Os Três Amores Da Minha Vida escrita por Azzula


Capítulo 26
Tipos de Amor


Notas iniciais do capítulo

Me desculpem mesmo por demorar com esse capítulo. Eu sofri com uma crise terrível de falta de imaginação, por um momento, fiquei muito focada na segunda temporada (que ja estou escrevendo)e não conseguia pensar em um desfecho para essa fase na vida de Ana...
Enfim, o proximo capítulo será o ultimo, e eu tenho um especial em mente *---* Espero que gostem desse ♥



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   Eu tentei desesperada, ignorar todos os meus pensamentos. Inútil. A semana de provas havia passado tranquilamente, e eu evitei ao máximo me encontrar com um dos três, para o bem de minha sanidade mental.

   Onew vinha sorrindo em minha direção muitas vezes, e eu dava um jeito de escapar, fugir de seus encantos. Jun parecia entender meu desespero cálido, cumprimentando-me apenas com o olhar. E quanto a Kiseop, ele bateu na porta de meu quarto por algumas madrugadas, mas eu fingia estar dormindo.

   Eu honestamente enlouquecia tentando entender meus sentimentos, era uma mistura de amor e indecisão, e ódio por mim mesma...

   Era sexta-feira, havia sido tudo bem no trabalho, omma preparava o jantar e eu arrumava minhas malas um tanto ansiosa para rever meus pais. Tudo bem que eu só voltaria para o Brasil daqui a quatro dias, mas era melhor me programar e certificar-me de não esquecer nada.

_ VAMOS COMEEEER... – SoonHyun gritou do corredor, com aquele seu jeito escandaloso.

   Abri a porta do quarto, dando de cara com Kiseop que congelou, encarando-me por alguns segundos.

_ Pode pass...

_ Passa vo...

   Trombamos.

_ Aish... – empurrei-o e corri para a cozinha.

   Não sei se já comentei antes, mas a comida de SoonHyun era maravilhosa, e seu tempero lembrava muito o de minha mãe. Era de um cheiro maravilhoso que impregnava-se nas narinas, enlouquecendo os estômagos famintos, principalmente o meu que era sempre MUITO faminto.

   Nos sentamos a mesa, apreciando da companhia uns dos outros. Kiseop fez questão de sentar-se ao meu lado, mesmo havendo outra almofada do outro lado da mesa, e JaeSoon estranhou aquilo. Ele sempre fazia questão de sentar-se o mais longe possível de mim, talvez por eu ser um pouco desastrada, e porque naquele dia, ele estava ao meu lado?

_ Veja só meu amor, acho que o melhor que fizemos foi deixa-los a sós por esses dias... – JaeSoon encarou-nos amoroso. – Eles estão visivelmente mais próximos... – sorriu levando uma colherada a boca.

_ Não sabem como eu fico feliz vendo vocês dois assim... – omma abriu seu sorriso maior que a boca. – Estão finalmente agindo como irmãos!

   Minha consciência tornou-se pesada. Kiseop e eu jamais seriamos como irmãos, não mais, não àquela altura do campeonato. Existia a possibilidade de SoonHyun jamais me perdoar quando descobrisse o tipo de relação afetiva que eu mantinha com seu filho.

_ Quanto a isso omma... – Kiseop disse pela primeira vez, de boca cheia, procurando por minha mão por detrás da mesa. – Acho que nós precisamos conversar...

   Engoli a seco. O que ele queria dizer com “...nós precisamos conversar”?

   Kiseop apertou forte minha mão, sem que ninguém vesse enquanto eu tentava discretamente me livrar dele. Ele olhou pra mim com aqueles olhos escuros feito jabuticaba, deixando-me constrangida.

_ Conversar sobre o que filho? – ela continuava com sua expressão alegre.

_ Bem mãe, é que Ana e eu... – encarou-me novamente enquanto eu desejei sumir.

_ Não! – cochichei tão baixo que só ele pode ouvir. Apertei sua mão que insistia em agarrar-se a minha. – Por favor, não!

