Pokémon Fantasy escrita por Lawliette


Capítulo 5
Capitulo 4: Azul como o mar, Dourado como ouro


Notas iniciais do capítulo

Mé, desculpem a demora (desculpa pra quem? Quase ninguém lê isso mesmo!), mas eu dei um jeitinho de obter uma breve conexão de net em casa. Finalmente tem alguma coisa para deixar a história interessante, mas se tiver algum erro que passou despercebido na minha revisão, avisem e eu arrumo.



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O quintal não era muito largo, mas era o bastante para uma batalha de amadores. A grama era fina e macia aos pés dos dois Pokémons. Ambos, assim como seus treinadores, estavam excitados, porém nervosos com a batalha. Quem mais estava era o menino.

Olhava para os lados, parecendo confuso. Havia poucas pessoas na rua agora, e ele não sabia se ficava nervoso porque teria pessoas o olhando ou se era sua primeira batalha. Imaginara milhares de vezes e até pouco tempo, o sonho estava tão distante que ele achava difícil vê-lo se realizando. Estava nervoso, mas queria gritar para todo mundo ouvir que era um treinador e que iria batalhar pela primeira vez. No fundo, queria que vissem. Queria que tivesse provas.

Respirou fundo e se posicionou no campo de grama, com Growlithe a sua frente. Larysse e Khurtnney ficaram um pouco mais a frente, já se preparando. Satoru sorriu para a menina. Em sua mente, já preparava a batalha. Só esperava que saísse como imaginara.

– Eu começo! – Falou Larysse.

Satoru assentiu. Queria ter começado, mas não fez objeções. Aprendera a ser gentil com as mulheres, e não queria ver a menina protestando.

– Khurtnney, use o Thundershock!

– Evasiva Growlithe!

A pichu sorriu. Seu corpo inteiro brilhou e uma onda de choque vinda de suas bochechas saiu indo em direção a Growlithe. O cachorro arregalou os olhos de medo e pareceu paralisar no mesmo lugar. O raio continuou seu caminho, e no ultimo momento, eles desviou, com um ganido de medo. Ele estava apavorado.

– Khurtnney, continue! – Ordenou Larysse, como se percebesse a falha no Pokémon de Satoru.

Satoru mordeu o lábio. A pichu continuou disparando os raios e o cão fugia, assustado. Ele repassou na mente o que o cão contou para ele, animado, falando sobre como sobre querer batalhar e ser forte.

– Growlithe, evasiva e aproxime-se dela! – Ordenou o garoto

Ele latiu em resposta, desviando de mais um raio. Correu em direção a Pichu. Khurtnney hesitou, ofegando de cansaço por lançar tantos Thundershock assim. Nunca havia feito isso, não numa batalha. Logo o cão estava bem próximo, e a Pichu lançou outro raio na direção dele. O cão ganiu de medo e parou de correr para poder se desviar. Mas estava perto demais. O raio o atingiu em cheio. O cão gritou, sentindo uma sensação horrível de energia corroer seu corpo, como fogo liquido. A sensação era horrível, mas não durou muito. Boa parte se esvaiu rapidamente, mas um resquício daquilo ainda estava ali, e ele balançou a cabeça, como se assim pudesse afastar aquela sensação.

Khurtnney olhou assustada para ele, como se não acreditasse que o cão estivesse de pé ainda. Larysse e Growlithe tinham a mesma expressão, mas Satoru sabia que ambos eram fracos e inexperientes ainda. E um Pichu não tinha tanta força no Thundershock como a sua evolução, o Pikachu. Ele ainda podia vencer.

– Growlithe, use o Bite!

– Não deixe, Khurtnney, Thundershock!

– Roar!

Primeiramente, Larysse pensou que “Roar” fosse uma brincadeira de Satoru, mas seu Growlithe rosnou, os olhos brilhavam de raio. Logo, ele abriu a boca e rugiu um rugido ensurdecedor, que fez a Pichu e sua treinadora hesitarem de medo. Aproveitando o momento, ele correu na direção dela, acabando com o pouco espaço que havia entre eles, e fechou sua boca contra o Pokémon. Esta gritou, se debatendo para tentar sair da mandíbula forte do Pokémon. Preocupado em machucar demais a amiga, Growlithe a soltou e se afastou rapidamente.

Khurtnney caiu no chão, gemendo. O cão se postou na frente de seu treinador, balançando a cauda. A Pichu resmungou, mas logo se levantou, reclamando.

– Acho melhor tentarmos ataques mais diretos agora. Khurtnney, DoubleSlap!

– Espere ela chegar, Growlithe, e depois use o Ember!

Khurtnney correu nas quatro patas na direção do Pokémon. Ele esperou ela chegar, focado em seus movimentos. Assim que estava perto o suficiente, o cachorro foi abrir a boca para lançar as chamas em sua direção, porém não conseguiu. Seus membros estavam duros, pesados como chumbo. Não pode mais senti suas pernas, e ele entrou em pânico. O que havia acontecido? Porque seu corpo não o obedecia?

– Growlithe, o que aconteceu? – Perguntou Satoru, aflito. – Faça alguma coisa!

Tarde demais.

Khurtnney desferiu seu ataque, batendo com força nas bochechas do amigo. Incapaz de fazer algo, o cachorro os recebeu, querendo gritar.

