Triplex escrita por liviahel


Capítulo 13
Nana Sutra?


Notas iniciais do capítulo

Nana revelando talentos ocultos hehehe piadas indecentes are coming



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Em mais uma manhã ensolarada no triplex Victoria despertou com um raio de sol fortíssimo que entrava pela janela, já passavam das 9 da manhã.


— Bom dia lind... — disse ela virando-se para cumprimentar NichKhun, mas encontrou o outro lado da cama vazio. — Mas que droga! Nunca vou me acostumar com isso. Custava ficar aqui pelo menos para me dar um “bom dia”? Se ele soubesse o quanto eu odeio... Tudo bem, não vou ficar irritada hoje, tenho que ir trabalhar.

Ela se levantou de má vontade e foi tomar banho. O pé já estava totalmente recuperado, então ela voltaria a trabalhar normalmente na agência, ensaio com uma artista nova pela manhã, depois um ensaio com a equipe de NichKhun, que ia fazer comeback e turnê. Saiu sem comer nada, com receio de encontrar NichKhun e Nana na cozinha, passou o restante da manhã toda ensaiando.

Enquanto isso no quarto de Nana, mais precisamente na cama dela:

— Uau! — disse ela ofegante, olhando para o teto do quarto.
— Nossa, nunca fiquei tão exausto. — disse NichKhun enxugando o suor do rosto e se abanando com um lençol. — Onde foi que andou aprendendo essas coisas?
— Andei lendo, e sempre pratiquei yoga... — disse ela rindo.
— Que bom, pensei que era alguma “atividade extracurricular”.
— Que nada professor, eu estudo em casa mesmo. Sou autodidata.
— Autodidata? — disse NichKhun maliciosamente.
— Piada fail, não é? 


Ele riu alto.


— Falando em casa, preciso sair.
— Ai não! Fica aqui comigo!


NichKhun tentou se desvencilhar, em vão.


— Você está louca! Me solta!
— De jeito nenhum. — disse ela rindo.


Nana continuou segurando-o fortemente e logo ele se cansou e caiu prostrado do volta ao colchão.


— Ai socorro! Eu criei um montro! — disse ele fingindo desespero.
— Como assim?
— Você não é normal, não se cansa nunca?
— Ah fala sério, não exagera! Estamos aqui a...
— Cinco horas! — gritou ele, finalmente olhando para o relógio na cabeceira da cama, já passava do meio dia. — É sério eu preciso mesmo ir, tenho ensaio. Victoria vai me matar se eu me atrasar!


Ele se soltou de Nana e foi correndo ao banheiro, tentou fechar a porta, mas foi impedido.


— Posso tomar banho com você?
— Nana não! — disse ele rindo e forçando a porta para fechá-la. — Você tem que aprender o que são prioridades!
— Como é?
— Eu tenho que ir trabalhar, você não tem o que fazer não?
— Tenho um desfile só à noite, me deixa entrar?!
— O que vai fazer?
— Te violentar é claro. — disse Nana ironicamente.


Ela conseguiu colocar o pé na abertura da porta e NichKhun teve que parar de empurrar para não machucá-la.


— Está bem pode entrar, mas eu não vou nem encostar em você!
— Eu já entendi, não vou tentar nada, consigo me controlar.
— Assim espero.


******

Já passavam das 13 horas, Victoria e os outros dançarinos esperavam por NichKhun para começarem os ensaios, ele estava pouco menos de uma hora atrasado, mas como ela sabia o motivo do atraso, estava irritada. Tinha mandado começarem sem ele e já reclamado de duas ou três faltas de sincronia inexistentes.