   Aquela não era uma boa hora para dizer. Na verdade, ele diria o que? Eu não tinha me decidido por ele, nem por ninguém...

   Ele diria algo do tipo “Mãe, a Ana me ama, eu amo ela, a gente se ama, mas ela esta indecisa entre eu, Onew e JunHyung” ? Que tipo de pessoa estranha eles pensariam que eu era?

   Dessa vez, soquei o braço de Kiseop, apavorada com o que estava prestes a sair de sua boca.

_ Diga logo filho... – ela insistiu empolgada.

   Não sei, aquilo foi um sinal divino, uma coisa vinda dos céus, uma salvação misteriosa, mas o telefone tocou na sala, distraindo a todos.

   Kiseop bufou dirigindo-se até a sala rapidamente, procurando pelo telefone que berrava jogado em algum dos cantos dos sofás.

_ Alô! – atendeu grosso.  – Sim, ela mora aqui sim, quem é? – manteve seu tom de voz arrogante.

   Todos na cozinha encaravam Kiseop, que mudou sua expressão  rapidamente por alguma coisa que havia sido dita do outro lado da linha.

_ Tudo bem, nós chegaremos ai em alguns minutos... – desligou, respirando fundo.

   Ele retornou a cozinha um tanto pálido, preocupando a todos nós.

_ Quem era? – JaeSoon perguntou abandonando seu copo a mesa.

_ Era... – seus olhos vagaram para todos os cantos do cômodo. – E-era do hospital. – aqueles olhos que antes eram perdidos, passaram a encarar-me a fundo.

_ O que queriam? – o tom de SoonHyun mudou preocupado.

_ E-era pra Ana... – murmurou.

_ Pra mim? – espantei-me. – O que queriam? – pensei inicialmente que fosse algo com a minha internação a algumas semanas atrás, mas Kiseop não faria tanto suspense para algo tão banal. – Kiseop, o que queriam? – notou-se certo tom desesperado em minha voz.

_ Foi um acidente... – ele tentava encontrar as palavras pra me dizer. – Eles não falaram direito, precisamos ir lá!

_ Kiseop, um acidente com quem? – eu já estava completamente em pânico.

_ Na verdade não foi um acidente, foi uma...

_ Kiseop! – ordenei que ele parasse de enrolar e dissesse logo.

_ Sua amiga, sua amiga Brookie tentou se suicidar! – ele cuspiu tais palavras, tomado por seu impulso.

   “O que? Brookie havia... por quê? Por quê? “ – pensei enquanto as lagrimas jorravam de meus olhos.

   Não conseguia encontrar razão para aquilo. Brookie, a pessoa mais feliz do mundo tentando acabar com sua própria vida, por quê?

   Kiseop me levaria para o hospital. Saímos correndo dali, e eu não conseguia dizer nada, apenas tentava controlar meu choro enquanto ele dirigia apressado para o hospital central. Estava apavorada pela ideia de encontrar minha amiga em piores condições, rezei baixinho para que tivesse sofrido apenas arranhões.

__

   No corredor principal, andei apressada procurando pela sala 57 e deparei-me com o pai de Brookie, entregando-se a prantos maiores que os  meus.

_ Com licença Senhor... – sentei-me ao seu lado.

   Ao me ver, ele abraçou-me forte, chorando ainda mais, e eu não pude me controlar.

_ E-ela... – tentava dizer em meio a seus soluços. – Ela é realmente sua amiga, não é? – Charlie encarou-me com seus olhos encharcados.

   Não sei. Não conseguia não pensar em Brookie como uma amiga que queria ter pelo resto da vida, mas a minha situação instável e o seu namoro com Min Ho Soo haviam nos distanciado. Nós já havíamos sido mais amigas antes, de modo que senti-me culpada. Se eu estivesse ao seu lado, sem me importar com a confusão em minha cabeça, talvez Brookie tivesse a quem contar o que quer que estivesse atormentando-a.