– Ótimo Khurtnney! Aproveite a paralisia para acabar com ele!

“O que? Paralisia?”, pensou o menino, com medo.

– Faça alguma coisa, Growlithe! Rápido!

– Use o Volt Tackle! – Gritou Larysse para a sua Pokémon.

– O quê!?

A Pichu se afastou alguns metros do Growlithe, que parecia agoniado, parado, sem poder fazer nada. Khurtnney começou a brilhar, e logo ela estava eletrifica por completo, brilhando intensamente, e desatou a correr numa velocidade incrível. Era como se ela fosse um míssil brilhante de eletricidade. Num segundo, ela cobriu os poucos metros que a separava de Growlithe e o atingiu em cheio. Tamanha foi sua força combinada com a eletricidade que, ao se chocar com Growlithe foi lançado a vários metros para trás, e caindo a meio metro atrás de Satoru. O garoto gritou por seu Pokémon. O corpo inteiro do cachorro tremia, inclusive a face. Havia lugares pequenos de seus pêlos que estava chamuscado. Finalmente, depois de alguns segundos, Growlithe abriu sua boca e soltou um berro ensurdecedor, tão alto que seu treinador parou e tapou os ouvidos, para abafar o som.

Quando finalmente cessou o grito, Satoru abriu os olhos e abafou um grito.

Ao redor dos dois e do pequeno campo de batalha improvisado dos meninos tinha se juntado uma pequena roda de pessoas diferentes, na maioria crianças e adolescentes, além de uns poucos que pareciam velhos. Ele não esperava tanta gente assim, principalmente vendo-o perder. Sentiu vergonha, porém foi direto para o Growlithe. Ele gemia baixinho. Ao tocá-lo, os pêlos da nuca do garoto se eriçaram.

– Desculpe Growlithe... – Sussurrou o menino. O cão olhou e lutou para sorrir, mas não havia graça.

Satoru acariciou o Pokémon e o colocou no colo, aninhando-o em seus braços.

– Satoru! – Chamou Larysse. – Vamos lá dentro cuidar dele.

– Tá! – retrucou o garoto, aborrecido, porém sua voz estava chorosa.

Quando se levantou com seu Pokémon, viu novamente as pessoas que se tornaram sua platéia olhando para ele. A maioria cochichava entre si, outros abafavam risos, e alguns poucos davam sorrisos zombeteiros antes de sussurrar com os amigo. Olhou para todas aquelas pessoas, até que seu olhar parou em um garoto, diferente de todos os outros que estavam ali, e não fazia nada, não ria, não conversava com os amigos, apenas olhava fixamente para Satoru com o Pokémon no colo. O garoto aparentava ter uns catorze anos, apenas dois anos mais velho que o menino. Seus cabelos eram longos, chegava até seus ombros, e eram na cor vermelho vivo, assim como os de Clair. Estava vestido de preto, calças jeans folgadas presas a um cinto, uma blusa branca por baixo de um blusa de frio preta, embora não estivesse frio o suficiente para se vestir daquela maneira. Ele era pálido e não tinha expressão alguma, apenas um olhar distante, como se olhasse através do menino. Seus olhos eram azuis claros, como o mar. De repente, Satoru perdeu o fôlego. Aqueles olhos lhe eram familiares.

Idênticos aos de sua mãe.

Assustado, o menino continuou parado no lugar, encarando o garoto mais velho. Ele olhou de volta para ele com simpatia, mas não sorriu. Satoru logo se repreendeu. Quantas pessoas no mundo não teriam olhos azuis como os de sua mãe?

Larysse, aborrecida com a demora do amigo, seguiu seu olhar e fechou a cara.

– Estão olhando o que? – Disse alto o suficiente para todos ouvirem. – Vão procurar o que fazer!

E simplesmente se virou, puxando a manda da blusa do garoto, fazendo-o quase cair. Ele teve que acelerar o passo para acompanhá-la e não derrubar o Pokémon sem querer. Pode ouvir risos vindos de trás dele, mas ignorou. Ele franziu a testa, aborrecido. Assim que entraram na casa, a garota virou para ele e perguntou:

– Onde fica o Kit de primeiros socorros?

– No armário da cozinha, do lado da geladeira, naquele que tem um monte de comida pokémon...

A menina arqueou uma sobrancelha, como se achasse aquilo estranho. Ela se dirigiu a passos rápidos para a cozinha e sua Pichu a seguiu, enquanto Satoru estava sentado no sofá, com o Pokémon no colo. Seus olhos estavam abertos, mas pouco conseguia mexer de seu corpo, que ainda estava sob o efeito da paralisia de Khurtnney. Que idiota fora Satoru! Porque não se lembrou daquilo antes de mandar um ataque direto para ela? É claro, fora sua primeira batalha, mas gostaria de ter ganhado. Sentiu-se mal por Growlithe. Mal conhecia o garoto e tinha batalhado para ele e perdido. E se ele não quisesse mais ser seu amigo?

Seus pensamentos foram interrompidos pelas passadas fortes de Larysse com Khurtnney ao lado. Nas mãos da menina havia uma caixa de primeiros socorros de seu pai, que ele usava com os Pokémons dele e as vezes, com os seus Pokémons mais novos.

