The Body Or The Soul? escrita por ViicSalvatore


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

meninas, obrigada pelos comentários e pela recomendação, vcs são demais!
espero que gostem do próximo capítulo, bjoos



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  Elena entrou em casa e correu para seu quarto, ignorando o que quer que Jenna tivesse gritado para ela. A garota se jogou na própria cama e encarou o teto, deixando as lágrimas correrem livremente por seu rosto. Por que a vida dela tinha de constantemente ser virada de cabeça para baixo? As coisas já não eram suficientemente instáveis para ela? Um namorado vampiro, uma melhor amiga bruxa e um cunhado bipolar que pode ou não acordar um dia e resolver matá-la só para irritar o irmão. Ah, desculpa querida, sua vida está calma e tranqüila demais. Que tal acrescentar ataques de vampiros desconhecidos e uma maldição idiota para embaralhar a sua cabeça?

  Pela primeira vez desde que todo aquele pesadelo começara, ela se permitiu desmoronar.

  É claro que aquilo era mentira. Só podia ser mentira. Aquele vampiro lunático estava inventando coisas, tentando deixá-la confusa. Ele estava delirando, totalmente. Não tinha a menor chance de ser verdade... Então por que você não está procurando saber se é ou não verdade?, uma vozinha estridente argumentou em sua cabeça, por que não procura a Bonnie? Talvez ela possa ajudá-la. Elena sacudiu a cabeça com força. Não preciso procurar a Bonnie, ela pensou, é claro que nada disso é verdade. Aquele cara era um lunático e eu só estou histérica. Eu estou ficando histérica. É só isso. Tipo um trauma pós...

  Então me explica o que você fez com o Stefan, espertinha, a voz interrompeu, ou por que aceitou os dark moons. E principalmente, a pergunta que não quer calar: Por que você deu um para o Damon?

  - Cala a boca! – ela gritou para o quarto vazio.

  Ah, que ótimo, pensou Elena, agora estou falando sozinha.

  Ela se encolheu e abraçou os joelhos, em posição fetal. Estava cansada de tentar se controlar. Estava cansada de ser racional. E mais do que tudo, estava cansada de se sentir tão confusa e perdida. Com um soluço derrotado, ela enterrou as unhas no travesseiro macio e já encharcado e deixou que as lembranças da noite anterior a inundassem.

----x----

  Elena estava parada na frente do espelho, tentando decidir que blusa usaria. A porta do seu quarto se abriu e Jenna irrompeu por ela, nervosa e agitada.

  - Vai dar tudo certo, Jenna – a garota sorriu para o reflexo da tia – Relaxa. Quem é o cara misterioso que você convidou para jantar mesmo?

  - Daniel. – Jenna se sentou na cama de Elena, insegura – Meu novo namorado. Quero que você e Jeremy o conheçam. Elena, e se ele não gostar do jantar?

  - É claro que ele vai gostar do jantar, sua boba – Elena revirou os olhos e estendeu os cabides que segurava na direção de Jenna – Você cozinha muito bem. Ei, qual você acha que fica melhor? Sobrinha comportada e madura – ela apoiou um cabide no pescoço e segurou uma camiseta verde clara contra o corpo – Ou namorada sexy? – ela repetiu a operação com uma blusa vermelha de decote em V.

  Jenna soltou uma risada nervosa.

  - Então Stefan também vem?

  - Arrã. – ela experimentou a blusa vermelha e deu uma volta diante do espelho – Você não se importa, não é? Faz um tempão que eu não chamo ele para jantar aqui.

  - A última vez que ele jantou aqui foi semana passada, sua cara-de-pau. – Jenna atirou uma das pequenas almofadas que enfeitavam a cama em Elena – Mas tudo bem. Para sua sorte, eu gosto do Stefan. Ah, Elena, prometa que vai ser legal com o Daniel.

  - É claro que eu prometo. – Elena se virou para a tia e ergueu as sobrancelhas – Aliás, há quanto tempo vocês estão namorando? Nunca a ouvi mencionar nenhum Daniel até hoje à tarde.

  - A vermelha ficou linda. – Jenna se levantou e tirou a camiseta verde das mãos de Elena, depois a guardou de volta no closet da garota e se virou para ela – Já faz algumas semanas, mas eu resolvi esperar até as coisas começarem a ficar um pouco mais sérias antes de trazê-lo para conhecer vocês.

  - Um pouco mais sérias? – Elena pegou a escova de cabelo que deixara em cima da cômoda e a apontou para Jenna – Isso quer dizer que vocês já...? Ah, meu Deus, você vai ter de me contar todos os detalhes mais tarde! E eu não estou pedindo.

