O Diário De Tom Kaulitz escrita por Joy


Capítulo 10
Capítulo 10- Uma perfeita miragem!




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Querido diário,

Onde foi mesmo que eu parei? Ah, sim.

Um sombra se formou sobre a minha cabeça, tapando parcialmente o sol que torrava a minha cara. Olhei para cima assustado e me arrependi de ter o feito.

Menina chata: “O que você 'tá fazendo aí sentado?”

Eu: “Tomando sol.”

Menina chata novamente: “Isso se faz na praia!”

Eu: “Eu sei, 'tava sendo irônico.”

Chata: “Afe, você não muda, nunca sei quando você fala sério.”

O entediado: “Né, fazer o quê.”

Retardada: “Sério, amor, o que você 'tá fazendo aí?”

O pegador: “Nada, só sentado na calçada.”

A peguete: “Isso eu percebi.”

O óbvio: “Então por que perguntou?”

Peguete chata e retardada e muito chata: “Deixa de ser chato!”

Cínico: “Não consigo.”

Sem descrições: “Afe, eu tenho que ir, minha mãe já vai implicar daqui a pouco. Ei, porque você não vai sentar na minha calçada?”

MISTER “NÃO TO AFIM DE TE PEGAR HOJE” :“Aqui bate mais sol.”

Fresca: “Chato!”

Mister bronzeado: “Valeu.”

Até que é gostosa: “Eu vou embora então...”

Idiota apaixonado: “Tchau.”

E essa a é criatura que não larga do meu pé desde a quinta série. Eu tento ser legal com ela, e até a pego algumas cinco vezes por semana, porém as vezes falta paciência. Mas ela é daquele tipo de pessoa que não guarda rancor, sabe? Ou é isso ou ela sofre de amnésia, porque hoje você pode brigar com ela e amanhã ela é só sorriso para você de novo. Parece ser uma qualidade, mas, conforme os anos vão passando você vai querer fugir dela.

Bom, eu continuei na minha vida de cozinhar embaixo do sol.

Sério, eu estava começando a entender como é que um frango se sente numa panela de pressão. Estava cogitando tocar à campainha novamente e pedir encarecidamente para aquela surda grossa, digo, senhora que me trouxesse um copo de água. Mas acho que ela não iria trazer. Ou nem mesmo escutar.



Ela: “Oi”

Eu olhei para cima e confirmei que estava mesmo no deserto. Aquilo só poderia ser miragem.

Ela novamente: “Ei.”

O cabelo dela estava solto, e eu acho que devia ter crescido uns cinco centímetros desde a última vez que eu o tinha visto assim. Usava um vestido azul cheio de babados e sapatilhas transparentes nos pés. Bem diferente da garota que eu via na escola, com um uniforme que provavelmente caberia duas dela ali dentro.

Eu me levantei, atrapalhado, sentia meus dreads grudados na testa e nos braços por causa do suor.

Eu não me lembro de muita coisa a partir daqui. Não vou dar detalhes.

Porque tudo que eu conseguia prestar atenção era nela.

Bobo: “Eu... Trouxe seu caderno.”

Ela, a linda garota: “Que caderno?”

Frango cozido apaixonado: “Esse aqui, você esqueceu ele em baixo da mesa.”

Minha garota que ainda não sabe que é minha: “Meu Deus!”

Ela pegou o caderno da minha mão e praticamente abraçou ele. Droga. Caderno sortudo esse.

Eu: “Que foi?”

Ela: “Você leu?”

Eu fiquei ali parado por alguns instantes, meio tonto com tanta informação. Primeiro ela chegava toda linda parecendo um anjo, agora ela me olhava toda assustada como se eu tivesse cometido um crime.

Confuso: “Não.”

Ela: “É claro que leu... Olha, não é nada disso qu... Esquece. Eu não ligo. Quem mais viu?”

Eu: “Ninguém.”

Agora ela está sendo, estranha: “Não vai contar nada pra ninguém, né?”

Eu: “Contar o quê?”

O rosto dela estava vermelho, e acho que não era o sol que fez ele ficar assim. Ela parecia com vergonha.

Ela: “O que você leu.”

