Triplex escrita por liviahel


Capítulo 12
Sex, lies and ... DVD? Parte 2


Notas iniciais do capítulo

O ultimo trecho desse capitulo na verdade era uma extensão que eu escrevi depois de ter postado o cap em outro site...enfim, por isso parecem dois finais, mas é só continuação.



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Nana e Victoria passaram os dias seguintes tomando o máximo de cuidado possível, chegando algumas vezes ao estado de paranóia.Victoria podia jurar que tinha sido seguida por um carro numa das vezes que foi ao triplex de dia, mas o carro tinha passado direto e Nana disse que tinha ouvido gente no andar de cima quando estava sozinha. NichKhun, claro, achou estranho, mas não conseguia fazer nenhuma das duas dizer o que estava acontecendo. Entretanto, as coisas estavam calmas, as pessoas não deram muita atenção para a fofoca sobre Nana no jornal, afinal a foto estava longe de ser comprometedora, e ela foi autorizada pelo agente a sair um pouco de casa. Nana saiu sozinha para fazer compras, usando boné e óculos escuros para dificultar ser reconhecida na rua e foi a um shopping e às lojas maiores porque o movimento é maior e seria mais fácil se misturar às pessoas, odiava ter que tomar tanto cuidado, mas reconhecia ser necessário.

Ela olhava uma estante de óculos escuros e pelo reflexo de uma das lentes viu alguém a observando de longe, olhou para trás e não tinha mais ninguém. “Ok, isso já está ficando ridículo” pensou ela. Continuou andando em direção aos provadores para experimentar as roupas que estava segurando. Já ia tirar a blusa quando alguém a surpreendeu entrando na cabine.

— Não precisa se incomodar com a minha presença, continue o que estava fazendo lindinha — disse G.O.
Nana sentiu um frio na espinha.
— Quem é você? — fingiu-se de boba.
— Já se esqueceu de mim?
— Não, é que eu só consigo pensar na palavra “tarado” nesse momento. Gente! Tarad... — ela tentou gritar, mas foi impedida pelas mãos dele.
— Eu não faria isso se fosse você, quer mais um escândalo essa semana? Podemos conversar civilizadamente?

Nana não tinha certeza do que ele estava falando, se era sobre os dois na cabine do provador ou se sobre mais alguma coisa, só assentiu para que ele tirasse a mão de sua boca. Ele a soltou.

— Credo que nojo, eu nem te conheço, sabe lá onde foi que você botou essas mãos!
— Hoje eu não coloquei as mãos em nada, não se preocupe com isso. E pode parar de fazer-se de desentendida lindinha, você sabe bem quem eu sou, temos até um gosto em comum, isto é teríamos se esse seu “namoro” com a minha Vic fosse de verdade.
— Como pode ter certeza disso?
— Impossível, simplesmente. Aquela mulher é minha, sempre foi.
— Ridículo seu argumento.
— Quer que eu mostre o outro? — disse ele sorrindo.
Nana sentiu nojo de G.O, “Como foi que a Vic se envolveu com esse traste?” pensou ela.
— Não entendo, sério, como foi que Victoria se envolveu com você.
— As pessoas mudam muito, posso te mostrar como eu era quando namorei Victoria, você vai gostar também.
Aproximou-se ainda mais de Nana e beijou-lhe o pescoço, quando ia subir para o rosto uma mulher com uma garotinha pequena abriu a cortina, surpreendendo os dois.
— Omo! Que absurdo, que falta de vergonha. — disse a mulher tampando os olhos da garotinha e levando-a embora.
G.O suspirou.
— Parece que vamos ter que levar nossa conversa para outro lugar a ajuhma vai chamar a segurança.
Ele segurou-a pelo pulso e Nana não ofereceu resistência, para não chamar ainda mais atenção. Conseguiram sair da loja sem problemas. G.O levou Nana para o estacionamento subterrâneo e depois para seu carro, que tinha vidros muito escuros.
— Pronto. Podemos conversar aqui sem problemas.
— Diz logo o que você quer! — disse Nana levantando a voz.
— Ui, calminha aí lindinha. Onde foi que paramos antes de sermos interrompidos? Ah, em algum lugar entre seu pescoço e seus lábios. — disse ele se aproximando novamente.
G.O não era de forçar esse tipo de coisa e Nana conseguiu fazê-lo se afastar sem esforço.
— Para com isso, você não se toca? Diz logo o que quer de mim.
— Pensei que tinha sido suficientemente claro. Quero a Vic de volta, e você vai me ajudar. Te deixo o tal NichKhun de presente.
— O que tem NichKhun nessa história? — Nana estava surpresa de ouvir o nome dele na conversa.
— Já sei que vocês duas estão com ele, ou o quê? Uma não sabia da outra? Cometi alguma gafe? — disse com sarcasmo. — Só não entendo como aquele moleque conseguiu as duas.
— Esse “moleque” é mais homem que você em todos os aspectos. — disse Nana realmente irritada, o que era raro de acontecer.
— Você não tem como saber até que possa provar.
Nana ficou avaliando a ambigüidade no que ele disse para pensar no que responder, mas ele continuou falando.
— Sabe uma coisa, mudei de idéia, já tinha dito isso antes á Victoria, ter as duas não seria má idéia, vocês já são boas “amigas”.
— Você não tem tanto poder assim.
— Tenho sim, te mostro, espere e verás. Pode ir agora, e dê o recado à Victoria.
*****
Nana saiu com o carro para um lugar qualquer só para poder ligar para Victoria e avisar sobre o encontro que teve com G.O e as duas combinaram de se encontrar no triplex à noite, porque estava com medo de voltar lá de dia e ser flagrada. Victoria já estava por lá, esperando NichKhun voltar dos ensaios da tarde, e ele chegou logo, aparentemente bem cansado.

