Pokémon Fantasy escrita por Lawliette


Capítulo 15
Capítulo 14: Problemas


Notas iniciais do capítulo

Duh... Eu não sei o que dizer desse capítulo. Foi um pouco difícil escrevê-lo, principalmente porque eu tive um MindBlock terrível... E não tenho certeza se expliquei tudo o que eu queria de um modo aceitável então, méh...
Boa leitura, mafagafos fantasmas ~~



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Noah abriu os olhos, resmungando. Estava cansado, e sua cabeça doía, como se tivesse batido em alguma coisa. Ao seu redor, tudo estava silencioso, como se o mundo se silenciasse apenas para que ele pudesse ter uma boa noite de sono. Mas não fora isso que parecia. Seu corpo doía, e mesmo parecendo que dormira por muito tempo, estava com tanto sono, e não queria acordar. Resmungou qualquer coisa, percebendo que não dormira deitado, e sim, sentado, provavelmente encostado a uma árvore, devido à superfície áspera. Sua mente também estava enevoada, e o garoto de cabelos negros mal estava pensando direito.

Detestava aquela sensação. Na esperança de que passasse, abriu os olhos, e imediatamente os fechou, devido à iluminação, fazendo seus olhos arderem. Resmungou novamente, e precisou de alguns minutos para que pudesse se acostumar à claridade novamente, e então abrir os olhos. Sua visão por um momento ficou embaçada, mas logo se normalizou, e junto com ela, seus sentidos.

Pôde ouvir pássaros cantando, sentir a grama e a casca da arvore em suas costas, e pôde ouvir, sentir a brisa passeando pelas arvores, fazendo suas folhas emitirem um som de farfalhar, o que seria delicioso, se não fossem as circunstâncias. Ele não estava ali porque queria, e sim porquê fora vitima de um Hypnosis de uma Delphox.

Subitamente, Noah sentiu uma respiração em seu pescoço, e algo, ou alguma coisa aconchegada em seu ombro. Por um momento, ficou com medo do que seria, principalmente porque já tinha uma suspeita de quem era.

Assim que viu o menino com a cabeça deitada em seu ombro, deu um berro extremamente alto, e o empurrou para longe. Daniel acordou subitamente, assustado, e gritou também. Caiu no chão, batendo a cabeça na grama úmida de orvalho.

SAI DAQUI, SEU GAY! - Berrou Noah, se levantando rapidamente e se afastando do garoto, como se ele tivesse uma doença repugnante.

O que? Eu não sou gay! - Retrucou Dani, olhando para ele com surpresa. - Gay é você! Seu... Seu... Seu gay!

Sai! - Noah se afastou mais ainda, e então, mudou rapidamente de assunto:- Viu o que você fez? Se tivesse sido mais rápido podia ter pego a garota antes dela fugir!

E como eu ia saber que aquela outra estava junto com ela? - Ele bufou, se levantando. - A culpa não é minha, é sua, que não cuidou dela.

Noah fez uma careta e o ignorou. Começou a tirar as folhas e pequenos galhinhos eu grudara em sua roupa, a fim de estar o mais limpo possível. Odiava sujar roupas limpas, principalmente depois de ter acabado de lavar. Dani fez o mesmo, mais por seguir o exemplo do amigo do que por vontade própria.

Você tem certeza de que aquela garota tem aquele tipo de poder mesmo? - Perguntou Dani, hesitante.

Bom... A gente precisa confirmar ainda. - Respondeu ele, com um sorriso irônico.

Dani arregalou os olhos.

O que? Quer dizer que estamos perseguindo a garota sem nem saber quem ela é?

O garoto assentiu, ainda com o sorriso sarcástico no rosto.

Você é idiota? E se tivéssemos pegado ela, levado para a base e ela não fosse quem você acha que é? - Ele enfatizou a palavra, encarando-o.

É... Eu não pensei nisso. - Noah encolheu os ombros. - Mas quem arrisca não petisca.

Vai se fuder. - Dani deu meia volta, e começou a andar na direção da estrada.

O agente Rocket riu, e foi atrás dele, segurando seu ombro.

Espera. - Chamou ele. - Se ela é uma das outras crianças, então é provável que a amiga dela também seja. E se for, podemos observá-las, para confirmar...

E não fazer as missões e pagar de preguiçosos pro resto da Equipe? Não quero saber!

Quem disse que não vamos fazer as missões? - Ele sorriu de um modo cruel. - Lembra o que o Cavaleiro disse? Ele disse que podíamos fazer o que quiséssemos, porque nós dois não somos aprendizes dele a toa, né?

De certa forma, ele estava certo. Dani e Noah faziam parte dos garotos que o Cavaleiro do Manto Negro escolhera para serem seus aprendizes, e ele disser exatamente aquilo para eles, e adicionara um sejam sensatos. Era estranho ouvir aquilo de um dos maiores criminosos da região, como um pai emprestando o carro a seu filho ou qualquer outra coisa semelhante.

Era algo bastante complicado aquela... Coisa de mestre e aprendiz que tinham com o Cavaleiro do Manto Negro. Era um homem assustador, que estava na organização criminosa havia vários anos, e, recentemente, resolveu que treinaria um grupo de treinadores para continuar seu legado, ou algo assim. Ninguém, a não ser o próprio Cavaleiro, sabia o motivo disso, nem quantos jovens iria pegar. Havia anunciado aquilo há alguns anos, e fazia dois que estava treinando o trio atual, constituído por Noah, Daniel e Altaris, um amigo da dupla e o garoto que menos viam.

