Wakeru escrita por Kamui Nishimura


Capítulo 16
Capítulo 15 - Inversão


Notas iniciais do capítulo

Novamente eu peço desculpas por atrasos....
Mas eu tô tentando adiantar algumas coisas!
Boa Leitura!



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“Aquele incidente inexplicável, aquela inversão de minha experiência anterior pareciam, a exemplo do dedo babilônio que escrevia na parede, desde a Babilônia, soletrar as letras do meu julgamento.”

O médico e o monstro  - Pág. 100

Shinya POV

O Kaoru quebrou nossa promessa.

Eu nunca imaginei isso dele. Nunca imaginei que ele faria uma experiência usando um ser humano.

Isso é errado... Isso é muito errado...

Eu não quero perder a amizade dele , mas também não quero ele em confusões...

O que eu faço?

Respirei fundo, ainda estava na esquina.

Eu vou chegar no conselho, e falar?

E o que vai acontecer?

Eu não quero que o Kaoru sofra, mas também não posso apenas deixar que ele faça isso...

Continuei meu caminho, não posso deixar que ele cometa essa burrada.

Eu ia telefonar para o conselho de química ...

Assim que cheguei em casa, encontrei com meu pai...

- Pai?...

- Preciso conversar com você...

- Pai... Eu tenho que resolver um assunto do laboratório.

- Você ainda tem contato com o Kaoru?

- Trabalho com ele, mas o que houve?

- Avise ele, que o Kamata-sama decidiu quebrar a promessa, ele corre perigo de vida, por tê-lo desrespeitado.

- O quê?

- Avise, se ele quer continuar vivo, tem que desaparecer daqui o quanto antes.

- A vida do Kaoru está nessa cidade...

- Não está mais. – meu pai virou as costas e subiu a escada.

Desisti de denunciar o Kaoru, primeiro tenho que salvar a vida dele, depois resolvemos esse assunto de cobaia humano.

Peguei várias chaves que estavam penduradas no chaveiro da parede.

Corri para a garagem, peguei o carro do meu pai e fui para a casa dele.

No desespero parei o carro de qualquer jeito e entrei na casa sem pedir licença.

- Kaoru...

Me assustei quando vi o Tooru levantando do sofá, ao ouvir minha voz, sua feição era assustada.

- Shinya-san.

- Tooru... Onde está o Kaoru?

- Não sei, deve estar no quarto?

Corri para lá e não o encontrei, mas vi a porta que dava para o sótão, e imaginei que ele deveria estar ali.

Subi e dei de cara com ele medindo alguns elementos e mostrando para o Jun.

- Já me denunciou Shinya? – perguntou sem olhar nos meus olhos.

- Não. Isso depois resolvemos. Vim avisar que sua vida está em risco.

- Quê? – ele me encarou assustado.

-O Seiichi vai matar você. Você tem que sair daqui o quanto antes.

- Eu não tenho mais para onde ir.

- A minha família tem uma casa em Kyoto, talvez você fique mais seguro lá...

- Mas como eu vou pra lá sem ser notado, e eu não posso deixar eles aqui.

- Não complica. Eu levo vocês... Peguem o essencial.

- Kao... Será que o nii-san vai querer ir?

- Ele não tem por que não ir... E ele precisa se esconder também. Vá arrumar suas coisas... Eu vou guardar os elementos da wakeru.

- Tá... –  Jun desceu correndo.

- Você ainda vai insistir? Insistir em usar aquele rapaz com cobaia.

- Shinya, me escuta... Só uma vez... Eu se i que é errado, mas eu prefiro um milhão de vezes deixar ele como o Tooru, do que como o Kyo, para se destruir e levar todos a volta junto. Eu amo o Tooru e vou continuar tentando deixá-lo no ‘comando’, nem que para isso eu seja preso. O Jun também prefere o Tooru, então somos dois contra um. – enquanto ele me dizia isso ele ia guardando os elementos numa caixa.

Ele ama o Tooru? Mas... Deixei de pensar e apressei ele.

- Vamos, só tenho que pegar minhas roupas.

Entramos bem rápido no carro, e acelerei o maximo que podia, Kyoto ficava a três horas daqui, mas do jeito que acelerei faria com que chegássemos em menos de um.

- Shinya... foi seu pai que lhe avisou?

- Foi, Kaoru, e temo que se descobrirem que foi ele, o matarão.

- Não quero que isso aconteça...

- É inevitável, mas sabemos que foi meu pai que se meteu com eles, não temos culpa se ele os trair.

- O Seiichi devia apenas me esquecer... Ele era amigo de meu pai, devia respeitar isso mesmo depois da morte dele.

- Ele é um mafioso, não tem o porquê agir com boa fé.

- Ele devia ser apenas amigo...

- Kaoru, não deposite sua fé no mundo, não quero que você se machuque.

- Eu estava apenas querendo me readaptar ao mundo, fiquei isolado por muito tempo.

A viagem seguiu tranqüila, sem sustos ou perseguições, mas era estranho ver o Tooru ali, e imaginar que era apenas um reflexo, um pedaço de alma.

Ficamos em silêncio, e como eu previra, chegamos em menos tempo, levamos somente uma hora e meia até Kyoto.

A casa estava vazia há um tempo, mas ainda era habitável.

- Vocês terão que fazer compras. – entreguei a chave da casa. – Manteremos contato?

