Os Três Amores Da Minha Vida escrita por Azzula


Capítulo 27
Beijos de Despedida (FINAL)


Notas iniciais do capítulo

Ok, demorei pra postar de novo, sei disso... Não me matem por favor, caso tenha torturado vocês. Mas eu quis elaborar algumas coisas, que deixarão brechas para a próxima temporada... Enfim, ficou um pouco (?) longo, mas espero que gostem deste ultimo capítulo, e preparem-se para um especial. Peço desculpas desde já, caso existam erros de português, na verdade, eu li tudo procurando por alguma coisa, mas estou com muita dor nos olhos ultimamente e não estou enxergando direito...espero não ter deixado passar nada! Boa leitura pra vocês meus amores ♥ (leiam as notas finais)



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Levantei-me lentamente, rastejando até o banheiro, fazendo minha higiene pessoal. Encarei meu rosto no espelho, indignada. Eu estava horrível! Pele feia, cabelos secos, e as olheiras gritavam embaixo de meus olhos. Lavei o rosto na expectativa de melhorar em alguma coisa, mas não adiantou, pelo jeito, eu permaneceria com cara de doente o domingo inteiro. Segui para a sala, sentindo meus músculos rangerem de dor, eu havia dormido de mau jeito.

Kiseop estava esparramado no sofá, dormindo enquanto a televisão murmurava um desenho coreano infantil. Sentei-me no sofá ao lado, contemplando o nada, completamente dominada pelo sono. Omma apontou na sala, afobada.

_ Ya... – ela veio em minha direção, beijando-me a testa e reprovando o que via no outro sofá. – Estou atrasada...

_ Atrasada para o que? É domingo! – ri, pensando que ela havia se esquecido daquilo.

_ Eu sei, mas temos uma reunião de emergência e JaeSoon já está lá pra amenizar a situação... vocês se viram com o almoço? – disse dirigindo-se a porta. – NÃO TEMOS HORA PRA VOLTAR, MAS CHEGAREMOS A TEMPO DE LEVÁ-LA AO AEROPORTO! – ouvi-a gritando da garagem.

_ Hm... Ta! – concordei com aquilo, ainda processando suas palavras.

Ela finalmente saiu, deixando seu perfume espalhar-se no ambiente. Eu finalmente encarei a televisão, reparando no quão ridículo era aquele desenho. Fui até Kiseop em busca do controle que encontrava-se debaixo de seu corpo.

_ Ya... – cochichei, empurrando-o.

_ Hm... – resmungou.

_ Kiseoppie... – bati levemente em seu braço. – Sai de cima do controle!

_ Ta... – abriu os olhos. – NOSSA! – assustou-me. – O que aconteceu? Você está bem?

_ Que? – do que ele falava? Provavelmente estava misturando a realidade com algum sonho.

_ Meu Deus Ana, o que aconteceu com você? – perguntou aterrorizado.

_ Ta falando do que? – disse apavorada também, passando as mãos sobre meus cabelos, tentando concertar o que quer que estivesse errado em mim.

_ Você tem dormido bem? – perguntou em um tom preocupado dessa vez.

_ Aish... – até Kiseop havia percebido o quão horrível eu estava.

Sai dali, escondendo minha cabeça dentro da geladeira enquanto procurava faminta pelo que comer.

_ Você vai fazer cereais pra mim? – ele gritou da sala.

_ NÃO! – ok, eu estava com preguiça até de respirar.

Depois de tanto escolher, acabei optando por uma fruta, retornando ao sofá e a minha preocupação constante com Brookie.

_ Não vai mesmo fazer? - ele fez aeygo.

Eu não respondi. Estava hipnotizada por meu pensamento, que mantinha-se em Brookie enquanto eu mordiscava a pêra.

_ Se continuar preocupada assim, amanhã vai parecer uma bruxa! - ele disse adivinhando meus pensamentos.

Eu o encarei fuzilando-o, por mais que eu estivesse horrível, aquela não era uma coisa que eu gostaria de ouvir.

_ Ai seus pais vão pensar que estamos mal tratando você! - insistiu.

Eu simplesmente joguei uma almofada em sua direção, cansada de ouvir ele falar.

Ele finalmente calou-se, seguindo até a cozinha e preparando ele mesmo o seu café da manhã.

_ Aish... Outro domingo chato! - ouvi-o murmurar enquanto esparramava seu corpo sobre o balcão. - O que vamos fazer? Quer dizer, você volta para o Brasil nessa madrugada... Seu ultimo dia aqui antes das férias vai se passar assim? - ele tagarelava sem parar enquanto eu me lembrei de checar as coisas em minha mala.

Segui para o meu quarto, deixando-o ali falando sozinho.

Abri a mala pela milésima vez, checando todos os meus documentos, roupas, sapatos e acessórios. Adiantei-me, pegando meus fones de ouvido e deixando lá dentro também, não sobreviveria sem eles durante a viagem.

Kiseop apontou na porta, segurando sua tigela de cereais e seguindo-me com os olhos.

_ O que você quer? - perguntei tentando adivinhar o que ele diria.

_ Nada... - sorriu de lado, levando uma colherada a boca. - Só olhar você! - disse com a boca cheia.

Prossegui com meus afazeres, e ao terminar, sentei-me finalmente em minha cama, encostando a cabeça na cabeceira com o pensamento longe.

_ Eu vou sentir saudade... - ele disse aproximando-se da cama.

_ Eu não vou demorar... - tentei confortá-lo. - Serão só quinze dias.

