The Body Or The Soul? escrita por ViicSalvatore


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

ooi amores voltei! eu sei que vcs devem estar me odiando por ter sumido tanto tempo, 987123451238765408972974 desculpas! o que aconteceu comigo foi como uma bola de neve: rotina tensa no curso, problemas pessoais, viagem de um mês sem direito a net, provas de fim de ano, preguiça (sim minha preguiça também teve lá sua parcela de culpa ><) preparativos para uma mudança de Estado, bloqueio criativo. enfim, sei que nada justifica abandonar vcs do jeito que abandonei e só o q posso pedir é que por favor me desculpem. a essa altura não sei se me resta alguma leitora, mas entre hj e amanhã vou att todas as minhas fanfics. espero que gostem.
boa leitura!



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Elena.
Stefan repetiu o nome em voz alta, experimentando as sílabas, sentindo a ponta de sua língua primeiro se manter imóvel, depois alcançar o céu da boca, e por fim tocar a parte de trás dos dentes da frente.
– E-le-na...
Era esse o nome da morena em sua mente com um copo vazio nas mãos, uma ferida profunda e preocupante em seu pescoço jorrando sangue na blusa tão vermelha quanto o líquido que agora a respingava. O rosto delicado se contorcendo em uma careta de dor, os gritos, a pele mortalmente pálida, as pernas cedendo... Ele se lembrava de ampará-la antes que ela caísse no chão. Então o pânico fazia seus pensamentos perderem o sentido. O que acontecera com ela? Stefan mordeu o próprio pulso e o encostou à boca da garota, Elena, estremecendo enquanto ela começava a sugar fracamente. As sensações explodiam em seu cérebro, deixando-o atordoado.
Medo. Preocupação. Raiva. Pânico. Confusão.
Uma pequena parte de seu cérebro registrava o prazer de ter Elena drenando seu sangue. A maior parte, porém, focava apenas na pouca cor que voltava ao rosto dela, no fluxo de sangue que fluía em menor quantidade por seu pescoço. Ele varreu o quarto com os olhos por um segundo. A cama estava uma bagunça, havia gotas de sangue manchando boa parte do carpete rosa-claro, livros espalhados, um homem estirado no chão do outro lado do quarto, uns cds que ele sabia estarem em caixas trocadas e que já perdera a conta das vezes que vira Elena declarar irritada que organizaria na segunda feira e...
Espera.
Um homem estirado no chão?
Stefan voltou os olhos para ele, chocado. Seu cabelo escondia parte do seu rosto, o cabo anormalmente afiado da escova de madeira que Elena usava para pentear os cabelos espetado fundo em seu peito.
A poça de sangue escuro ao lado do corpo se misturava às manchas vermelho-vivo do sangue de Elena, tanto no carpete como na blusa dela. Ela se moveu, segurando o pulso de Stefan com as duas mãos e atraindo sua atenção de volta.
– Meu amor... – Stefan sentia os olhos arderem e a culpa ameaçar sufocá-lo.
Por que ele não estivera ali quando tudo acontecera?
Por que fora idiota à ponto de quase perdê-la?
Ele envolveu a cintura dela com o braço que tinha livre e a puxou para mais perto, mergulhando o rosto em seus cabelos. Precisava senti-la contra ele, viva e inteira novamente. A agonia se misturava com o medo e parecia queimar suas veias.
– Por favor, por favor – ele implorou, sem perceber que falava em voz alta – Você vai ficar bem. Vai ficar tudo bem. Por favor, Elena... Ah meu amor, eu sinto muito... Você não faz ideia.
Ela afastou o rosto do braço dele e ofegou.
– Stefan...
Ele estava de novo na floresta, sozinho. A lembrança se interrompera bruscamente, tornando sua dor de cabeça quase insuportável. Ele sentia como se houvessem enfiado várias agulhas em seus ouvidos, rasgando tudo que estava ao seu alcance. Lutava para não ceder à escuridão que nublava seus olhos. Ele tinha de correr... Tinha de encontrá-la... Como pudera deixá-la sozinha depois de tudo que ela passou?
Que tipo de babaca insensível ele era?
Já começara a correr, quando a voz de Elena soando em sua mente o parou.
Stefan, eu vou ficar bem. Vai caçar. Você está faminto. Não quero que fique enfraquecido por minha causa. Vai caçar. Agora.
A mente dele se esvaziou. A dor de cabeça, o mal-estar, a expressão de dor no rosto de Elena, tudo se apagou de repente. Ele não se lembrava mais daquilo, não conseguia mais pensar em nada. Era como se seu cérebro tivesse entrado em curto-circuito.
Se Stefan pudesse ver seu próprio reflexo, levaria um susto. Seus olhos passaram do verde natural para um vermelho profundo, a boca se entreabriu ligeiramente. Ele estava em transe. Seus músculos se retesaram. Ele lutava com todas as suas forças contra aquele branco repentino. Elena precisava dele... Nada importava mais do que ela. Nada.

