sem me importar com meu machucado e fui até a cama de Joe, que estava cercada por Paul, Kevin e Nick.

– Vocês me deixaram dormir e ele já tinha acordado? – olhei para todos ali presentes ainda incrédula. 

– Ele acordou agora pouco, e ainda não falou nada. – Nick falou.

– Ah, ótimo... – olhei para Joe que estava com os dois olhos abertos. Eu mal podia acreditar naquilo que estava acontecendo. – Joe, oi. – dei um sorriso largo.

– Oi... – ele falou com dificuldade e me olhava um pouco confuso. – Oi pai, mãe e Kevin. – falou e os três sorriram.

– E eu? – Nick perguntou incrédulo. – Obrigado por não mencionar meu nome, Joe.

– Me desculpe... Mas quem é você? Eu não me lembro de você. – ele falou e o médico que estava ali presente olhou para mim no momento.

– Qual é, Joe. Você está tirando uma com a minha cara.

– Não, eu não estou. – ele ainda falava com dificuldade. – Me desculpe, mas eu não me lembro de você. 

– E de mim, você se lembra né? – eu já estava um pouco triste. 

– Eu também não me lembro de você... Quem são vocês dois?

Engoli seco ao ouvir Joe me dizer aquilo. Ele não se lembrava de mim. Todo esse tempo esperando ele acordar, tudo o que eu passei por causa dele e ele nem ao menos se lembrava de quem eu era. Deixei Joe sozinho com os familiares dele e saí do quarto e me encostei na parede, deslizando até chegar no chão. Comecei a chorar e eu estava inconsolável, e o médico veio falar comigo.

– Demi, não fique assim... – tentava consolar-me. – Pode ser uma amnésia temporária, não sei ainda e nem previ isso. Era pra ele se lembrar de tudo.

– Mas ele não se lembra, ok? – eu já estava alterada. – Ele não se lembra de nada. Eu sou ninguém pra ele nesse momento. 

– Não fale assim. – Vou falar como? Mas que merda... Por favor, preciso ficar sozinha. – pedi.

Eu chorava muito e minha frustração era tamanha que eu queria sair dali, depois de passr dias naquele hospital. Eu não iria desistir de Joe, isso não passava pela minha cabeça, mas eu estava triste e precisava de um tempo só pra mim.

Quando me levantei, senti uma mão segurar meu braço. Era a de Nick.

– Demi, não fique assim. Eu também estou mal por Joe não ter se lembrado de mim, mas nós não podemos fazer nada. – deu de ombros.

– Ele não se lembrou mesmo de você? Não sei como, você é irmão dele... Eu sou apenas a namorada. 

– Você a garota que ele ama, e eu tenho certeza que ele ainda se lembra de você. E não, ele não se lembrou de mim, mas isso é temporário... 

– Ah ótimo. É, ele me ama mas não se lembra de mim.

– Ele não tem culpa.

– Nem eu. Nick, preciso sair, qualquer coisa você me liga, ou sua mãe, sei lá.

– Demi, não faça nenhuma besteira... 

– Não farei. Só preciso de um tempo sozinha, só isso. Tente imaginar como seria se Miley estivesse em coma por semanas e você estivesse o tempo todo lá por ela, e ainda levasse uma facada para defendê-la e ela não se lembrasse de você quando acordasse. Não machuca nem um pouco. – ri ironizando. – Tchau, Nick. 

Deixei Nick pensando no que eu disse e até pensei que eu tinha sido um pouco grosseira, mas tudo bem, acho que nem ele iria me entender naquele momento. Deixei todas as minhas coisas no hospital e quando saí haviam vários paparazzis e fãs do lado de fora que tentavam falar comigo, porém ignorei todos. Minha paciência estava no zero. Peguei o primeiro taxi que vi e saí daquela merda de hospital. Desci em uma rua perto de um shopping, porém não era o lugar que eu queria ir. Do lado do shopping havia um ótimo restaurante que também era um bar e eu precisava beber um pouco, acho que me acalmaria. Entrei no bar e haviam várias pessoas da minha idade bebendo. Sentei-me e pedi uma garrafa de vodka, e quando falei, o garçom olhou-me assustado pois pensou que eu não daria conta. Até pensei que ele pediria minha identidade, mas não. Comecei a beber e pensava em tudo que tinha me acontecido e me deu uma extrema vontade de voltar a chorar, mas me segurei ao máximo.

 – Oi, você está sozinha? – um homem que aparentava ter uns trinta anos sentou-se na cadeira vazia que tinha na minha frente.

– É, estou... – falei virando mais um copo de vodka.

– Você não parece estar bem. – ele olhou pra mim.

– Oh, sério? Não era pra parecer mesmo. – sorri irônica.

–  Desculpe então. – o homem riu. – Aconteceu alguma coisa?

–  Não sei se deveria falar sobre meus problemas pessoais para um estranho... 

–  É, sua mãe te educou bem em relação a isso.

–  Pelo menos isso. 

– Qual o seu nome? –  tentou puxar assunto.

– Demi. E o seu? – tentei ser um pouco simpática.

