JunHyung POV:

Primeira segunda-feira de férias, e vejamos o que tem pra fazer: nada. Daqui a pouco os meninos chegam em casa com os ingredientes para o almoço, eles insistiram muito para que eu fosse, mas sei lá... Não estou com tanto animo assim...

Pensei a noite inteira no ‘quase beijo’. Ta, eu sou um idiota! Queria beijá-la, queria que nossas respirações se tornassem uma só, queria segura-la em meus braços e sentir seu corpo próximo ao meu... Aish, só Deus sabe o quanto eu queria trazê-la pra casa, e passar a noite toda com ela, sem deixar que ela voltasse pro Brasil! Olhar em seus olhos e vê-la implorando pela mesma coisa que eu queria fazer, foi demasia tentador! Mas eu precisei me segurar ao máximo, levando em conta o quanto isso iria alterar os resultados no fim de sua escolha, ou pior, coisas assim só me deixam mais ligado a ela.

Não consigo deixar de estar preocupado. É difícil explicar, uma vez que eu nunca tenha sentido isso por alguém, mas Ana tornou-se pra mim alguém que eu não posso viver sem. Esse tempo que tenho passado “longe” dela, têm sido difícil pra mim, sem brincadeira. Mas eu sei que talvez a ajude a entender seus sentimentos.

Ela é tão ingênua que é facilmente enganada até por si mesma! Chega a ser engraçado, mas é uma coisa que pode prejudicá-la até. Se eu não insistisse em dar um “tempo” ela continuaria afirmando que não precisaria estar longe de mim, porque ama só a mim...

Eu sei que ela me ama, na verdade, tenho certeza disso, assim como tenho certeza de que ela ama a Kiseop e a Onew também. A questão é: pode ela amar a mim mais do que ama os outros?

Queria não ter dúvidas quanto a isso, e estar totalmente seguro de que ela me escolhera no final, mas acredito que no fim das contas, ela acabara com ele, que passa a maior parte do dia com ela, e implica, diverte, ajuda e briga. Lee Kiseop.

É uma dor que eu preciso considerar. Por mais que eu tenha tentado fazer com que ela me ame mais, as coisas simplesmente acabam dando certo para que ela se entenda com ele, naturalmente.

Por mais que a frase “eu te amo” saia da minha boca constantemente, e com facilidade para ela, eu sinto que jamais conseguirei dizer o quanto a amo, e que vai muito alem disso.

Eu a quero, quero cuidar, amar, proteger. Quero sentir seu cheiro impregnado na minha roupa de cama, sua pele quente e macia próxima a minha todas as noites. Quero rir das coisas que ela diz, de todas as barbaridades, e estar ao lado dela pra sempre. É algo confuso pra mim, porque estou sendo sincero quando digo não ter sentido isso por alguém, mas no momento é tudo que sei. Não quero que ela se afaste de mim, e mesmo que nós não fiquemos juntos, eu vou esta o mais próximo possível, como seu amigo. Eu amo demais Chiao Ana desastrada! Ela precisou vir de outro país para que eu sentisse isso tão vivo dentro de mim, não vou deixá-la nem que ela peça! (...)

Kiseop POV:

Abri os olhos lentamente, e suspirei fundo. Eu mal havia acordado, nem sequer sai de meu quarto, mas já notei a grande mudança no ambiente, sem Ana por aqui. Queria ter tido a chance de levá-la sozinho ao aeroporto, assim poderia dar o beijo de despedida que eu realmente queria ter dado, mas talvez tenha sido melhor assim.

Porque aquela burra tem que amar a três pessoas? Eu já ouvi histórias sobre estar apaixonado por duas e não saber resolver, mas três é novidade!

Ela se mete em cada trama, em cada enrascada, e o pior de tudo é que ela é quem provoca tudo isso... Idiota!

Eu vou sentir falta dela, e de toda aquela alegria que ela carrega com sigo. Aposto que ela nem sequer percebe, mas mesmo quando triste, existe uma luz que ofusca de dentro dela, e contagia onde quer que ela esteja. Talvez seja por isso que eu a ame tanto.

Pensando bem, porque eu a amo?

Eu a amo desde a primeira vez que a vi, e os motivos tornam-se cada vez mais claros pra mim. Ela é linda, muito linda... A mestiça que consegue ser mais linda do que todas as coreanas do mundo! É carinhosa, dedicada e inteligente. Seu coração é bom, e ela é dona de uma ingenuidade que mal cabe em si. Mas é lógico que eu não a amo somente pelas qualidades... Na verdade, comecei amando-a pelos defeitos! O que me fez odiá-la a princípio... Quer dizer, como eu poderia amar alguém tão idiota, boba, cabeça dura e alcoólatra? Ela é carente, fala demais, e é muito desligada. Deus, como ela é desligada! Não presta atenção no mundo lá fora, parece que pouco importa pra ela... Talvez tenha se tornado assim por culpa do álcool, mas enfim...

