Wakeru escrita por Kamui Nishimura


Capítulo 15
Capítulo 14 - Segunda Queda


Notas iniciais do capítulo

Vamô moçada!
Mais um cap para vocês!
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/194653/chapter/15

“Naquela noite, eu chegara a uma encruzilhada fatal. Se tivesse me aproximado de minha descoberta com um espírito mais nobre, se eu tivesse me arriscado a fazer a experiência sob o império das aspirações generosas ou piedosas, tudo poderia ter sido diferente, e dessas agonias de morte e nascimento eu teria surgido como um anjo, não como um demônio.”

O Médico e o Monstro - Pág. 96

Tooru POV

Por mais que o Jun olhasse para mim e falasse que eu não tinha culpa pelo lado obscuro da minha alma.

Eu nunca acreditaria, por que somos um, um...

Eu e o Kyo somos ainda a mesma pessoa.

Somos Tooru Nishimura, de Dezenove anos, que se perdeu em sua própria covardia.

Eu segurei aquela arma, eu a apontei, eu a disparei.

Não tive dó, não tive misericórdia, eu simplesmente cedi a todo o ódio que guardei desde a primeira vez que ele me violentou.

Eu simplesmente, deixei que o demônio do meu interior viesse e tomasse conta do meu corpo.

Eu me deixei levar pelo ódio, me deixei levar pela magoa.

Eu poderia simplesmente ter deixado ele sofrendo, pagando com a própria vida dele.

A vida de merda que ele vinha levando desde quando ele chegou ali.

No meio de todos esses pensamentos, eu levei a mão ao bolso, onde a arma estava ainda.

Peguei ela e fiquei encarando.

Jun olhava assustado, ele nunca havia visto isso comigo.

- Não se preocupe, eu vou me livrar disso...

Quando me levantei, senti como se estivesse sendo desligado...

O Kyo vai tomar o controle novamente.

Senti um baque no chão, e lá estava eu preso novamente no inconsciente.

A Wakeru não funciona mais?

Kyo POV

Quando me vi diante do meu irmão novamente, eu quis matar o Kaoru.

O que ele fez com a porra da formula, que eu voltei tão rápido.

E onde aquele infeliz tinha ido?

Peguei a arma que estava jogada no chão, e guardei novamente no bolso.

- Jun cadê o idiota do Kaoru?

- Ele foi devolver o dinheiro que você deu pra ele. – Jun se sentou longe de mim. – E ele não é idiota.

Ri... O Jun tá defendendo ele... Cômico.

- Quanto tempo fiquei como Tooru?

- Vinte minutos...

- Pouco tempo... – me joguei no sofá, tenho que esperar aquele imbecil, não é mesmo?

- Kyo-nii-san... Você já se vingou, por que não age como antes? – ele deu um leve sorriso, que me deu vontade de socar ele.

- Não. Não vou agir como um idiota... Gosto de ser assim...

- Você age como um idiota, sendo como é... – ele virou o rosto e encarou a teve desligada.

- Me respondendo, quem diria... Você está sendo “Yomi”*

- Que bom... Continuarei agindo assim com você...

- Ótimo, Kyo e Yomi a dupla dinâmica... – ri fechando os olhos estava com sono.

- Sim Kyo...  Me trate mal, e mal te tratarei... Me trate bem e bem te tratarei... Minha ideologia a partir de agora... – foi a ultima coisa que ouvi antes de apagar completamente.

[...]

Jun POV

Ele quer que eu seja “Yomi” vou ser... Enquanto o Kyo estiver aqui eu agirei assim com ele.

Eu percebi que o Tooru é muito melhor que ele, me dá muito mais atenção e carinho do que o Kyo.

Estranho falar como se eles fossem corpos separados, sendo que na verdade, são apenas ‘lados’,almas separadas por pensamentos bons e ruins.

Mas ver que seu irmão esta perdido entre o bem e o mal te faz pensar assim. Alías uma situação como essa que estou, te faz pensar assim.

Então fiquei olhando o Kyo dormindo, só dessa maneira ele ficava calmo...

Eu quero meu nii-san de volta...

Flashback On

“- Nii-san... – olhei para o meu irmão dormindo. Ele estava com o rosto rosado, a mamãe disse que ele estava com febre.

Mas eu sabia o porquê da febre...

Eu tinha cinco anos, mas já sabia o que estava acontecendo.

Ele abriu os olhos, e me encarou por alguns segundos.

- Jun... Você devia estar dormindo, ao invés de ficar me vigiando. – ele deu um leve sorriso.

- Nii-san, eu posso ficar aqui com você? – perguntei já subindo na cama e me deitando ao lado dele.

- Claro que sim, só...não se mexa muito.

- Eu só quero ficar abraçado com você posso? – perguntei antes de me virar  e encará-lo.

- Pode. – ele estendeu os braços e me aproximou do corpo dele. Ficamos em silencio, até pegarmos no sono.”