— Oi estranho. — disse ela quando ele entrou pela porta do elevador.
— Estranho eu? — disse NichKhun com a voz cansada, mas um sorriso no rosto. — Parece que faz décadas que não te vejo por aqui, não gostei desse novo horário de vocês. Você vem de dia quando eu não estou e vai embora antes de eu voltar.
— Oh carência tadinho. — disse ela abraçando-o forte por um tempo, depois o soltou. — Como se nem tivesse outros braços a recorrer.
— Vocês vão me dizer o que está acontecendo? Estou sinceramente com ciúmes de você.
— Então estamos quites.
— Então eu tenho motivo para estar com ciúmes? — disse ele desconfiado.
— Não.
— Você está mentindo pra mim. Me diz o que está acontecendo, você está com problemas, me deixa te ajudar.
— Você ajuda mais não se envolvendo, é um problema que só eu posso resolver.
— Não gosto de não ser o problema. — disse ele sorrindo e abraçando Victoria. — E já que eu não posso ser a solução, o que posso fazer?
— Seu ciumento! Sério, estou abismada de te ver agindo assim. — disse Victoria rindo. — Você não tem com que se preocupar, vai tomar um banho, você está todo suado.
— Você não vem comigo?
— Acabei de sair do banho...
— Ah não! Só me falta agora você começar a sofrer de enxaqueca, usando essas desculpas esfarrapadas.
Victoria riu alto.
— Isso é desculpa de mulher casada...
— ih Victoria, que papo é esse de mulher casada? Está pensando em me pedir em casamento?
— O medo em sua voz... Já desisti. — disse ela brincando. — E você não é homem para casar...
NichKhun sorriu.
— Quer dizer que a senhorita está só me usando?
— Até começar a dar defeito.
— Nunca!
— Tem garantia? Já disse, cuidado com a propaganda enganosa.
— Propaganda enganosa? Vem cá garota. — disse ele carregando-a nos braços.

Victoria não tomou banho junto com NichKhun, ele estava visivelmente muito cansado, então ela só encheu a banheira e ficou massageando seus cabelos durante um tempão, até que Nana entrou no banheiro de repente.

— Ah vocês estão aqui!
Victoria levou um susto com a entrada repentina da garota.
— Nana você está louca? Podia ter nos surpreendido...
— Já disse isso antes, fico feliz em interromper. — disse ela rindo, visto que não estava rolando nada.
— Oi alforriada, como vão as férias? — cumprimentou NichKhun.
— Nem me fale, nem dá pra aproveitar direito, sempre alguém no meu pé...
Victoria deu uma pisada de leve no pé dela e ela foi se sentar na beirada da banheira.
— Melhor que trabalhar igual a um condenado como eu trabalhei hoje deve ser. E quem é que estava no seu pé?
— Ah...er... o de sempre, você sabe, uns fans, uns paparazzi...