_ Sim... – disse baixo, tentando conter meu choro.

_ Então me diga, porque ela fez isso? – aterrou sua cabeça em suas mãos, desesperado.

   Eu não sabia o porque.

_ Não sei senhor... – admiti culpada.

_ Aquele canalha... – desesperou-se. – Ele não a merece! – do que ele falava afinal? – E eu, que sou seu pai, não merecia que ela vivesse para mim?

_ Me desculpe senhor, mas do que está falando? – disse confusa. Afinal, ele sabia ou não o motivo de Broo tentar suicidar-se?

_ Ele a traia... E-ela descobriu que ele a traia...– disse tais palavras indignado. – Se eu o tenho em minhas mãos por um segundo, o mato!

   Quer dizer então que Min Ho Soo a traia? Não consegui entender, eles eram de longe, o casal mais fofo e grudento de toda a escola. Porque ele fazia aquilo? Porque ele estava com alguém que não amava? Apenas para traí-la? Odiei Min Ho Soo.

   Eu apenas acariciei as costas de Charlie, que chorava ainda em desespero tentando compreender o tamanho do amor que sua filha sentia pelo garoto, a ponto de fazer aquilo. Eu tentei reconforta-lo, e fazer com que ele dividisse sua dor comigo, mas nos tornávamos cada vez mais aflitos sem noticias de Brookie.

   Eu procurei pelas enfermeiras, por algum médico que podia me informar qualquer coisa sobre ela, mas todos diziam não saber, e que deveríamos esperar pelo termino da cirurgia. Eu nem sabia porque ela estava sendo operada, e não consegui perguntar a Charlie, receosa.

   Ficamos silenciosos. Alguns minutos depois, Kiseop que havia ido procurar uma vaga para o carro, chegou, sentando-se um pouco distante de nós, que aguardávamos ansiosos por alguma notícia do médico.

   Não estava mais agüentando de ansiedade por novidades sobre o quadro clínico em que Broo se encontrava, andando de um lado para o outro do corredor enquanto seu pai cochilava exausto sobre o banco.

   Senti dó daquele pobre homem. Brookie era tudo que ele tinha, e ele estava a um passo de perdê-la.

   O médico aproximou-se então, acalmando meu desespero por novidades. Eu acordei o Ajusshi e ele levantou-se afobado, cumprimentando o médico educadamente, tentando disfarçar sua expressão acabada.

_ E então doutor, ela está bem? – não agüentei, iniciando a conversa.

_ Bem... – ele passou os olhos por nós dois. – Trago boas e más noticias... – suspirou. Fala sério, não havia nada mais clichê do que aquilo.

_ E quais são? – o pai de Broo perguntou irritado, afinal de contas, ele não havia esperado ali por 4 horas para que o médico viesse com aquele começo de conversa fiado.

_ Sua filha saltou de um prédio de seis andares – encarou-nos. – Sua sorte foi ter caído sobre um arbusto, que apesar de arranhá-la, salvou sua vida.

_ Quais são as noticias? – ele insistiu impaciente.

_ Bem, foi preciso fazer uma cirurgia em seu braço que se quebrou, e tudo correu bem! – nos consolou. – Ela acordará em algumas horas e assim que isso acontecer, poderá receber visitas dos mais intimos...

_ E quais são as más noticias? – perguntei preocupada.

_ Bem senhor, receio que sua filha tenha perdido o movimento das pernas. – disse friamente a Charlie.

_ O QUE? – entrou em pânico, andava de um lado para o outro, bagunçando seu cabelo.

   Não pude acreditar. Tomada pelo choque, chorei descontrolada e Kiseop aproximou-se rapidamente de onde estava para me abraçar.

_ Sinto muito senhor, mas não se apavorem tanto... – o médico tentou acalmar-nos. – Ainda é muito cedo para dizer, vamos precisar ver como ela se recupera, e então teremos estimativas sobre isso...