Não sabiam muito sobre ele, só que Altaris parecia ser o preferido do Cavaleiro. Raramente o via, e quando o fazia, parecia que estava sempre em algum tipo de missão muito importante, que não podia ser dita. Além disso, o Cavaleiro sempre estava por perto, então os garotos tinham que medir bem suas palavras antes de dizê-las.

O Cavaleiro não era alguém que uma pessoa iria querer decepcionar, de qualquer maneira que fosse. Ainda mais se fosse um subordinado a ele. E isso assustava Dani, tanto o fato dele não querer, em hipótese alguma, irritar o seu mestre, quanto a ele ser subordinado a alguém. Isso fazia parecer que o homem era uma espécie de pai, ou algo assim. E era estranho. Dani ainda não se acostumara com a ideia de ter um mestre, alguém que tivesse poder sobre ele, e que essa pessoa fosse uma das mais importantes de toda a organização criminosa. Ele deveria se sentir honrado? Dani não fazia ideia.

Em todo o seu tempo dentro da equipe Rocket, Dani aprendera a temer aquele homem, tanto por culpa dos boatos que ouvira quanto em seu tempo como aprendiz, mas também aprendera que os boatos não diziam absolutamente nada do que o Cavaleiro do Manto Negro era. Ou pelo menos essa era a opinião dele.

Também tinha suas vantagens, é claro. Por ser um aprendiz do Cavaleiro, sabia de coisas que muitos outros não sabiam. Como as duas garotas, por exemplo, e o que estavam procurando. E o que elas sabiam fazer.

Além do mais, Daniel nem ao menos queria seguir Noah com o que quer que ele estivesse fazendo. Ele não era desse tipo de pessoa, que gostava de fazer as coisas acontecerem, de arriscar, de ir na impulsividade. Ele só era constantemente manipulado pelo agente Rocket, levando-o a fazer o que não queria. E não queria acabar fazendo aquilo e depois se mostrar errado.

Mas se estivesse, então ganharia muito, tanto na empresa, como gostava de chamar, e também com o Cavaleiro. Seria melhor do que todos os outros que ele treinara. Seria uma pessoa temida dentro da empresa.

Finalmente, ele suspirou, e assentiu. Noah alargou o sorriso, e então disse:

Ótimo. - Disse ele. - Eu admito que eu fui muito impulsivo, então vou deixar você planejar tudo e me impedir de fazer besteiras.

O que? - Perguntou o menino, indignado. - Você que tem a idéia e eu que tenho que fazer tudo?

É claro. Você é o mais sensato!

Noah riu, e começou a caminhar em direção a estrada com o menino. Felizmente, Jubilife não estava muito longe, e para ter que seguir as duas garotas, eles precisariam de meios para viajar e se manter na floresta. Noah seria uma pessoa importante, e faria tudo o que fosse preciso para que aquilo se tornasse realidade.

***

Então, o que você andou fazendo enquanto eu estava fora? - Perguntou Alyss, enquanto esperava que Lawliet terminasse de preparar a comida para as duas e os Pokémons.

Lawliet hesitou antes de responder.

Treinando, principalmente, e fazendo umas pesquisas sobre, ahn... Você sabe. - Ela deu de ombros, se referindo aos poderes. - Isso tomou muito o meu tempo, mas eu finalmente consegui.

E agora que conseguiu, o que está planejando?

A menina hesitou mais uma vez. Isso era algo que estivera pensando desde quando descobrira que havia mais pessoas como ela, e também um pouco da aparência dessas pessoas, para que pudesse encontrá-las mais tarde. Mas e quando as encontrasse, então o que? Iria contar para elas o que sabiam? Iria conversar com elas para tentar descobrir mais coisas? E se essas pessoas não soubessem que tinham poderes? Lawliet só podia detectá-los, e não saber se a pessoa sabia disso ou não.

Os poderes... Isso era um assunto um pouco delicado, e por mais que ela estivesse mergulhada em pesquisas sobre aquilo, era um pouco difícil de dizer em voz alta, mesmo que Alyss fosse como ela. Era tão surreal. E tão inacreditável, que, de vez em quando, nem mesmo Lawliet acreditava que podia fazer tais coisas.

Não fazia muito tempo que sabia que era como Alyss. Provavelmente há poucos anos atrás, descobrira que podia detectar poderes em pessoas, assim como fizera para encontrar essas pessoas das quais não conhecia e não sabia nada a respeito, mas sabia que tinham poderes. E fora tão estranho saber que podia fazer alguma coisa, saber que fazia parte daquele mundo inacreditável. Isso não deveria fazer parte de histórias contadas em livros e em contos de fada? Aquilo tudo deveria fazer parte de histórias contadas em livros e contos de fadas.

Tecnicamente, magia não existia, então não podia ser isso. Mas, anda assim, Lawliet confiava em Alyss, e sabia que tudo aquilo era real. De que modo, não fazia a menor ideia, mas que era real, sim, seus olhos comprovavam. Ainda assim, como aquilo podia existir? Não era normal, não era real. Não podia ser real. Ou pelo menos era isso o que uma parte dela dizia, se recusando a acreditar.

E este fora o principal motivo de ter deixado Kalos. Descobrir os porquês, e se havia alguém que também poderia ter poderes. E, incrivelmente, havia.