– Então, você sabe como usar isso? - Falou a garota, sentando ao lado do menino.

– Não... – Respondeu ele, decepcionado.

– Então vamos torcer pra ter instruções.

Abriram a caixinha e procuraram entre remédios e bandagens. Encontraram um frasco azul que recomendava limpar a ferida e depois passá-lo com um pano em feridas menores para cicatrizar, que também alivia a dor. Encontraram um spray para a paralisia, que utilizaram no Pokémon de fogo e fizeram alguns curativos, tanto em Growlithe em Growlithe quanto em Khurtnney. Estavam guardando as coisas e falando sobre a batalha com seus pokémons quando Clair chegou, já arrumada e com uma mochila nas costas. Ela olhou para as crianças e os pokemons e franziu o cenho. Assim que os dois a viram, abriram um sorriso. Satoru se levantou e foi até a menina e perguntou:

– Vamos sair agora?

– Sim, vamos passar no Pokemart e vamos... – Respondeu a garota, com o olhar cravado nos pokémons. – o que aconteceu enquanto eu estava lá em cima/

– Ah, nós tivemos uma batalha. – Começou o menino, subitamente se animando. – A Larysse ganhou, mas foi incrível!

– É mesmo. – Confirmou Larysse. – Você devia ter visto como a Khurtnney foi ótima.

– Tudo bem, no caminho vocês me contam. – Ela forçou um sorriso, constrangida. – Hum, peguem suas coisas para nos irmos.

Os dois obedeceram sem questionar, pegando suas mochilas e olhando para Clair com os olhos brilhando de excitação. A garota mais velha se sentiu constrangida por receber aquele tipo de olhar das duas crianças. Não estava acostumada aquilo, não mesmo. Suspirou, e guiou as crianças para fora da casa. Ao saírem, ela trancou a porta com uma chave que Satoru imaginou que o pai teria dado a ela. Deu de ombros, e eles começaram a caminhar, enquanto as crianças contavam animadamente sobre a batalha. Clair ouviu com atenção e até mesmo imaginou. No fundo, sentia uma pontada de inveja. Queria seu primeiro Pokémon e queria batalhar também. EE queria ganhar. Como Satoru estava feliz mesmo tendo perdido?

Não demorou para chegarem a um pequeno parquinho, no momento com algumas crianças brincando juntas. A partir daí, viraram numa rua com casas bonitas, de várias cores. Enquanto andavam pela cidade, podiam ver arvores e plantas em abundancia, deixando o ar mais agradável. Satoru sabia que era só naquele conjunto de bairros, pois no centro, era raro ver arvores. Durante aproximadamente cinco minutos andaram, e encontraram um grande prédio branco de três andares, com portas automáticas e janelas transparentes, que permitia ver o que havia lá dentro: Pessoas fazendo compras, alguns Pokémons acompanhando, e crianças com seus pais, os caixas, funcionários andando pra lá e pra cá. O menino sorriu ao ver aquilo, e os pokemons pareciam impressionados e excitados. Afinal, nunca tinham visto algo parecido.

Clair os levou para dentro e pediu para pegarem o carrinho de compras. Os dois discutiram para ver quem levaria o carrinho, e acabou que a teimosia de Larysse venceu a paciência de Satoru. Os dois pokemons entraram no carrinho e Larysse correu com eles, fingindo que era um carro de corrida. Clair repreendeu as crianças, então elas pararam de fazer barulho.

No primeiro andar do prédio tinha tudo o que precisavam para a viagem e ainda mais. A cada prateleira que tinha o que precisavam, a menina mais nova parava o carrinho e o garoto pegava o que Clair pedia, e os pokémons arrumavam de modo que não ficasse muito apertado para eles e sobrasse espaço para mais coisa. Compraram os sacos de dormir, comida Pokémon, suprimentos e remédios, que foram pagos com um cartão de credito prata de Clair. Quando Satoru perguntou onde ela havia conseguido aquilo, ela apenas fez uma careta e o ignorou. Já Larysse, que também tinha um cartão crédito que sua mãe lhe dera, comprou pokeballs e Seals para ela, que não tinha ainda.

Assim que pagaram, colocaram as compras em suas mochilas e amarram os sacos de dormir a elas, ainda no caixa. Clair ajudava Satoru e Larysse a amarrar bem firme. Entediado, o garoto olhou para fora. Pelo vidro da porta, observou um grupo de três adolescentes caminhando em direção ao Pokemart, com mochilas nas costas. Havia dois garotos e uma garota. A garota era alta, usava uma blusa com babados e calças jeans, e seus olhos eram azuis. Seus cabelos eram negros com mechas azuis, e caiam em suas costas, completamente lisos. O outro garoto parecia ser o mais novo de todos, com cabelos loiros e olhos verdes. O ultimo garoto tinha cabelos vermelhos e profundos olhos azuis, ainda mais intensos que os da garota.