   Nada do que ele dissesse nos acalmaria daquele choque, não naquele momento. Brookie gostava de dançar, correr e pular sempre que entusiasmada, o que faria agora? Como nós nos acostumaríamos com uma Brookie que não podia expressar seus entusiasmos e surtos?

   O medico deixou o corredor, fazendo com que o ambiente se tornasse pesado e atormentador. Charlie agora chorava sem tentar disfarçar, era evidente seu desespero. Eu me livrei dos braços de Kiseop, indo a sua direção a dando o meu maximo para consola-lo. Ficamos ali, contemplando aquele ar trágico, sem que alguém ousasse pronunciar uma palavra.

_ Vá para casa...- Charlie encarou-me com seus olhos inchados e narinas congestionadas.

_ Não, esta tudo bem... – disse a ele, passando a encarar Kiseop que dormia no banco do outro lado do corredor.

   Uma enfermeira apontou no corredor, olhando fixamente para nós e colocando-se a nossa frente.

_ Senhor Charlie Kim? – perguntou.

_ Sim?! – levantou-se de imediato, escondendo suas mãos nos bolsos da calça, aflito.

_ Sua filha acaba de acordar... – sorriu. – No entanto, só duas pessoas poderão visitá-la. – disse fitando Kiseop espalhado no banco atrás dela.

   Nós seguimos em direção ao quarto silenciosos, porém, cheios de perguntas.

   Deixei que Charlie entrasse primeiro, afinal de contas, seu desespero como pai era muito maior do que o meu, e ele tinha muitas perguntas a fazer, elas estavam expostas em seus olhos.

   Passaram-se cerca de 10 minutos, e foi-se o tempo limite por pessoa. O Ajusshi saiu do quarto, enxugando suas lagrimas, mas com um leve sorriso nos lábios, afinal de contas, ao que tudo indicava sua filha estava a salvo.

   Entrei no quarto gélido, cautelosa. Quartos de hospitais não me atraiam nem um pouco. Aquele clima fúnebre e o som irritante dos aparelhos incomodavam-me profundamente, deixando-me em desespero, afobada.

_ Você... – Brookie disse tentando sorrir, mas as lagrimas jorravam de seus olhos.

   Eu fui rapidamente a sua direção, segurando firme em seu braço saudável.

_ Broo... – também não pude conter minhas lagrimas. Brookie estava pálida, seus olhos claros não tinham brilho algum, e seu sorriso não convencia. Ela estava realmente sofrendo. – Porque? – perguntei ainda chorando. Sei que não é o tipo de pergunta que se deve fazer, mas eu precisava saber!

_ Eu não... – chorou ainda mais.

   Nós tentamos nos controlar, mas aquela situação era um tanto delicada. Brookie era o tipo de pessoa que encorajava-me a encarar a vida sempre sorrindo, e de uma hora para a outra, ela mesma havia desistido de tudo que acreditava por causa de um amor. Mas acredito que o seu amor próprio, deveria ser maior do que o amor que ela depositava em Min Ho Soo.

   Nos encaramos por alguns segundos, e eu enxuguei suas lagrimas carinhosamente. Ela era tão linda para estar aterrada naquela cama...

_ Eu não vou mais poder mover as pernas, não é? – ela finalmente disse, contendo-se.

_ Ainda não sabemos... – controlei-me também. – O médico disse que ainda é cedo para dizer. Você não as sente? – perguntei.

   Ela apenas negou com a cabeça, enxugando algumas lagrimas que insistiam em escapar.

_ Brookie... – ameacei dizer, mas ela interrompeu-me.

_ Não sei explicar! – ela parecia saber o que eu perguntaria. – Eu vi o amor da minha vida envolvendo outra mulher em seus braços, beijando-a e sorrindo com ela, e por um segundo, pensei não ter sido mulher o suficiente para fazê-lo feliz... – deixou escapar um choro abafado enquanto minhas lagrimas caiam sem cessar. – Não consegui suportar essa dor, e mesmo agora, esta sendo impossível pra mim!

