Os olhos de Bruna ficam pretos, ela levanta um pouco a cabeça, o fogo se espalha pelo céu, todos os corvos são queimados, Jake arregala os olhos sem ação, completamente sem acreditar no que estava acontecendo, o céu fica em chamas, as penas dos corvos vão caindo no chão, Bruna segura o fogo no céu até não agüentar mais.

O fogo some de repente, a garota sai correndo dos braços de Jake, ele fica parado surpreso ao ver Bruna, ela fica ofegante, Jake se aproxima, ela cai para frente, Jake a segura e se agacha, Bruna desmaia.

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No laboratório da Livit Corporation.

- Doutor Hélio – Diz o holograma – Outro pico detectado nas ondas alfa e beta, 45% de probabilidades de que seja o Projeto Bruna.

Hélio caminha rapidamente até seu computador.

- Encontre a localização – Ordena Hélio.

O computador mostra uma localização em algum lugar de Nevada, Hélio da um sorriso.

- Impressionante – Diz Hélio – Se for ela o desenvolvimento é extraordinário.

- Os poderes dela parecem ter aumentados em proporções geométricas desde que fugiu da cede de Detroit.

Hélio olha para porta que se abre automaticamente e Diego entra furioso.

- Foi 10 vezes a superfície nessas 24 horas – Diz Diego – Indo pegar esses monstros e tudo mais, esta colocando minha equipe em risco... Você pegou 45 vampiros, pra que tantos assim de repente?

Hélio caminha até a sala de vidro.

- HÉLIO! – Grita Diego.

- Minha pesquisa foi... Intensificada – Diz Hélio.

Ele digita o código e desce a tela do espelho, revelando os 45 vampiros dentro da sala, Diego da um salto para trás.

- Não esquenta, eles estão seguros – Diz Hélio.

Diego fica abismado com a fúria que eles tinham agora, todos batendo contra o vidro, ele olha para Hélio.

- Já devia ter domesticá-los – Diz Diego.

- Às vezes... A agressividade é útil – Diz Hélio.

- Pra que você precisa desses monstros?

- Doutor Hélio, o clone 87 atingiu o último estágio do teste – Diz o holograma.

- Perfeito, quero vê-la na tela – Diz Hélio.

O clone encosta-se na parede e evita o sensor no chão.

- Ótimo, muito bom – Diz Hélio, observando tudo pelo computador.

O clone é surpreendido por um vampiro que lhe morde no pescoço.

- O chefe Harry sabe disso? – Pergunta Diego.

- Ele só sabe o que deve saber – Diz Hélio.

- Você passou dos limites!

Hélio vira-se para Diego.

- Minha pesquisa vai mudar o conceito de tudo – Diz Hélio.

Diego nega e se afasta um pouco.

- Se escolher um lado... – Diz Hélio, Diego para de andar e olha para ele – Que seja o lado certo.

Diego volta à caminha sem dizer mais nenhuma palavra, Hélio volta sua atenção para a tela do computador.

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Bruna acorda devagar, encontrando-se deitada num sofá, o raio de sol estava bem no seu olhos, ela o impede com a mão, assim nota uma pulseira em seu pulso, Bruna olha para o lado e avista Juliana sentada lhe observando.

- Oi! – Diz Juliana.

- Oi! – Bruna senta no sofá, ela passa a mão na cabeça com um pouco de dor e olha para Juliana – A pulseira é sua?

- Eu te dei ontem a noite – Diz Juliana, sendo gentil – Pra dar sorte.

Bruna da um sorriso.

- Obrigada! – Ela agradece – Qual o seu nome?

- Juliana – Ela responde – Ana e Jake que me encontraram... Já faz tempo...

Bruna olha para ela suavemente.

Do lado de fora, ainda em frente ao hotel, todos estão ao velório das pessoas falecidas na manhã anterior, muita gente estava chorando, Ana olha Vinícius.

- Alguém quer dizer alguma coisa? – Pergunta Ana.

Bruna e Juliana saem do hotel, Bruna separa-se de Juliana quando estão próximas ao pessoal, ela prefere ficar afastada. Michael caminha chorando até a cruz de Lori e põe seu cordão.

Ana e Jake se afastam indo em direção a Bruna.

- Bruna! – Ana a abraça sem muita empolgação.

- Oi! – Diz Bruna, um pouco sorridente.

- Obrigada pela ajuda – Agradece Ana.

Bruna acentua com a cabeça, Juliana a chama, Ana olha para Bruna.

- Desculpa, mas eu tenho umas coisas pra resolver – Ela diz, em seguida afasta-se dos dois.

Jake e Bruna caminham enquanto conversam.

- Em 6 meses perdemos a metade das pessoas – Relata Jake – Daqui apouco vai ter mais morto do que vivo.

- Hm... – Resmunga Bruna – Onde esta Marcelle?

- Ela foi pega pela Livit – Responde Jake – Eu só consegui salvar a Ana.

Eles caminham ao lado dos carros.

- E ai, o que foi que aconteceu? – Pergunta Jake – Porque sumiu depois de Potter City?

- Não tive escolha – Diz Bruna – Estavam me usando.

- Como assim? – Jake não entende muito sobre o que Bruna estava falando.

- Me rastreando – Diz Bruna – Eu não podia ficar com vocês, nenhum de vocês... Agora estariam mortos.

- Desapareceu por isso? – Pergunta Jake.

- Entrei numa cede da Livit – Conta Bruna – Invadi os computadores, baixei as trajetórias do satélite e sai do alcance.

- Mas e depois que o mundo acabou, porque ficou por ai sozinha?

Eles se encaram por alguns segundos.

- É mais seguro – Diz Bruna – Se eu ficar longe das pessoas.

Eles param de andar.

- E voltou por quê? – Pergunta Jake.