Satoru resmungou alguma coisa. Aquela era o garoto que vira mais cedo encarando-o assim que terminou sua batalha com Larysse. Ele parecia ser o único com um Pokémon andando ao lado, e esse Pokémon era... Um tanto estranho. Era uma salamandra dourada, com uma barriga mais clara que o resto do corpo, que andava nas duas pernas, acompanhando o garoto de cabelos vermelhos. Tinha garras compridas e afiadas e possuía uma grande cauda que arrastava pelo chão, e na ponta dela, queimava uma chama dourada, assim como seu corpo. O menino franziu o cenho ao ver o Pokémon. Sabia que era um Charmander, mas Charmanders não eram de um tom laranja avermelhado? Pelo menos ele nunca vira um Pokémon dessa espécie na cor dourado.

Finalmente, Clair terminou de amarrar os sacos de dormir de ambos, e eles saíram, ao mesmo tempo em que o grupo com o Pokémon dourado entrou. As crianças lançaram um olhar curioso para o Charmander, inclusive Clair, que pareceu surpresa. Depois daquilo, continuaram andando pela cidade em silencio, até finalmente encontrarem uma estrada que determinava uma rota para os treinadores e viajantes seguirem até Sandgem.

Segundo Clair, Sandgem era a cidade onde ficava o laboratório do famoso professor Rowan, um cientista Pokémon que fornecia Pokémons Iniciais, Pokedex e Trainer Cards, que eram as identificações dos treinadores. Ele também participava de um programa que patrocinava os treinadores e também fornecia de graça espaço em seu laboratório para guardar pokemons fora do time principal, onde só era permitido seis Pokemons. Não precisava dizer que ele era um ícone importante para a ciência e uma motivação para os treinadores.

Satoru se perguntou como seu pai o conhecia. Aquilo tudo sobre seu pai ainda o incomodava, mas deixou de lado. Não queria se chatear no primeiro dia de viagem. Com um sorrio no rosto, acompanhou as meninas pela Route 201, que levava até Sandgem. Logo que saíram de Twinleaf, puderam ver arvores surgindo pela estrada. Puderam ver Starlys voando por cima deles, assim como Pidgeys e Taillows. O menino sorriu e Growlithe olhou com curiosidade. Enquanto caminhavam, conversavam para passar o tempo. Clair andava rápido o tempo todo, chamando as crianças e pedindo para elas andarem logo. Reclamando, elas iam. Fora isso, Clair fazia breves comentários, falando mais quando os meninos entravam em batalhas e coisas sobre Pokémons. Não fizeram nenhum parada na estrada por um bom tempo. Acima deles, o céu se erguia como um mar azul, sem uma única nuvem sequer. O sol da tarde estava quente, e em pouco tempo eles estavam suados, tanto pela caminhada quanto pelo sol. Isso não freou o grupo de continuar andando, sempre num ritmo constante e rápido que Clair os impunha.

Os garotos logo pararam de conversar e se concentraram na caminhada. Logo, quando Khurtnney se cansou, foi deitar no ombro de sua treinadora, descansando os pezinhos. Satoru insistia para que Growlithe entrasse na Pokeball dele para descansar, mas ele se recusava, sem dar explicações do porque. Isso os levou a uma discussão infantil que fez Clair olhar confusa para eles e Larysse o olhar com reprovação, como se não aprovasse que fizesse aquilo perto da garota mais velha, que não sabia o segredo dos dois. Finalmente acabou aquela discussão fazendo com que Growlithe concordasse em ficar no colo de seu treinador. Como ele era pequeno e magro, não foi nenhum incomodo para o menino o levar.

Quando a noite começou a cair, Clair olhou para o céu com certo receio, depois resmungou alguma coisa e começaram a procurar uma clareira na floresta para passar a noite. Encontraram uma não muito distante da estrada, grande o suficiente para um treino ou uma batalha. Devido a batalha que tiveram mais cedo, as crianças decidiram que seria melhor não forçar seus pokémons a algo mais. Aquilo foi um alivio para Clair, já que ela tinha ainda o seu próprio Pokémon e não poderia participar da batalha. Ao invés de divagar sobre qual dos três iniciais iria escolher, estava prestes a perguntar a Satoru se ele poderia buscar lenha quando Larysse perguntou:

– Clair... – Começou ela, hesitando em dizer seu nome. -= Será que eu posso pegar lenha para a fogueira?

Imediatamente, a Pichu dela, Khurtnney, puxou a barra da calça de Satoru, e assim que ele olhou para ela, a Pichu disse:

– Vai com ela...

Sem protestar, o menino rapidamente fez a pergunta a mais velha:

– Posso ir também?

Clair franziu o cenho, confusa. Não era todo dia que uma criança queriia buscar lenha para fazer uma fogueira. Deu de ombros, e assentiu.

– Não se afastem demais. Voltem logo.

Os dois agradeceram,Satoru com um sorriso. As crianças saíram, acompanhados de seus pokémons. Growlithe olhava para os lados, curioso e sorridente, como que tentando encontrar alguma coisa interessante. Convidou Khurtnney para brincar e os dois desataram a correr um atrás do outro, como se mais cedo não tivessem tido uma batalha. Por longos minutos, Satoru e Larysse ficaram calados, catando galhos e gravetos secos que encontravam que achavam ser o suficiente para a fogueira. Satoru sabia sobre o que ela queria falar, por isso não entendeu o silencio da garota. Sabia muito bem qual era o assunto e que este era delicado.

– O que é? – Perguntou o menino. – Você quer falar sobre contarmos... aquilo para a Clair?

– E se ela não acreditar? – Perguntou ela simplesmente.