A dor o fez cair de joelhos.

Não, não...

Fique longe do escuro.

Elena.

Elena!
As veias se destacavam contra a pele de Stefan, tão nítidas que pareciam estar tentando atravessá-la.
Ele tentou correr outra vez, mas suas pernas não respondiam ao comando.
A voz de Elena continuava a ecoar na mente dele.
Você está faminto, vai caçar. Você está faminto, vai caçar.
Caçar, caçar...

O vazio esmagou sua consciência.
Stefan se levantou perguntando-se como conseguira cair de cara no mato. Ele estava faminto, incapaz de pensar com clareza. Seus caninos doíam, exigindo alívio imediato. Ele se concentrou no batimento atraente e úmido do coração de uma pantera. A sede o fez lançar-se à caçada, feroz como nunca.
Seus pés mal tocavam o chão de terra, receosos de alertar o animal.
Você está faminto...
Sim, ele estava faminto.
Stefan repuxou os lábios, sentido as presas crescerem enquanto ele se aproximava da pantera.
Ele estava com muita sede, e iria beber até a última gota.

–--x---

Elena soltou um grito estrangulado e suas pernas bambearam. Damon a segurou pelos pulsos, puxou-a com delicadeza e a sentou na cadeira da escrivaninha. Ele deu um passo para trás, meio desajeitado. Não sabia o que fazer. Nem o que pensar. Elena fora atacada, era óbvio. Mas nada daquilo fazia sentido... Como Stefan, logo Stefan, que se sentia responsável até pelos mendigos que via pedindo esmola na rua, a deixara sozinha naquele estado? E como ela se mantivera tão calma quando fora visitá-lo? Que diabos estava acontecendo?
– Elena – Damon podia ouvir a ameaça aveludada na própria voz – Quem fez isso com você?
Ela abriu a boca, mas tornou a fechá-la sem dizer nada. Parecia prestes a desmaiar.
– Respire fundo – sua voz se suavizou e ele já não prestava atenção no que dizia. Uma sensação esquisita revirava seu estômago ao vê-la naquele estado tão vulnerável – Calma. Olhe para mim. Eu estou aqui, Elena. Não vou deixar nada te machucar. Eu juro. Respira. Vai ficar tudo bem.
Elena respirou fundo várias vezes. Lentamente, um pouco de cor voltou ao seu rosto. Damon sentiu a raiva crescente começar a fugir ao seu controle e tornar-se puro ódio ao olhar para o ferimento no pescoço dela. O choque de sentimentos dentro dele o atordoava. Ao olhar para o sangue fresco que escorria pelo pescoço dela, a sede fundia-se a repulsa. Ele via pânico e desamparo ao fitar os olhos castanhos. O ódio esmagador quase o cegava, misturando-se a sede de vingança e àquela sensação estranha que o estava atormentando. Damon queria sair correndo dali e arrancar o mais dolorosamente possível cada membro do corpo de quem teve a ousadia de machucá-la. Também queria fazer o mesmo com seu irmão, por abandoná-la quando ela claramente precisava dele.
– Stefan não me abandonou. – a voz de Elena era quase inaudível.
