O Semideus escrita por Dreamer


Capítulo 3
O destino do mundo em minhas mãos




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Olhei ao meu redor. Eu estava numa espécie de abismo infinito, escuro e sombrio. Não havia nada nem ninguém.

-Olá? – gritei para o nada – Alguém aí?

Permaneci parado por alguns segundos. De repente, irrompeu uma criatura das sombras. Tinha forma de humano. A criatura das sombras ergueu as mãos na altura do peito. Duas esferas de sombra irromperam das mãos da criatura.

-Escolha! – uma voz grossa vinha de todas as direções.

-Mas como? – perguntei para a criatura.

-Escolha! – as sombras repetiram.

Apontei para a mão direita da criatura. No lugar onde ficariam seus olhos, duas órbitas vermelhas apareceram, e de supetão, comecei a cair. Fui caindo no nada. Caindo, caindo, caindo...

Abri os olhos. Passei a mão no rosto, encontrando o chlaé de Zeus a minha volta. Tinha sido um sonho.

Eu suava frio, e não era pouco. Talvez a noite passada – a que eu havia sido reclamado filho de Zeus – tivesse me assustado um pouco. Sentei na cama e uma coisa brilhante me chamou a atenção, em cima do criado mudo.

Me aproximei. Encontrei uma bela espada de prata, porém sua lâmina brilhava azul em seu interior. Parecia que dentro da espada, raios queimavam inquietos. Então entendi. Era um presente do meu pai.

Deixei a espada no criado mudo. Afinal, meu pai não era tão chato e irresponsável quanto eu pensava. Ele era o senhor do Olimpo. Eu deitei novamente, e logo adormeci, desta vez, sem pesadelos.

[...]

O sol iluminou meu rosto, atravessando a janela aberta do chalé de Zeus. Acordei e me pus sentado na cama. Era a primeira noite que eu havia passado no Acampamento, um lugar que eu adorei. Espreguicei e levantei por completo.

Rapidamente, troquei de roupa e guardei meu pijama no criado mudo, também arrumando minha cama. Eu sempre tive uma mania por arrumação, e ali não seria diferente. Então, já pronto, saí do chalé, onde alguns semideuses agitados já transitavam de um lado para o outro no U invertido. Andei um pouco para frente e fui surpreendido por Matt, que pôs a mão no meu ombro.

-Bom dia. – ele disse, sonolento – Dormiu bem, em seu novo chalé?

-Dormi. – respondi, também com uma voz sonolenta.

-Vamos tomar café. – disse ele.

-Ok.

Ele começou a andar pra fora do U invertido de chalés, e eu o seguindo. Alcancei-o e me pus ao seu lado, então lembrando de uma questão que eu queria saber, mas eu tinha me esquecido.

-Matt, você é filho de que deus?

Meu amigo relutou um pouco e arranhou a garganta.

-Sou filho de Hades.

Não consegui colocar a expressão de surpresa de lado. Boquiaberto, olhei para meu amigo. Ele não parecia filho do deus do mundo inferior. Não mesmo.

-Mas Hades não fica preso no submundo? – perguntei.

-Sim. Mas Zeus permite que ele saia nos solstícios. – respondeu Matt – E assim, digamos, ele pode se divertir com os humanos. Mas, Zeus está deixando que Hades saia cada vez mais pouco, e por isso, sou o único filho de Hades vivo atualmente.

Fiquei um pouco curioso sobre o assunto. Já que ainda estávamos na metade do caminho para o refeitório, comecei a puxar assunto.

-Por quê?

-Os deuses grandes juraram não ter mais filhos pelo rio Estige. – respondeu Matt, com disposição – Os filhos dos deuses grandes eram poderosos demais. As guerras mundiais foram praticamente filhos de Zeus e Poseidon contra filhos de Hades. E assim, filhos de deuses grandes são extremamente raros. Eu e você, por exemplo.