– Acredita sim. – Tranquilizou Satoru, embora também não acreditasse muito no que dizia. Também tinha medo de que Clair não acreditasse.

– Melhor contarmos para ela agora, não é? – Perguntou, enquanto pegava um graveto do chão.

– Uhum. Quanto antes melhor. Se ela não souber, vai nos achar retardados.

Larysse sorriu, mas parecia triste. O garoto franziu o cenho de leve. Não gostava de ver sua amiga daquele jeito.

– Ei! – Chamou ele. – Se ela não acreditar, a gente só ignora e continua a conversar com os Pokémons como sempre, tudo bem?

– Tanto faz. – Ela deu de ombros.

Satoru ficou calado, e Larysse também. Continuaram pegando lenha em silencio enquanto os pokémons brincavam a frente deles. O garoto constantemente olhava para o semblante da menina, esperando ver alguma reação. Detestava vê-la daquela maneira. Larysse não era daquele jeito. Ela não deveria estar feliz por começar uma jornada Pokémon? Clair e o segredo deles eram assuntos menores.

Decidiu não se importar com aquilo pelo menos não agora. Ainda tinha que aproveitar o resto de seu primeiro dia de viagem em sua jornada. Ao invés de se preocupar com Clair e o segredo deles, tentou pensar sobre os Pokémons que poderia capturar durante a viagem... Ao contrário de Larysse, ele não se importava muito das pessoas saberem ou não de seu segredo. A púnica coisa que realmente o preocupava era o porquê deles poderem entender as criaturas que mais fascinavam os humanos, e somente eles, pelo menos das pessoas que conheciam e as que os Pokemons de seu pai conheciam. De acordo com todos eles, os dois garotos eram os únicos humanos que entendiam a fala deles. E o mais estranho de tudo era que Satoru não tinha nenhum tipo de parentesco com Larysse, e mesmo assim, ela também os entendia. Será que provava que ter tal habilidade não tinha nada a ver com família?

Já considerou perguntar a seu pai, mas Persi o impediu, dizendo que nunca o homem havia falado com ele e com os outros Pokémons da forma que Satoru falava. E ele sabia muito bem, pois era o inicial de seu pai, o primeiro Pokémon. No dia em que aquilo acontecera, tentou pressionar o gato para saber mais do passado de seu pai, e por tabela, dele também, mas o pokémon se recusou a dizer qualquer coisa.

O menino estremeceu. Só de pensar em seu pai o fazia lembrar daquelas hora em seu laboratório. Aquilo sim era algo que não queria lembrar, não naquele dia, e por um longo, longo tempo. Era uma pena que não poderia fazer isso.

Assim que as crianças juntaram o que consideraram uma quantidade considerável de lenha, chamaram seus Pokémons para voltarem. Khurtnney e Growlithe apenas mudaram a direção, sem parar de brincar. As duas crianças não entenderam direito, mas era alguma coisa aparecida com o pega-pega que brincavam, mas que envolvia mordidas sem força do cão de fogo. Não demorou muito para encontrarem Clair no acampamento improvisado que fizeram. Ela estava procurando algo em sua mochila quando a encontraram, e ao vê-los, a garota deu um sorriso. As crianças deixaram a lenha no chão e Clair foi fazer a fogueira, e pediu que Growlithe acendesse. As crianças foram para um cantinho longe de Clair e começaram a sussurrar entre si.

– Você que contar para ela agora? – Perguntou Satoru.

– É melhor, não é? – Perguntou a menina, hesitante. – Acho que ela não vai acreditar.

– Claro que vai. – ele tentou forçar um sorriso, mas embora tivesse pensado que não importaria, também estava com medo.

– Acreditar no quê? – Perguntou Clair, mexendo nas panelas.

Larysse e Satoru olharam para ela, paralisados de medo. Não tinham sussurrado baixo o bastante?

– Nada! – Falou Larysse rapidamente.

– Na verdade... – Satoru deu uma cotovelada de leve na garota mais nova, e esta lhe lançou um olhar incrédulo para ele. – Tem algo sim. Estávamos falando de você.

A mais velha levantou uma sobrancelha.

– De mim?

– Temos que te contar uma coisa...

– É... – Concordou Larysse, engolindo em seco, fazendo barulho.

– Digam logo! – Pediu Clair, curiosa.

As crianças hesitaram. A garota mais velha pôde ver que estavam nervossas. Se perguntou o que era, e se era alguma brincadeira. Provavelmente não, já que estavam sérios e nervosos. A menos que estivessem se sentindo culpados pela brincadeira que fariam. Afinal, haviam sussurrado algo como “ela não vai acreditar”... Mas porque fariam uma brincadeira se mal se conheciam?

– Hum... Clair, é um segredo, então não conte pra ninguém. Nem pros nossos pais, ok?

A garota mais velha assentiu, preocupada. Um segredo? Que tipo de segredo poderia ser/ o que seria tão grave a ponto de não quererem que os pais soubessem?

– É que nós dois... – o menino hesitou mais uma vez, como se não soubesse como dizer aquilo. Suspirou, tomou coragem e finalmente disse: - Nós podemos entender os Pokémons. Tudo o que eles dizem, é como se estivéssemos falando com uma pessoa.