Sei que estou muito longe de ser o homem perfeito pra ela. Sendo sincero comigo mesmo, permito-me admitir por um momento que o homem certo pra ela, seria alguém mais como JunHyung. Ta, o cara é legal, e a trata bem, mas não é só isso.

Ele parece mais maduro, seguro e protetor. Faz ela se sentir amada e jamais feriu seus sentimentos, coisa que eu fiz milhares de vezes. Queria ter a mesma segurança que ele, parece que ele esta tão seguro de si, que não tem medo de perdê-la. E esse é o meu maior medo.

É a primeira vez que amo tanto alguém na minha vida, de modo que não sei como agir na maioria das vezes! Mal sei cuidar de mim, e sinto uma enorme necessidade de cuidar dela também. Seria frustrante sentir todo esse amor e não poder dar a ela. Mas eu vou melhorar... Quer dizer, vou aprender a domar meus sentimentos impulsivos, e vou tentar ser mais calculista.

Admito que vai ser difícil, sempre que a vir conversando com Onew ou até mesmo JunHyung, minha vontade vai ser socar a cara deles e arrastar ela pra casa, mas vou dar o maximo de mim pra ser racional. É tudo o que preciso ser agora, racional!

Não vou me permitir viver sem ela, não posso. Eu a amo tanto, que se ela não retribuir meu amor, sinto que não terei mais forças pra amar ninguém... Eu preciso dela, preciso conseguir protege-la direito, assim como um namorado tem que fazer por sua namorada. Preciso provar pra mim, pra ela e pro mundo o quão importante ela é, amando-a incondicionalmente.

Espero que quinze dias passem rápido! (...)

Onew POV:

Estou com fome. Dirijo calmamente em busca do primeiro restaurante que encontrar. Talvez coma algo no Rammen’s Cia, mas vai ser estranho, Ana não estará lá.

Não estou me sentindo bem, estou confuso. Admito que andei pensando cada vez menos em Park Min, e isso é bom, eu acho. Mas sinto como se todo o meu amor estivesse sendo transferido para Ana, e isso é ruim, tenho certeza.

Eu agüentei o maximo que pude, sendo somente seu amigo e ouvindo o que ela tinha pra dizer, isso me permitiu conhecer o que ela sente por Kiseop e por JunHyung, mas nunca vou saber ao certo o que ela sente por mim.

Garota mais confusa!

Eu acredito nela quando ela diz me amar também, afinal de contas, pra que ela mentiria? Fico louco tentando entender o quão confusa está sua cabeça agora.

Mas o fato é, não vou desistir! Eu cansei de renunciar meus sentimentos pra ver a felicidade alheia. Preciso pensar em mim, na minha felicidade, e nesse momento me vejo feliz com Ana ao meu lado.

Existem muitas coisas que eu quero proporcionar a ela! Queria que ela nunca tivesse deixado de me amar, ou que nunca tivesse descoberto seus sentimentos por Jun ou Kiseop. Mas confesso que perdi tempo. Provavelmente, ela tinha olhos somente para mim quando eu admiti amar Park Min, o que deve ter feito ela pensar em desistir, abrindo seu coração a outra pessoa. Como eu sou burro!

Mas isso não importa agora, o que me importa é o que vou passar a fazer. Quero sempre estar do lado dela, não vou abandoná-la. Tenho certeza que é com ela que eu quero passar o resto da minha vida! É incrível como me sinto feliz pensando sobre isso...

Quero pedi-la em namoro, noivar e me casar daqui alguns anos. Mas quero que seja ela a mãe dos meus filhos, já até imagino suas carinhas... Ok, eu sei que isso é um pouco careta, mas eu gosto de família! Gosto de imaginar Ana cozinhando e ter um jantar delicioso sempre que eu chegar em casa, gosto de imagina-la ligando pra mim antes de cada apresentação, me dando força. Eu a amo, é... eu amo.

Ana é linda, desastrada como eu, e carinhosa. Seu coração é bom e eu gosto de seu cafuné. Ao lado dela, sinto que jamais estarei desamparado, porque ela vai me dar forças e fazer das tripas coração sempre que eu precisar... Eu a quero comigo, entende? Preciso me sentir amado, protegido e bem quisto!

Quando eu a beijo, posso sentir seu amor. Ela tenta resistir, mas desiste e retribui. Gosto de como suas mãos se entrelaçam em meus cabelos, gosto de como ela acaricia minha nuca e minhas bochechas; Eu definitivamente gosto disso! Sinto-me ligado a ela de uma forma inexplicável.