— Impressão minha ou ela está mais exigente que de costume hoje? – disse JaeKyung à Krystal.
— Não acho. — ela tentou em vão defender a amiga.
— Pois eu acho que isso aí é falta de namorado. — disse Nicole.
— Se fosse assim você já tinha sido mandada pra um exorcista, porque né... Esse não é o problema da Victoria. — disse Krystal rindo.
— Você diz isso porque são amigas. Eu digo uma coisa, esse mau humor dela hoje é falta de homem. — disse WooYoung, que bicava a conversa delas deitado no chão.
— Não vou discutir com você, de falta de homem você entende não é WooYoung? Pos falar nisso seu amor acaba de chegar.
Krystal apontava para NichKhun, que entrava pela porta correndo.
— Ih! Está me estranhando garota? Você é uma aborrecida mesmo.


NichKhun tinha ido direto falar com Victoria.


— Me desculpe o atraso.
— Em posição! – gritou ela para todos, ignorando NichKhun completamente.

Ele já a conhecia o suficiente para saber que essa era a reação dela quando estava com ciúmes, mas misturado ao habitual profissionalismo dela, a deixava ainda mais assustadora. A tarde toda ela exigiu de todos nada menos que a perfeição, com muito breves intervalos de descanso.

— Se eu descubro qual cara a fez ficar assim de ovo virado, eu juro que eu mesmo vou lá dar umas porradas nele. — disse Junho, que sentia cãibras na panturrilha.
— Muito sexy. — Krystal comentou rindo, enquanto o ajudava a alongar a perna para desfazer o nó muscular. — Mas espera, a teoria de vocês não era que o mau humor era pela falta de homem.
— Mudança na teoria, só um homem é capaz de causar tanto estrago, tem que gostar muito pra ficar irritada assim. Quem souber quem é esse homem me diz porque até eu fiquei interessada. — disse Jaekyung brincando. — Eu caso, dou comida e roupa lavada... Ok, não né?


Todos os que estavam sentados riram. NichKhun foi falar com Victoria discretamente, ela estava encostada na parede e não olhava pra ele.


— Eu já pedi perdão pelo atraso, será que você pode por favor pegar mais leve?
— Não sei do que você está falando, meus ensaios são sempre assim.
— Não são não, e você sabe, quando foi que deixou os dançarinos nesse estado de exaustão antes?
— Ok, eu estou irritada sim, mas nem é por causa do seu atraso.
— Por que então?
— Porque não gosto de dormir acompanhada e acordar sozinha sem aviso.
— Ah, é isso?
— É... isso. — ela se esforçou para não dizer aquilo em voz alta porque tinha encarado o comentário como um deboche. — Me sinto usada, você está me tratando como G.O...

A consciência de NichKhun pesou ao ser comparado com o ex.

— Perdão, não faço mais isso. — ele passou a mão na mão dela de leve. — É que você dormia tão linda que eu não quis te incomodar. Prometo que te compenso mais tarde.


Victoria olhou pra ele rapidamente e sorriu, mas não respondeu.


— Vamos pessoal, a ultima vez para eu poder liberar vocês! — disse ela mais animada.


Todos fizeram um ultimo esforço para sair tudo perfeito e poderem ir embora, e conseguiram.


Victoria foi embora no carro dela e NichKhun seguiu logo atrás em direção ao triplex, os dois só se encontraram no elevador.


— Por que está mancando? — disse Victoria vendo-o entrar pela porta de forma estranha.
— Fadiga muscular, eu acho.
— Exagerei muito no ensaio não é? 
— Até que não, acho que eu é que estou desacostumado mesmo.
— Ou exagerando em outras coisas...
— Imagina, não existe isso. — disse ele rindo e pegando-a pela cintura.


O elevador chegou no apartamento.


— Vai tomar um banho, você está um bagaço. — disse ela, desviando dos beijos dele.
— Vem comigo, me faz uma massagem.
— Você não disse que eu é que ia ser compensada hoje?
— A massagem é só uma metáfora. — NichKhun disse piscando pra ela.
— Ah bom, me escreve um livro então. — disse ela rindo.