Ela esperou. Esperou que Larysse começasse a rir da cara dela e Satoru também, dizendo que era uma brincadeira. Esperou que dissessem piadas sobre a cara de espanto dela, mas nenhum deles fe qualquer uma dessas coisas. Apenas ficaram observando ela, como que esperando uma resposta.

– Co-como assim? - Gaguejou Clair. – Por acaso isso é uma brincadeira?

As crianças arregalaram os olhos. Dessa vez foi Larysse que falou:

– Não! É verdade! Não sabemos porque, mas a gente entende, e acharíamos que todo mundo entende os Pokémons também se eles mesmos não tivessem dito isso pra gente.

– O quê? Desde quando?

– Desde sempre! – Exclamou Satoru. – Juro que é a mais pura verdade.

– Espera um pouco... – pediu Clair, olhando incrédula para as crianças. – Quer dizer que pra vocês dois, a fala dos Pokémons não só grunhidos, latidos ou o próprio nome? São palavras mesmo?

Eles assentiram, e Clair imediatamente olhou para Growlithe e Khurtnney, que estavam encostados nas mochilas de seus treinadores. Os dois encararam de volta, Growlithe ofegando de cansaço coma língua de fora. Ele parecia assustado.

– Vamos ver se é verdade! – Disse Clair. – O Growlithe vai te dizer a cor da minha blusa que está na mochila para você.

Olhou novamente para o cãozinho. Ele assentiu, e ela abriu a mochila a mochila para ele. O cãozinho enfiou a cabeça na mochila e farejou, e em menos de um minuto, ele saiu, e olhou para a mais velha.

– E então? – Perguntou ela.

Growlithe latiu e andou até Satoru, fazendo uma cara feia para ele, como se desaprovasse o que ele estava fazendo, ou até mesmo Clair por sua atitude. Falou com o menino rapidamente, e depois voltou a se deitar ao lado da mochila.

– Uma blusa de manga longa preta, com capuz... – Falou o garoto, parecendo entediado.

Então Cair fez o mesmo com Larysse, que falou que era uma calça jeans também preta. A ruiva arregalou os olhos de surpresa. Como eles poderiam saber? Será que tinham olhado a mochila dela? Não, não poderiam. Sua mochila estava com ela o dia todo, e não mostrara a nenhum dele as coisas que havia colocado. Não havia jeito de terem olhado, e nenhum deles estava rindo ou coisa parecida para indicar que era uma brincadeira. Estavam sérios, até aborrecidos. Como uma coisa daquelas podia ser verdade? Como aquilo era possível? Ela já ouvira falar de Pokémons psíquicos que podiam se comunicar com humanos por telepatia, mas um humano entender a fala dos Pokémons? Aquilo não tinha lógica, considerando que não tinham nenhum tipo de poder especial nem nada do tipo. Então, se era verdade, então por quê/ E quanto aos pais deles, sabiam daquilo?

– Você acredita na gente agora? – Perguntou Larysse, aborrecida.

– Eu... Eu não sei... – Respondeu Clair.

E sem mais nenhuma palavra, ela se voltou para a comida, para tentar se distrair. As crianças se sentaram perto de seus Pokémons, acariciando-os e olhando fixamente para frente, imersos em pensamentos. Clair ainda esperava que aquilo fosse uma brincadeira.

Parte dela queria desesperadamente acreditar, pois achava aquilo simplesmente incrível. Quantas possibilidades não abririam para eles, a ciência... Para o mundo? Se quisessem, podiam ser famosos. Mas a outra parte não acreditava. Ia contra a ciência, e Clair acreditava nela. De certa forma, ela era ateia, então não podia achar que era uma benção ou uma dádiva de algum deus ou Deusa. Mas era tão incrível uma coisa daquelas. Quantas pessoas não iriam querer entender as palavras de um Pokémon? Ela sempre quis, pois dessa forma teria um amigo, um amigo de forma diferente de que seria a normal. Mas agora tinha encontrado quem entendia. Deveria acreditar?

Ela não teve certeza.

Tentou se distrair com a comida. Constantemente lançava olhares para as crianças. Larysse parecia aborrecida, e Satoru olhava para o nada, acariciando Growlithe em seu colo, olhando com tristeza para seu treinador. Clair se lembrou de quando o menino ganhou o Pokémon, há alguns dias atrás, e de como ele parecia entender o que ele dizia e conversava com ele. Se lembrou de como ele simplesmente fugiu quando ela tentou perguntar o que fora aquilo. E de quando o Persian miou para ele na cozinha de seu pai e o garoto soube que ele estava com fome, sem nem ter perguntado. Clair suspirou. Com o canto do olho, viu Larysse pegar sua mochila e procurar dentro dela alguma coisa. Finalmente, tirou um saquinho com ração Pokémon e uma tigela de comida. Satoru fez o mesmo e ambos colocaram ração para seus Pokémons, que disseram algo e as crianças sorriram. Logo estavam falando com seus Pokémons, sem se importar com Clair. Pareciam estar respondendo perguntas.

Clair não soube o que fazer.