_ Os quinze dias mais infinitos... - completou. - E custa você dizer que vai sentir minha falta também? - fingiu estar ofendido.

Eu ri. Pela primeira vez em horas, eu finalmente ri, fazendo com que Kiseop abrisse um enorme sorriso de satisfação, sentando-se ao meu lado.

_ Você fica linda quando ri... Até mesmo quando esta acabada como hoje. - aquilo foi um elogio?

_ Está tentando me animar? - disse irônica.

_ Não, eu tenho outra idéia pra te animar... - ele abriu outro sorriso encantador.

_ Hm... - esperei que ele dissesse.

Fui surpreendida com um beijo. Ele apenas selou nossos lábios rapidamente, mas foi o suficiente para o meu coração saltar pela boca enquanto sua respiração fazia cócegas perto de minha bochecha.

_ Melhor? - perguntou com seus olhos brilhando, arregalados.

Eu não consegui dizer nada, passando a encarar minha mala sem jeito. Não sei por que, mas sempre que aquilo acontecia, eu me sentia constrangida. Talvez fosse pelo fato de sempre ser pega de surpresa, mas eu ja devia ter me acostumado com aquilo, ou não?

Ele apenas riu de mim, na verdade, ele sempre ria. Eu provavelmente era algum tipo de diversão para Kiseop, sem dúvidas.

_ Sim, você é muito engraçadinha para mim! - ele surpreendeu-me, mais uma vez adivinhando meus pensamentos.

_ Novidade... - disse em tom de tédio.

Ele riu mais uma vez, deixando o cômodo.

Ele tinha razão em um ponto. Aquele era meu "ultimo" domingo antes de partir, e eu ficaria o dia todo em casa? Precisava despedir-me de Brookie pelo menos. Já havia dado satisfações a Yao Ming, e ele concordou em sobreviver alguns dias sem mim enquanto eu revia minha família.

Comecei a me arrumar então, eu visitaria Broo no hospital!

__



_ Porque veio? - ela encarou-me indignada por eu estar ali em pleno domingo.

_ Vim me despedir! - aproximei-me para abraça-la.

_ Verdade! - sorriu. - Vai esta madrugada não é?

_ Sim... - encarei seu rosto ainda pálido. - Você está bem? - perguntei preocupada.

_ Estou melhorando... - confessou. - Mas estou melhor que você! Amiga, você está horrível... Por acaso tem dormido?

_ Aish... Ta tão evidente assim?

_ Um pouco... - encarou-me melhor. - É que eu sou mulher, e sei o quanto de mascara você teve que passar ai pra esconder essas olheiras!

Conversamos por uns 20 minutos até enfermeira entrar no quarto, surpreendendo-nos.

_ Está na hora do banho... - ela disse.

Brookie encarou-me tensa, e eu não entendi muito bem o porque daquela expressão.

_ Ana... - hesitou. - Acho melhor você...

_ O que? - preocupei-me com sua expressão.

_ Você precisa ir! - forçou um sorriso. - Tem que encontrar-se com os meninos, lembra?

_ Não quer que eu fiquei aqui? - insisti. - Não quer ajuda com o banho? - dessa vez, dirigi-me a enfermeira.

_ Ah, seria uma boa idé...

_ Não! - Brookie interrompeu. - Não precisa! - seus olhos encheram-se de lagrimas. - Acha mesmo que eu preciso passar por esse tipo de humilhação? - uma lagrima escapou de meus olhos enquanto eu me emocionei.

_ Não precisa ser assim... - segurei sua mão. - Você é minha amiga, e eu sei que faria o mesmo por mim...

_ Não... Não quero que me veja mais assim... Quando você voltar, eu estarei melhor, e apagarei todas essas lembranças horríveis. - encarou-me novamente. - Mas, por favor, vá embora agora.

Eu beijei sua testa, deixando o quarto, assim como ela queria. Eu realmente não via problema em ajudá-la, mas não queria constrangê-la.

Sai do quarto um tanto tranqüila, Brookie já estava bem melhor aparentemente, e sua frase "Quando você voltar eu estarei melhor..." estava me fazendo acreditar em seu progresso. No corredor do hospital, vi quem eu menos desejava ver, fazendo com que meu sangue fervesse dentro de mim.

_ Como ela está? - ele encarou-me como se algum dia tivéssemos sido amigos.

_ Não importa agora! - disse desviando-me dele para não socar sua cara.

Min Ho Soo segurou em meu braço, impedindo-me de partir.

_ Por favor, eu preciso saber! - insistiu.

Calei-me por um segundo, encarando seu rosto com ódio.

_ Quer mesmo saber como ela está? - encarei em seus olhos, julgando-o. - Graças a você, graças a sua traição e a sua rejeição, Brookie não pode andar! - disse tomada pela fúria, um tanto alterada.

Ele encarou-me surpreso, como se não soubesse que Brookie estava paraplégica.

_ O-o... - ele mal pode dizer, tomado por um choro desesperado.

Eu não consegui me comover com seu choro, mas sabia que era sincero. Bem, pelo menos culpa ele estava sentindo, o que provava que minha amiga não era completamente apaixonada por um total imbecil.

Pensei em como ela ficaria se o visse naquele hospital... Será mesmo, que depois de tudo, ele teria coragem de aparecer para ela? Ela se sentiria ainda mais humilhada se ele a visse naquelas condições.

