Plus Que Ma Propre Vie escrita por Priih_Cullen, Priscila Stewart


Capítulo 3
Mesmo o tempo passando, dói.


Notas iniciais do capítulo

Oi, oi, oi...
Mais um capitulo, espero que gostem.
Obrigada pelos reviews e yarabastoss pela recomendação.
Enjoy...



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‘’O tempo passa. Mesmo quando isso parece impossível. Mesmo quando cada batida do ponteiro dos segundos dói como o sangue pulsando sob um hematoma. ‘’


Gavin's Song

Marc Broussard



Foi tão difícil ver o corpinho do meu filho naquele minúsculo caixão, mas o pior para mim, o que me matava aos poucos era ver o sofrimento da mulher que eu amo.

Eu não tinha escolhas, ao optar pela vida de um, obvio que eu escolheria ela. Eu não saberia viver num mundo onde Bella não existisse.

O médico um colega meu de trabalho já havia me alertado que isso poderia acontecer, mas graças aos céus eu não precisava decidir e nem escolher nada. Eu não saberia lidar com essa dor.

Como eu poderia aguentar com a escolha que eu teria que fazer de quem vai viver e morrer?! Se eu os amo.

É tão difícil ver quem ama sofrendo, ver quem ama partir para nunca mais voltar.

Quando me entregaram o corpinho frio do meu filho coberto com uma manta branca, eu não conseguir enxergar mais nada, uma nevoa tomou conta das minhas vistas.

–Oi garotão... O papai ama muito você sabia?!...tá doendo tanto Tony. – colei meus lábios em seus cabelinhos finos. – A mamãe não vai poder ver você, ela perdeu muito sangue, está no CTI para se recuperar, a mamãe vai ficar maluca quando não te ver com ela.

Meu filho era um menino grande, nasceu com mais de três quilos, sessenta centímetros....Parecia ser tão saudável, se não fosse o maldito cordão, meu filho estaria nos braços da minha mulher.

–O papai armou seu bercinho ontem, e colocou aquele mobile cheio de bichinhos em cima... Seu quarto estava prontinho para a sua chegada filho...

Para algumas pessoas aquela situação poderia ser patética, eu estava falando com um corpo, sem vida, morto, mas eu estava falando com meu filho, e onde quer que ele estivesse ele estaria me ouvindo.

Renée a única parente que tínhamos ali chorava junto comigo a morte do seu neto.

–O papai e a mamãe amam você Tony...

Minha sogra pegou o Tony dos meus braços e o deitou em uma espécie de maca, com cuidado passou talco em seu corpinho, trocou uma a fraldinha e vestiu um macacão verde, o qual a mãe o escolherá para ele sair da maternidade e ir para casa.

Espantei aquelas lembranças, que me maltratavam e seguir para minha casa, para a minha mulher que estava sofrendo tanto.

Cheguei em casa , e um silencio abrasador me tragou, a sala estava vazia, seguir para o meu quarto e ela estava ali, deitada em posição fetal chorando baixinho.

Joguei minhas coisas numa poltrona e deitei-me ao seu lado, de frente para ela, abraçando sua cintura.

–Oi. – falou com a voz embargada.

–Como você está?! – perguntei, mesmo sabendo que ela não estava bem, e mesmo sabendo que ela mentiria dizendo que estava.

–Hm...Estou bem, e você? Muito trabalho amor?!

Seus dedos finos tocaram meu rosto, e eu fechei os olhos aproveitando a caricia do seu toque suave.

–Trabalhei o de sempre amor, mas muito exaustivo.

–Quer comer alguma coisa?!

–Não, estou sem fome, princesa.

Aproximei-me mais do seu corpo, encostei meus lábios nos seus sentindo aquela boca macia na minha, em um átimo meu corpo colou-se ao seu sentindo sua falta, e a minha menina gemeu, não um gemido de prazer, mais de dor.

Seus seios mesmo esvaziando, voltavam a encher, ficavam empedrados e doloridos, e isso era deprimente ver o jeito que ela ficava ao olhar seus seios daquela forma, ali seria o alimento do nosso filho, mas séria uma questão de dias, e eu sinceramente queria que secasse logo, por que não seria tão doloroso para ela.

Tony veio como uma surpresa boa, arrebatando a todos nós com seus chutes na barriga da mãe, nos enchendo de esperança e amor, mas ele se foi deixando uma dor imensurável.

Mas nós erámos fortes, iriamos superar isso, não sem cicatrizes profundas, mas amenizariam com o tempo.

–Em que você esta pensando. – Bella perguntou tocando o vinco da minha testa. – Hein?!

–De como eu tenho sorte de ter uma mulher linda, maravilhosa do meu lado.

Bella contemplou-me com um sorriso lindo, triste, porém lindo.