Eu... - Lawliet suspirou, desviando o olhar. - Ainda tinha muitas dúvidas do que fazer. Eu acho que a melhor coisa no momento é tentar ir conversar com essas pessoas, e descobrirmos o que elas sabem fazer, e se sabem algo sobre isso.

Huh... - Murmurou Alyss, acariciando o gatinho roxo em seu colo. - É uma boa idéia.

E eu não vou desperdiçar a chance de outra jornada. - Lawliet sorriu.

Isso era realmente algo que planejara há muito tempo atrás, porém não tinha meios e nem tempo de começar uma jornada no novo continente. Ele tinha muitos atrativos interessantes, feitos especialmente para chamar a atenção do público, e, sendo de fora, para Lawliet, era muito mais interessante do que se estivesse vivendo em Sinnoh. Ela gostaria de participar mais uma vez da Liga Pokémon, e, quem sabe, fazer algum Contest e capturar novos Pokémons, mesmo já tendo um time feito, e outros no laboratório de um cientista que era responsável pelo sistema de Depósito dela.

Nem eu! - Alyss retribuiu o sorriso. - Novos Pokémons, novos lugares... Eu nunca tinha visto Sinnoh. Você já?

Não... Eu só fiquei em Jubilife, e em algumas cidades ao sul de Jubilife. Como eu disse, minhas pesquisas tomaram muito do meu tempo, e eu não tinha meios de vir, também.

Do que estão falando? - Perguntou Schrödinger, olhando para Lawliet. As pupilas de seus olhos eram novamente um par de risquinhos, o que aumentava ainda mais o seu ar sarcástico.

Poderes. - Respondeu Lawliet. Era mais fácil conversar sobre aquilo com Pokémons. Tipo o dos Pokémons.

Não que fosse um assunto que ela desgostasse, mas, Pokémons eram as criaturas que mais entendiam aquilo, e não olhariam para ela como se fosse uma aberração ou algo assim, e sim um humano qualquer. Podiam ficar até surpresos, pois não era todo dia que humanos tinham poderes. Não era normal, isso ela tinha que admitir, mas entendiam. Então, Lawliet imaginava que Schrödinger entenderia melhor do que as pessoas.

Como assim? - O gatinho franziu o cenho, confuso. - Você quer dizer que existem humanos que podem fazer o mesmo que os Pokémons?

Não exatamente...

A partir daí, Lawliet e Alyss se encarregaram de explicar a Schrödinger o que era aquilo, exatamente. Ou pelo menos até onde sabiam, o que deu chance de Lawliet explicar a sua amiga que tipo de coisa havia descoberto. Assim que a comida ficou pronta, comeram em silêncio por um tempo, cada um imerso em seus próprios pensamentos, e depois as garotas liberaram seus Pokémons, que pareceram felizes em se reencontrar. Várias das Pokémons de Alyss não pareciam ter mudado muito, menos ainda o seu time, com exceção da nova adição que era Schrödinger.

Assim que terminaram, Lawliet apagou o fogo que usara, já que não precisava mais dele, e então abriu o seu mapa no chão. Este não era muito grande, já que a garota não ficaria carregando por aí um daqueles mapas gigantes dentro da mochila. Preferia aquele pequeno, que era geralmente usado por treinadores, porém sem muitas informações. Nele, estava em detalhes todo o continente de Sinnoh, incluindo os nomes de rotas e de cidades que havia no continente, e isso era tudo. Não havia legenda, título, ano, ou qualquer outra coisa que parecesse importante. Mas talvez não fosse. Aquele mapa fora feito para treinadores, e treinadores viajavam constantemente, então não tinham tempo de ficar analisando mapas o tempo todo e se preocupando com legendas ou saber se o clima e a população de Sinnoh eram de tal modo.

Ela traçou um dedo de Jubilife até Floaroma tremendo o dedo levemente enquanto passava pela maior metrópole de toda Sinnoh.

Acho que essa é a melhor rota que poderíamos pegar, não acha? - Perguntou Lawliet.

E seria a mesma que eles tomaram também? - Perguntou Alyss, se aproximando com Schrödinger em seu colo para poder olhar. O vapor de sua respiração foi direto para o dedo de Lawliet, fazendo-a estremecer novamente.

Uhum. Não faria sentido ir para Oreburgh. - Ela mostrou com o dedo. - Olha. Se eles fossem por Orebugh, a menos que quisessem evitar essas cidades, teriam que voltar e ir direto pra Eterna, e depois Floaroma. E se passassem por essas, teriam que andar desnecessariamente, voltar pra Oreburgh e seguir em direção a Pastoria.

Alyss apenas concordou, porém sua respiração continuou soltando o vapor branco em cima do dedo de Lawliet, fazendo a menina estremecer com o frio causado por ela.

Lawliet sorriu. O gatinho roxo no colo da menina se afastou levemente da fogueira apagada como pode, e então olhou para Lawliet.

Mas como você sabe que eles também têm poderes? - Perguntou ele, desviando completamente do assunto.

Porque eu posso detectar isso. - Respondeu Lawliet, como se aquilo fosse a coisa mais normal do mundo a ser dita. - E também porque eles podem entender os Pokémons.

Schrödinger franziu o cenho, parecendo surpreso. Essa não era a primeira humana que encontrava que podia entender o que ele dizia, mas já estava se tornando estranho encontrar tantas pessoas.

Você quer dizer que apenas humanos que podem entender os Pokémons também são como vocês...?

Lawliet assentiu.

