Pokémon Fantasy escrita por Lawliette


Capítulo 12
Capítulo 11: Amber tem... Fadas!?


Notas iniciais do capítulo

Ooh eu demorei pra postar. Agradeçam a Alysse por ter me obrigado a postar hoje, ou minha criatividade não teria ajudado... Geez, eu simplesmente não consigo acreditar que eu consegui chegar até aqui. Tanta coisa... Ah,, falando nisso, gostaram da nova sinopse? Eu estava querendo arrumar isso faz tempo. Finalmente está como eu queria ~
Oh well, boa leitura, fantasmas, esperam que gostem tanto como eu gostei. desde já, desculpem pelos erros, não deu tempo de revisar...



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Naquela noite, Larysse sonhou mais uma vez. Era como se fosse uma espectadora enxergando uma cena de seu próprio ponto de vista, mas dessa vez não era do alto, e sim do chão, de algum lugar perto. Era um porto, e como no último sonho que teve, estava de noite. Várias pessoas desciam de um enorme navio, tantas que era quase impossível de se contar. Todas pareciam apressadas em sair de lá rapidamente, o que acabou formando um congestionamento na escada para descer até o porto. Atrás do navio, o mar se estendia, e mesmo nunca tendo o visto de verdade, se surpreendeu com sua imensidão.

Larysse resmungou, entediada de ver as pessoas saindo do navio. Sua mente não poderia ter criado um sonho mais interessante, como por exemplo, ela estar voando por cima do mar? Isso sim era coisa de sonho.

De repente, sua divagação mental foi interrompida, e a atenção de Larysse foi puxada a força por... Alguma coisa. Não, alguma coisa não, uma pessoa. Uma garota, bem mais velha que ela, mas, de alguma forma, meio estranha para Larysse. Ela estava ainda no navio, afastada da multidão que saia rapidamente. Seus cabelos eram azuis, longos, lisos e meio ondulados, e na opinião de Larysse, muito bonitos, embora fossem estranhos. A garota tinha uma expressão distante, mas parecia ansiosa e imersa em pensamentos.

Assim que a multidão diminuiu, a garota de cabelos azuis desceu do navio, e Larysse pôde vê-la melhor. Interessada, se aproximou dela, mas a garota não teve reação alguma, quase como se ninguém pudesse ver que Larysse estava ali, apenas observando. O estilo de roupa dela não era tão estranho quanto à cor incomum dos cabelos. Vestia uma blusa preta sem nenhuma estampa, uma calça jeans, complementado por um par de tênis da marca All Star, totalmente brancos, como se fossem novos ou tivesse sido lavado muitas vezes até ficar naquela cor. Não parecia ser muito mais velha do que Larysse, como ela havia pensado quando a vira no navio. Provavelmente era da idade de Clair, o que seria em torno dos quinze anos.

Era uma garota realmente estranha, pelo menos pelos padrões de Larysse. Não era todo dia que via uma garota de cabelos azuis andando por aí, ainda mais num porto. Larysse bufou, e resmungou alguma coisa. Porque aquela garota havia pegado sua atenção? E porque aquele sonho estava sendo tão estranho? Ela não costumava ter sonhos daquele tipo. Além disso, nunca havia visto uma pessoa igual àquela garota antes. E sabia muito bem que o cérebro simplesmente não criava rostos do nada, a não ser que estes fossem criados por ela própria quando estivesse totalmente consciente. Todos os rostos que estava observando ali eram de pessoas que já tinha visto na infância, mas não se lembrava... Certo?

Suspirou, ainda olhando para a menina. Depois, franziu o cenho, confusa. Os olhos dela eram ainda mais incomuns que a cor do cabelo. Era na cor roxo, e estranhamente, parecia brilhar, assim como os de Altaris pareciam de vez em quando. Mas não era um roxo qualquer, e sim um roxo mais vivo, muito mais bonito do que muitos nos que ela havia visto.

E de repente, a garota olhou diretamente para Larysse, como se sentisse que ela estava observando, e olhou bem dentro de seus olhos.

Um estranho medo percorreu a menina, fazendo os pêlos de sua nuca se arrepiarem. Tinha uma sensação estranha sobre ela, como se... Larysse nem o menos conseguia explicar. Era tão confuso. Mas aquilo era um sonho, certo? Aquela garota não podia estar olhando diretamente para seus olhos, e sim para alguma coisa na direção dela, não é? Podia ser uma coincidência.

Subitamente, sua visão ficou embaçada, e Larysse foi afastada do sonho, como se estivesse sendo puxada para si mesma novamente. Lentamente, foi caindo para o seu subconsciente, no estado estranho que era o sono, e não podia fazer nada para impedir aquilo, por mais que quisesse continuar ali e ver como o sonho terminaria.

A última coisa que viu foram os olhos roxos da garota, lhe encarando profundamente.

Como se soubesse que ela estava ali. e que aquilo não era só um simples sonho.

***

Satoru estava com dor de cabeça, e não conseguia dormir, pensando no que havia acontecido mais cedo. Não no treinamento, em que tivera um pouquinho de dificuldade em ensinar um movimento novo ao seu Growlithe. Acabou por explicar para ele o movimento Dig, que fazia exatamente o que nome dizia: cavar. Seria útil para fugir de ataques ou algo assim, mesmo que ele não tivesse aperfeiçoado o ataque ainda. Ao menos, os treinos estavam se mostrando extremamente úteis, e Growlithe se mostrava cada vez mais forte.

Satoru não podia dizer o mesmo de Shinx, ou melhor, de Typhon. O lobinho ainda estava com dificuldades para treinar, não porque não estava bem fisicamente, e sim por não saber o que fazer, como fazer, e não ter a experiência. Parecia que era extremamente difícil para o pequeno tentar usar movimentos elétricos, então ele se contentou em usar movimentos que não envolviam eletrificar o corpo. Provavelmente seria mais difícil de treiná-lo, mas não totalmente impossível. Ou pelo menos era isso que o menino esperava.