Victoria e Nana notaram a irritação da voz dele, e não renderam assunto. Jantaram, arrumaram a cozinha e foram pra o quarto ver filmes até dar a hora de dormir. NichKhun foi o primeiro cair no sono, porque estava visivelmente exausto antes, Nana também adormeceu por lá mesmo e Victoria ficou por instinto, porque podia muito bem ter ido pro quarto.
De repente um flash de luz fortíssimo invadiu o quarto.

— Ficou ótima, agora digam "xis"! — disse alguém em voz alta.
— Mas que merd... — disse NichKhun tentando enxergar quem mais estava no quarto.
A luz foi acesa, e para surpresa dos três, principalmente para NichKhun, lá estava G.O vestindo uma roupa preta com equipamento de escalada preso ao quadril, uma sacola e uma câmera de foto digital instantânea..
— O que faz aqui? Como entrou?
— Interessa mais o porquê de eu ter entrado, mas foi tão "like a boss" que eu vou contar como, desci de rapel de um helicóptero, já é a terceira vez que eu faço isso, estou ficando bom...
— Você é muito doente. — disse Victoria.
— Alguém me faz o favor de explicar o que está acontecendo? — disse NichKhun furioso.
— O traído é mesmo sempre o último a saber não é? — G.O provocou. — Pode deixar que eu explico. Seguinte, nesses DVDs tem a amostra que eu prometi, os últimos momentos felizes de vocês três juntos. Últimos porque Victoria vai voltar pra mim pra evitar que isso caia em mãos erradas, já está em mãos erradas... vocês me entenderam.
O que aconteceu a seguir foi meio surreal para as duas garotas, porque um NichKhun irreconhecívelmente furioso se levantou da cama num pulo e avançou na gola da camisa de G.O e o jogou contra parede com força suficiente para fazer tremer as janelas de vidro.
— Sai da minha casa agora seu vagabundo! Ou eu mesmo te jogo da sacada.
G.O riu.
— Cadê seu espirito hospitaleiro rapaz? Foi só uma visita, eu já estava de saída, mas antes eu tenho mais uma coisa pra exigir, quero Nana emprestada, prometo que te devolvo sem muito estrago.
NichKhun fechou o punho no rosto de G.O fazendo o sangrar nos lábios, mas ele continuava rindo.
— Vejam o DVD e aproveitem enquanto é tempo. Vic meu amor, você sabe que sou impaciente, minha cama está te esperando.

Ele mandou um beijo no ar, e NichKhun deferiu mais um soco no estômago dele e o empurrou em direção à cobertura. Nana e Victoria foram atrás dos dois preocupadas com o que pudesse acontecer, mas quando terminaram de subir G.O já estava subindo de volta ao helicóptero.

— Victoria, desce, precisamos conversar. Você Nana, fica aqui, depois conversamos. — disse ele entre os dentes se esforçando para não levantar a voz para nenhuma das duas.
Victoria obedeceu e sentou-se no sofá da sala de estar esperando NichKhun começar a conversa, mas ele ficou vários minutos andando de um lado para o outro, aparentemente tentando se acalmar.
— Não vai falar comigo? — disse Victoria, meio insegura.
— Você é quem tem coisas pra falar. — ele disse isso mais alto do que pretendia, assustando a garota. — Como foi que deixou as coisas chegarem a esse ponto?
Os olhos de Victoria se encheram de lágrimas.
— Quero dizer, eu não posso te exigir exclusividade já admiti isso antes, mas não esperava que fizesse isso... — ele continuou.
— Você está entendendo mal as coisas...
— Não! Você vai me escutar primeiro! Como posso confiar em você agora, se você não confiou em mim o suficiente para me dizer o que estava fazendo? E eu não digo só por mim, colocou Nana em risco também.
— NichKhun me escuta! — Victoria estava chorando e NichKhun não conseguia olhar pra ela. — Eu não fiz nada!
— O que esse homem veio fazer aqui então? Se você não se envolveu com ele...
— NichKhun eu namorei ele há quatro anos! Quatro anos! Não soube dele desde então, porque ele saiu do país.
— Por que ele está fazendo isso então?
— Não tenho idéia! Ele sei lá... cismou comigo.