Pelo menos até onde eu sei.

Porque não disse antes? - Schrödinger fez uma careta, aborrecido. - Eu conheci duas crianças assim.

O quê? - Alyss arregalou os olhos, surpresa.

É. Lá em Jubilife, eram duas crianças que você levou pra fora de Jubilife.

Que crianças? - Perguntou Lawliet.

Aquelas que a Alyss deixou de madrugada, sem se despedir.

Ela arregalou os olhos ainda mais. Estava entre o grupo de seis pessoas que ela havia salvado há poucos dias, então ela havia descoberto-os totalmente por acaso. Dentre todas as pessoas em Jubilife que poderiam estar naquele Centro Pokémon naquela noite, eram aquelas que havia salvado, justamente no Centro Pokémon onde Lawliet deveria estar esperando-a. No fim de tudo, Lawliet estivera certa o tempo todo.

Mas será que era isso mesmo? Uma pontada de dúvida ainda estava em sua mente, algo que a impedia de acreditar. Depois de tanto tempo acostumada com o fato de que ela e Lawliet eram as únicas, que encontrar as crianças que eram como ela parecia tão... Improvável, surreal, como se fosse outra coisa, e não quem estavam procurando. Mas, se realmente fosse, então seria muita coincidência. Além disso, quais eram as chances de encontrar alguém que somente entendesse a fala dos Pokémons?

Tentou ser otimista, e dizer a si mesma que era improvável que não fossem as mesmas pessoas que estavam procurando. Ainda assim, ela olhou para o gatinho roxo, e seu lado duvidoso falou mais alto:

Você tem certeza, Dinger? Não eram só pessoas que falaram algo que pareceu uma resposta?

Não. - Ele fez um sinal negativo com a cabeça. - A garotinha falou comigo, e mostrou o outro menino que também me entende.

Lawliet olhou para Alyss, e ela olhou de volta para a amiga. Se aquilo fosse verdade, então, Alyss havia deixado para trás as pessoas que estavam procurando, e isso era... Um problema. Mas é claro que a garota não iria viajar com pessoas desconhecidas e quem não confiava, e, além disso, não gostava muito de andar com quem não conhecia, mas não era exatamente anti-social. Se tivesse ido com aquelas pessoas, não sabia se poderia ter encontrado Lawliet, mas,por outro lado, iria poupar muito tempo de caminhada a procura deles.

O que vamos fazer, então? - perguntou ela, olhando para Lawliet.

Vamos atrás deles. - Respondeu, simplesmente, como se aquilo fosse a coisa mais obvia do mundo.

Como...?

Nesses dois anos fora, eu tive tempo de descobrir umas coisinhas. Posso ir atrás deles só sentindo seus poderes.

Alyss assentiu. Esse era o poder de Lawliet, o que, muitas vezes, parecia ser um pouco inútil. Ela podia sentir as ouras pessoas que tinham poderes, ou que tinham algo de incomum. Durante anos, não haviam encontrado nenhum utilidade para ele, apenas para encontrar Pokémons. Isso também funcionava para eles, o que era um pouco estranho. Se Alyss se lembrava bem, Lawliet havia dito a ela como aquilo funcionava, e como era a sensação de plena certeza de que podia sentir poderes. Não fazia muito tempo que as duas haviam descoberto aquele poder, e fora o principal motivo de Lawliet querer sair e procurar por pessoas como elas, embora não tivesse dito ou demonstrado. Mas Alyss não a acompanhara.

Muitas vezes, Lawliet se achava inútil por não saber fazer algo a mais do que apenas sentir poderes. De certa forma, era tão diferente da garota. Enquanto muitas vezes Alyss se achara uma aberração, Lawliet lamentava não poder fazer algo como ela, e se sentia inútil. Depois de tanto tempo vivendo num mundo onde poderes em humanos não era normal, e provavelmente seriam muito diferentes das outras pessoas, a garota de cabelos azuis começara a achar que, caso se revelasse a alguém, as pessoas a achariam que era uma aberração, um monstro. E esses pensamentos continuavam, criando um medo de se revelar aos outros, mostrar o que sabia fazer. Com exceção de Lawliet. Quando descobrira que sua amiga também sabia fazer algo incomum, mesmo que fosse incomum, isso a fizera se sentir um pouco menos solitária.

Então, do nada, a garota quis sair e descobrir se havia mais gente como as duas, e havia deixado Alyss sozinha novamente. Não que ela tivesse problemas em ficar sozinha Já estava acostumada mesmo.

Imersa em pensamentos, as garotas terminaram de arrumar suas coisas, e saíram, com Lawliet comandando. Voltaram para a estrada, caminhando pela mesma, e conversando durante o caminho. Lawliet contava o que fizera enquanto estava fora, e Alyss também, dando detalhes das coisas mais legais que fizera. A tarde passou desse modo, e logo chegou a noite, sem resultados, mas a amiga assegurava que estavam no caminho certo para encontrá-los. Por fim, Alyss adormeceu, sem ter um sonho sequer.

***

Tem certeza que vai dar certo? - Perguntou Noah a Dani.

Os dois garotos estavam na floresta, não muito longe de onde Lawliet e Alyss estavam. Fora muito fácil encontrá-las, com a ajuda do Pokémon voador de Dani, e então, eles vinham seguindo-as e observando a dupla desde então, o que era um pouco tedioso. Quem formulara todo o plano e dera a ideia de seguir as garotas de longe, apenas observando o que elas faziam, fora Dani. Ele confessara que, pela aparência, elas deviam ser quem pensavam que eram, e desde então, ficara um pouco mais confiante de seguir a ideia de Noah.