–Se o Tony tivesse aqui, ele iria se fartar não é?! –sorriu.

–Muito, iria ficar um garotão. – respondi.

Seu rosto voltou a ficar triste, seu olhar distante como se pudesse imaginar o nosso bebê.

–Nós podemos tentar de novo. – sussurrei em seu ouvido.

Bella apertou os olhos com força e negou com a cabeça.

–Não...Eu não quero outro....Eu morreria se acontecesse algo com o outro, assim como aconteceu ao nosso filhinho.

Ela estava traumatizada, tudo aconteceu rápido demais.

Eu tinha que ser forte, por mim, e por ela, era só fazer menção no bebê que ela começava a chorar.

Estávamos tão acostumados com o Tony dentro dela durante nove longos meses. Com seus chutes, enjoos, fome excessiva assim como o sono, os desejos fora de hora, mas a noite sentíamos mais falta, pois era a hora que estávamos na cama, e botávamos um carrinho pequenino em sua barriga descendo e subindo, riamos quando ele chutava forte, dizíamos que ele estava brincando conosco.

Como podíamos amar alguém que nunca vimos ou tocamos?!

Tony se foi, e levou com ele uma boa parte de nós.

XxxxxX


Os dias se arrastavam como os outros, o outono ainda continuava com cara de inverno.

Renée, Charlie, Esme e Carlisle vieram ficar conosco por uns dois dias, Bella conseguiu se animar um pouco, mas era só tocar no nome do Tony que ela se trancava em seu quartinho amarelo e saia de lá com os olhos vermelhos e inchados.

Nossos pais partiram e a casa voltou a ficar vazia, Bella voltou a ficar sozinha e trancada em casa.

Eu precisava trabalhar então minha menina ficava sozinha, eu me sentia mal por isso, mas o que poderíamos fazer?!

Bella sempre quis um cãozinho, não que ele fosse substituir nosso bebê, mas pelo menos a tiraria daquela tristeza absoluta.

Passei no petshop que havia próximo a clinica que eu trabalhava, entrei olhando os filhotes, cada um mais lindo do que o outro, uma loira alta e vestida num jaleco branco aproximou-se.

–Boa tarde senhor, posso ajudar em algo?! Eu sou Carmen a veterinária e gerente daqui.

Ela me estendeu a mão e eu rapidamente a recebi num cumprimento rápido.

–Prazer, Edward Cullen... Bom eu quero ver alguns filhotes, posso?!

–Claro.- sorriu e me guiou, falando sobre todas as raças, quais os mais dóceis, os mais brincalhões, os cuidados que eu deveria ter.

Todos aqueles filhotes com aquelas carinhas que transmitam um ‘quero um lar’, me fazia sorri largamente, mas um cãozinho marrom me olhava atentamente com aquela cara de pidão, parecia uma bola de pelos, minha mulher iria amar.

Decidir pelo que eu não conseguia desviar o olhar, o cão era um spitz alemão, falou todos os cuidados que eu tinha que ter com ele, por que se ele caísse de um lugar muito alto seus ossos não se desenvolveriam e seu crescimento que já não é muito, ficaria comprometido.


...

Cheguei em casa com uma casinha de plástico carregável com ele dentro, aprecia uma bola de pelos.

Eu estava ansioso e empolgado para mostra-la, procurei Bella por todos os cantos da casa, mas simplesmente ela não estava então me lembrei de algo onde ela provavelmente estaria.

Abrir a porta do quarto amarelo vagarosamente, e lá estava ela sentada na cadeira de amamentação com um macacãozinho azul colado no corpo, seu pensamento estava longe, ela olhava por entre a janela.

–Oi?!

Ela sequer me olhou ou respondeu.

–Amor?! – agachei-me a sua frente e toquei seus joelhos.

–Hmm?! – pareceu que estava sonhado acordada, pelo suspiro que deu.

–Tenho uma surpresa para você.

Entramos no quarto abraçados. Aspirei aquele cheiro único que provinha do seu corpo cheiroso, concordando que ali era o meu lar.

–O que?! – perguntou com uma excitação contida na voz.

–Um filhote, ele te fará companhia...

Ela olhou para a casa do cachorro e depois para mim.

–Isso...Isso é um cachorro Edward?!

Sua expressão era de pura dor e amargura.

–Um filhote amor, ele vai te fazer companhia...- repeti, já que ela não prestará atenção quando lhe falei.- Você anda muito sozinha, eu tenho que ir trabalha...Eu não quero te deixar só.

–Uma porra de um cachorro não substituirá NOSSO FILHO.

De onde ela tirou aquela ideia maluca de substituição?!

Meu filho era insubstituível, ninguém NUNCA ocuparia seu lugar, mesmo que nós tivermos dez filhos, o Tony ainda será meu progênito amado.