Já estávamos bem próximos do refeitório. Fiquei pensativo, pensando em coisas do tipo "Hitler era filho de Hades?". Mas logo deixei de lado. Adentrei o refeitório e fui solitário para a mesa do chalé de Zeus, e Matt foi sozinho para a mesa do chalé de Hades. Assim como todos, comi, antes queimando alguns alimentos para os deuses.

Comia tranquilamente, observando a confusão natural do local. Quíron e aquele homem gordo de camisa roxa vieram em minha direção. Apenas os fitei enquanto eles se aproximavam.

-Josh. – disse Quíron, sentando ao meu lado – Esse é o sr. D. O diretor do Acampamento.

Elevei os olhos até a criatura gorda, que dizia ser sr. D. Ele tinha uma expressão entediada e ignorante, como se odiasse estar naquele local. E odiava.

-Josh, preciso de você e Matthew na Casa Grande, depois do café. É importante. – disse Quíron, se levantando e provavelmente indo dizer o mesmo a Matthew.

Sr. D olhou pra mim com uma expressão de desprezo. Não liguei muito para ele e continuei comendo, e assim que acabei, Matt veio ao meu encontro.

-Precisamos ir a Casa Grande. – disse Matt, apressado – Vamos?

-Vamos. – respondi.

Andando a passos rápidos, nós dois nos retiramos do refeitório e fomos em direção a Casa Grande. Por estarmos apressados, e a Casa Grande não ser tão longe do refeitório, logo chegamos, e adentramos a casa, onde em uma sala pequena, que mais parecia um escritório, Quíron conversava com uma garota.

-Olá, garotos. – disse Quíron, apontando para nos sentarmos ao lado da menina – Esta é Lynn. Filha de Poseidon.

Uma filha de Poseidon? Eu me senti aflito. Afinal, três filhos dos três grandes reunidos não seria boa coisa. Não seria mesmo.

-Temos um assunto importante a tratar. – disse Quíron – Vocês já devem saber que lá fora, uma guerra está acontecendo. Denovo. Deuses contra Cronos e seus titãs. Ele está voltando.

Arregalei os olhos. Cronos? Um titã? Agora que eu não achava que era boa coisa mesmo. E os deuses não haviam picado Cronos em pedacinhos e o jogado no Tártaro? Porque ele está retornando?

-A missão de vocês será talvez a mais difícil tratando-se dessa atual guerra. – disse Quíron, dando uma pequena pausa – Vocês precisarão encontrar todos os 13 deuses e pedi-los que abençoem uma lâmina especial.

-E cadê essa lâmina? E como vamos encontrar os deuses? – perguntei, aflito.

-Acalme-se, Josh. – respondeu Quíron – Vocês deverão primeiro encontrar Hefesto e pedir para ele além de sua benção para que ele construa a lâmina com um material divino que suporte o poder de todos os deuses: o Ouro Celestial.

-E então, pegamos essa lâmina e matamos Cronos. – concluiu Lynn, com uma voz também um pouco aflita.

-Exato. Bem, parcialmente, já que titãs e deuses são imortais... – Quíron falava sozinho;

-Mas como encontraremos todos os deuses? – perguntou Matt, também agitado.

-Usarão esse mapa.

Quíron entregou um mapa dos Estados Unidos para nós. Seria um como qualquer outro, se não tivesse símbolos por todo o mapa.

-São os símbolos dos deuses. – disse Lynn, surpresa – Onde você encontrou o Mapa dos Deuses, Quíron?

-Alguns semideuses partiram há um tempo atrás para resgatar o mapa. – respondeu Quíron – E agora, vocês tem o resto do dia para se aprontar. Amanhã devem partir.

Assentimos com a cabeça. Saímos do local, um pouco aflitos e nervosos, mas logo superamos. E então, nos despedimos, e fomos cada um para seu chalé começar os preparativos.

Dentro do chalé de Zeus, eu peguei a espada que ele havia me dado – que eu batizei de Megaraio – e coloquei numa baínha,que consegui com os filhos de Hermes. Preparei a mochila rapidamente com roupas, e resolvi depois colocar materiais de higiêne e alimentos. E então, saí para aproveitar o dia, talvez o último que eu iria passar naquele acampamento.


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