_ Eu tenho apenas um pedido... - disse ignorando seu choro. - Não entre naquele quarto! Não entre naquele quarto ou eu arruino sua vida. - pela primeira vez, tive coragem de ameaçar alguém, surpreendendo até a mim mesma. - Se tiver o mínimo de decência, não apareça na frente dela, fazendo-a sofrer ainda mais... Você ja fez ela sofrer o bastante!

_ Eu preciso vê-la! - encarou-me com olhos piedosos. - Eu ainda a amo...

_ Mas ela não precisa mais de você! - disse completamente fria, estranhando minha reação. - Se a ama tanto, deixe a viver em paz, sem que veja sua cara porca novamente, e se esqueça finalmente do mal que a fez! - permaneci ali, esperando que ele saísse.

Deixei o prédio atormentada. Eu estava indignada, mas pensei por um momento, se havia agido certo. E se Brookie quisesse vê-lo? Quer dizer, eu acho bem difícil, mas e se ela estivesse triste por ele não ter ido vê-la? De qualquer forma, decidi não contar. Se dependesse de mim, ela jamais saberia que ele havia aparecido ali. Podem julgar-me errada, mas eu queria protegê-la, queria proteger minha amiga de mais sofrimento.

Eu caminhei pelas ruas gélidas mais uma vez, um tanto atormentada com essa história. Fazia muito frio, e eu esfregava as mãos loucamente, tentando esquentá-las, em vão.

Por pura coincidência, caminhei até chegar na entrada do parque em que eu e SoonHyun havíamos almoçado um dia, entrei ali buscando o mínimo de paz de espírito. Segui diretamente para a trilha que contornava o lago, assistindo pessoas corajosas que ousavam correr com roupas curtas naquele frio. Eu estava apreciando a brisa gélida quando fui inesperadamente atropelada por um corredor desastrado, nós dois caímos imediatamente.

_ Aish... - disse um tanto atordoada pelo tombo.

_ Me desculpe! - o garoto chacoalhava a cabeça a procura de seus sentidos, quando finalmente encarou-me.

_ ONEW! - ri de tal coincidência.

_ A-Ana! - abriu aquele sorriso que tirava-me o fôlego. - O que você está fazendo aqui? - ele ajudou-me a levantar com sua respiração ofegante.

_ Eu vim parar aqui por acaso e decidi entrar, e você? - encarei-o com seu moletom cinza, adivinhando a resposta para minha pergunta obvia.

Ele simplesmente sorriu novamente, deixando-me constrangida, pois eu não conseguia disfarçar o quanto seu sorriso acabava comigo. Andamos em silêncio por alguns segundos, quando eu finalmente comecei um assunto;

_ Você deve ser um desastre correndo por aqui! imagino quantas pessoas você ja não deve ter atropelado... - brinquei.

_ Na verdade, foi proposital! - ele sorriu sem jeito, deixando-me completamente envergonhada. - Eu vi você do outro lado do lago, e corri o maximo que pude pra te alcançar... - sorriu. - A única coisa inusitada foi o tombo, me desculpe!

_ AAH! - não tenho palavras pra dizer o quão ridícula foi minha reação. Sorri ainda mais sem graça.

_ Mas você parecia concentrada de onde eu a vi... - indagou.

_ É, eu estou preocupada... - admiti.

_ Com o que? - ele parecia realmente interessado no que eu tinha a dizer. Confesso que surpreendi-me por Onew não saber nada sobre o acidente, de modo que contei tudo a ele, expressando também meus sentimentos sobre aquilo.

Ele ouviu tudo atencioso, não disse uma palavra sequer enquanto eu contava cada detalhe de minha conversa com Brookie, admitindo estar indignada com sua linha de pensamento.

_ Sabe... - ele interrompeu-me pela primeira vez. - Eu acho que não devemos julgá-la. - encarou-me quando finalmente encontramos um banco, e nos sentamos. - Quer dizer... Pelo menos eu, consigo imaginar o tamanho de sua dor! - seus olhos entristeceram-se.

Fiquei paralisada com aquilo. Onew seria capaz de algum dia tentar algo como o que Brookie tentou? Acabar com sua própria vida? Tornei-me sem palavras, apenas encarando com meus olhos que a qualquer momento despejariam lagrimas para fora.

_ Eu acho que não seria capaz de cometer suicídio algum dia... - ele disse encarando o chão, respondendo minha dúvida. - Mas é uma dor insuportável! Ainda mais quando você dedica a maior parte de seu dia pensando na pessoa que você ama, pensando que ela esta fazendo o mesmo, mas na verdade esta seguindo com sua vida feliz, e com outro... - eu entendi que naquele momento, ele estava falando dele. - É muito dura a dor de uma rejeição, quando se ama cegamente! - finalmente encarou-me com seus olhos marejados.

_ Onew... - eu não sabia o que dizer.

_ Não se preocupe! - ele sorriu ignorando uma lagrima que escorria por sua face. - É um sentimento com o qual eu ja estou acostumado, mas não será assim pra sempre... - sorriu malicioso. - Você... por acaso quer sair comigo amanhã?

_ Ah... Onew...

_ Aish, tudo bem! - imaginou que eu teria marcado outra coisa com alguém.

_ Não, é que eu volto para o Brasil nesta madrugada! - disse tentando recuperar algum sorriso em seu rosto.

_ O que? - arregalou seus olhos. - V-você vai voltar? V-você..

_ Calma! - ri de seu desespero. - Será só durante as férias... Vou passar quinze dias por lá!

_ Entendi... - sorriu aliviado. Sua face mudou rapidamente, mostrando-se pensativa. - Você acha que quando voltar, ja vai estar decidida? - ele brincava com seus dedos, envergonhado.