– Como é?
– Antes que você solte alguma piadinha de mau gosto, Stefan não me abandonou – Ela pousou as mãos no colo e as encarou, fazendo uma careta de dor com o movimento – Eu o obriguei a ir. Não sei como, mas obriguei. Aquele maldito vampiro...
– Peraí, peraí – Damon a interrompeu, erguendo as sobrancelhas – Você está dizendo que uma simples humana obrigou um vampiro a fazer alguma coisa? Como? Ameaçou roubar o pirulito dele?
Elena mordeu o lábio inferior com tanta força que parecia estar tentando rasgá-lo.
– Eu não sei o que está acontecendo comigo, Damon – ela disse agoniada – Tem alguma coisa muito errada comigo. E é tudo culpa daquele maldito Sean. Ele fez...
– Quem é Sean?
– O vampiro que me atacou ontem à noite. – Elena ergueu os olhos para Damon, falando tão rápido que ela própria mal entendia o que estava dizendo – Sean. Ele saiu com Jenna algumas vezes, mas disse a ela que seu nome era Daniel, e a compeliu a se apaixonar por ele. Ontem à noite ela o convidou para vir aqui conhecer Jer e eu. Tudo não passava de uma armadilha. Eu estava terminando de pentear o cabelo quando...
– Quando...?
– Ele apareceu por trás de mim e me atacou.
– Ainda não entendi muito bem essa história – Damon pegou um pouco da gaze que Elena separara para fazer um novo curativo e pôs na mão dela – Mas é melhor estancar esse sangramento primeiro. Você está perdendo bastante sangue. Quer que eu a cure?
Ele abriu os primeiros dois botões da blusa que usava e olhou em volta, procurando algo pontiagudo.
– Não precisa – ela respondeu, muito rápido – Stefan já tentou me curar. Dá para repor o sangue e diminuir o sangramento, mas a ferida não fecha.
– Por que não? – a voz de Damon era cética.
– Eu acho que fui marcada.
Elena pressionou a gaze contra o ferimento e estremeceu de dor.
– Me dá isso aqui – Damon tirou a gaze dela, impaciente, e pressionou-a com mais firmeza.
Ela tentou protestar e ele empurrou sua mão.
– Se você não apertar com mais de força não adianta nada – ele explicou – Deixa que eu cuido disso, aposto que faço um curativo muito melhor que você.
Elena revirou os olhos, mas parou de tentar impedi-lo.
– Você estava dizendo... – ele a incentivou, antes de atirar a gaze ensopada de sangue na lixeira embaixo da escrivaninha e pegar mais no pacotinho já pela metade.
– Que eu fui marcada.
Silêncio.
– Elena, seja mais específica. Não faço a menor ideia do que isso quer dizer.
Ela segurou o braço dele, fazendo-o aliviar um pouco a pressão da gaze em seu pescoço.
– Você já ouviu falar em algo chamado a maldição Gilbert?
– Não.
– O vampiro que me atacou ontem...
– Calma aí, vamos por partes. Que vampiro? Você o matou sozinha? O Caçador de Esquilos inútil estava aqui para te proteger pelo menos?
– O Stefan chegou depois. E Caçador de Esquilos inútil é a put...