Tudo aquilo estava sendo frustrante, e mostrava a ele que ser um treinador era muito mais difícil do que pensara. Antes de realmente ser um treinador, o menino se imaginava vencendo batalhas, m toda a glória que receberia, viajar pelo mundo... Mas era difícil andar por aí a pé por muito tempo, e ainda mais treinar Pokémons, ainda mais sendo novato como ele era. Não queria admitir, mas, se não fosse por Altaris, não teria a menor ideia do que fazer para começar um treinamento.

Mas até mesmo era bom aquilo, ter algo para poder se distrair. Desde o incidente no banheiro, Satoru estava nervoso, e procurava o tempo todo se distrair com alguma coisa, qualquer coisa, até mesmo se concentrar em girar os dedos, ou encarar por muito tempo qualquer coisa, estudando-a de todas as maneiras possíveis.

Tudo porque não queria pensar. Ficou desse modo quando foi dormir também. Sua mente estava tão sobrecarregada que foi difícil o garoto conseguir dormir, mas finalmente, depois de se virar na cama, conseguiu dormir, embora estivesse cheio de pesadelos mais uma vez. Naquela manhã, Larysse o acordou, resmungando algo sobre ele não a deixar dormir com os seus “malditos resmungos irritantes”. Depois que o menino se levantou, Larysse começou a incomodá-lo com algo sobre as atrações de Jubilife e como pediria a Clair para poderem ir ver logo. O menino suspirou, cansado, e apenas concordou para não ter que dizer alguma coisa.

Continuaram no quarto assistindo desenhos por insistência de Larysse, até que Clair os chamou para irem tomar o café da manhã não muito tempo depois. Desde o primeiro momento em que Clair apareceu para chamá-los, Larysse começou a incomodá-la e falar repetidamente de todas as coisas que Jubilife tinha, e como gostaria de poder ir ver as atrações da cidade. Acabou que Clair resolveu sair para que Larysse ficasse calada, e foram para a cidade com um mapa mais detalhado de Jubilife que a enfermeira Joy lhes entregou. A primeira coisa que encontraram, totalmente por acaso, foi uma enorme construção que parecia ocupar quase uma rua inteira.

Era um prédio largo na cor rosa claro, com vidros espelhados por todos os lados, que com algum tipo de iluminação interna ou externa, brilhava em diferentes tons de rosa e até mesmo roxo por todos os lados, dando um efeito de luzes incrível. A fachada era um grande painel luminoso, que no momento, estava desligado, com uma Pokeball envolta em um desenho de um trovão negro, e ao seu redor as cores roxo e preto o decoravam. As portas eram automáticas, e por todos os lados no que seria o jardim do terreno, diversas flores e plantas de diversas espécies ocupavam, deixando ainda mais bonito do que já era. Satoru pôde ver um pé de Fruta Oran e outro de Fruta Pecha, ajudando a dar mais beleza ao prédio. A frente do prédio, na calçada, em letras grandes, estava escrito: “Seja bem Bem-vindo ao Ginásio de Jubilife, o mais novo Ginásio da cidade. Entre e conheça o líder, leve para casa a insígnia e participe da Liga Pokémon!”

Isso era tudo o que estava escrito. Nenhuma informação de quem era o Líder ou qual era sua especialidade foram informadas, tudo o que dizia era o texto que o grupo havia acabado de ler,

– Uau! – Exclamou Khurtnney. – Isso é um ginásio? É tão bonito.

Larysse não respondeu. Apenas fitava o enorme prédio com um olhar vidrado, como se estivesse vendo através dele. Clair olhou e assobiou, surpresa tanto quanto o tamanho quanto com a beleza do ginásio.

Por um momento, Satoru se esqueceu de tudo o que estava pensando, e tudo o que via era o lindo Ginásio da cidade de Jubilife. As cores e o que ele oferecia o chamavam, pedindo para que ele fosse o próximo, ou talvez o primeiro a desafiar o líder e levar para si a insígnia. O menino não estava interessado em olhar as outras atrações de Jubilife. Se virou para Clair, com um olhar e uma expressão determinada, e disse:

– Clair, eu vou desafiar o líder desse ginásio! – Afirmou ele.

– Agora? – Perguntou a mais velha, e o menino assentiu. Clair ergueu as sobrancelhas, surpresa. – Não, agora não, ainda não estamos preparados e nem vimos a cidade direito...

– Mas eu vou desafiar o líder agora! – Afirmou Satoru, determinado. – Por favor!

– Acho melhor não, Satoru...

– Mas Clair! Eu estou preparado! Eu posso vencer o líder.

– E como você... – Ela suspirou, frustrada. – Tudo bem, vamos então. Mas não diga que eu não avisei!

– Sério? – Ele abriu um grande sorriso. – Obrigado, Clair!

Ele não esperou pela menina. Simplesmente se virou e foi na frente de Clair, com Growlithe o seguindo, também animado e excitado ao mesmo tempo. Assim que se aproximou das portas, elas automaticamente se abriram, e ficaram abertas até que Clair passasse correndo atrás dele, pedindo para que esperasse. Apenas Larysse e Khurtnney ficaram para trás. A menina ainda encarava fixamente a fachada do Ginásio, escura no momento, mas que devia ser muito bonita à noite.

– Ei, Lary! – Chamou Khurtnney, passando uma pata com manchinhas negras na frente dela. – Você não vai entrar com eles?

Atraída pelo som da voz de sua Pokémon em seu ombro, Larysse piscou, e olhou para ela. Depois, assentiu, murmurando um sim, e correu atrás dos dois.

Por dentro, o ginásio era ainda mais bonito do que por fora. Era branco, a não ser a parede, com azulejos brilhosos cor de rosa, de diferentes tons, desde o mais claro até o mais escuro, beirando o roxo, todos colocados em ordem aleatória. O piso era branco, tão polido que dava para ver o próprio reflexo nele, embaçado, mas dava para ver. Vários lustres estavam no teto, no momento, desligados, mas que provavelmente iriam ser uma fonte de luz muito boa ao cair da noite.