_ Não sei... - suspirei. - Na verdade, eu espero que sim! - encarei-o enquanto ele contemplava o chão.

_ Por favor Ana... - ele procurou por minha mão, segurando-a firme. - Volte a me amar... - ele entrelaçou nossos dedos, e eu simplesmente deixei que aquilo acontecesse. - Eu acho que meus sentimentos por você ainda não estão claros...

_ Onew... - hesitei. - Você não precisa explicar nada... - disse paralisada por sua mão acariciando a minha.

_ Mas eu quero! - encarou nossas mãos unidas. - Eu sempre gostei de você! - sorriu. - Na verdade, na primeira vez que a vi, achei que estivesse com algum tipo de anjo a minha frente, mas um anjo não usaria roupas do avesso! - brincou, fazendo com que eu quisesse me enfiar em qualquer buraco. - Mas eu ignorei tal sentimento, porque era um homem completamente apaixonado por ParkMin... O amor que eu sinto por você, foi surgindo aos poucos, até que eu não resisti em te beijar pela primeira vez, sendo novamente rejeitado! E eu me surpreendi, descobrindo que podia amar a duas mulheres de uma só vez, e mesmo que o amor que eu sinto por você seja diferente, eu não posso deixar você ir... - murmurou desta vez. - Eu sei que você é a mulher perfeita pra mim, e eu quero fazê-la feliz... - Onew manteve seu olhar baixo, aproximando-se de mim enquanto mil borboletas percorriam por meu estomago.

Sua mão que entrelaçava-se na minha, passou a subir por meu braço, causando-me arrepios mesmo com três blusas de frio. Ele pousou sua mão fria em meu pescoço quente, fazendo-me estremecer com aquilo, e encarando meus lábios, ele aproximou-se ainda mais enquanto eu estava completamente paralisada.

_ Onew... - eu praticamente sussurrei.

_ É só um beijo de despedida... - ele riu de sua desculpa esfarrapada, selando nossos lábios logo em seguida.

Sua respiração estava congelando a parte superior à meus lábios, enquanto ele fechou seus olhos lentamente, induzindo-me a fechar os meus também.

Eu estava contrariada. Não queria resistir a seu beijo, mas por outro lado, sentia-me culpada. Eu não sabia se no fim das contas acabaria escolhendo-o, e não queria alimentar ainda mais seu sentimento por mim. Onew não podia abandonar uma paixão mal resolvida, partindo para outra rejeição. Não suportaria a responsabilidade por seu sofrimento, e sofreria também. Mas ele envolveu-me de tal maneira, que foi impossível resistir.

Ele seguiu com suas mãos até meus cabelos, acariciando as madeixas enquanto eu segurei em seu ombro, pousando a outra mão em seu peito firme. Sua outra mão seguiu até minha cintura, segurando-a forte enquanto ele inclinava-se sobre mim intensificando o beijo. Seus lábios carnudos sugavam os meus carinhosamente enquanto meu sangue fervia, esquentando meu corpo. Onew tinha um beijo quente, apesar do frio, e era muito cauteloso, inseguro. Cada movimento era incerto, mas acabava que meus movimentos completavam os dele e tudo encaixava-se perfeitamente.

_ Ok... - eu afastei-me dele, mesmo sentindo meus lábios procurando por mais. - Hm... - empurrei-o ligeiramente, antes que nossos lábios unissem-se novamente. Mas era inevitável manter-me longe. Ele não cessava seus beijos, beijando-me varias vezes com uma rapidez que me impedia de falar. - Onew! - afastei-me pra valer, obrigando a mim mesma resistir a seu beijo.

Ele apenas riu, um tanto descontrolado. Riu da maneira com que eu lutava em vão contra meus desejos.

_ O ultimo! - roubou-me outro beijo rápido, fazendo com que eu esquecesse o que estava prestes a dizer.

_ Ya... você disse um beijo de despedida! - resmunguei brincalhona, tentando disfarçar meu constrangimento.

_ Eu sei, mas pensei melhor e decidi que deveria ser o equivalente a quinze beijos, um para cada dia que você ficar longe...- riu.

Ele abraçou-me, beijando mil vezes minha bochecha até eu me sentir sufocada. Mas era engraçado, eu não conseguia me sentir tão constrangida com Onew, mesmo em uma situação como aquela! Ele tinha o dom de me deixar totalmente a vontade, até mesmo com o fato de amá-lo também.

Ficamos ali por alguns minutos e decidimos almoçar juntos. Fomos a um restaurante italiano, e ele escolheu strogonoff de frango pra variar! Foi um almoço agradável, ele me fez rir muito, e eu estava precisando daquilo. Era impossível não amar Onew, impossível não amar seu jeito desastrado e seu caráter. Ele era o homem perfeito que eu sempre sonhei encontrar, de modo que odiei-me pois tudo seria mais simples se eu tivesse olhos apenas para ele. Nós estaríamos sendo felizes juntos se não fosse por meu coração idiota, e ele não estaria sofrendo com minha indecisão também.

_ Onew, me desculpe! - surpreendi-o dizendo tal coisa.

_ Porque? - ele abandonou os talheres em seu prato, passando a prestar atenção em mim.

_ Me desculpe por fazer você esperar para ser feliz!

Ele encarou o prato, agitando a taça de vinho de um lado para o outro na mesa, enquanto seus olhos mantinham-se concentrados em um pensamento.