NichKhun encheu a hidromassagem do banheiro do quarto dele, arrancou a roupa e pulou dentro feito um garoto de 8 anos. Victoria achou graça em vê-lo agir daquela forma e sentou-se na beirada da banheira para observá-lo.

— O que foi? — disse ele.
— Nada, é que você parece um garotinho quando faz essas coisas.
— Prefere o NichKhun versão maiores de 18? — disse ele puxando-a para dentro da banheira com roupa e tudo.
— Ai! Depende, da versão criança quem tem que cuidar sou eu, e de mim quem cuida é a versão adulta.
— Ah entendi, o que você quer fazer é brincar de “who’s your daddy”?


Victoria riu alto.


— Seu indecente! — disse ela jogando espuma no rosto dele.
— Vou te mostrar o que é indecência. — disse ele puxando-a mais para perto.


Como ela ainda estava vestida foi uma confusão para fazê-la se livrar das roupas, no final das contas tinha mais água fora da banheira que dentro dela. Eles a reencheram e passaram horas por lá, depois foram pra cama, Nana só chegaria em casa de madrugada por causa do desfile.


******

Na manhã seguinte, para satisfação de Victoria, ela acordou e lá estava NichKhun dormindo feito uma pedra ao lado dela. Ela precisava sair cedo para trabalhar e ele só ia para a agência mais tarde. Victoria o abraçou e lhe deu um beijo na bochecha.

— Bom dia lindo! Vou sair pra trabalhar, pode voltar a dormir, mas não se atrase para o ensaio.
— Aham. — respondeu ele, semi-acordado.


Ela se arrumou rápido e saiu sem comer, a porta do elevador mal tinha fechado e lá estava Nana correndo para o quarto de NichKhun. Ela pulou no colchão, em cima dele, que estava de bruços.


— Bom dia lindo! 


Ele não se assustou porque estava meio acordado, mas tinha dificuldade de abrir os olhos, tateou cegamente e puxou o braço dela para que se deitasse por cima dele.


— Vem cá, me abraça e dorme comigo.

Nana levantou o corpo bruscamente.

— Como assim dormir? — ela disse séria.
— Eu estou muito cansado.
— Arsh chincha! Essa é a única parte do dia que podemos ficar juntos e você vai ficar aí dormindo? O que aconteceu com aquele discurso “sou jovem e saudável”? 
— O jovem e saudável aqui precisa dormir como qualquer pessoa normal.
— Está me chamando de anormal?
— Não, sobrenatural é o termo certo pra você. Passo mais tempo com Victoria, mas não faço nem metade do que faço quando estou com você.
— Precisava citar o nome dela na conversa? — disse Nana meio ríspida.
— Você com ciúmes? — disse ele finalmente abrindo os olhos, completamente acordado.
— Sempre tive, ou você acha que eu fui até Bali seguir vocês só por causa da chuva e da lama medicinal?
— Você tem uma forma muito engraçada de demonstrar ciúmes. 
— Pra rir de mim você está acordado não é?
— Por que está tão irritadiça? — disse ele, estranhando a forma pouco gentil com que ela o tratava.
— A falta...
— Hein? Falta de quê? Falta de... ah! Mas espera, tem só um dia que nós não... 
— Mas pra mim já fez falta! Tudo é novidade pra mim.


NichKhun riu alto.


— Sua doida, as coisas não funcionam assim...
— Pelo jeito não vão funcionar de jeito nenhum... — ela fez que ia embora, mas ele a puxou de volta.
— Ei! Não foi isso que eu quis dizer, estou e plena saúde! — disse ele surpreso e rindo. — Bom, agora que eu já estou acordado, vem cá.

Ele a puxou para si colocando-a por cima dos quadris para desabotoar-lhe a camisa usando a boca, Nana estava um pouco impaciente e arrancou logo a blusa para poder beijá-lo. Depois que se livraram dessa peça de roupa não havia muito o que tirar, porque NichKhun dormia de cueca e Nana subiu pro quarto dele só de blusão mesmo. Ela o empurrou contra o colchão, beijando-o furiosamente como se ele fosse fugir dela e ela não fosse permitir de forma alguma. NichKhun se virou para poder ficar por cima dela.