Já este, não estava tão confiante assim. Depois que o amigo havia dito as conseqüências, começara a pensar naquilo, o que o deixara meio hesitante. Mas isso não era típico do garoto. Quando ele começava algo, terminava, por mais que fosse tedioso. E também não era do tipo de ficar pensando muito antes de agir.

É claro que eu tenho. - Respondeu Dani, aborrecido. - Se não tiver nenhum imprevisto, então podemos tirar a prova rapidinho.

Noah assentiu. Tentou confiar no que o garoto dissera, e segurou a Pokeball do Pokémon que usaria para seguir com o plano. Como Daniel havia dito, eles iriam observar as garotas primeiro, e não se revelariam ao atacá-las, fazendo parecer que haviam desistido de persegui-las e que estavam sendo atacadas por um Pokémon descontrolado de algum treinador ao invés dos dois. É claro, Noah se preocupava também com o seu Pokémon, e dissera a ele para que não se desgastasse muito, e voltasse caso visse que não poderia vencer a batalha. Realmente, se tudo ocorresse bem, logo eles teriam a prova que precisavam.

Liberou o Pokémon, e o brilho ofuscou a visão dele por um momento. Assim que o Pokémon se revelou, Noah olhou para ele, demonstrando um pouco de preocupação, apenas para a criatura que se erguia diante dele.

Você sabe o que fazer. - Disse o garoto, simplesmente, afastando todos os pensamentos que lhe atrapalhavam.

***

Depois de uma boa noite de sono, Alyss se sentia descansada melhor do que antes. Os dias haviam sido cheios de acontecimentos, e cheio de coisas para se pensar, e ter tido um tempo para esquecê-los foi bom para a garota, para parar de se preocupar a toa. Confiava em Lawliet, e segundo ela, estavam cada vez mais perto deles.

Ainda estava surpresa com aquilo. Antes, o que ela fazia era simplesmente sentir, agora, podia segui-los apenas sentindo seus poderes, o que provava que existia mais gente como ela. Isso deixava Alyss feliz, de certa forma.

Dessa vez, Alyss se encarregou do café da manhã, então tinha algo para poder se distrair, enquanto Lawliet esperava, junto com Schrödinger. O Pokémon não achava uma boa ideia ficar perto do fogo, então preferira ficar com Lawliet, enquanto não podia andar ainda. A menina se encarregara de cuidar de seus ferimentos da melhor maneira que pôde, já que não era exatamente uma especialista, mas tinha uma boa idéia para poder cuidar deles de uma forma que aliviaria a dor e ajudaria o ferimento a se curar mais rápido.

Assim que terminaram de tomar o café, e Alyss apagar a fogueira, pegou Schrödinger com Lawliet, e elas começaram a arrumar suas coisas para seguir viagem.

Estava tudo ocorrendo tediosamente bem. E então, Alyss ouviu um ruído. Por um momento, ela achou que tivesse sido sua imaginação, já que não conseguiu identificar. Mas, quando olhou para Lawliet, ela estava com uma postura estranha, de um modo ereto, olhando para os lados, como que para identificar de onde viera o ruído.

E então, uma enorme forma se ergueu diante de Alyss.

O Pokémon que se revelou a frente de Alyss era grande, muito maior que a própria garota. Tinha uma cabeça cilíndrica acinzentada, com um único olho, tomando a maior parte de sua cabeça. Era assustador. A íris era amarela, e a pupila, vermelho brilhante, no meio de uma escuridão assustadora que era o resto de seu olho, dando-lhe o aspecto de um fantasma. Acima do olho, havia uma única listra amarela, formando um circulo ao redor da cabeça. Logo acima, uma espécie de antena cor de bronze, grossa, porém não muito longa, se erguia para cima, e no topo, havia uma espécie de disco achatado se juntando a ela. A partir da base de seu pescoço, cercando a cabeça, seis espécies de um pano grosso se erguiam, semelhante a uma gola virada para cima. Braços bem desenvolvidos ficavam ao redor do corpo, com duas listras amarelas idênticas aquela que ficava acima de seu único olho, perto das mãos igualmente acinzentadas. Seu corpo era como um balão cinza escuro inflado, com uma única listra amarela contornando-o, formando um ziguezague voltado para cima. Logo acima dela, duas marcas também amarelas, semelhantes a um par de olhos estavam ali, fazendo parecer um rosto sem nariz. Não tinha pés, ao invés disso, uma cauda tomava o lugar, fazendo curvas até terminar numa ponta fina.

Um Dusknoir encarou Alyss, e a menina, confusa, olhou parta ele de volta.

Um Dusknoir? - Perguntou Lawliet. - O que um Pokémon desses está fazendo aqui?

Sei lá. - Respondeu Alyss, mas essa pergunta também estava em sua cabeça. Segurou Schrödinger com mais força, porém não muita para não lhe causar incômodos. Uma sensação ruim se formou dentro dela, como que pressentindo que um Dusknoir naquela floresta não era nada bom.