–Eu não quero esse CACHORRO, eu não quero nada, apenas sofrer sozinha. RESPEITE a MINHA DOR, e não me venha me dar de presente um cachorro para animar a merda da minha vida, por que eu NÃO quero me animar Edward.

Bella estava transtornada, e eu fiquei calando observando-a despejar toda a sua fúria em mim.

Peguei a casinha de cachorro com a bolinha de pelos dentro, com o maior cuidado que pude, daria a alguém, simplesmente não poderia devolvê-lo.

–Vamos procurar uma nova mamãe bolinha.

Ela riu com sarcasmo.

–Aonde você vai?!

–Leva-lo para qualquer lugar, onde existam pessoas que ame animais. – respondi sincero.

–Eu...Eu...Não consigo ficar com ele...Me desculpe por isso, mas ele cão não ficará no lugar do meu filho.

–ELE NÃO VAI FICAR NO LUGAR DO TONY....EU TAMBÉM ESTOU SOFRENDO, ENTÃO NÃO É APENAS A SUA DOR ISABELLA, MAS A MINHA TAMBÉM...ME DESCULPE POR QUERER VER A MULHER QUE EU AMO, BEM.

Ela ficou completamente surpresa com o tom da minha voz elevado, mas ela tinha que entender que era a NOSSA dor.

Bella sentou-se na cama derrotada, eu sabia que mais do que eu ou de qualquer um, ela era a que mais sofria, mas não podíamos fazer mais nada, nosso bebê estava morto e enterrado, ela tinha que vestir seu luto, mas isso tinha que acabar um dia.

–Desculpe por ter gritado com você.- pousei minha cabeça em seu ombro.

–Desculpe por pensar só em mim, enquanto você sofre tanto quanto eu... Desculpe-me por ser grossa.

Saiu de perto de mim, e seguiu para a casinha a nossa frente, abriu vagarosamente, e tirou o cãozinho assustado de lá.

– Desculpe por ter rejeitado você... Edward... Ele é lindo.

Eu sorri um pouco, Bella era uma mulher incrível .

Afastou as lágrimas do seu rosto de porcelana e sorriu para mim.

–Como podemos chama-lo? – Levantou o cão e olhou para o seu rosto pidão.

–Você escolhe amor.

–Que tal, Bolinha?! – ela riu.

–Perfeito, parece uma bola de pelos mesmo.

Nós dois rimos, ela sentou em meu colo com o Bolinha nos braços, o beijando.

....

Tomei uma ducha com ela, e descemos para jantar, e o Bolinha junto, Bella não o soltava.

Depois do jantar, nos sentamos no sofá da sala agarradinhos os três debaixo de um grosso edredom, não estava chovendo, mas o tempo estava frio.

Zapeei pelos canais até encontrar um filme legal para assistirmos agarrados, os três...Com o Bolinha sonolento entre nós.

Chamava-se ‘Amor Por Acidente’ era uma comédia romântica bem leve e gostosa de assistir, o filme passou rápido demais, assim que começou outro que eu não fiz questão de reparar o nome, o cansaço e a exaustão tomavam conta de mim, enquanto os dedos finos de Bella trabalhavam incansavelmente em um cafune arrebatador, permite cochilar um pouco, enquanto inalava o cheiro delicioso da minha Bella.

Não sei por quanto tempo dormir, mas ao despertar, encontrei Bella chorando num cantinho encolhida no sofá.

–O que foi?! – perguntei próximo a ela, alisando suas costas.

–O choro do Tony, Edward, o bebê esta chorando. – segurou em minha camisa aflita.

–Shii...

Mas um chorinho fraco dava para ser ouvido ao longe, será que era alguma brincadeira sem graça e idiota que estavam fazendo com a nossa dor?!

–Eu estou ouvido também. –sussurrei.

–Então... Então eu... Não estou maluca?! – perguntou em meio aos soluços.

–Não, vem comigo. - peguei sua mão e começamos a procurar, poderia ser algum gravador escondido, ou algo do tipo.

Mas não o choro ficava cada vez mais desesperador.

Apressei-me a procurar de onde vinha o choro fraco, mas aquilo estava me deixando agoniado, parecia que surgia de todos os lugares.

Avancei até a porta de onde o chorinho sôfrego parecia que emanava mais, Bella olhou para mim, num gesto de que também achava que vinha dali.

Num ato protetor puxei Bella para ficar atrás de mim, e abrir a porta.

Para a minha imensa e total surpresa havia uma cestinha de palha com um embrulho pequenino branco.

–É um bebê...




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Notas finais do capítulo

E ai gostaram? Mereço reviews & recomendação?!-'
Qualquer pergunta http://www.formspring.me/PriihBeatriz
ou @PriihCullen
Boa semana!!
Beijos!
Priscila =}