— Preciso ficar preocupado? — disse ele ofegando.
— Com o quê? — disse ela, meio confusa, despertando de um momento êxtase.
— Não sei, você ficou meio obsessiva de ontem pra hoje.
— Não é isso, é que você me dá menos atenção, menos tempo...
— Vou precisar de dias de trinta horas desse jeito...
— Vai mesmo, agora cala a boca e me beija.

Nana fez NichKhun usar toda a extensão do quarto durante as 6 seguintes horas, a cama, o chão, o tapete, o sofá, enfim, tudo que era lugar possível de se usar. Já estava dando a hora de NichKhun sair para o ensaio e de novo ele ia se atrasar se não corresse.

— Preciso ir ensaiar.
— Que droga. — disse ela, meio manhosa.
— Sem querer comparar, mas você está parecendo a Victoria, as duas esquecem que eu tenho um trabalho e uma imagem publica para administrar.
— Você passa o dia e a noite toda com a Victoria e ainda tenho que ficar escutando o nome dela até como estamos juntos, que coisa. — disse Nana, com um tom muito adolescente na voz.
— Uh que possessiva! Está tentando fazer o que?
— Estou tentando cumprir com os conselhos do Nana Sutra. — disse ela.
— Não é Kama Sutra o nome do livro? — disse ele rindo.
— É, mas esse eu já li, o meu é uma adaptação. — disse ela brincando. — O original é quase impraticável tanto porque não temos tempo quanto fisicamente.


NichKhun riu.


— Então me conta, o que é “Nana Sutra”? — disse ele, fingindo levar a conversa à sério.
— Bom, pra começar, no original “Kama” é a divindade do amor e do desejo, na minha versão a divindade sou eu. — disse ela brincando.
— Ah! Então vou ter que, sei lá, demonstrar algum tipo de adoração.
— Claro! Adoração, abraçação, beijação, tudo que eu tenho direito.
— E o que mais?
— Bom, basicamente são passos básicos para minha felicidade amorosa e sexual.
— E quais seriam esses passos? — disse ele, sinceramente curioso.
— O primeiro é me livrar da outra. — disse ela, obviamente se referindo à Victoria.
— Quê Isso?! Você está doida?
— Eu estou brincando é claro, embora isso tenha me passado pela cabeça umas duas ou três vezes. — disse ela rindo.
— Estou chocado, sério. Mas e os outros passos?
— Esses eu ainda vou inventar, quando eu atingir o objetivo eu te aviso.
— Se você não me matar antes disso.
— E isso mata?
— Acho que não, porque se matasse eu já estava mortinho e enterrado. — disse ele rindo.
— Eu mereço escutar uma bobagem dessas logo de manhã, quem fala bobagem merece escutar bobagem, não é? — ela jogou um travesseiro no rosto dele. — Você não tinha que ensaiar? Se não se apressar vai morrer de morte matata, porque a Vic vai estar te esperando com facas na mão...
— Verdade, deixa eu ir. — ele deu um selinho nela e saiu correndo tomar banho.


*****

Os dias que se passaram seguiram o mesmo ritmo e rotina, Nana estava em semana de desfiles e só ia chegar cedo em casa no fim de semana, Victoria e NichKhun ensaiavam do início da tarde até à noite e dormiam juntos. Ele, é claro, estava se esforçando para não entrar em colapso tentando dar atenção pras duas garotas igualmente. Victória não tinha do que reclamar, porque passava mais tempo com NichKhun, apesar de que 80% desse tempo era trabalhando e os dois não podiam nem se encostar. Nana ainda tinha problemas para cumprir com prioridades e NichKhun estava definhando.

Junsu foi visitar os ensaios para ver como estavam evoluindo, era ele quem estava produzindo a turnê que NIchKhun faria daqui umas semanas.

