Os Três Amores Da Minha Vida escrita por Azzula


Capítulo 25
Física


Notas iniciais do capítulo

Sem comentários para esse título super criativo... -NNNN



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   Os dias passaram-se estranhos. Era domingo, e eu contava os segundos para a volta de SoonHyun e JaeSoon. Sentia falta daquela alegria contagiante que omma tinha, aquele calor humano.

   Eu estava estudando, coisa que passei fazendo a maior parte de meu tempo livre, e Kiseop estava treinando com os membros do U-Kiss. Estava enfim sozinha em casa, ignorando todos os meus sentimentos confusos, concentrada em física.

   Tenho um amor particular por essa matéria, Física. Ao contrario dos sentimentos humanos, a física sempre tinha uma explicação exata pra tudo. Eu gostava daquela sensação, de que tudo seria explicado mais cedo ou mais tarde. Só conseguia me sentir segura quanto a isso, quando estava calculando, o que quer que fosse.

  *mensagem*

  “O que esta fazendo hoje?

                               Onew.”

   Demorei um pouco para respondê-lo. Primeiro, precisava terminar aquela conta, ela estava me matando.

   *mensagem*

  “ Nada, apenas estudando... Está preparado pra amanhã?

                                      Ana”

   Voltei minha atenção aos estudos, quando o telefone interrompeu-me, berrando em cima da mesinha.

_ Alô? – disse com voz sonolenta. Eu nunca prestava atenção no identificador de chamadas.

_ ANA! – omma gritou do outro lado da linha. – Estou a um tempão ligando no telefone de casa, onde você está?

_ OMMA! – sentia falta daquela voz. – Estou no quarto estudando, nem ouvi o telefone tocar na sala... – admiti.

_ Ok, e Kiseop, onde está?

_ No treinamento...

_ Ah, sim... – suspirou. – Bem, JaeSoon e eu já estamos no aeroporto, vamos passar em um restaurante e pedir comida, e logo estaremos ai... – foi interrompida por JaeSoon dizendo algo que só ela pode ouvir.. – Hm, ok Ana, beijo... – desligou antes que eu pudesse dizer alguma coisa.   

   Após isso, percorri todos os cantos da casa, recolhendo qualquer rastro de bagunça e descuidado. A maior parte da bagunça era minha, admito. Kiseop era irritantemente organizado, e não descuidava de suas coisas por um segundo sequer.

   Tomei um banho, e sequei meu cabelo, que já estava crescendo sem corte. Eu precisava marcar uma hora e cortar novamente, já estava acostumada com ele curto. Combinava comigo.

   Sentei-me no sofá, permitindo-me descansar de tantos livros e cálculos. Avistei o mp4 antigo de Kiseop jogado sobre o sofá à minha frente, capturei-o então, procurando por alguma música agradável.

   Lembrei-me então da promessa que havia feito a Kevin. Já estávamos quase no meio do ano, e eu nem sequer havia decorado uma música do U-Kiss. Deixei em uma música intitulada “Take Me Away”, identificando de imediato a voz encantadora de Kevin.

   A letra daquela música, destruiu o resto do meu humor. Era triste e causava em mim, uma vontade de chorar. Uma vontade que eu estava evitando há algum tempo, confesso.

   Fiquei esparramada no sofá, com a cabeça aterrada na almofada, sem conseguir tirar daquela música.

   Ouvi então, o barulho da chave rodando na porta de entrada, e Kiseop surgiu detrás dela, acompanhado de AJ.

_ Ya... – Kiseop cumprimentou-me dessa forma, estranhando minha figura abandonada e desanimada.

_ Está bem? – dessa vez, JaeSeop dirigiu-se a mim, aproximando-se do sofá.

_ Sim... – disse abandonando os fones de ouvido.

_ Porque está com o meu mp4? – Ele tomou o mp4 de minha mão.

_ Nossa, não posso ouvir? – estranhei aquela reação, que na verdade, era muito comum vinda de Kiseop.

_ Não! – murmurou. – Aqui tem coisas pessoais...