– Que isso Eleninha, olha a boca - Damon repreendeu, erguendo uma sobrancelha.

Ela soltou um suspiro pesado.

– Se eu for por partes você pára de me interromper a cada dois segundos?

– Talvez.
Elena sorriu de leve, apenas curvando um pouco o canto dos lábios para cima, mas foi o suficiente para fazer Damon se sentir melhor. Ele estava ajudando, certo? Ela parecia estar recuperando o domínio de si mesma. Ele ficou impressionado com o autocontrole e a força de Elena. Quantas garotas não estariam tendo ataques histéricos, incapazes sequer de articular frases inteligíveis no lugar dela? O vampiro que a atacou fizera um bom estrago. Se Damon não conseguisse curá-la, diria a Stefan (se ele resolvesse se dar ao trabalho de aparecer por ali) para levá-la ao hospital. Ela com certeza precisaria de alguns pontos.
– Eu tomo verbena todos os dias – os olhos dela focaram em um ponto qualquer ao lado dele – Foi isso que me salvou. Quando o vampiro me mordeu, ele não conseguiu sugar meu sangue por muito tempo. Caiu no chão, fraco, e eu joguei um copo de leite cheio de verbena na cara dele. Foi horrível... Parecia que eu tinha jogado...
– Ácido. Sei como é. Já fizeram isso comigo. Leva um tempinho para voltar ao normal, mas não mata.
Elena indicou a escova de cabelo jogada no chão a alguns metros de onde eles estavam, o cabo comprido e afiado coberto de sangue seco apontando sinistramente para a parede.
– Madeira – Damon assentiu – Você é esperta. O que aconteceu depois?
– Ele demorou um pouco a morrer. Gritou algumas coisas para mim. – a boca de Elena se retorceu de desprezo, quase que inconscientemente – Disse que seu nome verdadeiro era Sean e que ele seria o meu criador. Basicamente, ficou berrando que a maldição Gilbert tinha sido ativada em mim. Ele disse que era só uma questão de tempo até que eu fosse convertida, que eu seria muito poderosa. Disse que eu abriria mão da minha alma no processo, mas que em troca eu seria mais poderosa do que qualquer ser sobrenatural. Que eu me tornaria um monstro, querendo ou não. Depois de marcada, vários outros iriam tentar terminar o serviço que ele começou.
– E nem passou pela sua cabeça que ele fosse um maluco psicótico?
– Claro que sim. Eu estava com muita dor na hora, não conseguia pensar direito. Mas logo Stefan chegou e aliviou a dor. Jenna e Jeremy chegaram a ver a bagunça que aquele bastardo fez, mas Stefan os fez esquecer. Só que antes disso aconteceu uma coisa muito estranha.
Damon se inclinou na direção dela, esperando.
– Stefan não conseguiu curar essa ferida. Eu bebi bastante do sangue dele, mas o máximo que conseguimos foi diminuir um pouco os danos.
– E o que a fez pensar que o tal de Sean estava dizendo a verdade?
– O que eu fiz com o Stefan.
Longa pausa.
– E o que você fez com o Stefan...?
– Ah, Damon – Elena fechou os olhos, exausta.
Ele esperou.
– Eu acho que o compeli. – ela murmurou, mordendo o lábio.
Damon riu alto. O som era melodioso e grave, gostoso de ouvir. Mesmo carregado de sarcasmo.
– Impossível, minha linda. Humanos não tem Poderes.
– Termine o curativo, Damon.
– Por acaso eu tenho cara de enfermeira?
– Por favor, quero te mostrar uma coisa.
Ele obedeceu, desconfiado.
– Agora olhe para mim.
Ele já estava olhando.
Elena se levantou e pousou as mãos suavemente no rosto dele. A expressão desconfiada de Damon tornou-se indecifrável.
– Não se mexa – ela advertiu, quando ele abriu a boca.
Havia uma mistura de curiosidade e receio nos olhos dele. Elena encarou fixamente o azul profundo. As emoções foram sumindo aos poucos, até não restar nada. Ela sentia como se raízes invisíveis tivessem se desprendido de suas mãos e entrado no rosto de Damon. Sentia que ele faria qualquer coisa que ela quisesse agora. Ele era apenas uma marionete em suas mãos, como Stefan fora naquela manhã. Os olhos de Elena arderam, como se tivessem posto fogo em suas pupilas. Lágrimas se formaram por reflexo e ela piscou uma vez para livrar-se delas, depois se concentrou apenas no azul dos olhos de Damon. Em uma fração de segundo, o azul virou vermelho.
– Me diga o que você está sentindo agora. – não parecia a sua, aquela voz arrogante e fria. Por baixo da sensação elétrica e do poder entorpecente, Elena sentiu medo – Exatamente o que está sentindo.
– Estou confuso. – a voz de Damon saiu arrastada e rouca – Queria que o imbecil que machucou Elena estivesse vivo só para poder matá-lo de novo. Tenho medo de ela ter batido a cabeça e de perder mais sangue do que pode aguentar. Está delirando. E a ferida no pescoço não pegou nenhuma veia, mas também não para de sangrar. Quero estrangular Stefan por deixá-la sozinha depois de tudo que passou ontem. Quero protegê-la e fazê-la se sentir segura, como ele deveria estar fazendo. Eu me importo muito mais do que deveria e não gosto nada disso...
Elena deixou os braços caírem ao longo do corpo e sua boca se abriu em um perfeito O de surpresa. Então Damon realmente se importava com ela... não sabia como se sentir com relação à descoberta. Ou ao próprio repentino, inexplicável e macabro poder. Os olhos de Damon voltaram ao azul natural, ainda dilatados e fora de foco.