— E aí cara, trabalhando muito?
— Um bocado, mas por que a pergunta?
— Você não parece nada bem, perdeu peso? Se os ensaios estiverem pesados eu posso falar com Victoria...
— O meu cansaço não é só pelos ensaios, e sim, é por causa da Victoria, mas principalmente por causa de Nana.
— Ah entendi. — disse Junsu rindo. — Eu nem imagino pelo que você deve estar passando.
— Você e Sohee ainda não...
Junsu ficou vermelho, porque era bem mais tímido que NichKhun e não costumava falar dessas coisas.
— Claro, mas feito gente normal.
— Defina “gente normal”.
— Tudo que vocês três não são.
NIchKhun riu do comentário, mas não respondeu então Junsu continuou falando.
— Você sabe que não vai agüentar muito tempo não é?
— Imagina, eu só preciso dormir melhor.
— Você não se dá por vencido não é? — disse Junsu fingindo dar uma bronca nele. — Muito bem, você tem o dia de folga amanhã, mas é pra você descansar, ouviu?
— Tudo bem.

Junsu avisou a todos sobre o dia de folga, fez elogios sobre o desempenho dos dançarinos e o ensaio acabou.


Nana ia voltar para casa cedo naquele dia porque só tinha uma entrevista a conceder para uma revista, os desfiles já tinham acabado. Victoria sabia disso e fez questão de ir com NichKhun para o quarto dele, porque quando Nana chegasse e visse o restante da casa vazio ia pensar que tinham saído, ou qualquer coisa do tipo, e ela poderia ficar com dormir com ele. E funcionou em parte porque Nana chegou e viu as luzes apagadas, então foi direto para seu quarto no segundo andar.

De repente ela ouviu gritos.

— Não! Não, não, não, não!


Ela se assustou e subiu ao terceiro andar, de onde vinha a voz. Entrou no quarto correndo.


— Isso nunca me aconteceu antes. — dizia NichKhun tampando o rosto com o lençol.
— O que foi? — disse Nana, que estava parada no vão da porta.
— Chegou tarde Nana, já fomos interrompidos. — disse Victoria entre risos.
— Para de rir! Não tem graça, eu estou em crise! — disse ele, meio nervoso, mas Victoria continuou rindo.
— O que foi que aconteceu com ele? — disse Nana.
— Você foi a ultima a usar, você quebrou, você conserta. — Victoria ainda ria muito.
— Ah! Sério? — disse Nana, finalmente entendendo a situação e entrando na piada. — Você é que não está sabendo por pra funcionar, funcionou direitinho comigo hoje...
— Está insinuando que a culpa é minha? — Victoria ainda estava brincando, mas pareceu um pouco impaciente.
— Ei! Vocês duas! O assunto é sério, isso nunca mesmo me aconteceu antes! É pra ficarem preocupadas, não pra rir.
— Fala sério, eu nem sei o que dizer. — disse Nana, parando de rir.


Victoria ainda achava a situação engraçada, mas já não ria alto.


— Ai Khun não exagera, não é como se estivesse doente, todo homem passa por isso.
— Eu não! — ele falou mais alto do que o necessário, demonstrando que estava realmente chateado e Victoria ficou mais condescendente.
— Está bem, se isso te tranqüiliza eu te levo num médico amanhã, mas eu já sei que você tem, stress, cansaço... — disse ela.
— Muito obrigada pela consideração. — disse ele ironicamente, virando-se de bruços no colchão e tapando o rosto com um travesseiro.

Victória fez sinal para que Nana se aproximasse, visto que NichKhun estava mesmo chateado.


— Não precisa desse drama todo NichKhun, você só está exausto.
— Não é drama, eu estou morrendo de vergonha. — ele descobriu o rosto, já não estava tão carrancudo, mas também não olhava para as duas garotas.
— Pelo menos agora sabemos que o “Nana Sutra” tem efeitos colaterais. — disse Nana rindo.