   AJ apenas riu de nossa discussão infantil, sentando-se na poltrona favorita de Kiseop, o que fez com que os dois começassem a lutar por ela.

_ Sua mãe ligou... – disse, observando aquela luta desnecessária.

_ Eu sei... – parou por um segundo. – Ela me ligou também... – atingiu a cabeça de AJ com um tapa.

_ Parem com isso! – abandonei o cômodo, indo atrás de algo para mordiscar enquanto esperava impaciente pelo jantar.

   Kiseop e AJ continuaram brincando de se bater, e eles não ligavam mais para a poltrona, de modo que me sentei nela, assistindo Kiseop apanhando do mais novo.

_ JaeSeop, você é meu ídolo... – disse mordendo a maçã.

   Kiseop interrompeu a briga, e os dois entreolharam-se.

_ Saia da minha poltrona! – Kiseop disse em uma tentativa falha de puxar-me pelo braço.

_ Não! – teimei.

_ Saia... – ele disse enquanto AJ acomodava-se no outro sofá.

   Eu não sairia dali. Que menino mais infantil!

   Continuei ali, e fui surpreendida por Kiseop sentando-se em cima de mim, esmagando-me.

_ SAAAI! – gritei sentindo meus ossos quebrando.

_ Não! – teimou.

   Menino infernal.

   Levantei em um impulso, livrando-me de seu peso e deixando-os ali. Segui para o corredor, e parei, surpreendida por SoonHyun gritando da varanda.

   Segui animada até a porta, sentia muito a falta daquele sorriso, e daquele abraço amoroso. Sentia falta de omma.

_ OMMA! – abri a porta, enchendo-a de beijos.

_ Calma... – ela abandonou algumas malas no chão. – Nossa... Tudo isso é saudade? Kiseop torturou você ou algo assim?

   Afastei-me, matando a saudade de sua feição. Kiseop havia me torturado de certa forma.

_ Nossa mãe, que bom que você sente a minha falta! – Kiseop empurrou-me para trás, abraçando sua mãe, enquanto eu passei a abraçar JaeSoon um tanto tímida.

   Seu abraço era caloroso. JaeSoon era um homem de poucas palavras, rendia-se a todas as idéias malucas de SoonHyun, mas seu caráter perfeito e integro era claramente visível sempre que se manifestava.

_ Que cheiro bom... – AJ disse abraçando SoonHyun, respeitoso.

_ É comida mexicana... – JaeSoon bufou.

   Nos acomodamos à mesa rapidamente, estávamos todos famintos. SoonHyun falou a maior parte do tempo, contando sobre a viagem e o trabalho, e sobre suas expectativas com a nova parceria.

   O resto da noite foi perfeita. Um sorriso verdadeiramente caloroso e entusiasmado abriu-se em meu rosto por várias vezes, e Kiseop sempre me encarava, hipnotizado por algum pensamento.

   Precisava dormir, mas estava ansiosa com as provas do dia seguinte. Eu havia dado duro, e estudado muito, mas e o medo do esquecimento?

   Revirava por todos os cantos da cama, procurando me desligar de pensamentos inúteis, mas eles simplesmente surgiam.

_ Ana... – ouvi Kiseop cochichar, batendo levemente na porta.

_ O que quer? – abri apenas uma fresta da porta, olhando-o com olhos cerrados.

_ Não consigo dormir...

_ E...? – o que eu tinha a ver com aquilo? Também não conseguia dormir.

_ Quer conversar? – tentou empurrar a porta.

_ É melhor dormirmos... – eu estava realmente cansada.

   Ele olhou-me com olhos cansados, que imploravam por alguns minutos de minha atenção. Abri a porta, deixando ele entrar, acendi a luz e encarei seu rosto com mais facilidade.

_ Estou feliz hoje... – sorriu calmo.

_ Por quê?

_ Meus pais finalmente voltaram, e você finalmente sorriu como de costume...

_ Como assim, “como de costume”? – não havia entendido.

_ Fazendo com que eu perdesse o fôlego. – sorriu por fim, percebendo que havia me deixado envergonhada.