_ Tudo bem... - disse sorrindo finalmente. - Não se preocupe com isso agora! - piscou para mim, fazendo-me perder o chão. - Você pensa nisso afobada demais... Livre-se da culpa e decida tranquilamente!

Aquilo não aliviara minha preocupação, pois eu sabia que ele me escondia seu real sentimento sobre aquela situação.

_ Eu estava tentando evitar dizer, mas você está muito abatida! Aposto que não dorme direito com essas mil preocupações em sua cabeça... - disse questionando-me com os olhos.

_ Eu simplesmente não consigo dormir enquanto o mundo todo desaba dentro de minha cabeça... - admiti.

_ Você é dramática demais... Torna as coisas mais difíceis do que ja são, e ainda por cima, tenta abraçar todos os problemas do mundo!

_ Isso não é verdade! - discordei.

_ É claro que é... - pensou por um segundo. - Veja bem, você está confusa com seus sentimentos, mas a essa altura já teria escolhido alguém se não fosse pelo fato de ficar imaginando como vamos sofrer se não nos escolher. Eu aposto que dentro de seu coração, existe um que você ame mais, mesmo que por algum mínimo detalhe a mais... - arqueou sua sobrancelha.

Eu calei-me, digerindo suas palavras enquanto acabávamos de comer.

Onew deixou-me em casa, abraçando-me forte antes de me deixar entrar em casa.

_ Vou sentir saudades... - ele sorriu.

_ Também vou sentir sua falta! - admiti sentindo minha pele corar. - Quinze dias vão se passar rápido!

_ Pra mim, serão quinze dias infinitos. - bagunçou meu cabelo, libertando-me finalmente.

Eu entrei em casa, dando um ultimo adeus da porta e ele retribuiu, ja dentro do carro. Eu tirei meus sapatos, deixando-os na entrada, reparando que a casa estava estranhamente silenciosa.

_ Omma? - gritei esperando ouvir qualquer pessoa alem de SoonHyun.

Nada. Segui então para o corredor, intrigada. Kiseop não havia me avisado que iria sair, não que eu quisesse que ele estivesse ali, mas eu esperava encontrar alguém em casa.

_ Melhor assim... - convenci a mim mesma. - Assim ele não me atormenta! - abri a porta de meu quarto.

_ Engano seu! - ele disse atrás de mim.

_ Aish... Onde você estava? - soquei seu braço, assustada. - Você é surdo?

_ YA! - ele passou a mão por seu braço atingido, tentando aliviar a dor. - Venha aqui! - ele provocou-me, puxando-me contra seu peito de mármore, encarando-me maliciosamente. Ele passou suas mãos por meus olhos, cobrindo-os e guiando-me até um lugar.

_ Ya, onde você esta me levando? - perguntei curiosa. Eu não me dava muito bem com surpresas.

_ Pro meu quarto! - sorriu malicioso.

_ O que? Fazer o que? - ameacei tirar suas mãos de meus olhos.

_ Calma, você ja vai ver... - ele sorriu satisfeito. – Por favor, não abra os olhos! – afastou-se buscando alguma coisa. - TADÃ!

Eu percorri com os olhos por todos os cantos do cômodo, procurando pelo que seria o motivo do "TADÃ", quando passei os olhos por ele, notei que ele tinha em suas mãos algo que parecia ser uma correntinha e um pingente.

_ Não sei porque, mas vi isso e lembrei de você! - sorriu.

Era um colar lindo.

_ É-é muito lindo! – estava sem palavras.

Era uma correntinha fina de prata, com um pingente delicado que formava um coração, e dentro dele uma estrela.

_ Esse aqui é o meu coração, e você está dentro dele! – sorriu apontando para o pingente. Eu estava sem palavras.

_ Eu adorei! – ri sem graça enquanto ele colocava o colar em meu pescoço.

_ E o meu abraço? - Kiseop abriu os braços, implorando com os olhos.

Eu o encarei cautelosa, mas segui em sua direção para abraçá-lo.

_ Obrigada! - disse enquanto seus braços envolviam minha cintura. – É um presente maravilhoso! - e era mesmo.

_ De nada, eu achei a sua cara! Quero que leve para o Brasil, pra não se esquecer de mim o tempo que passar lá! - balançou nossos corpos unidos de um lado para o outro. – Por favor, cuide bem porque é o meu coração! Eu vou ficar triste se perder... – fez um bico engraçado.

_ Ta! - ri. - Agora pode me soltar, por favor? - pedi já sufocada por seus braços grandes envolvendo meu corpo.

_ Não antes de um beijo de despedida! - riu, passando a encarar meu rosto.

Eu estava paralisada, esperando que Kiseop me beijasse repentinamente, quando ele surpreendeu-me, encostando seu nariz no meu e esfregando um ao outro.

_ Beijinho de esquimó! - disse prosseguindo com o movimento estranho.

Eu sabia o que era um beijo de esquimó, mas nunca havia ganhado um. Era engraçado! Encarar nos olhos de Kiseop enquanto ele fazia aquilo, era muito engraçado na verdade. Ri da sensação.

_ Pronto! - afastou-se. - Só eu vou beijá-la assim, ok? - franziu o cenho.

_ Ta! - ri sem graça, retirando-me de seu quarto com meu presente lindo.

Entrei em meu quarto, encarando-o. Eu precisava cuidar muito bem daquele presente, pois sabia que se o perdesse, Kiseop faria o maior drama e se magoaria comigo.