NichKhun também riu, só quem não achou graça, até porque não estava entendendo, foi Victoria.


— Vocês e essas piadas internas, não vou nem tentar entender.


As duas ficaram conversando sobre outras coisas com ele, para distraí-lo, e ele adormeceu rápido por causa de seu estado físico deplorante. Victoria e Nana também adormeceram, cada uma pousada em um braço de NichKhun. 


******


Na manhã seguinte Victoria levou NichKhun a um médico, só pra convencê-lo de que não havia nada de errado. Teve que ser ela porque Nana não podia ser flagrada num hospital sem virar notícia e NichKhun não queria ir sozinho. A recepcionista chamou NichKhun para que entrasse na sala do médico.

— Senhor Horvejkul pode entrar, o doutor Choi Siwon está a sua espera.
NichKhun olhou para Victoria.


— Vai entrar comigo?
— Pra quê?
— Sei lá, ele deve ter que examinar uma parte muito preciosa de mim, dá medo.
— Ah fala sério, isso já está ficando ridículo.
— Ok eu entro sozinho... — ele disse isso, mas não fez menção de querer sair do lugar.
— Ai está bem eu entro com você, mas o que quer que eu faça lá dentro?
— Só me faça companhia, se precisar falar alguma coisa, então você fala.
E os dois entraram no consultório.
— Bom dia senhor Horvejkul. — disse Dr. Choi.
— Bom dia. — respondeu NichKhun timidamente, o médico obviamente não tinha a menor idéia de quem ele era.
— E essa moça linda, quem é? — disse ele apontando para Victoria.
— Minha esposa.
Victoria olhou surpresa para NichKhun, mas gostou de ouvir aquilo.
— Muito bonita ela.
— Obrigada. — foi tudo o que Victoria conseguiu dizer, porque estava morrendo de vergonha, estava achando a atitude de Nichkhun excessivamente infantil.
— Sentem-se por favor. Então, qual é o problema?
— Problema, quem disse que há problema? — disse NichKhun nervosamente, Victoria deu-lhe uma acotovelada nas costelas.
— Deve ter algum motivo pra você ter vindo aqui hoje, as pessoas não costumam procurar um médico quando se sentem bem. — disse o doutor Choi calmamente, e bem humorado.

NichKhun ficou calado e Victoria perdeu a paciência.

— Ele acha que ficou impotente só porque falhou uma vez. — disse ela.
O médico não pareceu surpreso.
— Muito comum isso. Pode ter sido um fato isolado, ou pode ser qualquer outra coisa. Tenho que te examinar, vá lá atrás do biombo e troque de roupa. — ele se virou para pegar uns aparelhos.
NichKhun olhou apreensivo para Victoria.
— Que foi? Foi você quem quis vir, vai lá! — disse ela em voz baixa.

Ele foi para trás do biombo e um pouco depois o doutor entrou lá também. Victoria não os ouviu dizer nada porque ficou de fora, e não achava que eles tivessem dito alguma coisa mesmo. Cinco minutos depois eles estavam de volta à escrivaninha, NIchKhun já vestido com a roupa que estava usando antes. Dr. Choi se sentou bem calmo.

— Então doutor?
— Não há nada “mecanicamente” errado, mas preciso lhe fazer umas perguntas pra ter certeza e você vai ter que me responder com a maior sinceridade do mundo, pra eu poder saber o que pode ter acontecido. Quer que sua esposa saia pra podermos conversar?
— Não precisa. — NichKhun se apressou em responder. — Não tenho nada a esconder dela.
— Tudo bem, então. Bom, você anda se alimentando bem?
— Acho que não, falta de tempo por causa do trabalho.
— Quantas vezes você come por dia.
— Umas cinco, mas essa semana eu andei meio ocupado.
— Você trabalha quantas horas por dia.
— Depende, ás vezes umas dez.
— Quantas horas você dorme.
— Ultimamente quase nada, umas três ou quatro horas no máximo.
— Com que freqüência você faz sexo?
NichKhun olhou para Victoria e ela fez uma expressão estranha para que ele respondesse a verdade.
— Umas dez vezes.