Por poucos momentos, o Pokémon a encarou, e sem aviso prévio, seu punho ficou totalmente negro, incluindo boa parte do antebraço, e avançou contra Alyss. A menina gritou, e rapidamente correu em direção a Lawliet, desviando-se do ataque. Schrödinger também gritou, e escondeu o rosto em Alyss, agarrando sua blusa com as garras, arranhando sua pele também. O que estava acontecendo? Porque aquele Pokémon a atacara? Mal tivera tempo para se fazer essas perguntas, e o enorme Pokémon fantasma já avançou novamente, com o punho negro cortando o ar rapidamente, como se quisesse tornar todo o lugar que passava da mesma negridão que era o seu ataque. Atrás dela, a garota de cabelos azuis também pôde ouvir Lawliet gritar.

Os reflexos de Alyss foram mais rápidos, e mais uma vez, ela se desviou a tempo, resultando no Pokémon socar com força uma árvore perto dela, cortando o vapor branco de sua respiração que estivera ali a pouco tempo. O som foi terrível. A árvore se balançou violentamente, como se quisesse cair a qualquer momento, mas isso não aconteceu. Em compensação, várias folhas caíram na grama e em cima do Dusknoir. Aquilo assustou a garota. Não seria nada bom receber um Shadow Punch daqueles.

Alysse! - Chamou Lawliet, com uma Pokéball na mão.

Assim que ouviu a voz dela, o Pokémon fantasma avançou contra a garota também, ainda usando o Shadow Punch. A menina precisou correr para se desviar e evitar ter o mesmo fim que a árvore. Assim que estava fora do alcance do Pokémon, liberou o Pokémon dentro da Pokeball em sua mão, que se colocou a frente de Dusknoir. Por um momento, o brilho que revelava o Pokémon ofuscou a visão do Pokémon fantasma, fazendo-o colocar um braço na frente de seu único olho, a fim de protegê-lo. O brilho durou um pouco mais, revelando uma forma realmente grande, ainda maior do que o fantasma.

Maiko se ergueu nas patas traseiras, se colocando de pé. Isso a fazia parecer ainda maior do que era. Ou talvez não fosse só impressão, e sua altura passasse mesmo dos dois metros. Seu corpo todo era azul, variando de cores, e tinha uma forma meio humanóide. Braços longos ao lado do corpo, da cor azul céu, e as mãos eram negras, com garras de um tamanho razoável, quase como uma menina que gostava de deixar as unhas crescerem. Em seus braços, o que pareciam ser ossos, ou um material semelhante, formavam uma estranha forma no lado superior de seu antebraço, como a parte superior da letra Y, porém bem mais pontudo.

Seu rosto, meio parecido com o de uma lontra, também era azul, com exceção das orelhas arredondadas, bem mais escuro. O focinho não era nem tão curto e nem tão longo, parecendo perfeito para uma Samurott daquela altura. O que mudava um pouco o padrão de cores era o nariz, marrom escuro, e os olhos de um verde jade num tom bem mais vivo que i natural, com grandes ílios, ou pelo menos era o que parecia, devido a seu tamanho. Seu olhar era uma mistura e tédio com seriedade, porém o primeiro fator era quase imperceptível, como se Maiko estivesse concentrada no que estava por vir. Acima das pálpebras, uma pequena marca roxa podia passar facilmente despercebida, de tão bem escondida que estava.

Ainda em sua cabeça, o que parecia ser uma espécie de capacete amarelo cobria boa parte da cabeça. Pegava uma parte do focinho, e então subia em direção aos olhos, fazendo uma curva de cada lado, formando um semicírculo acima dos olhos, fornecendo espaço mais que o suficiente para eles. Exatamente no centro da testa, um longo chifre se erguia, com duas ramificações com uma pequena diferença de distância, formando mais duas pontas, com exceção da principal. O capacete continuava para trás, cobrindo uma parte de seus cabelos brancos lisos, que caiam sobre os ombros e as costas em grandes quantidades. As pontas dos fios eram azul escuro, da mesma cor que suas orelhas.

Quebrando o padrão de tons novamente, a partir de mais ou menos um palmo acima dos seios, começava um tom ainda mais claro que o principal. Um sarashi cobria seus seios, que era uma espécie de blusa em faixas, sem alças e extremamente curto. O tom mais claro de azul era coberto pelo sarashi, mas continuava, e só terminava na ponta de sua cauda, que permanecia constantemente abaixada, devido a saia azul escura que usava. A cauda era parecida com o de uma lontra, muito maior, e com o que parecia ser a ponta de uma flecha no final, do mesmo material que era feito o capacete. Ainda em seu peito, um par de alças entrelaçadas formavam um X no centro de seu sarashi, fazendo seu caminho até as costas, onde estavam presas as bainhas de suas Seashels, também entrelaçadas, formando um X.

Pernas longas a mantinham de pé, negras do calcanhar até as patas, sustentando todo o seu peso.

Por um momento, tanto Alyss quanto o Dusknoir pareceram surpresos ao ver a enorme Samurott encarando-o. Provavelmente Lawliet tinha pegado a primeira Pokeball que havia visto ao seu alcance, e liberara o Pokémon dentro dela para protegê-las do enorme fantasma, que, sem motivo aparente, estava atacando as duas, e por tabela, Schrödinger.

Sem dizer uma única palavra, o Pokémon avançou rapidamente contra Maiko, fechando seus dedos num punho, que rapidamente se eletrificou, ficando brilhante e jogando faíscas para todos os lados. Rapidamente, Maiko saltou para o lado, muito mais alto do que seu tamanho parecia permitir, permanecendo poucos segundos no ar. Esses segundos foram o suficiente para que o enorme Pokémon fizesse seu próximo movimento.