Satoru e Clair estavam no que parecia ser uma recepção, onde conversavam com uma mulher simpática, que pediu um momento por meio de um gesto e pegou um telefone. Larysse chegou mais perto, a tempo de ouvir as últimas palavras da atendente:

– ...Temos aqui um treinador que gostaria de te desafiar, senhorita!

– Senhorita? - Perguntou Growlithe, tentando saltar para o balcão da atendente e poder vê-la melhor. – Que senhorita, moça?

– Quieto Growlithe. – Pediu Clair, mas ele não obedeceu.

Satoru lhe entregou seu Trainer Card, e depois de alguns momentos digitando algo num computador, e por ultimo, colocando-o numa máquina de cartão de crédito, com a única diferença que tinha as cores de uma Pokeball e a entrada para o cartão tinha o formato certo para um Trainer Card,o devolveu, e então, disse:

– Peço que o desafiante siga por aquele corredor. – A moça apontou com o dedo, revelando uma linda aliança no dedo anelar. – Continue seguindo até o final do corredor, e depois vire à direita e entre na primeira porta a sua direita. E vocês dois, venham comigo, que vou levá-los num lugar para que possam assistir a batalha.

Larysse hesitou por um momento, mas acabou seguindo a mulher. Khurtnney se despediu de Growlithe, e depois se arrumou no ombro de sua treinadora. O menino seguiu a direção que a mulher apontara, com a determinação e confiança que sentira crescendo ainda mais. Ainda não fora informado que tipo de Pokémon o líder usava, nem qual era o seu nome. Simplesmente havia dito que queria desafiar o líder desse ginásio, e a atendente o registrou rapidamente.

Mesmo focado naquela sensação, não deixou de admirar o prédio e sua decoração. Quando chegou ao corredor que a mulher apontara, seu queixo caiu. O corredor era enorme, e tinha milhares de portas com as mesmas cores dos azulejos que cobriam a parede, e cada uma com uma plaquinha mostrando o que era. Satoru bufou, e apertou o passo, dando passos largos e rápidos para poder chegar logo ao final do corredor.

Depois de cinco minutos de caminhada desse modo, ele finalmente pôde ver o fim, e começou a correr em sua direção. No fim, havia uma enorme porta de madeira decorada com puxadores em forma de argola, Omo aquelas portas antigas de filmes de terror, embora aquela não fosse nada assustadora, e ele duvidava que o cenário de um filme de terror poderia ser um prédio rosa e roxo, ainda mais brilhante e cheio de plantas.

Virou no corredor indicado, e por um momento, observou-o, se estendendo até onde seus olhos podiam alcançar. Finalmente, respirou fundo, com um Growlithe ofegante o seu lado, fechou os olhos, e abriu a porta

E se deparou com uma arena enorme.

Sim, enorme. Muito, muito grande, porém sem arquibancadas ou algo que pudesse existir uma platéia ou algum espectador. No lugar, era apenas uma parede de concreto pintada de rosa, com uma listra roxa escura o contornando por inteiro. A arena era determinada por linhas brancas num chão de terra, sem nenhum tipo de obstáculo outra coisa que enfeitasse. Apenas um enorme quadrado que denominava onde o treinador e o desafiante deveriam ficar. Aquele parecia ser o lugar mais simples de todos. Ali, o teto era maior e mais alto do que nos outros cômodos, e não havia um lustre para enfeitar, e sim grandes postes nas laterais que poderiam iluminar a arena, mas não estavam acesos, já que não havia necessidade.

No meio da arena, havia um homem jovem com bandeiras nas mãos, uma verde e uma vermelha, vestido como um juiz. Ao seu lado, havia uma menina não muito mais velha do que Satoru, provavelmente um ou dois anos mais velha do que Clair, mas também não muito mais alta do que ele. Os cabelos dela iam até o ombro, na cor rosa. Usava um vestido da mesma cor, com detalhes em renda branca. Seus olhos eram verdes, e possuía um cinto por cima do vestido cheio de Pokéballs, e uma bolsa preta presa a este, combinando com a sua roupa. A menina era encantadora, com uma pele pálida, um nariz longo e reto, sobrancelha feitas, em perfeita aparência, mas não tinha muitas curvas. Isso não a tornava menos bonita.

Ela olhou para Satoru com o Growlithe do lado, e acenou, levantando o braço e gritando.

– Ei, senhor desafiante! Pode vir aqui, por favor?

Prontamente, Satoru obedeceu, e Growlithe o seguiu.

– Que menina estranha. – Comentou o cachorro de fogo.

O menino ignorou. Enquanto cruzava a distancia que o separava da menina e do juiz, se perguntou por onde Larysse e Clair estariam assistindo-o, já que a mulher que o atendera no saguão do Ginásio havia lhe dito que lhes mostraria um lugar onde pudessem assistir a batalha. Por fim, parou na frente da menina de rosa e do juiz, que lhe lançou um sorriso tímido, e um aceno de cabeça.

– Bem-vindo desafiante! – Disse a garota, sorrindo. – Qual o seu nome?

– Uh... – Satoru hesitou, se sentindo tímido por um momento. – Eu sou o Satoru, e vim desfiar o líder desse ginásio.

– Que bom que alguém apareceu! – Ela abriu ainda mais o sorriso. – Sério, eu já estava ficando cansada dessa monotonia. Abri um ginásio novo e ninguém aparece! Provavelmente estão com medo da última aparição do Cavaleiro por aqui.

De repente, o medo se apossou de Satoru, e ele olhou para os lados, esperando encontrar alguém ou alguma coisa lhe observando. Growlithe fez o mesmo, mais confuso do que com medo.

– O Cavaleiro? – Perguntou ele. – Você quer dizer o Cavaleiro do Manto Negro?

– É, esse mesmo. – Continuou ela, dando de ombros. – Mas isso não importa agora, já que temos um desafiante. A propósito, eu sou a Amber, a líder desse ginásio.

Satoru ergueu as sobrancelhas, surpreso, e olhou mais uma vez para Amber. Ela parecia ser tão jovem, e tão delicada para ser uma líder de ginásio. Se não tivessem dito ao menino, ele com certeza não saberia que ela era a líder, e diria que era uma funcionária ou algo do tipo.

