POV Pólux

( Duas semanas depois...)

Para minha sorte, Will disse a absoluta verdade e nada além  disso. Conseguiu tudo que era preciso para o concurso em menos de doze horas, naquele mesmo dia, de modo que, no dia do concurso, estava tudo pronto há eras.

Então, às nove e cinquenta da noite, duas horas e dez minutos antes do concurso começar, eu e os nerds nos sentamos no balcão da secretaria, bebendo Cherry Coke em garrafas pet e conversando sobre quem achávamos que tinha uma boa chance de vencer.

( Quarenta e três minutos depois...)

Eu e os nerds saímos da secretaria e fomos para o vestiário tirar o uniforme laranja da OHS pra trocar pelas túnicas brancas que indicavam que erámos juízes legítimos e oficias do concurso ( isso foi ideia da diretora Hera, não foi minha, ok ?). Eu fui o último a entrar. Quando o nerd do nome comprido saiu e eu ia entrar, ouvi uma voz familiar e uma voz desconhecida atrás de mim, ambas vindo da sala do zelador. Me virei, abri a porta e fingi que estava segurando uma lanterna acesa, gritando "Aháááá!!", mas não havia ninguém lá, exceto pelo gato persa de estimação do zelador*, que sempre tenta morder meu pé direito quando vou lá escondido pra pegar salgadinhos*.

Meu queixo caiu. Quem quer que fosse, e estou incluindo Nico Di Angelo, Phoebe Moon e os gêmeos Stoll nessa conta, não poderia ter sido assim tão rápido. Fechei a porta, mas esqueci completamente que tinha que colocar minha túnica para o concurso. Uma curiosidade imensa que precisava ser saciada se apoderou de mim. Imaginei que as pessoas que estavam ali antes tivessem saído pela janela, por isso dei um pontapé no gato persa e depois o usei como escada para alcançar a janela, que é realmente alta. O felino berrou em agonia, mas lhe dei outro pontapé enquanto estava saindo da janela para o pátio, e ele desmaiou. Ou morreu, mas até agora não sei e nem me importo, porque ele não me deixa comer salgadinhos em paz, então ele que se arrependa.

Provavelmente morreu, porque tem quase a mesma idade que o zelador ( que tem 99 anos) e é mais fraco que uma largatixa, mas como já disse, não me importo.

Pulei da janela para o pátio. Só o que vi foi um garoto loiro, pálido (quase tanto quanto Nico Di Angelo, e olhe, se você visitar a OHS algum dia e ver Nico, vai saber do que eu estou falando) e de expressão perversa, sentado na trave do gol, com uma faca em uma mão e um panda de pelúcia na outra*. Em vez da habitual camisa laranja com os dizeres " Olympus High School" que os alunos usam, ele usava uma camiseta roxa com os dizeres " Legião High School", então soube que era de outra escola.

Apesar de alunos de outros escolas só poderem entrar na OHS em eventos desportivos, não quis ser dedo - duro. Voltei à sala do zelador e comecei a comer salgadinhos.

( Algum tempo depois, hora do concurso começar...)

Corri até o auditório, onde o palco habitual havia sido substítuido pelo palco que Will arranjara,e me sentei junto com os nerds no camarote dos juízes, ainda não lembrando que ainda estava de uniforme e sem a túnica. Ouvi algumas receitas de torta que baixei da internet no meu iPod enquanto o locutar falava, depois tirei os fones de ouvido e observei Nico Di Angelo entrar, soturno, no palco, carregando uma bateria, preta e com o desenho de uma caveira no tambor do meio, em um carrinho de mão que parecia aguentar muito, muito peso. Tirei um bloquinho laranja de tomar notas e uma lapiseira ( fornecidos pela diretora Hera) e me preparei para começar a escrever minha opinião sobre a performance, enquanto Nico tirava a bateria do carrinho e começava a tocar.