Bruna da um sorriso, eles se abraçam. O satélite da Livit fotógrafa cada movimento dos dois, Bruna se afasta e olha para cima agitada.

- Mas que droga – Diz Bruna, ela olha para o relógio e avista que o satélite estava perto, ela olha para cima – Que horas são?

- Troy – Jake o chama.

- O Jake, é 12:14 – Responde Troy, que estava em cima do caminhão – Porque...? Tem algum lugar pra ir?

Bruna da um sorriso olhando para Jake.

- Acho que eu to ficando paranóica – Ela diz.

Hélio recebe as imagens, o rosto de Bruna pelo satélite é comparado pela foto que Hélio tinha no sistema.

- Projeto Bruna, confere, 62% - Diz Hélio, lendo o que o computador mostrava, ele da um sorriso – Bem vinda de volta!

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Bruna esta encostada numa coluna do posto de gasolina, Ana caminha até ela.

- Pode conversar? – Pergunta Ana.

- Claro – Responde Bruna.

- Todo mundo ficou agradecido pelo o que você fez... – Diz Ana.

- Mas querem saber quando é que eu vou embora – Diz Bruna, sem deixar Ana terminar.

- Bruna... Estamos realmente agradecidos – Diz Ana.

Bruna fica em silencio com a cabeça abaixada, Ana olha para o lado e depois para Bruna.

- Mas é que está todo mundo comentando – Diz Ana – Estão com medo.

- É eu entendo – Diz Bruna – As pessoas costumam morrer perto de mim!

- Não é só de você – Diz Ana.

Bruna olha para ela, Ana desvia o olhar encarando os túmulos de areia.

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Hélio esta em uma reunião com Harry.

- Tem certeza de que é ela? – Pergunta Harry.

- 62% - Responde Hélio – Eu não posso desperdiçar essa chance.

- Se for o Projeto Bruna, ela foge do satélite há anos.

- Eu mudei a rota dos satélites que sobraram – Diz Hélio – Eu mudei o alvo, ela não vai saber que nós a vigiamos... Estarei com a equipe pronta em uma hora.

- Não! – Diz Harry – Nós temos que confirmar a identificação antes... Tem que ser 100%

- O grupo em que ela ta, inclui associados conhecidos – Diz Hélio – O Projeto Bruna original é vital para minha pesquisa, para todo o processo de domesticação... O sangue dela, a estrutura genética, é esse o segredo... Quanto a mais tempo ela fica lá, tem mais chances de perdermos ela de novo, não posso arriscar.

- Isso não cabe a você! Não irá fazer nada até que discutimos esse assunto amanhã na reunião com o comitê – Diz Harry – E doutor, é uma ordem.

Hélio sai da sala, o holograma de Harry some.

- Ana, a seqüência de transmissão é a melhor indicação de vida que temos a 6 meses – Diz Vinícius.

- Antártica? – Diz Ana, não empolgada.

- Vamos tentar – Diz Vinícius – Ana, não da pra ignorar.

Ana olha para Jake ao lado dela, e depois para Bruna em sua frente.

- Tem idéia de como é uma viagem assim? – Pergunta Ana.

- Aham – Responde Troy – Bem longa.

- Pra no final o que...? Nada? – Diz Ana, contra a idéia.

Vinícius estava lendo a agenda que Bruna achou.

- Nada garante que vamos achar alguém vivo lá – Diz Ana.

- Olha só, essas transmissões... – Diz Vinícius.

- Elas são de 6 meses atrás – Diz Ana – A quantas transmissões de rádios nós respondemos?

Ninguém responde.

- Quantas vezes chegamos tarde demais? – Ela pergunta.

- As transmissões, dizem que não a infecção não chegou lá, o vírus não suporta tanto frio, estão totalmente isolados – Diz Bruna – É seguro!

 Ana olha para todos sentados conversando.

- Essas pessoas confiaram as suas vidas em mim – Diz Ana – Elas não precisam de esperanças falsas.

Jake olha para Ana.

- Eu acho que é realmente o que precisam – Ele diz.

Ana expressa algo do tipo “O que?”, Jake olha para todos, uns chorando e outros desanimados.

- Olha para eles – Diz Jake – 6 meses atrás éramos 50, depois 40, agora somos 20... Já estão quase desistindo – Ele olha para Ana – O que eles precisam é ter esperança.

Ana olha para Bruna e Vinícius, ela nega olhando para o chão.

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Todos são reunidos até o carro, Ana fica sentada atrás do carro.

- Escutem, precisam tomar uma decisão – Diz Ana – Mas é grande demais, e importante demais pra eu tomar por vocês – Ela encara todos – Pode haver sobreviventes.

Eles ficam se perguntando e olhando uns para os outros.

- Onde? – Pergunta Juliana.

- Na Antártica – Responde Ana.

Eles ficam surpresos.

- Existe uma... Chance – Diz Ana – De que a infecção não tenha chegado tão longe... O vírus pode não suportar tamanha friagem... Mas nós não temos certeza, nós temos que optar, ou ficamos onde estamos ou tentamos a Antártica.

Eles ficam se olhando.

- Pra Antártica?! – Diz Ana.

Todos levantam os braços, incluindo Juliana e os outros, Bruna que estava no chão ao lado de Ana, da um sorriso ao ver todos animados com a idéia.

- Antártica! – Diz Ana, com um sorriso aliviado no rosto.

Todos ficam felizes, Juliana abraça Vinícius, Troy levanta o chapéu e grita, Jake se aproxima de Ana e ajuda a desce. Ana observa todos felizes e animados, séria, ela caminha até Bruna e para ao seu lado.

- Espero que esteja certa – Diz Ana.

Ana afasta-se de Bruna. Bruna respira fundo e olha para o pessoal.