Elena. Stefan repetiu o nome em voz alta, experimentando as sílabas, sentindo a ponta de sua língua primeiro se manter imóvel, depois alcançar o céu da boca, e por fim tocar a parte de trás dos dentes da frente. E-le-na. Era esse o nome da morena em sua mente com um copo vazio nas mãos, uma ferida profunda e preocupante em seu pescoço jorrando sangue na blusa tão vermelha quanto o líquido que agora a ensopava. O rosto delicado se contorcendo em uma careta de dor, os gritos, a pele mortalmente pálida, as pernas cedendo... Ele se lembrava de ampará-la antes que ela caísse no chão. Então o pânico fazia seus pensamentos perderem o sentido. O que acontecera com ela? Stefan mordeu o próprio pulso e o encostou à boca da garota, Elena, estremecendo enquanto ela começava a sugar fracamente. As sensações explodiam em seu cérebro, deixando-o atordoado. Medo. Preocupação. Raiva. Pânico. Confusão. Uma pequena parte de seu cérebro registrava o prazer de ter Elena drenando seu sangue. Mas a maior parte focava apenas na pouca cor que voltava ao rosto dela, no fluxo de sangue que fluía em menor quantidade por seu pescoço. Ele varreu o quarto com os olhos por um segundo. A cama estava uma bagunça, havia gotas de sangue manchando boa parte do carpete rosa-claro, livros espalhados, um homem estirado no chão do outro lado do quarto, uns cds que ele sabia estarem em caixas trocadas e que já perdera a conta das vezes que vira Elena declarar irritada que organizaria na segunda feira e... Espera. Um homem estirado no chão? Stefan voltou os olhos para ele, chocado. Seu cabelo escondia parte do seu rosto, o cabo anormalmente afiado da escova de madeira que Elena normalmente usava para pentear os cabelos espetado fundo em seu peito. A poça de sangue escuro ao lado do corpo se misturava às manchas vermelho-vivo do sangue de Elena. Ela se moveu, segurando o pulso de Stefan com as duas mãos e atraindo sua atenção de volta. - Meu amor... – Stefan sentia os olhos arderem e a culpa ameaçar sufocá-lo. Por que ele não estivera ali quando tudo acontecera? Por que fora idiota à ponto de quase perdê-la? Ele envolveu a cintura dela com o braço que tinha livre e a puxou para mais perto, mergulhando o rosto em seus cabelos. Precisava senti-la contra ele, viva e inteira novamente. A agonia se misturava com o medo e parecia queimar suas veias. - Por favor, por favor – ele implorou, sem perceber que falava em voz alta – Você vai ficar bem. Vai ficar tudo bem. Por favor, Elena... Ah meu amor, eu sinto muito... Você não faz idéia. Ela afastou o rosto do braço dele e ofegou. - Stefan... Ele estava de novo na floresta, sozinho. A lembrança se interrompera bruscamente, tornando sua dor de cabeça quase insuportável. Ele sentia como se houvessem enfiado várias agulhas em seus ouvidos, rasgando tudo que estava ao seu alcance. Lutava para não ceder à escuridão que nublava seus olhos. Ele tinha de correr... Tinha de encontrá-la... Como pudera deixá-la sozinha depois de tudo que ela passou? Que tipo de babaca insensível ele era? Já começara a correr, quando a voz de Elena soando em sua mente o parou. Stefan, eu estou bem. Vai caçar. Você está faminto. Não quero que fique enfraquecido por minha causa. Vai caçar. Agora. A mente dele se esvaziou. A dor de cabeça, o mal-estar, a expressão de dor no rosto de Elena, tudo se apagou de repente. Ele não se lembrava mais daquilo, não conseguia mais pensar em nada. Era como se seu cérebro tivesse entrado em curto-circuito. Se Stefan pudesse ver seu próprio reflexo, levaria um susto. Seus olhos passaram do verde natural para um vermelho profundo, a boca se entreabriu ligeiramente. Ele estava em transe. Seus músculos se retesaram. Ele lutava com todas as suas forças contra aquele branco repentino. Elena precisava dele... Nada importava mais do que ela. Nada. A dor o fez cair de joelhos. Não, não... Fique longe do escuro. Elena. Elena. As veias se destacavam contra a pele de Stefan, tão nítidas que pareciam estar tentando atravessá-la. Ele tentou correr outra vez, mas suas pernas não respondiam ao comando. A voz de Elena continuava a ecoar na mente dele. Você está faminto, vai caçar. Você está faminto, vai caçar. Caçar, caçar... O vazio esmagou sua consciência. Stefan se levantou perguntando-se como conseguira cair de cara no mato. Ele estava faminto, incapaz de pensar com clareza. Seus caninos doíam, exigindo alívio imediato. Ele se concentrou no batimento atraente e úmido do coração de uma pantera. A sede o fez lançar-se à caçada, feroz como nunca. Seus pés mal tocavam o chão de terra, receosos de alertar o animal. Você está faminto... Sim, ele estava faminto. Stefan repuxou os lábios, sentido as presas crescerem enquanto ele se aproximava da pantera. Ele estava com muita sede, e iria beber até a última gota.


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