– Está surpreso, não é? – Perguntou Amber, com um sorriso travesso. – É, todo mundo fica. Ninguém acredita que eu sou a líder desse ginásio até que me vêem batalha. – Amber deu de ombros. – Como você é o primeiro a vir me desafiar desde que o ginásio foi aberto, vou te contar no que eu sou especializada.

O menino parou, e olhou para ela, assim como o Growlithe, balançando a cauda. Amber parou por um momento, tirou uma Pokeball de seu cinto, e a jogou para cima. No alto, a Pokeball inchou até o seu tamanho normal e se abriu, e por um momento, o brilho branco ofuscou a visão de Satoru, e ele se afastou alguns passos, bem no exato momento em que o brilho caia no chão e revelava a forma de um Pokémon. Satoru esperou para que o brilho se esvaísse e ouvisse o ruído de Amber pegando a Pokeball de volta para poder abrir os olhos.

Ali, na sua frente, um Pokémon não muito maior do que Growlithe estava no chão, à frente dele. Era um cão. Um buldogue, mais precisamente. O seu corpo todo era rosa, e ele tinha patas pequenas. Na ponta de suas orelhas, uma listra preta manchava cada uma delas. Em seu pescoço havia uma estranha mancha e forma de colar azul, meio ondulado na parte inferior. Em seu corpo, algumas pintinhas azuis um pouco maiores do que o normal fazia um caminho ali, colocado em vários lugares aleatórios. Acima dos pés, os pêlos eram colocados de tal forma que parecessem um vestido, acima dos pezinhos cor de creme do cãozinho.

Growlithe olhou para o Pokémon a frente dele, estudando-o, como se desse modo, pudesse encontrar todas as suas fraquezas. Satoru levantou uma sobrancelha para a expressão do cãozinho, depois pegou sua Pokédex e apontou para o pequeno buldogue.

Snubull, o Pokémon Fada

Nativo da região de Johto

Pokémons menores fogem de medo pelo seu rosto. Mesmo que pareça assustador, é um Pokémon gentil e afetuoso, além de muito popular entre as mulheres.

– Snubull, huh? – Murmurou Growlithe, ainda encarando o pequeno cão.

– Fada...? – O menino franziu o cenho, confuso.

– Isso mesmo. – Disse a líder de ginásio, guardando a Pokeball vazia do buldogue rosa em seu cinto. – Eu sou especializada em dois tipos, o tipo Fada, e o tipo Normal. Então, Satoru, a sua primeira batalha será com meu Snubull, Caso tenha algum outro Pokémon, você também batalhará com outro de meus Pokémons, e se conseguir, irá levar para casa a insígnia de fada! Não é legal? ~

Satoru franziu o cenho, mas assentiu. Amber era apressada. Mas ele nunca havia visto um Pokémon do tipo fada, e sim havia ouvido falar. Era um tipo de Pokémon que fora descoberto há algum tempo, nativo de uma região distante dali, a região de Kalos. Nem mesmo sabia se aquele tipo de Pokémon podia existir em Sinnoh. Se pegou perguntando que tipo de ataques um pokémon do tipo fada teria, e quais seriam os tipos que teriam vantagem contra um Pokémon daquele tipo. Sabia que um Pokémon lutador daria conta de um tipo normal, mas não tinha nenhum desses em seu time, então, preferiu arriscar, e assentiu. O juiz se postou a frente dos dois.

– Então, essa batalha será de dois contra dois. Se o desafiante for vitorioso, ele leva a Insígnia das fadas. De acordo?

– Sim... – Murmurou Satoru, desviando o rosto. Amber assentiu, co um sorriso gentil no rosto.

– Então, vão para os seus lugares.

Satoru obedeceu, dando passos largos em direção ao quadrado no chão onde seria o seu lugar. Amber fez o mesmo, correndo para o seu luar, com Snubull o seguindo. Growlithe se postou na frente de seu treinador, esperando que a batalha começasse.

O juiz foi para fora da linha que determinava a arena, ergueu uma bandeira, e gritou:

– Comecem!

– Pode ser você, Satoru. – Disse Amber, sorrindo, mas soou um pouco... Falsa.

– Uh, ta. – Satoru olhou para Growlithe e lhe lançou um olhar determinado, e toda a sua confiança voltou, e mais uma vez, esqueceu completamente da terrível noite em que o cavaleiro do Manto negro havia visitado-o. – Growlithe, essa é nossa primeira batalha de verdade. Dê o seu melhor para podermos ganhar dela!

– É claro! – O cão sorriu de volta. – Vamos levar essa insígnia.

– Certo... – Satoru engoliu em seco, nervoso. – Comece com uma investida e Bite.

– Não vamos deixá-lo levar essa insígnia assim tão fácil, Snubull. Vamos começar com Tackle!

– Evasiva Growlithe, e depois Crunch! – Disse Satoru rapidamente, no mesmo momento em que Snubull corria em disparada contra o cachorro de fogo.

– Revide com Ice Fang!

Growlithe esperou que o cãozinho chegasse perto o bastante, para então desviar dele, correndo rapidamente para um lado. Assim que fez isso, a boca do buldogue rosa se abriu, e Growlithe pôde ver um vapor azulado se formando e indo para o ar. O cão rosa se aproximou rapidamente de Growlithe para lhe dar uma mordida, o que não seria nada agradável. No último momento, o cão saltou para trás, fugindo do assustador Snubull. Mas o Pokémon de Amber não parou por aí. Continuou avançando contra Growlithe sem parar para processar informações ou esperar que ele caísse no chão, tentando acertá-lo, o que forçava Growlithe a se desviar antes mesmo que pudesse se preparar para atacar.

Growlithe tentou correr para algum lugar, procurando se afastar do cachorro, mas o pequeno buldogue era ágil, e não dava chance para que o cachorro de fogo pudesse fazer aquilo direito. Finalmente, o cão abriu a boca e lançou uma forte rajada de fogo contra Snubull, que o encobriu rapidamente e no lugar onde Snubull estivera ainda há pouco, havia apenas uma corrente de fogo. Por um momento, Satoru achou que com isso, poderia ganhar a batalha rapidamente. No outro momento, ele descobriu que estava errado.