Victoria pareceu muito surpresa, mas não disse nada. Doutor Choi não pareceu surpreso com o que NichKhun tinha dito,mas ficou curioso com a reação de Victoria.

— Ah, dez vezes por semana na sua idade é normal, ainda mais sendo casado.
— Você entendeu errado doutor, são dez vezes ao dia.
— Como é? — agora ele ficou surpreso, e sem graça, porque pensava que Victoria era esposa dele e não achava que a reação dela tivesse sido como de quem participava de todas as doze vezes.
— Eu disse que você estava exagerando. — disse Victoria baixinho, Choi Siwon ouviu curioso.
— Você ao menos usam proteção? — disse o doutor meio que dando uma bronca nos dois, insinuando que NichKhun levava uma vida leviana e que podia por em risco a saúde de ambos.
— O que? Claro. — respondeu NichKhun nervosamente. — Mas então doutor, descobriu o que aconteceu.
— Descobri sim e já tenho diagnóstico. Você está obviamente muito cansado, ou você trabalha muito, ou faz muito sexo, faça os dois ao mesmo tempo no ritmo que você anda e não vai durar mais nem um mês. Você só precisa de equilíbrio. E você mocinha. — disse ele, agora falando com Victória. — Vê se dá uma trégua para o rapaz.
Victória corou muito e se levantou para ir embora.
— Obrigada doutor. — disse NichKhun, também se levantando para ir embora.
— Volte se houver algum outro problema. — disse Choi Siwon.
NichKhun só acenou com a cabeça e saiu com Victoria.

Os dois foram embora o mais rápido que puderam. 

— Dez vezes. — repetiu Victoria dirigindo o carro. — Dez vezes...
— O que você queria que eu dissesse? É a verdade. Eu tenho duas mulheres e uma delas é você, esqueceu?
— Não é com a sua freqüência com que eu estou preocupada.
— É com o quê então?
— É que com a minha freqüência, porque se a sua contagem estiver certa eu estou em desvantagem numérica.
— Pensei que você não ligasse pra isso.
— Claro que eu ligo! Fui eu quem levou bronca do médico sem poder levar o crédito.
NichKhun riu.
— Vai começar...
— Começar o quê?
— A cobrança, quando não é Nana reclamando que eu dou menos tempo pra ela, é você reclamando que nós não... Bom, vou ter que tomar medidas drásticas, antes que fique pior.
— Medidas drásticas?
— Em casa eu conto.
Os dois foram direto para casa e Nana estava à espera na sala de estar.
— E então, teve conserto? — disse ela sorrindo.
— Sentadas as duas. — disse NichKhun sério.
Nana e Victoria sentaram-se no sofá.
— Devidas as circunstâncias vamos ter que fazer uma mudança drástica. Vou ter que dividir a semana.
— Como? — disse Victoria.
— É isso, eu obviamente não tenho condições de ficar com as duas todos os dias, e dividir meu tempo igualmente entre vocês. Então de agora em diante eu fico três dias com uma três dias com a outra, e os domingos são só meus, vocês estão proibidas de me procurar com segundas intenções.
— Quê? — disseram as duas juntas.
— Isso mesmo. E aproveitando a reforma, tenho uma noticia para dar pra vocês, vou passar um mês em turnê no Japão daqui duas semanas.
— Um mês?! — disseram as duas juntas de novo.


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Notas finais do capítulo

http://media.tumblr.com/tumblr_lpsmv3bn7G1qehw1u.gif (desculpe-me a pobreza LOL mas tive que botar essa gif aqui...Dr Choi Siwon reagindo à "frequencia record" do Nichkhun)



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