***

Satoru acordou com os raios de sol brincando em seu rosto. Quando abriu os olhos, viu Clair sentada ao lado de Larysse perto de uma nova fogueira acesa. Ao lado do menino, estava Growlithe, deitado, enrolado em si mesmo, como um gato. Do outro lado, Khurtnney estava aninhada em suas costas. O garoto bocejou e sorriu, se levantando. Deixou os pokémons adormecidos e foi tentar ajudar em alguma coisa para o café. Parecia que o assunto havia sido esquecido, como se nunca tivesse acontecido. Clair conversava com as crianças mais do que no dia anterior. Ela falava animadamente sobre o que sabia dos iniciais que o Professor Rowan fornecia: Chimchar, Turtwig e Piplup. Só quando ela sugeriu que os dois poderiam ajudá-la a conversar com o inicial que iria escolher que Satoru e Larysse souberam que ela resolveu acreditar.

Enquanto tomavam o café, Clair estendeu o mapa na grama e estou-o, procurando o ponto que se encontravam. Mais um dia de viagem no ritmo que estavam antes e chegariam em Sandgem, concluiu ela. Mas a garota estava nervosa e queria chegar logo na cidade. Afinal, já tinha saído de casa, para que esperar mais um dia para ter um Pokémon e seu Trainer Card e ser uma treinadora oficialmente?

Desse modo, assim que saíram, ela impôs ao grupo um ritmo apressado. Satoru e Larysse lutavam para acompanhar o passo da garota, e não poderiam estar indo mais rápido se estivessem correndo. Concentrados em andar, durante a viagem não disseram nada, a não ser por alguns pedidos para se apressarem de Clair.

Fizeram uma pausa rápida para almoçar e descansar um pouco, mas logo estavam na estrada novamente. Todos já estavam aborrecidos com aquilo, mas motivada pela ideia de ter finalmente um Pokémon, Clair continuou andando, e as crianças tiveram que segui-la. O ritmo apressado mostrou frutos rapidamente quando por volta do fim da tarde, puderam ver a cidade de Sandgem logo a frente. Quando já estavam de fato na cidade, o sol já havia se posto, e a noite já começava a tomar conta do céu rapidamente. Depois demais uns minutos de caminhada pela cidade, avistaram um grande prédio com uma grande letra P na fachada vermelha. Pelo tamanho deveria ter uns três andares ou mais, ocupando um grande terreno.

Aquele era o Centro Pokémon, ou CP, como a maioria chamava. Além de ser um hospital especializado m Pokémons e dar este serviço de graça, servia como uma espécie de hotel, com várias outras coisas úteis para treinadores. Serviços como o de hotel e o restaurante eram pagos, ao contrário do atendimento hospitalar. Centros Pokémon eram uma das melhores coisas para ajudar os treinadores em sua suas viagens. Em cada cidade havia pelo menos um centro Pokémon, e até mesmo nas estradas havia algum.

No interior do centro Pokémon, havia um enorme saguão, completamente branco, e bem iluminado. Havia cadeiras e pequenos sofás de três lugares, mas no momento o saguão estava praticamente vazio. Na parede da direita, havia uma grande escada que lavava ao segundo andar, e na extremidade da parede esquerda, telefones normais, e uma porta ao lado deles que dizia: “SALA DE VIDEOFONE”. No fundo da sala havia um grande balcão com uma enfermeira de cabelos cor-de-rosa atrás dele e atrás uma grande porta de madeira. Ao lado da enfermeira havia uma máquina que parecia mais com uma incubadora. Em cima do balcão havia um computador moderno, no qual a mulher de cabelos rosa olhava distraidamente.

Clair conduziu as crianças até o balcão da mulher de cabelos rosa, que assim os viu, deu um sorriso brilhante.

– Olá! – Disse ela animadamente. – Eu sou a enfermeira Joy. Vocês são novos aqui?

– Sim. – Respondeu Clair, também sorrindo. – Somos treinadores novatos.

– Que ótimo! Boa sorte pra vocês então. Vão querer um quarto para passar a noite?

– Sim, por favor.

– Apareçam para o jantar. É daqui a uma hora e meia.

Enfermeira Joy sorriu mais uma vez e lhes entregou a chav para um quarto no segundo andar registrou seus nomes no computador que ela tinha ali. Mostrou a eles a direção que ficava o refeitório. O grupo agradeceu e se encaminhou para o quarto. Clair suspirou de cansaço e as crianças resmungaram algo, aborrecidas. Se encontraram em um grande corredor com várias portas com diversos números. No momento, o corredor parecia vazio, a não ser por Clair, Satoru, Larysse e um grupo de crianças da idade deles parados. Um deles tinha cabelos vermelhos na altura do ombro, e parecia não ser muito mais velho que Satoru. Ao seu lado, havia um Charmander dourado, que parecia brilhar com a luz da lâmpada brilhando nele.

Os outros pareceram não perceber, mas Satoru estava surpreso em ver aquele grupo de novo e mais ainda de ver o Charmander de cor dourada. Queria perguntar sobre ele, mas só se fosse passar perto da porta, então franziu o cenho. Começou a andar em direção ao grupo. O garoto deu um sorrisinho rápido, agradecendo aos deuses conhecidos e não conhecidos por aquilo. Passaram na frente do grupo e eles se calaram. Os três olharam fixamente para o grupo e os Pokémons que levavam. Satoru parou por um momento, segurando Growlithe no colo que encarava o garoto dos olhos azuis. Ele fitava o Growlithe com curiosidade.