No lugar onde Snubull estivera, o fogo de Growlithe chocou-se contra alguma coisa e depois se dispersou para os lados, para todo o lugar, menos para onde Snubull estava. Logo, o cão cessou o fogo, e encontrou o buldogue rosa parado, com as patinhas dianteiras na frente de seu corpo, e lá, uma barreira azulada estava à frente dele, o que provavelmente fora o que o protegera do fogo do Pokémon de Satoru.

– O que? – Exclamou o menino, surpreso.

– O que foi? – Perguntou Amber, com um sorriso gentil, o que a fez parecer estranhamente cruel. – Você realmente achou que iríamos deixar isso fácil? Você vai ver que o meu Pokémon é muito mais do que parece ser! Continue Snubull, Scary Face e depois Ice Fang!

O buldogue assentiu, e logo, seus olhos começar a brilhar num tom vermelho, e seu rosto se tornou muito mais assustador do que parecia. Growlithe ganiu de medo, se afastando alguns passos para trás. Sem avisou, o Snubull avançou rapidamente contra Growlithe, abrindo a boca, a qual parecia estar fria e com pequenos pedaços de gelo aumentando suas presas. Sem tem tempo para fugir, Growlithe foi atingido com o Ice Fang, e ele ganiu de dor. Seu corpo todo recebeu uma onda ocngelante pelo sangue, principalmente no lugar onde Snubull mordera, perto de seu pescoço. Era um frio devastador, como um líquido gelado sendo derramado dentro dele e fazendo arder de dor o corpo inteiro. Procurando se livrar do cachorrinho, ele abiu a boca e cuspiu uma rajada de fogo contra o Pokémon de Amber, mas este foi mais ágil.

Saiu rapidamente do caminho, fazendo Growlithe queimar o nada. Furioso, o cão se virou para ele e lançou outra rajada de fogo, mas Snubull criou outra barreira a sua frente, fazendo as chamas desviarem para todos os lados. Logo depois de cessar o fogo, Growlithe disparou contra Snubull com uma velocidade bem grande, igualmente aquela que Satoru o fazia treinar nas últimas noites.

O que ele não esperou era que Snubull fosse começar a correr contra ele também. Ambos jogaram o corpo um contra o outro, se chocando no ar por alguns segundos. Depois, cada um foi jogado para um lado pela força do corpo de seu oponente. Snubull conseguiu cair de pé, escorregando um pouco devido a terra e a força do impacto. Já Growlithe não teve a mesma sorte. Ele caiu no chão, e raspou alguns centímetros para trás, levantando poeira.

– Growlithe! Está tudo bem? – Perguntou Satoru, preocupado.

Em resposta, ele começou a se levantar, mas Amber foi mais rápida:

– Finalize com Tackle e Thunder Fang!

– Não! Growlithe, cuidado!

No exato momento em que o cão olhou para frente para ver do que Satoru havia advertido-o, o Corpo de Snubull foi jogado contra ele mais uma vez, lançando-o ainda mais para trás, raspando contra o chão arenoso. Depois, Snubull avançou contra ele e mordeu o seu pescoço, e o corpo inteiro de Growlithe brilhou devido a forte corrente elétrica da mordida. Ele gritou alto. O buldogue rosa o soltou rapidamente, mas todo o corpo do cachorro de fogo, era possível ver estática passando, e de vez em quando, o corpo inteiro dele tinha espasmos e Growlithe gemia de dor. Vários de seus pêlos estavam arrepiados, dando-lhe o aspecto de um gato enfurecido.

Satoru gritou por ele, mas Growlithe não lhe respondeu. O menino se segurou para não correr até ele, e cerrou o punho tão forte que suas unhas apertavam forte sua mão. De repente, o juiz levantou a bandeira verde que segurava e gritou:

– Growlithe está fora de combate! O vencedor é Snubull e sua treinadora Amber!

Satoru estremeceu, e pegou a Pokeball de Growlithe em seu cinto. Ela estava quente, mesmo sem ter segurado há um tempo. Recolheu o Pokémon, se lamentando por ter sido derrotado quase que da mesma maneira que havia sido em sua primeira batalha. Não era da mesma maneira, mas aquela era sua segunda batalha, e em ambas havia perdido. Com um suspiro, pensou em desistir e voltar a treinar.

Clair estava certa. Ele não estava preparado para lutar ainda. Mal havia começado, e já pensava que poderia derrotar uma líder de ginásio treinada e muito mais experiente do que ele. Satoru mal havia começado a treinar com Growlithe e já pensava que podia ganhar. O que havia dado na cabeça dele?

“Eu deveria desistir?” Perguntou a si mesmo. Se ele colocasse Shinx para batalhar agora, apenas iria trazer mais sofrimento desnecessário a ele. Além disso, Typhon também não estava preparado, e se martirizara por não saber nem usar o Spark direito. O que aconteceria com o pobre Pokémon caso Satoru o colocasse na arena e o mandasse batalhar com aquele Snubull?

A resposta era óbvia, mas por que Satoru não conseguia dizer? Porque parecia ser tão difícil assim fazer algo tão simples. Era só dizer “Eu desisto” e ir embora, certo?

Mas havia outra coisa que estava incomodando-o. Em algum lugar, Clair e Larysse estavam observando-o. Estavam vendo sua derrota, e veia ele desistir. O menino fechou o punho e apertou forte. Typhon era mais importante. Tinha que ser mais importante. Não era Larysse e nem Clair que estavam ali na arena e não iriam conseguir vencer a batalha.

Se agarrou a esse pensamento para tentar simplesmente abrir a boca e dizer que desistia. Abriu a boca, na tentativa de emitir algum som.

– O que foi? – Perguntou Amber, piscando. – Você não tem outro Pokémon para continuar a batalha?

Satoru negou com a cabeça lentamente, forçando a si mesmo a não tremer.

– Preferia que tivesse me dito antes. – Amber franziu o cenho.