Tom: “Mas eu não li!”

Desconfiada: “Está falando sério?”

Santo, ao menos nesse momento: “Estou!”

Constrangida: “Ah, bem...”

E ela continuava abraçando o caderno, e olhando para qualquer lugar, menos para mim. Segurava também uma sacola de supermercado. O supermercado que ficava uma rua depois do meu prédio. E isso era uma coisa que eu precisava lembrar.

O foda: “Achei que era um caderno de lição.”

Ela: “Não é. Isso é importante para mim. Tem certeza que não leu?”

Eu: “Tenho, 'tô falando a verdade.”

Ela acenou. Não sei se acreditou em mim ou não.

Agradecida: “Tudo bem, obrigada por me devolver então.”

Eu: “De nada.”

Bom diário, se você acha que acabou aí e eu fui embora, está muito enganado. Eu sou Tom Kaulitz, o garoto mais lindo e foda do mundo inteiro, e eu não seria eu, se não tentasse algo.

Aproveitador: “Pode me dar um copo d'água? 'Tô morrendo de sede!”

Ela me analisou por meio segundo, parecendo pensar, mas acho que a minha cara de cão sem dono contou, porque ela tirou da sacola um molho de chaves, abriu o portão e disse:

“Entra.”

A garagem estava vazia, e para chegar até a porta a gente teve que subir uma escadinha de três degraus. A porta estava só encostada e lá dentro o ar era mais fresco, não sei se era assim mesmo ou era só a emoção de estar dentro da casa dela.

Uma sala normal, sabe. Uma estante com TV, os sofás acho que eram verdes e tinha até uma mesa de centro parecida com a que a minha mãe comprou para por na nossa sala. A mulher que tinha me “atendido” estava sentada em uma poltrona, em baixo das escadas que levavam a um segundo andar. Ela me olhou minunciosamente, como uma coruja. Uma coruja velha.

Linda da minha vida: “Vó, esse é o meu amigo da escola.”

Eu acho que eu deveria ter ficado feliz com a palavra amigo, afinal já era alguma coisa, e era bem melhor do que colega. Mas não fiquei.

Velha surda: “Hum.”

Foi tudo que ela falou e voltou a olhar para a televisão para ver a novela. É, acho que o grupo de pessoas que não vão com a minha cara ganhou mais um membro.

Ela: “Vem.”

A cozinha tinha uma mesa gigante com umas nove cadeiras, com uma copa separando-a dos utensílios domésticos. Ela me deu um copo de água bem gelada, e eu acho que nunca demorei tanto para beber água em toda minha vida.

Eu: “Vai pra a escola segunda?”

Eu perguntei só por perguntar, porque eu já sabia a resposta.

Ela: “ Vou, você vai?”

Eu: “Tem que ir, né.”

Eu parei de enrolar e coloquei o copo na pia.

Quando eu passei pela sala de novo fiz questão de acenar para a pessoa sentada na poltrona. Não, não gosto de provocar as pessoas. E nem sou de mentir também.

Eu, o safado: “A gente se vê segunda, então.”

Ela: “É. Obrigada por ter trazido o meu caderno.”

O melhor: “Não precisa agradecer.”

Ela deu um breve sorriso. Foi bem rápido, mas ainda era um sorriso. Um sorriso para mim.

Ela: “Bom, tchau.”

Eu: “Tchau.”

E como diz a minha mãezinha, eu não sou flor que se cheire, por isso dei um beijinho no rosto dela antes de por o pé para fora da casa e sumir daquela rua.

E novamente, TOM KAULITZ É FODA!

É, ela podia estar com o meu coração na mão , mesmo sem saber disso, mas eu ainda era eu. É nessas horas que eu concordo com o Bill que acha que cavalheirismo e um pouco de charme são importantes numa conquista.

Mas algo me diz que eu vou precisar muito mais do que isso para conquistar aquela garota.

Eu estou morrendo de sono! Por isso prefiro ir logo e amanhã te contar mais um episodio de “As aventuras de Tom Kaulitz” ,ou se você preferir, “ As aventuras safadas de Tom Kaulitz”. Tchau.


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