Sei que entre JunHyung e Kiseop, eu sou o que menos tenho alguma chance, mas não vou desistir. Eu estarei ao seu lado sempre que precisar, e eu sou paciente... Ela vai ter olhos só pra mim, sei disso! Eu a amo demais, não posso deixar isso morrer, não posso passar a vida toda amando uma pessoa que não vai me amar, mas também, não vou ficar parado... Vou agir, vou me fazer presente em sua vida, até que ela veja o quanto seremos felizes...

Acho sinceramente, que de todos os outros, eu é quem ofereço uma maior estabilidade emocional, e acredito que ela vá gostar de se sentir segura nesse ponto, então acredito ter boas chances... Eu ainda não morri para ela, e isso já é um bom sinal. (...)

Brookie POV:

Vai ser difícil. Hoje recebi alta do hospital, estou com medo. Não tenho o mínimo de habilidade com cadeiras de rodas, e eu vou penar pra aprender o básico. É humilhante.

_ Não quero voltar pra escola pai. – eu disse a ele enquanto ele juntava minhas coisas do quarto para irmos embora.

_ Você precisa! Logo vai voltar a andar, e não faz sentido perder aulas...

Nosso relacionamento estava estranho. Desde que tentei o suicídio, meu pai tratava-me amorosamente, mas desapontado. Posso entendê-lo, sinceramente.

Mas eu nem sabia se iria voltar a andar, como ele poderia acreditar tanto nisso? Eu não sentia nenhum progresso com as sessões de fisioterapia, e cada vez que acabava uma sessão, eu me sentia mais desmotivada a continuar.

O fato é, não quero voltar pra escola e encarar Min Ho Soo nessa situação, e não quero depender dos outros pra subir as escadas e tudo mais... Serei um peso para alguns alunos, e serei humilhada por isso, não sou boba em acreditar que todos serão receptivos e prestativos.

O mais estranho, é que não me arrependo. Eu ainda amo aquele filho da puta, amo demais, incondicionalmente. Mas o odeio também, de modo que se o vejo em minha frente, o mato.

A questão é que naquele momento, a dor foi tão grande que eu precisava aliviá-la de alguma forma, morrendo. Ainda dói! Prefiro nem pensar muito sobre esse assunto, ou o torpor volta, e enche meus olhos de lágrimas. Não serei capaz de perdoá-lo, mas sinto que seria muito melhor se tivesse realmente morrido.

Agora é que vejo menos sentido ainda na vida, honestamente. Talvez algum dia, venha a me arrepender de tudo, mas por enquanto, penso que a morte teria sido sim a salvação. Eu o amo demais pra conseguir viver sem ele, mas não o quero de volta. É complicado.

A morte ainda é uma opção para mim, mas por enquanto, vou esperar as coisas se resolverem. Vou esperar até saber se poderei mesmo voltar a andar, vou esperar por Charlie, mas se não me recuperar, não sei se serei capaz de continuar vivendo, eu me sinto fraca, me sinto mal.

Vou ousar tentar explicar esse sentimento, argumentando o seguinte: Min Ho Soo sempre foi meu espelho. O espelho que me permitia ver como seria minha vida dali em diante. Meu futuro com ele, nossa casa, nosso casamento e filhos. E de repente, esse meu espelho estava apontado para outra pessoa, fazendo de meu futuro um grande abismo escuro. E eu simplesmente não consegui suportar a idéia de viver sem tudo aquilo que eu havia imaginado, pois já amava o modo de como aminha vida seguiria ao seu lado.

Sem dúvidas, preferi morrer, me desfazendo completamente de todas as expectativas, não só com relação a Min Ho Soo, mas a tudo. Pois eu já tinha moldado minha vida ao redor dele, e sem ele, nada mais faria sentido.

Fracasso, acho que alguma coisa no mundo quer que eu continue viva. Porque eu tive que pular justo em cima da única moita? Espero sinceramente, que daqui pra frente, a vida me surpreenda de maneira boa, eu preciso disso. Preciso ter em que me agarrar... (...)

"Acho que faz parte da vida, essa necessidade de ter no que se agarrar. Seja uma pessoa, uma coisa, ou um objetivo, mas é natural que tenhamos a necessidade de ser insentivados por algo... A Segunda Temporada vem ai, e eu fui insentivada por vocês... Sem vocês, sem me agarrar em todos os reviews, eu jamais teria motivação para concluir essa história, e veja só... Farei até uma segunda temporada, e quem sabe uma terceira... Enfim, obrigada! Obrigada por terem sido algo em que eu pude me agarrar! Espero sinceramente que essa não tenha sido apenas uma história, mas que tenha feito vocês refletirem sobre algo, qualquer coisa, não importa o que...Agora sim, graças a vocês, posso declarar essa estoria "concluida""