- Claro. Você é meu amigo, acima de tudo.

- Estarei disponível para te ajudar no que for Kaoru.  – sorri.

- Valeu... não sei o que faria sem você... – ele me abraçou e eu retribui.

- Bom, eu tenho que voltar... – Me afastei do Kaoru, e recebi um abraço de Jun.  – Obrigado Jun... – me soltei. – Até mais então...

Tooru correu na minha direção.

- Por favor, Shinya-san, não conte sobre mim... eu não quero ficar longe do meu irmão, e não quero ficar longe do Kaoru. – ele me abraçou de uma maneira tão implorativa, que meu coração se contorceu de tristeza por essa cena.

- Eu não vou separar vocês... mas agora eu tenho que ir, fiquem bem. – me afastei e voltei para o carro.

Kaoru  POV

Eu odeio o Seiichi com todas minhas forças...

Porque ele me persegue tanto... eu não quero ser como ele, por que ele não finge que eu morri junto com meu pai.

Entramos na casa.

Estava um pouco empoeirada, mas nada que uma breve limpeza não resolva.

- Kao... – Jun puxou minha blusa, chamando minha atenção.

- Sim... – me virei e pude encarar a feição assustada dele.

- O que houve? – perguntei preocupado com ele.

- O Kyo... de novo. – respondeu em voz baixa.

- Não fique com medo... Já resolveremos isso. – Baguncei o cabelo dele.

- Vai resolver com o que? Vai me encher com aquilo de novo, para eu ficar indo e voltando? Vai tomar no seu cú, por que eu não tô a fim de beber essa formula maldita agora! – gritou ele subindo as escadas.

Respirei fundo, ele está começando a fazer com que eu o odeie ainda mais, e sinta uma vontade insana de estourar a cara dele.

- Kaoru, você não pode fazer com que o Tooru fique pra sempre?

- Não sei, chibi... – me sentei no sofá empoeirado, e levei às mãos a cabeça. Como se isso fosse me ajudar em alguma coisa.

- Se você aumentar algum elemento?

- Jun, não é tão fácil, eu posso acabar desestabilizando a formula, e acabar matando o seu irmão.

- Pelo menos tente...  – Jun se sentou do meu lado, e acabou deitando-se em meu colo.

- Vou fazer o possível...

- O que vamos ficar fazendo aqui? – perguntou ele, fazendo bico. – Nem deu pra trazer o vídeo game.

- É, realmente, não tem muito o que fazer aqui... Vamos então tentar fazer uma nova Wakeru!

- Vamos! – ele se levantou num salto.

Me levantei e peguei a mochila com os elementos da Wakeru e fomos para a cozinha, era o melhor lugar para usas como laboratório.

Ficamos ali recombinando a formula, e sendo observados por Kyo, que agora tinha voltado a sua forma original.

Ele parecia calma, mas eu não me atreveria a perguntar alguma coisa...

Jun anotava o que eu pedia, mas parou assim que percebeu a presença do irmão.

- Kyo...

- O que quer Yomi? – riu.

- Nada... eu só queria saber se era você mesmo. – ele voltou a atenção para o caderninho de anotações .

- Aquele lá não vai voltar tão cedo, não se preocupe... – riu saindo.

- Eu odeio ele! – resmungou Jun.

- Por que ele te chamou de Yomi? – perguntei

- Ele disse que me chamaria assim daqui em diante... – respondeu sem levantar os olhos.

- ah... agora pronto terminei o terceiro teste.

- Agora só falta aquela criatura cooperar...

- Isso é a parte difícil, Jun....

- Será que não dá para fazer como uma I.V.?

- Seria ainda mais difícil...  Kyo-san! – chamei.

- O que quer? – ele apareceu, com a feição cansada.

- preciso que tome a Wakeru... não pode ficar andando por ai com sua aparência normal, com certeza todas as cidades próximas sabem que você está sendo procurado....

Ele me encarou.

- Eu sei disso, mas não se esqueça do que eu te falei.

Não precisa ficar me lembrando a todo momento, eu sei que se você perceber que estive mais próximo ao Tooru, você vai cometer algum ato insano...

Respirei fundo.

- Eu sei Kyo-san... – entreguei o primeiro frasco... ele tomou, e como nas primeiras tentativas, nada aconteceu, e ele riu de mim.

Entreguei o segundo, e a mesma coisa, já estava sem muitas esperanças quando entreguei o terceiro frasco.

E como na primeira vez,  só um rastro dos olhos azuis, surgiram mas logo desapareceram...

- Já testou? Agora eu vou dormir, por que não tem porra nenhuma para fazer aqui...

Ele subiu as escadas , deixando eu e o Jun com cara de paisagem...

- Você vai tentar mais vezes nee? – perguntou Jun colocando o caderninho na mesa.

- Claro... eu não desisto tão fácil assim...


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Notas finais do capítulo

Gostaram do pov do Shinya? Tá a yakuza apareceu do nada, mas e só pra fic ter um charme a mais (* e porque ultimamente essa criaturinha que aqui vos fala, está viciada na história das mafias espalhadas pelo mundo, e se algum de vocês poder me ajudar, mandando links de páginas que tratam do assunto eu agradeço, porque talvez eu possa melhorar a fic!*)
Então chega de enrolar neah?
Até mais
Beijos
E, eu mereço reviews?.....