– Já que é assim... – Começou o juiz, e então levantou a bandeira que representava Amber. – A Líder de Ginásio Amber é a vencedora dessa batalha!

Satoru estremeceu, se sentindo péssimo. A sensação da derrota era terrível, ainda mais mentindo. É claro que tinha mais um Pokémon, mas ele realmente não queria fazer com que Typhon sofresse desnecessariamente, como fizera com Growlithe. Sentiu lágrimas embaçarem sua visão, e lutou para que elas não escorressem.

– Ei, Satoru. – Chamou Amber, e Satoru olhou para ela, que estava a poucos metros a sua frente. – Não se sinta mal por ter perdido. Treine mais, e nunca desista. Quando se sentir preparado, volte aqui e teremos uma batalha de verdade. – Ela abriu um sorriso amigável, e Satoru assentiu.

Mas de que adiantaria? Aquelas frases não mudariam o jeito que se sentia no momento. Satoru fungou, segurou as lágrimas, murmurou uma despedida a Amber e caminhou lentamente para fora do ginásio. Andou com passos lentos, pensando na batalha. Depois, as palavras de Amber lhe voltaram à cabeça.

Com certeza, ele iria voltar ao ginásio, mais preparado, e sairia de lá com a insígnia das Fadas. Agarrou-se a esse pensamento, e deixou que ele criasse um sentimento novo de determinação, ainda maior que o daquele que o motivou a entrar no ginásio. Satoru iria treinar, iria ajudar Typhon a se sentir mais confiante, e montaria uma estratégia para vencer o Snubulll e o próximo Pokémon que Amber certamente usaria contra ele.

Quando chegou na recepção, encontrou Clair e Larysse lá, lhe lançando olhares de pena.O menino desviou o olhar, envergonhado. Logo, Larysse foi para perto dele, e lhe perguntou:

– Satoru, porque você desistiu? Você podia usar o Typhon!

– Isso! – Concordou Khurtnney. – E então você podia vencer.

– Eu... – o menino murmurou, mais uma vez lutando para não deixar que as lágrimas caíssem.

Satoru duvidava muito que pudesse vencer só com Typhon. O felino mal conseguia usar o move Spark, quanto mais vencer o Snubull. E mesmo que conseguisse vencer, será que Typhon poderia conseguir derrotar o próximo Pokémon que Amber usaria? Ele também duvidava disso.

– Meus pêsames Satoru. – Disse Clair, parecendo realmente triste. Chimchar estava ao seu lado, mas não disse nada, apenas lhe deu um sorrisinho triste. Já Starly, estava empoleirado em seu ombro, e também parecia triste por ele. – Não é melhor treinar um pouco mais? Assim você pode conseguir da próxima vez que viermos aqui!

– É verdade... – Resmungou Satoru, triste.

– Não se preocupe com isso, Satoru! – Exclamou Khurtnney. – Eu vou te ajudar a treinar o Growlithe e você vai mostrar pra Amber o que é uma “batalha de verdade”. – Khurtnney fez aspas com as patinhas, sorrindo.

Satoru sorriu. Logo, Larysse começou a explicar para ele como era a sala em que estivera para poderem assisti a batalha por uma TV enorme, e depois começou a distraí-lo falando sobre várias coisas, tudo sobre Jubilife ou como tinha adorado aquele ginásio e iria desafiar a líder caso seu objetivo não fosse outro. Satoru se sentiu agradecido por isso. Era uma das características que gostava em Larysse: Sempre que percebia que o menino estava triste, ela procurava animá-lo de algum modo, ou distraí-lo, e sempre conseguia. Esse era um dos motivos que a tornava sua melhor amiga.

Passaram o resto do dia andando por Jubilife, e acabaram por chegar no que parecia ser uma grande feira. Várias pessoas andavam para lá e para cá, fazendo compras e conversando. Havia milhares de pessoas, de diferentes idades, estilos e aparência. Por todos os lados, as ruas eram ocupadas por barracas com diversas coisas, e pessoas gritavam promoções e coisas para atrair os clientes. Satoru ficou surpreso, pois nunca havia visto uma feira antes, e não se lembrava de ter ido a uma quando vinha a Jubilife com seus pais. Pensou em liberar seu Shinx para ver também, e o segurou em seu colo para que ele não acabasse se perdendo. O Pokémon parecia ainda mais surpreso.

A feira parecia se estender a vários quilômetros. Andaram por ela por tanto tempo que pensaram não ter fim, e depois de olharem uma barraca cheia de roupas de tricô e crochê feitas a mão por uma senhora idosa, decidiram voltar, mas desta vez, pelas lojas, onde não havia todo aquele barulho e incomodo da feira.

As lojas eram grandes, bonitas, e várias eram de conserto, tecnologia, e várias outras coisas interessantes. Aqueles lados da cidade pareciam estar mais focados as próprias pessoas do que treinadores e Pokémons. Satoru pôde contar nos dedos quantas lojas para treinadores e Pokémons ele viu.

Depois daquele passeio, Clair declarou que iriam voltar, e chamou Satoru e Larysse para treinarem um pouco. O menino já estava se sentindo melhor depois daquele passeio, e até mesmo pediu a Clair para comprar uma coxinha, o que geralmente não fazia com gente que não conhecia. Clair acabou comprando um lanche para todos eles, e depois voltaram ao CP. A mais velha foi imediatamente para o seu quarto, se trancando lá dentro, e disse que dali a um tempo os chamaria para irem treinar.

O menino aproveitou e pegou uma caixa de primeiros socorros no banheiro de seu quarto no Centro. Liberou Growlithe, e começou a cuidar dele, assim como Clair havia ensinado-o e como estava fazendo nos últimos dias. Satoru se desculpou com ele pela derrota vergonhosa, e em resposta, ele apenas deu de ombros, demonstrando que não se importava.

Mais tarde, como prometido, Clair os chamou para irem treinar, e eles desceram em direção a arena. Mesmo estando ferido e cansado, Growlithe também insistiu e m treinar e depois de muito pedir ao seu treinador, ele permitiu. Satoru pôde ver que ele também parecia estar chateado por ter perdido, e queria de todos os modos ganhar de Amber e seu Snubull.