NichKhun pareceu mais calmo e Victoria aliviada por ele não continuar desconfiado dela, na verdade estava meio com raiva por ter sido indiretamente acusada de traição.

— O que ele tem pra nos chantagear? — disse ele ainda sério.
— Eu não sei, mas ao que parece ele andou nos espionando. Pedi à Nana pra tomar cuidado, por isso você não precisa se preocupar, ela também não tem nada com ele. G.O também cismou com ela porque me viu conversando com ela.
— O jeito é ver o que tem no DVD para decidir o que vamos fazer.
— Não acho você vá ser de grande ajuda, ele só vai querer resolver essa historia comigo.
— Ah! E você pretende ceder à chantagem? — disse NichKhun voltando ao tom ciumento de voz.
— Ai claro que não, mas eu o conheço melhor, vou arrumar as coisas.
Nana, que tinha parado de ouvir vozes altas, desceu para saber o que estava acontecendo, estava com receio porque nunca tinha visto NichKhun se comportar daquela forma, mas o encontrou de volta ao normal quando desceu as escadas.
— Está tudo bem agora? — perguntou ela.
NichKhun e Victoria assetiram.
— Está a fim de assistir um filme? — disse ele sacudindo uma das cópias que G.O tinha deixado com eles.
— Vai começar o show de horror. — comentou Victoria. — Vamos ver o que aquele traste sabe...

Os três subiram de volta ao quarto para colocar o DVD para rodar, se sentaram na cama para ver. Os primeiros trechos do filme eram Victoria e Nana entrando e saindo de carro do prédio, nada muito preocupante, mas o suficiente para criar rumores, já que era fácil averiguar aonde NichKhun morava. As coisas começaram a ficar piores quando viram que havia cenas gravadas de dentro do tríplex.

— Eu disse que havia gente rondando o apartamento um dia desses... — disse Nana. — Como foi que ele gravou essas coisas?
— Ele disse que tinha feito rapel umas três vezes, não duvido nada que as três vezes tenha sido para entrar aqui.
— Que doente! — disse NichKhun.
Continuaram vendo o filme, e haviam algumas outras cenas gravadas no estacionamento subterrâneo do prédio, era NichKhun descendo para receber Nana que entrava com o carro numa das vagas, só que ao invés de sair no carro Nana ficou e NichKhun entrou e os dois ficaram lá por algum tempo.
— Muito discretos vocês, não dava tempo de subir pro quarto não? — disse Victoria enojada. — Passa isso aí, já vimos do que se trata.
— Que vergonha. — disse Nana.
— Agora você sente vergonha né? Pra quem até outro dia era pura, é abrir a porteira que sai a boiada... — disse Victoria, rindo.
— Não é pra rir! É pra surtar! Imagina se uma coisa dessas cai na mídia?
— Deu certo pra Paris Hilton...
— Sempre quis ter uma sex-tape. — disse NichKhun.— Mais um sonho realizado.
— Seu pervertido! Que droga gente, isso não pode vazar. E para de rir Victoria!
— É eu rindo da situação ou te esganando por dar um mole desses e me fazendo assistir a isso, qual você prefere?
Nana ignorou o comentário, até porque o filme ficou preto e branco e começou a passar imagens de um estacionamento. As duas garotas congelaram, porque já sabiam do que se tratava, eram imagens da segurança do prédio da agencia.
— Então gente, acho que já vimos o suficiente. — disse Victoria tentando ejetar o DVD usando o controle remoto, e sendo pouco eficiente, tudo o que conseguiu foi dar pause, porque as pilhas do controle estavam fracas.
NichKhun viu a data e a hora em que a imagem foi gravada e ligou os pontos.
— Ei! Isso é do dia da ligação misteriosa, que a Nana foi te buscar de carro na agencia! O que tem nessa parte, que foi que vocês fizeram?