   Conversamos por alguns minutos, e eu me deitei, rendendo-me ao cansaço. Kiseop tagarelou qualquer coisa, até que eu pudesse dormir, apagando completamente.

   Não vi quando ele saiu do quarto, e nem me lembro das ultimas coisas que disse, mas acordei com uma boa sensação no dia seguinte.

__

_ Deixem somente canetas e lápis sobre a mesa... – o professor disse, entregando as provas. – A prova irá durar as três primeiras aulas, e quem conseguir terminar nesse tempo, está liberado... Boa prova!

   Comecei então. Minha primeira prova foi de geografia, estava fácil, mas eu quase não conseguia me concentrar, sendo dominada muitas vezes pelo sono. Mesmo assim, consegui concluí-la com facilidade, passando as respostas cuidadosamente no gabarito, preparando-me para a prova de história, e em seguida a de biologia.

   Fazendo as primeiras três provas, senti-me tranqüila. Conseguiria passar com no mínimo 70% se o restante das provas continuassem com aquele mesmo grau de dificuldade.

   O sinal do intervalo soou, e eu abandonei a sala. Apenas alguns alunos continuaram nela, revisando suas respostas.

_ E então, como foi? – fui surpreendida por alguém, chegando por trás.

_ Ya... – disse assustada, percebendo que era Taemin, o amigo de Onew. – Taemin? – estava surpresa.

_ Oi Noona... – riu. – Foi bem nas provas de hoje?

_ Sim, ainda bem... E você? – estava surpresa com aquela conversa. Jamais havia tido algum tipo de contato com Taemin, sem que Onew estivesse por perto.  

_ Fui bem... – abriu seu melhor sorriso. – Noona... – hesitou. – Podemos conversar por um segundo? – surpreendeu-me com aquilo.

_ P-podemos... – disse confusa.

   Seguimos então para uma sala reservada, e ele certificava-se de que ninguém entraria a qualquer momento.

_ Aconteceu alguma coisa? – perguntei, tomada pela curiosidade.

_ Mais ou menos... – suspirou, sentando-se na carteira a minha frente. – Preciso te pedir uma coisa, mas não sei como... – disse envergonhado.

_ O que é Taemin... – eu disse em um tom preocupado, levantando-me.

_ Bem, noona... – hesitou. Aquele suspense estava acabando comigo. – Prometa ser sincera! – Prometi. – Vou ser direto... – pigarreou. – Porque você não ama Onew?

   Aquela pergunta chocou-me. Porque Taemin estava me perguntando aquilo? Quer dizer, não entendia nada! O que significava uma pergunta daquelas, naquela altura do campeonato?

_ Taemin... – hesitei. – Porque pergunta isso?

_ Noona, eu amo meu amigo! – encarou-me. – Ontem, ele ligou para Park Min, e os dois brigaram por algum motivo...

_ E como ele está? – ameacei sair dali e ir a procura de Onew.

_ Nada bem... – continuou. – Onew Hyung é a melhor pessoa que eu conheci na vida, e ele não merece passar por isso... O que ele tem de errado, para que nenhuma mulher se apaixone por ele? – perguntou-me indignado.

_ Nada... – sentei-me novamente. – Onew é incrível... – admiti.

_ Então porque você não o ama?

_ As coisas não são assim Taemin... – estava envergonhada.

_ Onew Hyung também ama você... Porque você não pode amá-lo também?

   Aquelas perguntas mexeram comigo. Taemin quase chorava, enquanto eu tentava encontrar uma resposta coerente para sua pergunta. Não conseguia encontrar. Pensar em Onew sofrendo fazia com que meu coração se entristecesse. Onew não merecia sofrer por ninguém...

_ Ontem, Onew Hyung dormiu chorando, e todos nós ficamos tensos, sem poder ajudá-lo. Apenas fingimos não ouvir seu choro abafado... – Taemin quase chorava. – Eu não sei como é essa sensação, mas deve ser horrível amar alguém, e não ser correspondido... E ele não é correspondido nem por Park Min, nem por você noona... – reprovou-me com o olhar.