A partir daquele momento, Satoru começou a pensar com um pouco mais de clareza, e logo já tinha montado em sua mente um plano para acertar Snubull e vencer a batalha. Ainda assim, não forçou muito o cachorro de fogo, e depois de um tempo, o mandou ir descansar, o que Growlithe pareceu ter aceitado sem reclamar muito. Focou-se em Shinx, e montou um pequeno esquema em sua mente para treinar sua agilidade e sua resistência, o que parecia que ia precisar. E depois de ter batalhado com Amber e analisado sua própria batalhada, percebeu que não seria ruim adotar a maneira que seu Snubull atacava: Rápido, e sem hesitação. Enquanto analisava a situação daquele ângulo supôs que o Pokémon da líder provavelmente não era de fazer algo sem a ordem da treinadora, então permitiu que Shinx fizesse isso.

Os próximos dias seguiram aquela rotina. Quando acordavam ficavam um tempo no Centro, depois saiam para fazer um passeio e conhecer Jubilife, e quando voltavam, ficavam ate tarde treinando ou para o ginásio ou para ao Contest. Felizmente, Growlithe se recuperou rapidamente, o que o permitiu treinar por mais tempo junto com os outros. E todos aqueles trinos começaram a dar resultados. Logo, ambos os Pokémons de Satoru estavam mais rápidos, e Growlithe conseguia manter seu fogo por mais tempo. Conseguia executar o movimento Dig mais rapidamente, e com mais alguns treinos, logo ele conseguiu completar o movimento, que era de se esconder embaixo da terra, e depois sair dela por outro buraco que ele mesmo cavaria e então acertaria o oponente por baixo.

Já Typhon, começou a conseguir eletrificar seu corpo e manter a eletricidade por pouco tempo, mas isso ainda o frustrava. Pelo menos, estava conseguindo fazer alguma coisa em poucos dias de treino. E o melhor de tudo: Estavam conseguindo executar perfeitamente a estratégia que Satoru montara para poder vencer a líder do ginásio das Fadas.

Estava tudo correndo muito bem, como deveria ser. Não havia nada para dar errado. Pelo menos até onde eles pensavam. O que poderia dar errado? Estava tudo bem, e logo Satoru e Clair poderiam ir ao ginásio e desafiar a líder, e depois sair de lá com a insígnia e seguir viagem. E Larysse poderia participar de seu Contest, e com sorte, ganharia a fita. Pelo menos, na opinião de Satoru, a apresentação dela já estava perfeita, mas notou que a garota não treinava apenas a apresentação, e sim as batalhas, junto com ele e seu novo Pokémon, HootHoot, o qual Satoru achava difícil de lidar.

O novo Pokémon de Larysse não conversava com ele, nem com Clair, e nem ao menos pensava em direcionar algum olhar amigável a eles. A única pessoa com quem tinha alguma amizade era Larysse e de vez em quando, falava com Khurtnney amigavelmente, mas apenas conversava com a menina. Aquilo desconcertou Satoru. Era a primeira vez que via algum Pokémon não ligar para ele. Todas as vezes, os Pokémons queriam conversar com ele, principalmente por ele entender o que eles diziam, diferente dos outros humanos. Era reservado, mais frio, e não parecia ser muito sociável.

Depois de quase duas semanas com essa mesma rotina, Satoru começou a se preocupar. Quando ele poderia saber se estava preparado ou não? E além do mais, não podiam perder muito tempo. Clair parecia concordar com aquele pensamento, então sugeriu que batalhassem entre si, ou com outra pessoa que estivesse disposta a batalhar. Felizmente, encontraram gente que queria, todos novatos, e Growlithe e Shinx ganhavam as batalhas com facilidade, ainda mais depois de todos aqueles dias de treinos que Satoru os impunha. O mesmo valia para seus companheiros de viagem. O menino começou a perceber que Larysse preservava mais demonstrar beleza e elegância nos movimentos do que realmente ganhar a batalha, mas isso não a impedia de vencer os outros.

Nessas batalhas, tentavam não desgastar muito um ao outro a ponto de algum Pokémon ficar incapacitado de batalhar. Tomaram um dia ou outro de folga para descansar, já que nunca era bom desgastar muito os seus Pokémons.

Foi no final da terceira semana que Clair declarou que depois de descansar Weng e Jim, iria desafiar a líder de ginásio. E ainda naquela semana, era a data do Contest da menina, o que ela decidiu que participaria de um jeito ou de outro.

Satoru deu de ombros para aquilo, e decidiu treinar um pouco mais antes de realmente desafiar a líder. Ainda não se sentia preparado. Aquilo tudo ocupava a cabeça dele a maior parte dos pensamentos dele. Na verdade, Satoru estava fazendo aquilo de propósito.

Mesmo com tantas distrações, os pesadelos dele continuaram. O Cavaleiro do Manto Negro continuou importunando-o pelos sonhos, tornando suas noites assustadoras, ainda mais depois de se lembrar daquele dia, daquele maldito dia em que tudo dera errado para ele.

Depois de terminar aquele dia de treino, o grupo, como sempre, tiveram que passar pelo saguão do CP para irem até seus quartos. Passaram pelo balcão da enfermeira Joy, onde a mulher de cabelos rosa passava a maior parte do tempo, ou pelo menos, sempre que passavam ali, era ali onde a enfermeira estava. Ela lhes deu um sorriso amigável, e Clair parou para conversar com ela sobre qualquer coisa, o que obrigou as crianças a pararem e esperar por ela.

Larysse e Satoru se sentaram nos sofás em L com a televisão, mas no momento, ela estava desligada, e os poucos treinadores que se encontravam ali, estavam conversando entre si. Com exceção de um homem.

Um homem todo vestido de preto, com um enorme manto lhe cobrindo a maior parte do corpo. Usava luvas e tênis, e apesar de não estar tão frio assim, o corpo todo do homem parecia estar coberto. Ele estava sentado afastado dos outros treinadores, mas perto o suficiente de Satoru e Larysse para conseguir ouvir a conversa dos dois.