NichKhun tentava tirar o controle remoto das mãos de Victoria, só que ela jogou o aparelho para Nana, enquanto era imobilizada pelo corpo do rapaz.

— Tira o DVD do aparelho Nana, e some com as cópias! — ela gritou com dificuldades de respirar por conta do peso em cima dela.
Nana já ia se levantar da cama para ir ao aparelho tirar o dvd manualmente, mas NichKhun foi mais ágil puxando a garota pelo braço, sem soltar Victoria, e como num dejavu, lá estavam as duas presas debaixo de NichKhun como no dia seguinte em que se conheceram.
— Que coisa! Que foi que as senhoritas andaram aprontando pra tentarem esconder a esse custo?
Ele deu play no vídeo novamente.
— Que droga! Porque com ele tudo funciona tudo direito? — disse Victoria, reclamando do controle remoto.
O vídeo recomeçou e NIchKhun pode ver Nana e Victoria se beijando no estacionamento, e a reação foi do mais natural susto possível.
— Ahá! Então quer dizer que eu estou sim, levando chifres, e das duas... JUNTAS!
— Eu disse que ele ia pensar besteira. — disse Victoria.
— E não é pra pensar? Vocês duas de amasso no meio de um estacionamento, que sexy.
— Isso foi um fato totalmente isolado, não se empolga. — disse Nana.
— Fato isolado? — NichKhun pescou algo no ar. — Quer dizer que houve um motivo bem forte pra isso, até outro dia vocês brigavam até por pedaço de pizza...
— Nana disse ao G.O que nós namoramos.
— E ele acreditou? — disse NichKhun admitindo que um namoro entre as duas era mesmo absurdo.
— Não, por isso ela me beijou.
— Ai nem vem Victoria! Quando um não quer dois não beijam, admite sua parte nisso aí!
— Ok ok. Chega de besteira agora, precisamos decidir o que fazer. — disse Victoria, tentando sair debaixo de NichKhun, que acabou liberando as duas.
— Estou com tanta vergonha que nem consigo pensar agora. — disse Nana.
— Vergonha... Espera, você me deu uma idéia ótima! Ele usou isso contra nós, vamos usar a vergonha contra ele. Temos que achar qual é o teto de vidro dele.
— Você quer dizer, pegar ele fazendo algo “escândalo”?
NichKhun só escutava, não sabia como ajudar.
— Já sei o que fazer. — disse Victoria. — Infelizmente não vai poder ajudar muito NichKhun.
— Tudo bem, se vocês resolverem a situação já está tudo bem.
— Vamos dormir? Preciso pensar. — disse Victoria.
E os três voltaram a adormecer.
******