Fui para o banheiro, queria um banho quente que tirasse-me os vestígios de hospital. Enrolei uma toalha sobre os cabelos molhados, vestindo uma roupa folgada, quentinha e aconchegante. Olhei mais uma vez para meu passaporte, não conseguindo conter minha ansiedade em rever meus pais e o Brasil. Já estava anoitecendo e eu estava sonhando acordada com a viagem, quando a porta de meu quarto abriu-se, surpreendendo-me.

_ Ana, desculpe! - Kiseop disse quando percebeu que havia aberto sem bater. - Você tem uma visita. - ele apenas saiu dali, com sua expressão mal humorada.

Quem poderia ser afinal?

Tateei o chão com os pés em busca de minhas pantufas,calcei-as e segui para a sala, com aquele camisetão e a calça de moletom velha, esquecendo-me de tirar a toalha dos cabelos.

_ Cadê? - cheguei na sala avistando apenas Kiseop.

Ele permaneceu calado, mas apontou para perto da porta.

Eu o encarei com raiva, porque a visita estava esperando do lado de fora? Segui rapidamente para a entrada da casa, abrindo a porta e sendo surpreendida por um abraço.

_ Então quer dizer que você vai embora, e não ia se despedir de mim? - JunHyung disse em meus ouvidos, ainda me abraçando forte.

_ Eu pensei ter me despedido de você ontem... - admiti.

_ Ontem não valeu! - ele libertou-me de seu abraço.

_ Quer entrar? - disse animada em vê-lo ali.

_ Hm... - ele estudou o interior da casa, vendo Kiseop emburrado no sofá. - Acho melhor não... Eu vim mesmo só pra te dar um beijo de despedida! - sorriu.

Eu estava surpresa. Quantas vezes mais ouviria tal frase antes que realmente fosse embora? Sorri sem graça, lembrando que eu estava com aquelas roupas horríveis e uma toalha enrolada na cabeça.

_ Não se preocupe, você está linda pra mim... - ele disse adivinhando meus pensamentos. Aquilo parecia fácil para ele.

Pousei minhas mãos por aquele colo de toalha, constrangida.

_ Estou falando sério! – riu.

_ Sei... – ri contagiada por seu humor.

Ele puxou-me pelo braço, aproximando-me um pouco mais de seu corpo, eu fechei a porta atrás de mim, esperando a próxima reação.

_ Eu vou sentir sua falta! – eu disse.

_ Eu também vou meu amor... Vou sentir muito! – sorriu. – Serão quinze dias infinitos!

Um abraço formou-se naturalmente. Jun tinha um cheiro bom e familiar que deixava-me hipnotizada. Ele beijou meu pescoço automaticamente, fazendo com que aquela área se arrepiasse.

Ele riu encarando meus pelinos espetados, alisando minha nuca logo em seguida,e livrou-se da toalha úmida que envolvia-me a cabeça.

_ Vai ficar resfriada nesse frio com o cabelo molhado! – repreendeu-me arrumando alguns fios de cabelo fora do lugar. – Seu cabelo já cresceu mais! – observou.

_ É eu, deixei pra cortar quando estiver no Brasil. – disse controlando uma vontade imensa de beijá-lo.

_ Que foi? – notou minha reação estranha.

_ Nada! – disse imediatamente.

Ele encarou em meus olhos por alguns segundos, provavelmente adivinhando o que eu pensava.

_ Bem... – suspirou. – Eu preciso ir... Preciso treinar hoje, vim apenas dar meu beijo de despedida.

Jun agarrou em minha cintura, pressionando-a com suas palmas grandes e olhando em meus olhos, dirigiu seus lábios até minha testa, beijando ali imediatamente.

Meu coração estava acelerado, mas não era aquele o beijo pelo qual meus lábios ansiavam. Ele afastou-se de mim, passando a encarar meus olhos novamente e logo em seguida, fitou meus lábios. Encarando-o por alguns segundos enquanto eu encarava os dele, e senti um enorme frio na barriga quando flagrei-o mordendo seus próprios lábios, recusando-se a fazer o que estava pensando.

_ Tchau! – suspirou, soltando-me rapidamente.

Eu estava paralisada pelo desejo de sentir seus lábios nos meus.

_ Jun... – murmurei. Eu seria capaz de pedir por um beijo?

Ele encarou minhas mãos tremulas pelo frio, abraçando-me mais apertado dessa vez, beijando minha bochecha.

_ Eu não posso! – sussurrou em meus ouvidos. – Eu quero tanto... – beijou ali perto. – Quero muito! – suspirou, calando-se ainda me abraçando.

_ Eu também quero! – implorei ridícula.

JunHyung apenas riu, deixando o ar que escapava d seus lábios, arrepiasse-me novamente.

_ Você mal sabe o que quer! – encarou em meus olhos, debochado. Calou-se por um momento. – Eu não posso confundir você mais ainda!

Calei-me. Aquela era uma situação ridícula! Eu sabia que não era certo, sabia que não devia fazer aquilo, mas naquele momento o desejo que sentia por Jun, manifestava-se absurdo sobre meu corpo.

_ Vou indo. – afastou-se.

Em um ato de desespero, puxei-o para mim beijando o canto de sua boca, apenas para matar a vontade de sentir seu rosto colado ao meu. Jun paralisou-se, pousando suas mãos sobre as minhas, que por sua vez, seguravam seu rosto. Seus olhos fecharam-se enquanto eu controlava-me ao máximo, tentada a explorar seus lábios.

Eu me afastei, ainda segurando seu rosto, vendo suas mãos sobre as minhas. Ele permanecia com os olhos fechados.