Quando Satoru olhou para ele, pôde ver o rosto pálido do Cavaleiro do Manto Negro o encarando, com um sorrisinho malicioso. Imediatamente, ele emudeceu, cortando uma frase que estava falando, e seu queixo caiu.

O pânico invadiu Satoru, se juntando com um medo crescente. Seu coração acelerou, e sua mente se encheu de diversos pensamentos, principalmente perguntas. O que o Cavaleio estava fazendo ali? Porque estava ali?

O sorriso do homem aumentou mais ainda, e antes que Larysse ou Khurtnney se virassem para ver o porquê do menino ter tido aquela reação inesperada, O Cavaleiro colocou sua máscara e puxou seu capuz por cima de sua cabeça., escondendo o seu rosto para todos ali. Satoru tentou emitir algum som, mas apena um murmúrio estrangulado saiu de sua boca.

Como aquilo era possível? Como aquilo estava acontecendo? Era um sonho. Tinha que ser um sonho. Precisava ser um sonho. A realidade era diferente, certo? O menino fechou os olhos com força, esperando acordar do sonho. Quando os abriu, o homem vestido de preto ainda estava ali, desta vez, com uma Pokeball na mão. Ele lançou a Pokeball para o alto, e ela se abriu, revelando um grande Pokémon cor de creme.

O Pokémon era enorme, muito maior do que Clair. Era uma raposa. Estava de pé nas suas quatro patas, e tinha exatamente nove caudas abertas ao redor do corpo em forma de leque, fazendo-o parecer um pouco maior do que realmente era. Tinha grandes orelhas empinadas, e no meio delas, um grande tufo de pêlos bem arrumados no que parecia ser um topete caído para trás, o que, de certo modo, deixava o Pokémon ainda mais bonito do que já era. Embora fosse bonito, a raposa tinha um ar malvado, cruel, ainda mais com seus olhos vermelho vivo, quase que exatamente da mesma cor que os do Cavaleiro.

Um lindo Pokémon, disso ele tinha certeza. O pêlo era macio e brilhoso, liso, o que o tornava muito bonito, ainda mais do que já era. As caudas em forma de leque estavam arrumadas perfeitamente, fazendo uma curva no final e deixando a ponta voltada para baixo. Era tão bonito que parecia surreal, quase como se ele não devesse existir.

Tudo a volta de Satoru estava daquele modo, surreal. Ele quase podia acreditar que estava sonhando. Mas em nenhum de seus pesadelos o cavaleiro estaria com um Ninetales. Se aquilo realmente fosse u pesadelo, sua mãe deveria estar ali, ou aparecer de algum lugar, e como sempre, ele iria matá-la mais uma vez, repetindo todo o terror que ele sentira naquela noite.

A enfermeira Joy parou de conversar com Clair, e ambas olharam confusas para o homem e seu Ninetales. A mulher se levantou da cadeira de seu balcão, e se postou ao lado da Clair.

– Senhor – Começou ela, com um sorriso amigável. – Eu não acho prudente deixar seu Ninetales fora da Pokeball aqui no saguão. Ele é muito grande pra ficar aqui.

Ele levantou uma sobrancelha, e cruzou os braços, como se desafiasse a enfermeira fazê-lo retornar o Pokémon. Satoru abraçou a si mesmo, sussurrando baixinho, tão baixo que Larysse não conseguiu entender o que ele dizia. O que estava acontecendo?

– Senhor, por favor! – Pediu a enfermeira.

– Um sonho, é só um sonho. - Murmurou Satoru, a única coisa que a menina conseguiu ouvir dele.

– O que... – Começou Khurtnney, hesitante. – O que está acontecendo?

O saguão do Centro Pokémon ficou silencioso. Os poucos treinadores que estavam ali apenas observavam o Cavaleiro, parecendo confusos, mas um pouco surpresos. Será que mais ninguém sabia quem era aquele homem? Será que não reconheceram a máscara, os olhos, o jeito, as roupas negras cobrindo o rosto inteiro?

Um ar tenso parecia cobrir o ar ao redor deles. O Cavaleiro não disse nenhuma palavra, apenas esperou. Mas não parecia estar esperando pela enfermeira ou alguém dizer algo, e sim... Algo a mais. Alguma coisa que o motivasse a agir.

Tão logo que esse pensamento lhe cruzou a mente, um grito de medo cortou o silêncio do Centro Pokémon. Por um momento, todos ficaram parados, olhando ao redor para tentar descobrir quem havia gritado. Outro grito foi ouvido, parecendo vir de fora do Centro. Finalmente, o Cavaleiro sorriu, e sem dizer absolutamente nada, seu Ninetales abriu a boca e lançou uma rajada de fogo.

Foi aí que o caos começou.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Eu gostei. E finalmente passou um tempo. Como eu prometi, vamos ter ação... e mais coisas, talvez, oh, well, eu já tenho o capítulo inteiro planejado, então TALVEZ, eu consiga postar logo...
Srsly, eu amo esse cavaleiro, fora o Altaris, foi um dos melhores malvados que eu criei, mas, cá entre nós, o Altaris só tem umm ar malvado, não é como o Cavaleiro... Eu acho ahuehuehue. Also, farei uma ref da Khurtnney para vocês verem a aparência real dela, eu meio que esqueci de descrever direito -qq
E... Eu spoilei muito na sinopse? .-.
Falando nisso, fantasminhas, estou divulgando uma fic aqui da senhorita Alysse, minha amiga diva aqui que está acompanhando a fic e me obrigou a postar (mentira, eu postei por mim mesma, ok) (perfil dela aqui: http://fanfiction.com.br/u/431047/), so, ela está escrevendo uma fic de um antigo rpg que fazia no neopets, mas ele morreu -qq eu estou meio que ajudando com criticas e blábláblá, mas eu acho a história com muito potencial e bem escrita, e recomendo para vocês: http://fanfiction.com.br/historia/472933/Pokemon_Nuzlocke_Heaven_Hell/
Er... Valeu por lerem até aqui q



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