No dia seguinte Victoria encarregou Nana de contatar uns amigos para ajudarem na armação e pediu que ela comprasse uns acessórios pra poder sair sem ser reconhecida. Enquanto ela mesma ligou para G.O, para ganhar tempo e evitar que ele fizesse alguma besteira.
— Jung Byung Hee, eu já vi o vídeo...
— Amador não é? Agora, se o protagonista fosse eu, seria diferente. — interrompeu ele.
— Decidir ceder, NichKhun não tem nada a ver com os nossos problemas.
— Verdade. Como vai ser, na sua casa ou na minha?
— Você precisa ser assim tão vulgar? — disse ela, enojada.
— Como é?
— Deixa pra lá. Você não precisa saber quando, só espera no seu quarto que eu apareço qualquer hora.
— Ei! Você não está se esquecendo de nada? É para trazer sua amiga junto.
— Está bem eu já sei. — respondeu ela meio irritada e desligou o telefone.
Victoria combinou de pegar Nana de carro em frente ao prédio, e o que encontrou foi uma moça de cabelos curtos e escuros mascando chiclete, era ela, disfarçada.
— Você está ótima. — disse Victoria.
— Obrigada. Como vamos conseguir um cartão magnético pra entrar no quarto?
— Isso vai ser fácil, já fiz isso antes.
As duas chegaram à recepção do hotel juntas, e o mesmo rapaz que estava lá da outra vez as atendeu.
— Uma chave do quarto 401, por favor. — disse Victoria, o rapaz não olhou pra ela imediatamente.
— Nome? — disse ele, finalmente olhando pra ela. — Ah é você! O serviço foi bem feito então, se você está de volta...
—A chave, por favor. — Victoria repetiu, estranhamente incomodada com a indiscrição do rapaz.
“Como se eu devesse alguma coisa” pensou ela. Nana já ia seguindo Victoria, quando o rapaz a chamou.
— Ei você! Você eu não conheço, não posso deixá-la entrar.
Nana ia responder, mas Victoria a impediu.
— Minha acompanhante.
O rapaz levantou as sobrancelhas surpreso e deu um sorriso malicioso.
— Quer meu cartão? — disse Nana mascando chiclete ruidosamente. Victoria deu-lhe uma cotovelada e puxou a garota em direção a um dos elevadores.
— Está ficando louca, que negócio é esse de “quer meu cartão”?
— Só estava entrando na personagem. — disse ela sorrindo.
— Continua assim e você vai ver outra coisa ent...
— Está bem, já entendi. E você hein? Bem que disse que ia ser fácil pegar uma chave, quando foi que usou esse truque antes? Bico pra complementar a renda? — disse Nana rindo.
— Ai cala a boca. — disse Victoria rindo também.
As duas subiram pelo elevador e esperaram no corredor.
— Então, qual é o plano? — disse Nana. — O que vamos fazer exatamente?
— A gente vai entrar, e fazer de tudo pra tentar colocar isso nele. – disse Victoria mostrando algo que estava dentro da bolsa dela.
Nana riu.
— Fala sério! Como vamos fazer isso?
— Você só me ajuda e me segue. Chamou os amigos que eu pedi?
— Sim.
— Quem são?
— Surpresa. Na hora você vai ver.
E as duas entraram no quarto de repente e surpreenderam G.O no seu nu habitual, Nana se virou pro outro lado por reflexo.
— Está se escondendo de quê garota? Pra isso estamos aqui. — disse G.O
— Deita na cama. — mandou Victoria.
— Ok. — disse ele sorrindo. — Bem que dizem que os anos só deixam as mulheres melhores.
Victoria ignorou o comentário e ele se sentou encostado na cabeceira.
— E agora? — disse ele, vendo Victoria tirar umas coisas da bolsa que ele não conseguiu identificar.
— Agora você fica quieto e assiste.
G.O levantou as sobrancelhas,surpreso,vendo Victoria abraçar Nana e beijar-lhe o pescoço, o que ele não sabia era que aquilo não era o que parecia.
— Prende isso no pulso dele e depois tranque na cabeceira da cama. — ela disse quase inaudivelmente no ouvido dela.
As duas subiram no colchão de joelhos e G.O estendeu os braços pra poder tocá-las, só que o invés de se aproximarem dele as duas se olharam, como quem se comunica com os olhos, Victoria puxou Nana pela nuca e a beijou.
— Wow! — elas ouviram G.O dizer. — Venham cá vocês duas. — disse ele puxando-as pelos pulsos.
As duas aproveitaram o movimento para prender pares de algemas nele e trancarem-no na cabeceira.
— Ei! O que estão fazendo? — disse ele sorrindo.
As duas se afastaram dele.
— Coloca isso nele. — disse Victoria segurando uma tanguinha.
— Eu não! Não vou tocar nisso aí! — disse Nana rindo. — Coloca você já está familiarizada!
— O que é isso?! — disse G.O, finalmente sacando a intenção das duas garotas. — Victoria não! tanguinha não!
— Sim! Pra você uma vez na vida se ver no papel de uma mulher. — disse ela rindo, forçando a peça íntima pernas acima. — Pronto! Pode chamar seus amigos Nana.
Ela pegou o celular e discou.
— Jokwon? Pode subir com o Heechul. — disse ela.
Em menos de um minuto lá estavam JoKwon diva e Lady HeeHee montadas no quarto. Os dois subiram no colchão e fizeram pose. Victoria e Nana pegaram as câmeras e disseram juntas.
— Digam "xis'