Rapidamente, a sombra de Dusknoir escureceu até ficar totalmente negra, e então se aproximou rapidamente da de Maiko, se estendendo até encostar em sua sombra. Rapidamente, a sombra da Samurott ficou totalmente negra também, e como se algo invisível a puxasse para o chão, ela caiu com força na grama, fazendo um som estrondoso, se igualando ao da arvore que fora socada há poucos minutos atrás. Enquanto a Pokémon estava no chão, o Dusknoir se virou mais uma vez para a garota que estava mais próxima dele. Alyss ofegou, recuando alguns passos. Suas mãos praticamente abraçavam Schrödinger, como se tentasse escondê-lo para proteger o gatinho roxo da nova ameaça que se erguia diante dela.

Não! - Gritou Maiko, lutando para se levantar. Sua sombra ainda estava escura, e conectada a do Pokémon fantasma. Parecia estar fazendo um esforço enorme para se levantar, o que mostrava que o Pokémon era muito mais forte do que as garotas pensavam. Não!

No exato momento em que o Pokémon fantasma deixou seu braço negro como um céu sem estrelas, Maiko se levantou, e como se algo invisível cortasse a sombra que conectava a dela com a de Dusknoir, sua própria sombra voltou para a Samurott, voltando à cor e ao tamanho normal permitido pela Pokémon. Parecendo furiosa, Maiko colocou uma das mãos para trás, e puxou uma de suas espadas para fora da bainha. Assim que esta saiu, brilhou numa luz azul e aumentou de tamanho, porém não era muito grande. Logo, ela avançou contra o Dusknoir, erguendo a espada acima da cabeça.

Rapidamente, Dusknoir juntou suas mãos e uma esfera estranha se formou, pequena. Brilhava em várias cores diferentes, e fazia isso rapidamente, deixando a pessoa meio que hipnotizada para ver qual será sua cor original ou qual seria a próxima cor. Lançou a esfera contra Maiko, e ela fez seu caminho até a Samurott. A Pokémon parou de correr, freando no meio do caminho para observar a esfera coloria que chamara sua atenção. Ela ziguezagueou até a Pokémon, e fez várias voltas bizarras até finalmente parar na frente dela, e desaparecer no ar, como se nunca houvesse existido. Maiko piscou, e assim que abriu os olhos mais uma vez, o mundo a sua volta estava... Estranho.

Sua visão estava embaçada, e as coisas pareciam duplicadas. Tudo estava se mexendo para os lados, como se ela virasse a cabeça constantemente com os olhos abertos, para que sua visão tivesse aquele efeito, mas Maiko tinha certeza de que estava parada. A sua frente, o Dusknoir pareceu sorrir com os olhos. Ela virou a cabeça em direção a sua treinadora, que parecia assustada, encolhida num canto perto de Lawliet. Por um momento, Maiko ficou feliz em rever a amiga, tanto dela quanto de sua treinadora, porém não havia tempo para aquilo agora. Tinha que raciocinar. Tinha que proteger Alyss, e também aquele Purrloin em seus braços.

Seu mundo estava confuso, então, se ela tentasse algum ataque de longo alcance, podia ser perigoso para Alyss e Lawliet. Se tentasse um ataque direto, também poderia ser perigoso, e Maiko não queria acertá-las por acidente. Por fim, a Pokémon guardou sua espada de volta na bainha, e correu do melhor modo que pôde até as garotas, e se colocou na frente delas, meio cambaleante. O Dusknoir deixou que ela fizesse isso, e a observou, ainda parecendo ter um sorriso cínico no rosto, por mais que não parecesse ter uma boca. A pupila vermelha dentro de seu olho parecia brilhar ainda mais, e Maiko não teve certeza se aquilo era efeito do Confuse Ray ou dele mesmo.

Ela se firmou no chão, e colocou os braços juntos a sua frente, dobrados, de modo que os estranhos ossos em forma de Y que cobriam seu antebraço ficassem a frente do corpo, protegendo-a de um ataque do Dusknoir. Este, por sua vez, fechou o punho direito, e este rapidamente se eletrificou, tornando-se brilhante. Maiko hesitou, nervosa. Receber aquele ataque diretamente seria muito prejudicial a ela, e devido a força do Pokémon e seu estado, ela não tinha certeza se conseguiria agüentar por muito tempo. Não tinha tanta escolha. Havia uma grande chance de errar o ataque, e aquilo daria oportunidade ao Dusknoir para que ele avançasse contra as meninas.

Maiko fechou os olhos, e apertou os braços um pouco mais juntos, tentando da melhor forma possível proteger as garotas e o Purrloin atrás dela. Sua cauda estava perto de Alyss, e ela podia sentir o frio que o vapor branco de sua respiração causava. Rapidamente, o Pokémon fantasma avançou contra a Samurott, e ela fechou os olhos, esperando.

Esperou por um, dois... Três segundos.

E então, uma voz cortou os sons, e logo outras se juntaram a ela, dando ordens especificas.

Maiko abriu os olhos mais uma vez, e mesmo com a visão ainda instável, pôde ver atrás do Dusknoir uma coluna de chamas douradas, e um par de outra coluna de chamas laranja se juntando a ela, fazendo parecer que seu núcleo era dourado, e então fazendo seu caminho até o Dusknoir. Atrás dela, as garotas gritaram, e Maiko pôde sentir o calor das chamas muito perto dela, muito maior do que ela imaginara que seria. As chamas cobriram o Dusknoir, fazendo o Pokémon gritar de uma maneira muito estranha, mais parecida com um ruído estranho do que com um grito de um Dusknoir. Rapidamente, do melhor jeito que pôde, o fantasma flutuou rapidamente para dentro da floresta, sumindo no meio da mata. As chamas se esvaíram a tempo de não acertarem a Samurott.