O menino loiro parecia ter a idade de Larysse, e realmente tinha olhos verdes e cabelos loiros bagunçados. Os dois mais velhos pareciam ter, no mínimo, quinze anos. O que mais surpreendeu Satoru foi a garota. Seus cabelos longos e negros com mechas azuis eram brilhantes e praticamente perfeitos. Tão azul como as mechas, seus olhos eram intensos e misteriosos, grandes, assim como seus cílios. O rosto era pálido, mas era bonito, e não havia praticamente nenhuma falha. O ultimo menino, o de cabelos vermelhos, tinha um ar estranho, e encarava Satoru intensamente, como se soubesse todos os seus segredos. Parecia ser o tipo de pessoa que apenas com a aparência fazia você querer contar todos os seus segredos.

– Ah! - O garoto falou, com um sorrisinho travesso nos lábios. – O que você quer garoto?

– Satoru! – Chamou Clair, aborrecida. – Vamos logo.

– Espera um pouquinho, Clair! – Pediu o menino, e depois se virou para o garoto ruivo. – Eu vi você e o Charmander mais cedo hoje... E queria perguntar por que ele tem essa cor diferente.

A garota e o outro menino olharam para Satoru de cima a baixo, medindo-o com os olhos. A garota puxou a manga da blusa do ruivo e sussurrou algo em seu ouvido, que murmurou um “depois” baixinho. O menino loiro bufou, aparentemente aborrecido com a conversa interrompida.

– O meu Charmander? – Perguntou o ruivo, e Satoru assentiu em concordância. – Ele é o que todos chamam de Shiny, que são Pokémons raros com a coloração diferente dos outros de sua espécie, mas porque ele é assim, eu não sei...

– Nunca ouvi falar disso. – os olhos do menino brilharam. – Incrível! Queria poder saber mais sobre esses Pokemons...

– Eu também quero. – O sorriso do ruivo se alargou. – Que tal se eu e você tivéssemos uma batalha? Aí eu poderia estudar meu Pokémon em batalha e ver se ele tem algo especial além da cor.

O sorriso de Satoru se desfez.

– Mas eu acabei de ganhar o Growlithe! Nem comecei a treiná-lo ainda.

– Eu também acabei de ganhar o Charmander e nem comecei a treiná-lo ainda. Nunca batalhamos antes.

– O que você está pensando, Altaris? – Perguntou o loiro.

– Me deixa, Drew...

Satoru pesou um pouco. Batalhar era ma ótima oportunidade de conhecer melhor Growlithe nas batalhas e treiná-lo, e sabendo que não iria batalhar com algum com mais experiência que ele, estava tudo bem. Então deu de ombros e assentiu.

– Certo. – O rosto de Altaris pareceu se iluminar. – Amanhã eu vou ao laboratório do Rowan e depois disso podemos batalhar na arena o CP.

– Você sabe o caminho para lá?

– Sim. – Confirmou Altaris.

– Poderia levar eu e minhas amigas para lá?

– É claro.

– Podemos ir com eles, Clair? – Perguntou o menino, se virando para a mais velha.

Clair deu de ombros e assentiu, parecendo entediada.

– Ótimo! – Altaris deu um grande sorriso. – Então eu os chamo de manhã quando sairmos para o café. A propósito, eu sou Altaris, este é Drew e esta é a Alyss. – Ele apontou para cada um deles enquanto falava. Alyss encarou Satoru enquanto o ruivo falava, parecendo curiosa com ele.

– Eu... – O menino pareceu atordoado com o olhar da garota. – Eu sou Satoru, aquela é Clair, e a menina do lado dela é a Larysse.

As meninas deram um pequeno aceno com a cabeça, cumprimentando o grupo, que retribuiu.

– Pronto Satoru. Vamos embora agora. – Chamou Clair fazendo cara feia.

Satoru assentiu e se despediu dos três, lançando u rápido olhar para Alyss. O Charmander dourado levantou o braço num sorriso e disse:

– Tchau!

Incapaz de ignorar, Satoru sorriu.

– Tchau pra você também.

Todos o encararam, mas Satoru ignorou. Entraram no quarto rapidamente, e o garoto se virou a tempo de ver Alyss lhe lançar um ultimo olhar com um sorriso de canto e puxar um Altaris sorridente e um Drew aborrecido, um em cada mão. O Charmander dourado correu atrás deles, e parou por um momento na frente de Satoru. Por longos segundos, encrou o menino humano, e por fim, fez uma única pergunta:

– Você me entende?

– Sim. – Respondeu o garoto, baixinho. – Cada palavra.

O Charmander deu um longo sorriso e correu em direção ao seu treinador, que ria de alguma coisa enquanto era puxado por Alyss. Satoru ficou na porta do quarto por mais um momento antes de entrar e fechar a porta, com uma sensação estranha no peito. Era como se conhecesse aqueles estranhos olhos azuis intensos de Altaris e Alyss e os próprios de algum lugar.

Mas onde?


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Notas finais do capítulo

Se você chegou até aqui, então provavelmente gostou da história ou odiou ela e leu só pra saber até onde foi. Gostou ou não, deixe um review aí por favor, eu não gosto de fantasmas, eles me assustam.