******

HeeChul e JoKwon fizeram a festa tirando fotos com G.O, uma mais embaraçosa que a outra, no final das contas deixaram o rapaz cheio de marcas de batom, unhas pintadas, maquiagem drag queen. Victoria dispensou os dois e ficou no quarto com Nana e G.O.
— Precisando, só chamar diva! — disse JoKwon saindo do quarto com Heechul.
Nana sorriu em resposta, se despediu e fechou a porta.
— Vai pagar por isso Victoria! — disse G.O furioso.
— Não vou pagar nada, porque estamos quites. Aliás, se eu fosse contar de verdade isso ainda não paga tudo que você me fez passar.
— Não existe isso de estamos quites, você não pode mostrar isso pra imprensa! Você não vai!
Nana, que olhava as fotos na câmera distraidamente, parou ao som da voz exaltada de G.O.
— Ai Vic de que adiantou?
— Adiantou o quê?
— Botar uma tanguinha nele, não tem nenhuma foto de costas!
Victoria riu.
— Verdade, seu bumbum vai sair uma graça no jornal Jung Byung Hee, a única parte que eu admito ainda achar bonita em você. — disse ela entre risos.
Victoria o virou e tirou uma ultima foto, depois mostrou o resultado pra ele.
— Agora falando sério, tenho uma proposta a fazer.
— Diz logo o que você quer! — disse G.O impaciente.
— O mesmo que você queria...
— Ah mudou de idéia? — disse ele maliciosamente.
— Quê? Ai, você ainda tem coragem de me perguntar? Esquece, não vai rolar de novo, nunca mais.
— Você mesma deve ter jurado que eu nunca mais voltaria, pode acabar pagando língua. Eu te conheço bem, sempre que diz nunca mais...
— Uhuhu Vic, acho que você causou uma boa impressão pro resto da vida dele, você fez o quê? As 365 posições do Kama Sutra? — disse Nana, rindo.
— Como sabe que são 365...? Deixa pra lá melhor não saber. — disse Victoria.
— O que foi? Ler é sempre bom.
— Ler...sei...
— Ei vocês! Foco! Vão me dizer o que querem agora ou não?
— Aonde você colocou suas cópias do DVD, fotos e tudo o mais que você tem guardado sobre nós? — disse Victoria.
— E você acha que eu vou dizer uma coisa dessas?
— Nana, você pode chamar os rapazes de volta? Acho que vão ter que vir pra “convencê-lo”, dessa vez acho que vou até deixar vocês a sós, pra ficarem mais à vontade sabe...
— Não! Por favor não! Victoria, você não faria uma coisa dessas, eu te processo!
— Processa nada, processo é o mesmo que uma matéria em revista de fofoca, e as pessoas vão começar a duvidar...
Victoria piscou para Nana e ela riu da reação dele quando pegou o celular.
— Está bem, me solte e eu mostro onde está tudo.
— Claro que não gracinha, você vai me dizer, eu vou achar e depois eu te solto.
G.O apontou com o queixo, porque ainda tinha as mãos algemadas à cabeceira da cama, uma bolsa azul no armário do quarto. Nana foi até lá e abriu a bolsa, havia uma câmera e uma filmadora digital, várias fotos e várias cópias de DVD.
— Está tudo aqui? — Nana perguntou.
G.O assentiu com a cabeça. Victoria foi até o banheiro e trouxe a cesta de lixo, colocou tudo lá dentro e tacou fogo.
— Não vai apagar as minhas fotos com aqueles... As minhas fotos? — disse ele com raiva, entre os dentes.
— Tudo bem eu apago, aqui. — disse Nana mostrando o visor da câmera digital para ele chegar se ela estava mesmo apagando tudo.
De repente o detector de fumaça do quarto começou a apitar.
— Victoria me solta rápido!
Nana apagou o fogo, não havia sobrado nada dentro da cesta pra contar a historia, o alarme cessou depois que abriram a janela. Victoria foi até G.O e colocou a chave das algemas na boca dele e deu lhe um selinho nos lábios.
— Boa sorte. — disse ela.
— Victoria não faz isso, já estamos quites...
— Se eu fosse você falava menos e agia mais, porque se você deixar cair essa chave duvido que consiga sair daí antes que os bombeiros arrobem seu quarto pra ver onde está o fogo, vão achá-lo num lugar não muito agradável. — disse Nana mal contendo a risada.
E as duas saíram do quarto como se nada tivesse acontecido.


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