   Eu amava Onew. Nunca deixei de amar Onew. Percebi então, que aquele sentimento que eu tinha por ele no inicio, nunca desaparecera, havia apenas se camuflado a outros sentimentos, e recuado quando meu coração batia forte por JunHyung.

   Senti meus batimentos fugindo de meu controle, e sai dali afobada, procurando por Onew desesperada.

   O que eu diria a ele quando o encontrasse? Aquilo não importava, só queria encontrá-lo.

   Vi Onew de longe, andando pelo gramado com a cabeça baixa.

_ ONEW! – gritei enquanto me aproximava correndo.

   Ele apenas parou, e me observou enquanto eu me aproximava.

_ Ya... – curvei-me, tentando controlar minha respiração ofegante. – Como... você está?

_ Bem... – disse em um tom indiferente.

   Levantei-me, encarando finalmente em seus olhos. Onew tinha os olhos inchados, provavelmente de tanto chorar na noite anterior. Aquilo esmagou meu coração.

   Ele tornou-se envergonhado, percebendo que eu encarava em seus olhos.

_ O que quer? – ele começou a andar na minha frente...

_ Conversar... – apressei-me para acompanhar seus passos.

   Ele enterrou suas mãos nos bolsos de sua calça, andando em passos largos e encarando o céu.

_ Conversar sobre o que? – seus olhos encheram-se de lágrimas.

_ Onew... – parei-o, segurando seu braço, e ele finalmente encarou-me mordendo os lábios. – Por favor... Não chore! – pedi e o abracei por fim.

   Tentei conforta-lo, mesmo ele sendo bem maior que eu. Onew encostou sua cabeça em meu ombro, e chorou um choro abafado, que me fez entrar em pânico.

_ Vamos sair daqui... – arrastei-o para biblioteca, e nós sumimos em meio às prateleiras de livros.

   Ele encarava o chão, envergonhado. Sentou-se no chão, e encostou-se na prateleira, e eu fiz o mesmo, sentando-me ao seu lado, bem próxima a ele enquanto ele encostou sua cabeça em meu ombro.

_ O que aconteceu? – perguntei baixo, quebrando o silêncio.

_ Ela não me ama mais... – uma lagrima escapou de seus olhos. – Ela está noiva! – soluçou baixo.

_ O que? – aquilo me surpreendeu. – Assim, tão de repente?

_ Ele é médico... – encarou-me. – Sua mãe esta tentando de tudo para casá-la o mais rápido possível... Melhor ainda que seja com um médico! – encarou o chão indignado.

_ M-mas... – eu não sabia o que dizer. Pousei minha mão em sua cabeça, enquanto ele chorava baixinho, partindo meu coração em um milhão de pedaços.

   Onew não merecia chorar daquela forma. Senti-me indignada por um segundo. Eu jamais deveria ter me apaixonado por outra pessoa além dele. Senti-me inútil e estúpida! Ele merecia ser feliz...

_ Estou cansado disso! – levantou sua cabeça, enxugando suas lagrimas.

_ Do que?

_ De ser esse tipo de homem... – encarou o chão. – De ser um tipo de homem facilmente atingido e pisoteado! – continuou. – Pensam o que? Que só porque estou sempre sorrindo, não sinto dor? Não sinto dor vendo a mulher que eu amo nos braços de outro? – encarou-me enxugando as lagrimas que escapavam. Ele estava falando de Park Min, ou de mim? – Não vou mais ser assim! Não vou mais me importar com os sentimentos dos outros, vou por os meus em primeiro lugar...

_ Não seja assim... – pedi.

_ Por quê? – encarou-me indignado. – Porque não deveria ser?

_ Porque o que diferencia você dos outros homens, é o que faz com que eu ame você... – admiti, odiando-me logo em seguida.

   Onew tornou-se quieto por um segundo.

_ Não minta pra mim! – fechou os olhos, encostando a cabeça na prateleira.

_ Me desculpe... – não sabia por que me desculpava.

_ Não se desculpe... – suspirou contendo um riso. – Você me ama? – perguntou ainda com olhos fechados.