Hesitante, a Pokémon afastou os braços, e piscou. Logo, sua visão voltou ao normal, e começou o inicio de uma leve dor de cabeça, mas ela ignorou. A sua frente, três pequenos Pokémons ofegantes olharam de volta para a Samurott, parecendo surpresos. Um deles, que mais chamou a atenção de Maiko, foi o Charmander dourado, diferente dos outros Charmanders. A esquerda dele havia um Growlithe, e a direita, um Chimchar. Atrás deles, dois garotos mais novos e uma mais velha se encontrava. A mais velha tinha cabelos vermelhos, e o menino no centro também, porém mais escuros e mais curtos. Por fim, o último menino, que parecia ser o mais novo de todos, tinha cabelo castanhos, e olhos também castanhos, porém quase pretos, e um ar meio assustado, porém determinado.

Maiko continuou ali, se recusando a deixar as meninas desprotegidas. Não conhecia aquelas pessoas, e mesmo tendo espantado o Dusknoir, não confiava neles.

Quem são vocês? - rosnou ela, mesmo que suspeitasse que não pudessem entender sua fala.

Logo, mais crianças surgiram. Duas garotas, uma mais velha, e a outra, mais nova, e um menino novo de cabelos loiros. O garoto de cabelos vermelhos se aproximou, mas a outra garota, que tinha cabelos negros com mechas azuis e um rosto pálido, segurou seu braço.

Altaris, o que pensa que vai fazer? - Perguntou ela, fazendo uma careta. A garota havia sussurrado, mas os ouvidos de Maiko podiam ouvir melhor que os humanos, então ela ouviu perfeitamente. Eles não podem descobrir o seu segredo!

Está tudo bem, Alyss. - Respondeu Altaris, deixando a Samurott confusa. Outra Alyss? Depois, o menino se virou para Maiko, e deu alguns passos para frente. A Pokémon rosnou, num aviso para ele não se aproximar muito. - Eu sou o Altaris. E esses são os meus amigos. E quem é você?

Ela piscou, confusa, mas logo descartou a hipótese dele ter entendido-a.

Está tudo bem... Continuou Altaris. - Eu entendo você.

Os outros olharam para ele, parecendo confusos, e muito surpresos. Quem mais parecia surpreso era o menino novo, de cabelos castanhos, e olhos tão negros que podiam ser confundido com o preto.

Maiko. Alyss disse, atrás dela, alto e em bom som. Acho que eu sei quem são essas pessoas.

Sabe...? - A Pokémon se virou para a treinadora, e abaixou a cabeça para olhar melhor pra ela.

Alyss parecia assustada, e tremia levemente, mas não parecia ser de frio. O vapor branco de sua respiração parecia um pouco mais branco que o normal, e demorava um pouco para sumir, e dar lugar a nova respiração, mesmo que não estivesse frio o suficiente para isso acontecer. O gatinho, prendendo suas garras na blusa e Alyss parecia muito mais assustada do que ela, apertando o rosto contra seu corpo. Ele também tremia, e para confortá-lo, Alyss o acariciava levemente, com as mãos trêmulas, lentamente se estabilizando. Lawliet abraçava os próprios braços, olhando para o chão. Não tinha expressão alguma, o que tornava difícil dizer como ela estava.

Sim. - Ela assentiu, acariciando Schrödinger. Deixe-me falar com eles.

Obedecendo, a Pokémon abriu caminho para que as passassem, e Alyss, respirou fundo parando subitamente de tremer, andou um pouco a frente, encarando Altaris. Lawliet a seguiu, tirando os braços em volta de seu próprio corpo, e também se estabilizando. Maiko apenas ficou acima delas, observando, atenta a qualquer movimento brusco vindo do garoto. Este, parecia surpreso em ver a garota de cabelos azuis novamente.

Você não é aquela de antes? - Perguntou ele, confuso. A de Snowbele?

Uhm... Sim. - Respondeu Alyss, hesitante. As outras crianças que salvara, e os Pokémons, encaravam-na, surpresos com a situação.

Ambas hesitaram ao olhar para o garoto. Se o que ele havia dito era verdade, então, tinham encontrado quem estavam procurando por puro acaso. Se bem que, os acasos estavam ocorrendo tão frequentemente que tudo aquilo estava se tornando muito estranho. Mas uma coisa, as duas estavam certas.

Eles também podiam entender os Pokémons. Depois de tanto tempo, elas haviam encontrado as pessoas que estavam procurando.

Alyss e Lawliet não eram mais as únicas.


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam? Acho que não tenho mais nada pra falar... Quanto ao chapter 15, em andamento, está beeem difícil de escrever, e acho que sabem porque qq Não tenho certeza se eu vou entregar na data certa, mas... Ainda tenho muita coisa a apresentar pra vocês, como esses dois... Uma fic sem uma dupla de Rockets não é uma fic u_u
Oh sim, os moves que o Dusknoir usou foram: Thunder Punch, Shadow Sneak, Confuse Ray e se não me engano, Shadow Punch...
Espero que as travessões não tenham sumido de novo e.e'