– Ian. 

– Ótimo, Ian. Se você estiver tentando dar em cima de mim, pode desistir pois eu já sou comprometida. – levantei o copo e pisquei.

– O que uma garota comprometida faz aqui então? – riu.

– Você é bem curioso. – balançei a cabeça negativamente. – Problemas, todos têm, não é mesmo?

– É. O que aconteceu com você? Vamos, pode se abrir comigo.

– Não sei se devo. Me mostre confiança primeiro e quem sabe. O que faz aqui?

– Minha noiva terminou comigo depois de seis meses de noivado. Tenso. 

– Meu namorado acordou do coma depois de semanas e nesse tempo todo eu estive ao lado dele, porém ele não se lembra de mim. Tenso. – bebi mais um pouco de vodka.

– É, você ganhou. – deu-se por vencido. 

– Acho que sim. Olha, desculpa aí Ian, mas eu preciso sair. – falei levantando-me.

Tinha bebido metade de uma garrafa de vodka toda mas ainda estava um pouco lúcida. Pensei que ficaria melhor afogando meus problemas na bebida, mas não.

– Você está de carro? Posso te levar até sua casa, não é legal você sair nesse estado...

– Não estou de carro, mas não precisa, eu mal te conheço e vai que você me sequestra ou sei lá.

– Não. – ele riu. – Vamos, deixe me levar até sua casa.

– Não quero ir pra casa. – lembrei que eu estava hospedada na casa dos Jonas. – Mas você pode me levar até outro lugar.

Eu e Ian saímos do bar e eu posso até dizer que ele estava sendo legal comigo. Ian era alto, seus olhos eram azuis e seu cabelo castanho escuro. Tinha uma barba rasa e parecia que eu o conhecia de algum lugar, porém não me lembrava. Pedi para que Ian me levasse até o mirante, o mesmo em qual eu e Joe passamos um dos melhores dias da minha vida. Sorri quando chegamos no local, era estranho estar lá com outra pessoa mas era um ótimo lugar para se pensar. Eu e Ian saímos de seu carro prateado e esportivo e ficamos em pé admirando a bela vista de Boston.

– Aqui é um lugar lindo, nunca tinha vindo aqui. – ele falou.

– Eu já, com meu namorado. – falei um pouco triste.

– Eu nunca tenho tempo para essas coisas. – Ian falou. – Atuar toma a maior parte do meu tempo.

– Ah, você é ator... – ri. – Sabia que te conhecia de algum lugar.

– É, foi até engraçado você não ter me reconhecido, mas tudo bem. – sorriu.

– Você namorava aquela atriz... Nina Dobrev, não é? Vocês fazem aquele seriado famoso.

– Sim, ela era minha namorada. 

– O que faz aqui em Boston? 

– Vim fazer uma visita rápida para minha avó que está doente e internada no hospital. O horário de visita acabou e eu fui dar uma volta e acabei entrando naquele bar. Algumas meninas me reconheceram, e bem, eu tenho evitado isso um pouco. Não que eu não goste, mas estou passando por um momento difícil. – Ian parecia triste. –

É, eu te entendo. Eu estava no hospital também e sei lá, depois de tanto tempo lá eu resolvi sair um pouco, respirar um ar puro e pensar um pouco na vida. Está tudo uma merda pra mim e e não sei o que fazer se meu namorado não acordar. – suspirei. – Mas é a vida.

– Você pode conquistá-lo de novo, não seria tão difícil... Você já conhece do que ele gosta, o jeito dele, e ainda por cima é adorável. – sorriu. – Tudo ficará bem logo.

– Verdade e obrigada. – retrubuí o sorriso.

Ian ficou olhando para mim e eu fiz o mesmo. Aquilo seria o começo de uma boa amizade. Enquanto nós conversávamos sobre mais coisa, recebi uma ligação – era de Denise. Não hesitei em atender.

– Demi, aonde você está? 

– Estou pensando um pouco... Uhm, por que? – perguntei.

– O médico disse que essa amnésia de Joe é temporária. Ele já se lembrou de Nick, só falta lembrar-se de você.

– Ah... que bom né? – falei desanimada.

– Não fique triste, Demi. Se você não quiser voltar aqui hoje, pode ir lá pra casa, tudo bem?

– Depois eu vejo o que eu faço, ok? Obrigada. – encerrei a ligação.

– Era minha sogra. Ela disse que meu namorado se lembrou do irmão, mas não se lembrou de mim. Legal.

– É um avanço. Espero que ele se lembre de você logo, é só você ter um pouco de paciência.

– É verdade, obrigada. 

– Uma pena meu caso não ter jeito, mas tudo bem. – deu um meio sorriso.

– Ah, qual é? – soquei seu ombro. – Talvez ela veja o erro que cometeu e vocês voltem, ou você pode encontrar outra pessoa, você é muito gente boa e eu só te conheço por um dia.

– Obrigado, Demi. De verdade.

– De nada. Ian, me faz um favor?

– Claro. 

– O que você acha da gente encher a cara mais um pouco?

– É pra já.


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Notas finais do capítulo

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