   O que eu responderia? Eu amava Onew, sempre. Ele sempre estava ao meu lado, ajudando-me a compreender meus sentimentos, e mesmo gostando de mim, sempre me respeitou, evitando confundir-me ainda mais. Compreendendo a situação horrível em que eu me encontrava.

   Escorei minha cabeça na prateleira também, em silêncio.

_ Eu estou cansado de amar, e dar tanto de mim, e no fim, ser deixado de lado... – suspirou. – Não sei quanto tempo mais vou agüentar olhar pra você e não poder beijá-la. – surpreendeu-me. – Estou realmente achando, que homens como eu só se fodem no fim das contas... – riu contrariado. -  Se eu fosse como Kiseop, e beijasse você sem me importar com seus sentimentos, talvez eu estivesse em uma condição melhor, do que estar chorando em seus ombros... Isso é humilhante para mim...

_ Não, não é! – como ele era idiota.

_ Não zombe de mim...

_ Não estou zombando! – pensei por um segundo. – Você é maravilhoso...

   Onew procurou por minha mão, e segurou-a com força.

_ Você me ama? – repetiu a pergunta entrelaçando nossos dedos.

_ Amo. – admiti, morrendo com o frio na barriga que havia me atingido com força.

_ Então, por favor, deixe-me fazer você feliz... – sussurrou, desta vez, com seus lábios colados em meu ouvido.

   Paralisei. Aquilo não era certo.

   Admitir a mim mesma, ainda amar Onew, estava fazendo de minha cabeça um inferno. Meu coração já estava de sacanagem comigo! E eu passaria a fazer 3 homens sofrer, com minha indecisão. Mas eu simplesmente não conseguia ver Onew daquela forma. Estava fazendo meu coração sangrar por culpa. Ele havia sido o primeiro homem por quem eu me apaixonei. Meu primeiro amor verdadeiro, que nunca havia morrido dentro de mim.

   Onew encostou seus lábios um pouco abaixo de meu ouvido, beijando ali. Enquanto eu permaneci paralisada, com a cabeça encostada na prateleira e de olhos fechados, sendo tomada por um arrepio. Porque diabos eu arrepiava com tanta facilidade?

_ Me desculpe por isso... – ele disse, fazendo com que eu abrisse meus olhos.

   Ele estava perto demais, e nossos olhos estavam quase um dentro do outro.

_ Por isso o que? – eu sabia que ele não se referia ao beijo que havia dado quase em minha nuca.

_ Pelo que estou prestes a fazer... – aproximou-se ainda mais.

   Nossas respirações chocaram-se, e eu arregalei os olhos surpresa. Onew brincou comigo, percorrendo com a ponta de seu nariz por minha bochecha, até que nossos lábios finalmente se encontrassem. Fechei meus olhos lentamente, enquanto Onew começou a explorar carinhosamente, todos os cantos de minha boca. Ele passava a ponta de seus dedos por minha nuca, puxando levemente meus cabelos, e envolvendo-me com seu beijo diferentemente prazeroso.

   Não sei se posso descrever a sensação. O beijo de Onew era característico, com uma personalidade única. Nossas línguas movimentavam-se lentamente, enquanto seus lábios carnudos predominavam-se sobre os meus. Ele brincava com meus lábios, chupando-os levemente, e mordiscando-os.

   Meu coração faltava explodir dentro de mim. Suas mãos passaram calmamente a segurar firme em minha cintura. Ele acariciava minhas costas, enquanto eu finalmente me rendi àquilo, pousando minhas mãos em seu rosto.

_ Obrigado. – ele disse, afastando nossos lábios por um segundo, dando continuidade ao beijo em seguida.

   Ele roçava seus lábios nos meus, provocando-me a mordê-los, e trilhou um caminho de beijos que seguiu até o lóbulo de minha orelha, onde ele mordeu.

_ Obrigado por ainda me amar... – ele sussurrou em meu ouvido.

   Eu o abracei, enterrando meu rosto em seu ombro, enquanto nossos corpos encontravam-se desajeitados no meio daquele corredor.