  - Elena! – Jenna gritou, corando violentamente – Eu... nós..eu não... Isso não é da sua conta!

  A gargalhada de Elena foi abafada pelo ruído agudo da campainha.

  - Anda, deve ser o seu gatinho – ela sorriu para a tia a abraçou – Vai atender a porta, tia. Já vou descer. E não se preocupe, tenho certeza que Jer e eu vamos adorá-lo. E que a sua comida vai estar maravilhosa, como sempre.

  Jenna mordeu o lábio inferior e fez uma careta rápida antes de sair do quarto.

  Elena sorriu para o espelho e penteou rapidamente os cabelos. Estavam lisos demais, como sempre, mas ela não estava com a menor paciência para fazer mais nada no cabelo. Ela escolheu um jeans preto e uma rasteirinha confortável da mesma cor. Então se lembrou do copo de leite cheio de verbena que Stefan deixara em sua escrivaninha e ela se esqueceu de beber. Elena respirou fundo e foi pegar o copo. Stefan era tão superprotetor... Já haviam se passado quatro meses desde a última vez que algum vampiro tentara atacá-la, mas Stefan ainda pedia que ela tomasse verbena todos os dias.

    Ela mal levara o copo aos lábios quando sentiu dentes afiados rasgarem seu pescoço violentamente.

                                                           ----x----

  Damon escalou facilmente a árvore ao lado da janela de Elena. Ele se apoiou em um dos galhos mais altos, hesitante. Será que Elena estava ali? Ele deveria entrar? Por que inferno ele estava tão preocupado com ela? Não, ele não estava preocupado. Estava apenas curioso. Muito curioso. Só isso. Algo se moveu dentro do quarto. Ele se aproximou mais da janela e olhou para dentro. Elena estava sentada na cadeira da escrivaninha, desfazendo o nó de um lenço que usava no pescoço. Então Stefan tinha aprontado um pouco... Damon sentiu uma mistura esquisita de diversão e uma pontada de irritação com aquele pensamento. Será que o sangue de Elena era tão gostoso quanto seu cheiro?

  Ele parou de pensar naquilo quando a viu se levantar e ir até o espelho de corpo inteiro atrás de sua porta. Quando o reflexo de Elena fez uma careta de dor, Damon abriu a janela e saltou agilmente para dentro do quarto.

 - Elena? – começou Damon.

 Elena gritou e se virou para ele, lívida. Ela estava tremendo. Muito. E a ferida em carne viva em seu pescoço começou a gotejar sangue fresco. Damon encarou o curativo coberto de sangue na mão dela, antes de fixar os olhos no sangue que escorria pelo pescoço da garota, contrastando com a pele cor de creme.

  - O que aconteceu com você? – sua voz não passava de um sussurro chocado

----x----

  Stefan estava agachado no meio do mato, os olhos fechados, completamente concentrado em captar os ruídos que os animais emitiam, calculando as opções que tinha a seu alcance. Ele podia ouvir três cervos bebendo água em um rio no coração da floresta e uma pantera rondando por perto, movendo-se graciosa e quase imperceptivelmente, à espreita. Podia ouvir quatro coelhos saltitando quinze quilômetros á noroeste, alguns esquilos em árvores ali perto, humanos caminhando pela trilha vinte quilômetros ao norte e outras formas de vida em um raio de sessenta quilômetros que não captavam seu interesse naquele momento.
  Ele estava muito surpreso.
  Já havia se alimentado de alguns coelhos e cinco cervos, mas continuava tão faminto como estava antes de começar a caçar. Stefan tinha a vaga impressão de que algo lutava para irromper em sua mente, algo muito importante que ele não conseguia entender. Era como se ele houvesse construído inconscientemente um sólido muro que mantinha todos os pensamentos coerentes longe da sua cabeça. Aqui e agora, ele era apenas um predador faminto. Apenas seus reflexos, instintos e impulsos importavam. Então por que sua cabeça estava começando a latejar? Vampiros podiam ter enxaquecas?
  Stefan nunca tivera uma antes. E, ainda assim, o leve latejar se transformava em um pulsar agudo e cada vez mais forte, quebrando sua concentração e fazendo-o se levantar e levar os dedos às têmporas. O que diabos estava acontecendo com ele? Talvez mal-estar por ter se banqueteado daquele jeito? Ele devia ir para outro lugar. Precisava ir ver alguém...
Elena.
  Assim que o nome dela surgiu em sua mente, Stefan abriu os olhos. E a imagem que ele tanto se esforçava para bloquear voltou com uma nitidez assombrosa. 


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