_ Mas isso não era necessário! Porque não me ligou? Porque você... – irritei-me. Apesar de tudo, Brookie havia sido estúpida, agiu por impulso sem amor a sua própria vida. – Isso não faz sentido! – admiti.

_ O que não faz sentido é viver sem um porque... – encarou-me. – Você não sabe como é sentir tanto amor por alguém, que a sua vida passa a não ter mais tanta importância assim, desde que o seu amor esteja bem, e a salvo. Mesmo ele tendo me traído, sinto que todo o meu coração ainda esta com ele, sinto que nesse momento, ele esta rejeitando-o, e uma vez que ele faça isso, eu me odiarei, recusando meu coração também.

   Aquilo não fazia sentido. Será que ela não enxergava o quanto estava sendo estúpida, abrindo mão de sua vida por um homem que não a amava.

_ Eu ainda o amo demais, mas não vou conseguir perdoá-lo! Não vou conseguir viver com ele fingindo não saber de nada, pois vou sempre estar atormentada pela idéia de “Será que estou sendo o suficiente para ele? Será que o meu amor é o bastante?”. De modo que preferi acabar com a minha vida, para que ele fosse feliz com a outra, esquecendo-se de mim pelos próximos anos... Mas nem isso eu fui capaz de fazer... – chorou novamente. – Agora, além de ser um fardo para meu pai, e uma vergonha a mim mesma, estarei humilhada na frente de todos, como a garota que ama mais seu namorado do que a si mesma... – encarou-me com olhos marejados.

_ Não pense mais assim! – se Brookie não estivesse ali, naquelas condições, eu bateria nela. – Não consegue entender o tanto de barbaridades que está dizendo? Então quer dizer que Min Ho Soo nem sequer sabe que você descobriu suas traições? – indignada.

_ Por favor, não diga mais o nome dele... – pediu atormentada por uma lembrança. – Pense na seguinte situação, imagine que você ame alguém a ponto de dar sua vida a ela, e ela ama outra pessoa, rejeitando todo o seu coração... Diante disso, cada um toma sua decisão, e a minha foi rejeitar meu coração também, já que ele não era o suficiente para a pessoa que eu amava. Na verdade, meu coração é tão fracassado quanto eu...

   Meus minutos de visita encerraram-se, e haviam muitas coisas que eu gostaria de dizer a Brookie, mas aquele não era o momento. Não conseguia concordar com sua linha de pensamento, mas também, não conseguia visualizar aquela situação em seu lugar.

   Sai da sala, deixando reticências no ar, aquela conversa não havia acabado ali. Encontrei Kiseop paralisado em frente à porta, seus olhos eram fundos de sono, e ele estava ainda mais pálido com o efeito da luz florescente.

_ Vocês podem ir agora... – Charlie disse tirando minha atenção de Kiseop.

_ Tudo bem... – me rendi ao cansaço, mas estaria ali no dia seguinte. – Que horas são? – perguntei sem nenhuma noção de horário.

_ Agora são 04:36... – Kiseop disse voltando seu celular ao bolso.

   Nós fomos então. Kiseop estava cálido o caminho todo, e eu estava preocupada caso ele cochilasse na direção.

_ É melhor ligar o radio... – eu disse, ligando o aparelho me assustando com o volume alto.

_ Porque? – ele abaixou o mesmo.

_ Você está cansado, precisa distrair-se com alguma coisa...

_ Ei, eu sou cuidadoso na direção... – calou-se por um segundo. – Você está bem?

_ Mais ou menos... – disse com as lagrimas voltando a habitar meus olhos.

_ Porque ela fez isso afinal? – ele perguntou-me, desconhecendo a história.

_ Por amor... – resumi. – Ela fez isso por não suportar a rejeição...

   Kiseop tornou-se cálido novamente, enquanto seguia com o carro pelas ruas praticamente desertas.

_ Acho que entendo a dor que ela sente... – ele disse após pensar por alguns minutos. – É algo que realmente não se pode explicar... – encarou-me.

_ Como assim?