_ Eu amo você! – ele disse abrindo os olhos lentamente.

Eu sorri, satisfeita por ouvir aquilo enquanto meu coração saltava pela boca.

_ Também te amo! – encarei seus olhos. – Muito!

_ Que bom... – ele livrou-se de minhas mãos sorrindo, seguindo para seu carro antes de nos tornarmos incontroláveis.

Entrei em casa, morrendo de frio. Encostei-me a porta fechada atrás de mim, controlando minhas palpitações.

Abri os olhos lentamente, assustando-me ao ver Kiseop parado a minha frente.

_ Ya! – resmunguei assustada.

_ Você... – disse com olhos enojados. – Por favor, diga que me ama agora! – murmurou.

_ O que? – confusa com aquilo de repente.

_ Você nunca disse, e eu nunca me importei por isso, mas agora eu quero ouvir!

_ Para com isso... – disse sem graça, passando por ele.

_ YA! – gritou segurando firme em meu braço. – Eu preciso ouvir! PORQUE VOCÊ DIZ ISSO PARA AQUELE FILHO DA PUTA IMBECIL E NÃO DIZ PRA MIM? – gritou assustando-me.

_ Me solta! – disse em uma tentativa falha de livrar meus braços.

Ele encarou-me com seus olhos paralisados, estava me assustando com aquilo.

_ Você é uma mentirosa! – sussurrou.

_ Por quê? – não entendi.

_ Eu aposto que você deu pra ele! – ele disse ainda apertando meus braços. – Você disse que nada aconteceu, mas eu tenho certeza que ele já te comeu! Você é uma vagabunda! Eu me odeio por estar apaixonado por uma vadia! – ele disse tais palavras enquanto eu segurava com toda a força para não chorar. Suas mãos machucavam meu braço, mas eu estava completamente paralisada. – Eu odeio você sua mentirosa! Odeio como você mente, manipulando e sendo uma vaca... É isso que você é, uma puta! – seus olhos estavam tomados por ódio, enquanto os meus marejavam.

Eu não acreditei ouvir aquilo. Na verdade, eu não esperava. Aquilo pegou-me de surpresa, e eu não consegui reagir de forma alguma, apenas encarando seus olhos tentando não chorar. Talvez ele estivesse dentro de sua razão, mas mesmo assim, aquelas palavras feriram-me demais.

_ Já acabou? – disse seca.

Livrei meus braços finalmente, seguindo para o corredor e chorando em silêncio. Bati a porta de meu quarto, enfiando minha cabeça no travesseiro e abafando o choro que saia descontrolado. Omma e appa podiam chegar, e eu podia ir para o Brasil pra nunca mais voltar! Mas eu não podia desistir de meu sonho por causa daquela situação ridícula.

Chorei. Perdi a noção de quanto tempo permaneci chorando, desta vez, por ter sido xingada por Kiseop, por não saber o que meu coração sentia ao certo, por Brookie e por milhões de outros motivos. Eu não conseguia conter minhas lagrimas enquanto abafava meus soluços no travesseiro. Doeu ter sido xingada de tal forma por ele.

_ Ya! – Kiseop batia na porta, provavelmente querendo falar comigo.

Eu fingi estar dormindo, não queria falar com ele naquele momento, ainda mais com os olhos inchados.

_ Esta dormindo? – ele disse abrindo a porta e enfiando a cabeça sobre a fresta. – Ana? – ele aproximou-se.

Eu permaneci de olhos fechados, mesmo que eles estivessem encharcados por lagrimas. Ele sentou-se na cama ao meu lado, e eu apenas o ignorei.

_ Eu sei que não esta dormindo... – ele disse alisando meus cabelos. – Me desculpe, eu sou um bruto! Você vai embora daqui algumas horas, e eu não quero que me odeie quando estiver fora! Eu amo muito você! – sua voz era baixa, quase um sussurro enquanto ele permanecia acariciando minha cabeça. – Eu não acredito em nada do que acabei de dizer, eu confio em você! Eu sei que você não é esse tipo de garota, mas estava enfurecido... Eu ouvi você dizendo que o amava, e me perguntei por que você nunca havia dito aquilo pra mim também... Às vezes, mesmo sabendo que você também me ama, tudo que eu preciso é ouvir isso saindo de sua boca. – calou-se por um segundo enquanto eu ameacei abrir os olhos. – Mas eu vou esperar até que você esteja pronta pra dizer, porque eu sei que vai ser sincero. – ouvi-o sorrindo. – Eu amo você demais minha pequena, e eu me odeio por fazer você sofrer, sempre dizendo o que não devo! Não espero que me perdoe tão rápido, mas por favor, considere meu pedido... – levantou-se e eu finalmente abri os olhos.

_ Tudo bem... – disse baixo com voz tremula. Assim que me viu de olhos abertos, correu e abraçou-me o mais forte que pode, e eu comecei a chorar novamente, como uma louca.

_ Não! Por favor, não chore! – pediu. – Me desculpe!

Eu não consegui conter-me, agarrando-me a ele e apertando forte suas costas enquanto o choro simplesmente saia.

_ Você não esta chorando só por causa do que aconteceu a pouco, não é? – ele disse baixo desta vez, e eu apenas neguei com a cabeça.

Eu chorava por tudo, mas principalmente, por estar agoniada por tal situação. Como meu coração podia amar a três homens diferentes? Ainda se eles tivessem coisas em comum, mas um era o extremo do outro e eu parecia a combinação de todos;

Não conseguia entender, sentindo-me burra por cair em tal armadilha.