   A nossa sorte, é que aquela era uma biblioteca enorme, mas pensei por um segundo no que aconteceria se alguém nos pegasse ali.

   Onew afastou-se, passando a encarar em meus olhos e acariciando minha bochecha com sua mão delicada.

_ Você é tão linda... – percorria meu rosto com os olhos.

   Fiquei envergonhada. Pela primeira vez, beijei Onew, desejando que aquilo tivesse acontecido muito antes, quando eu amava só a ele.

   Admiti a mim mesma, estar apaixonada por Onew. Aquilo era horrível, mas eu estava. Eu amava três homens, que me amavam, e eu tinha que escolher entre um deles. O que eu faria?

   Com certeza, estava sendo castigada por algum erro grave cometido em alguma vida passada.

_ Você também é lindo... – criei coragem para elogiá-lo também, enquanto ele abriu um enorme sorriso, que me fez suspirar apaixonada.

   O que tinha naquele sorriso? Era algo sobrenatural, com certeza.

_ Não se odeie por isso... – ele leu minha expressão. Provavelmente, decifrou minha preocupação sobre amar a três homens. – O coração tende a fazer coisas inexplicáveis as vezes... – suspirou. – Só você pode fazer com que eu esqueça Park Min... – disse.

   Calei-me. Era pressão demais sobre mim, o que eu iria fazer?

_ Ouça... – começou a dizer, fazendo-me encarar seus olhos. – Deve ser uma situação cansativa mesmo, estar tão confusa o tempo todo... De modo que eu não vou pressioná-la a nada, assim como JunHyung e Kiseop andam fazendo... – continuou. – Mas não vou ser tão covarde, uma vez que quero tê-la ao meu lado também... – suspirou. – Eu vou lutar por você, e fazer você voltar a ter olhos somente para mim... Me desculpe por isso, mas a partir de agora, vou me importar com minha felicidade também! Durante esse tempo, importei-me com a felicidade de Park Min, e tentei compreender seus sentimentos, deixando os meus de lado... E agora, veja como eu estou... – ergueu uma sobrancelha. – Não vou fazer o mesmo com você, porque sei que podemos ser felizes juntos... – levantou-se, puxando-me pelo braço.

   Eu levantei-me e continuei paralisada, absorvendo suas palavras enquanto ouvimos outro sinal soando, o sinal que indicava o fim do prazo para os alunos que ainda não haviam finalizado suas provas.

   De alguma forma, Onew depositava em mim, sua felicidade, e eu me senti responsável por aquilo.

_ Desculpe se estou fazendo de sua cabeça um inferno agora mesmo... – selou nossos lábios mais uma vez. Desta vez, pousou suas mãos em minha cintura, calmamente, e riu do barulho que se fez, de nossos lábios estalando.

   Onew sorria com os olhos, sorria com a boca, e sorria com o coração, tornando todo o ambiente muito mais brilhante. Onew era como o sol.

   Ele surpreendeu-me, beijando-me rapidamente por duas vezes. Deu as costas e saiu andando em direção a saída, um pouco mais animado.

   Eu continuei ali, paralisada com aquilo. Paralisada com a sensação, ainda sentindo o cheiro de Onew perto em mim, e seu gosto em minha boca. Sim, Onew tinha um gosto bom, um gosto doce.

   Acordei de minha hipnose, passando a encarar um livro em minha frente. Um livro de física. Nada mais irônico...

   Desejei novamente, que meus sentimentos fossem tão precisos quanto cálculos de física. Ou então, que eles resolvessem-se de maneira exata no fim das contas.

   Caminhei atordoada em direção a saída. Ainda precisava ir ao trabalho, e aquele dia seria longo, pois pensaria o tempo todo em Onew. Aquilo não era justo comigo.

  *2 mensagens*

   “Obrigado por me amar... Eu amo você!

                           Onew”

   “Onde você está? Quer carona para o trabalho? Te amo..

                                          Kiseoppa~♥”

  “Aish...” – pensei, enlouquecendo. 


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Notas finais do capítulo

TADÃÃÃ... me matem