_ Bem, desistir de sua própria vida por outra pessoa, é quando você a ama tanto, que se ela não existir, nada faz sentido... – encarou-me a fundo, como se quisesse dizer aquilo para mim. -

   Suas palavras pesaram em meus ouvidos.

_ Kiseop... – disse contaminada por um pensamento. – Se por acaso... – hesitei. – Se por acaso nós não ficarmos juntos, você não tentará nada de idiota, não é? – questionei-o.

_ Não. – tranqüilizou-me. – Eu sou mais do tipo insistente, que vou continuar amando você até que tenha olhos para mim, ou até que morra por fim. – sorriu.

   Não consegui ver graça em sua piada. Na verdade, aquele não era um momento para ver graça em alguma coisa.

   Kiseop parou com o carro no acostamento, encarando-me a fundo.

_ Preste atenção... – segurou em minha mão, firme. – O tipo de amor que eu sinto por você, é um amor que não me permite morrer tão cedo, para que eu possa te ver sorrindo todos os dias, mesmo que você não esteja sorrindo para mim... – seus olhos fitaram o nada por alguns segundos. – Mesmo que você não me escolha no fim, eu vou continuar vivendo, continuar desejando estar mais vivo a cada dia, para não perder um momento sequer que estiver ao seu lado! Porque o amor que eu sinto por você é tão grande, que eu me sinto feliz quando você está feliz, mesmo que você esteja ao mesmo tempo, rejeitando meu coração.

   Calei-me pensativa, querendo chorar. Kiseop jamais havia dito aquilo de tal forma, e eu jamais havia sentido tanta certeza do quanto eu o amava. Encarei nossas mãos unidas, e levei sua mão até minha boca, beijando-a.

_ Obrigada. – disse enquanto uma lagrima enfim escorreu de meus olhos.

_ Obrigado você por existir na minha vida! 

   Kiseop sorriu vitorioso, ligando as chaves ao carro novamente, dando partida no mesmo.  

__

   Eu mal pude dormir. Estava atormentada com todos aqueles acontecimentos. Comecei a ver mais sentido nos sentimentos de Brookie, imaginando se algum dia, amaria tanto alguém como ela amava Min Ho Soo.

   Cheguei à conclusão por fim, de que existem vários tipos de amor, vários jeitos de lidar com ele...

   Eu revirava na cama, com olhos cansados, mas minha cabeça não parava de martelar inúmeros pensamentos. Eu não conseguia desligar-me. Ja eram 08:00 horas da manhã, e eu havia cochilado apenas. Morrendo de sono, levantei-me contrariada e parti para uma ducha, na esperança deque aquilo me animasse. 

   *mensagem*

   “Eu estou sabendo do que aconteceu... Como você está? Quer conversar,ou desabafar? Lembre-se que sempre que você precisar, eu estarei aqui, é só me chamar...

                                       Beijos, Jun ♥”

   Ok, eu me renderia a minha “greve de distância”. Eu precisava conversar sobre aquilo, precisava que alguém tentasse entender meus pensamentos, e a pessoa perfeita para aquilo era JunHyung.

   *mensagem*

   “Eu preciso mesmo conversar... Vou para o hospital daqui a pouco, e em seguida para o trabalho, vamos jantar juntos de novo?

                                                            Ana (: “

   Segui para o banheiro então, criando forças para aguentar firme, aquele dia dramático e desanimado que estava por vir. 


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Notas finais do capítulo

Quero agradecer a vocês de coração, que permaneceram lendo minha fanfic desde o começo, gostando e comentando no que eu venho escrevendo aqui. Obrigada mesmo pessoal, fico o dia todo pensando nessa fanfic, e em vocês... Fico muito feliz com os resultados de cada capítulo, confesso que sou sempre muito insegura quanto a eles, mas vocês me empenham muito a continuar essa história, por 10 temporadas se necessário... Obrigada mesmo meus amores ♥
Boa noite, e desculpem mais uma vez por demorar a postar...
Kiseu~