Eu iria para o Brasil, e voltaria com minhas idéias mais claras. Eu precisava ter minha decisão tomada para quando retornasse! Não me permitiria mais viver naquela situação...



__



Omma e appa chegaram, e nós estávamos na sala nos socializando. Assim que viu meus olhos inchados, JaeSoon perguntou o porque de eu ter chorado, e eu menti, dizendo que sentiria muita saudade, omitindo o motivo real. A televisão estava ligada, mas SoonHyun falava tanto sobre a reunião, e sobre o almoço que ocorreu depois, que nenhum de nós prestamos atenção no filme transmitido.

_ Ah! – lembrou-se de algo. – Carinho, minha irmã ligou e disse que a Hyori vem passar as férias aqui conosco, tudo bem pra você? – ela perguntou a JaeSoon, pousando suas pernas sobre seu colo.

_ Tudo bem...

_ A não! – Kiseop como sempre, tinha que reclamar de algo. – Porque ela vem? Nossa, toda vez ela inventa essa histporia... Agora não temos mais lugar pra ela, a Ana mora aqui!

_ Verdade... – ela pensava. – A, mas as duas podem dormir juntas... – sorriu. – Ana, você vai adorar a Hyori, ela é minha sobrinha, e é uma gracinha!

_ Super gracinha... – Kiseop fazia careta.

_ Bem, mas nem sabemos se elas vão se conhecer... – JaeSoon disse. – Ana vai passar quinze dias fora, e sabe-se lá quanto tempo sua sobrinha vai ficar... Talvez ela vá embora antes de Ana voltar...

_ Aish... Eu acho que ela não devia vir esse ano! – Kiseop resmungou enquanto eu observava aquela discussão tentando imaginar Hyori.

Sua aparência realmente não importava, mas tentava imaginar se poderíamos nos tornar amigas...

_ Ana, verifique sua mala, descanse um pouco pois o vôo será cansativo... – JaeSoon levantou-se do sofá, livrando-se das pernas de SoonHyun que estavam empoleiradas em cima dele. – Vamos levá-la para o aeroporto daqui três horas... – continuou. – Eu vou dormir um pouco, estou muito cansado da reunião, vejo vocês daqui a pouco.

_ Espere ai carinho, eu também vou com você! – SoonHyun seguiu-o.

Kiseop encarou-me sentado na poltrona, enquanto eu disfarçava e fingia assistir o filme na televisão.

_ Onde esta o colar que eu te dei? – perguntou.

_ Guardado. – ainda concentrada no televisor.

_ Porque o tirou? – insistente.

_ Pra tomar banho...

_ Hm... – calou-se. – Mas, porque não o pois de volta? Não o esqueça aqui, quero que leve pra lá e o use! – sorriu satisfeito.

_ Eu vou vender na internet e ficar rica... – zombei sarcástica.

Ele riu, atingindo-me com uma almofada.

_ Não seja assim! Você ficou linda com ele, use-o na viagem... – ordenou.

Eu finalmente o encarei, fuzilando-o. Queria saber quando é que ele iria parar de tagarelar.

As três horas passaram-se rapidamente, e nós seguimos para o aeroporto. Todos estavam no carro, inclusive Kiseop que cutucou-me o tempo inteiro no banco de trás.

_ Ya, o que vai trazer de presente pra mim? – perguntou.

_ Não sei... talvez eu veja alguma coisa que me lembre você, ai eu compro... Mas quero presentear a todos...

Nós nos despedimos, e SoonHyun começou a chorar, como se nunca mais fossemos nos ver. Eu também chorei, sinceramente, sou péssima com despedidas e me senti comovida por seu choro. Abracei a todos, e Kiseop abraçou-me por ultimo, apertando-me discretamente enquanto Omma e Appa olhavam admirados com tamanho progresso. Ele sussurrou em meus ouvidos para que só eu pudesse ouvir “Eu amo você, não se esqueça!”, e libertou-me de seu abraço.

Embarquei então, com o coração a mil, completamente extasiada e saudosa. Queria abraçar meus pais, rever meus amigos e tirar fotos com meu cachorro, que aquela altura, já havia passado de um pequeno filhotinho, para um destruidor de sapatos. Queria sentir logo o calor, as pessoas e o sabor da comida de minha mãe. Fechei os olhos, rendendo-me ao cansaço, a viagem seria longa, e eu não podia chegar com cara de morta.



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Notas finais do capítulo

E então? Eu sei que não ficou muito bom por seu o cap final, mas ele ficou assim pra segunda temporada começar bombando (mil planos malignos) Bem, eu vou postar um cap especial logo logo, e espero que vocês leiam.
OBRIGADA a todos que leram essa fanfic! Peço que vocês leiam a segunda temporada, e que ela agrade a maioria pelo menos... Pela primeira vez fui reconhecida por algo que tenha feito sozinha, e quem causou esse sentimento extraordinário dentro de mim, foram vocês... comentando suas opiniões, indignações e conselhos Obrigada mesmo por terem sido tão fofos, e não deixaram de ler a história, não tenho nem palavras, de verdade... *---*
Aguardem pela proxima temporada ansiosos, pois eu estou ansiosa para saber o que vocês vão achar... Enquanto isso, vocês podem comentar nesse (rsrsrs) Ajudem-me, eu sei que agora ficou complicado, mas com quem vocês querem que ela fique no fim das contas? [/eu sei que ja fiz essa pergunta, mas é só pra confirmar.
Enfim, falei demais já, beijo em vocês, e boa noite!