Flashback off

Eu também estava começando a ficar com sono, o Kaoru estava demorando.

Me encolhi no sofá e fiquei assim por um tempo, até pegar no sono também.

Mas não consegui dormir por muito tempo, por que eu ouvi alguém praticamente esmurrando a porta.

Me levantei assustado, olhei para o meu irmão, ele estava como Tooru...

A formula do Kaoru não está dando certo, meu irmão fica mudando toda hora.

A porta continuou sendo ‘esmurrada’ e eu espiei pela fechadura...

Policiais...

- Tooru-nii-san... – cutuquei ele, e ele se levantou preguiçosamente.

- Jun, o que foi?

- A policia...

Ele arregalou os olhos, assustado.

- O que faremos nii-san?

- Abra a porta...

Segui até a porta, e a abri, encarando os dois policiais que estavam na porta.

- Sou o oficial Daisuke, estamos procurando por Tooru Nishimura, Kyo, ou seja lá que nome ele está usando.

 O policial Daisuke, estava  com um feição assustadora, e me encolhi.

- Não está mais aqui. – Tooru  disse isso convicto.

-  Ele foi visto entrando aqui. – disse de maneira ríspida.

- Ele pulou a janela. – eu disse.

- Vocês estavam dando abrigo a ele.

- Ele é meu irmão e veio de despedir de mim.

O policial me encarou.

- Onde ele foi?

- Não sei, ele não me falou... Ele deve ter conseguido abrigo com algum Yakuza já que ele tem ligações com a gangue.

Isso  mesmo, contei uma meia verdade.

Kaoru chegou olhando os policiais.

- O que houve? – perguntou fingindo surpresa.

- Estão atrás do Kyo. – meu nii-san voltou a se sentar no sofá.

- Ele não está mais aqui. – disse Kaoru. – E não quero ELE aqui tão cedo.

- Caso ele volte, nos avise então. – disse o policial saindo  da porta.

...

- Vocês estão bem... – Kaoru segurou meu rosto.

- Estou.Mas o nii-san fica mudando de forma a cada 20 minutos.

- Eu acho que as drogas que o Kyo usa fazem esse efeito.

- Como você vai arrumar isso? – eu olhei para ele, com uma duvida.

- Não sei... Mas eu vou tentar arrumar tudo... Tooru?!

Kaoru POV

Tooru desmaiou, e isso me assustou.

- Tooru?! – eu e o Jun corremos perto dele.

Ele começou a ter convulsões

- O que foi nii-san? – Jun grudou na cintura dele desesperado

A convulsão passou, e ele ficou algum tempo, com os olhos fechados.

Tooru começou a chorar, e só então eu percebi.

- O Kyo estava muito drogado, nee? Jun, deixa ele se sentar... – eu puxei o Jun, e Tooru se sentou, respirando ofegantemente.

- O que ele têm?!- Jun gritou.

- Eu...

- O Kyo está tendo uma overdose... E obviamente isso reflete nele. Não com a mesma intensidade de uma, mas deve ser tão perigosa quanto.

Tooru se levantou.

- Eu quero ficar aqui, com você... Como se nada mais existisse...- o loirinho

Me olhava com os olhos azuis infantis cheios de lagrimas.

- Podemos ficar aqui juntos - perguntei tocando lhe o rosto.  Não entendia o porquê dessa reação dele, agora.

- Não, não podemos... - as lagrimas correram pelo rosto, e ele se afastou de mim...

- Por que não? Eu posso fazer isso... - perguntei vendo o correr para a porta aberta

- Ele não manda nesse corpo... - respondeu saindo.

Que merda, lá vem o Kyo de novo...

Eu e o Jun o seguimos.

- O ‘Yomi’ me deu uma ótima idéia. – ele apontou para o Jun - Quem sabe Kamata-sama, não me dá abrigo... Longe de você e dessa experiência, cansei. – ele já ia se afastando

Muito estranho, estou vendo o Tooru, mas ele está agindo como o Kyo.

- Não pode  desistir dessa maneira, ainda tem efeitos colaterais, e você ainda está como o Tooru, como irá falar com o Seiichi?

Ele pareceu ponderar.

- Me ajuda? -  disse antes de cair.

Percebi que novamente era o Tooru.

Isso já está ficando complicado.

Eu e  Jun corremos na direção dele. E o peguei nos braços  trazendo  de volta para casa.

Eu não tinha percebido, mas o Shinya-san estava vindo na minha direção.

Ele deve ter visto o que aconteceu.

- Kaoru o que está acontecendo? – perguntou ele fazendo com que eu parasse no caminho.

- É uma longa história, mas eu preciso levá-lo de volta para casa.

- Não antes de você me  contar o que você está fazendo com ele.

- Shinya-san, por favor... É meu irmão... Deixa o Kao levar ele. – Jun puxou Shinya, o encarando com os olhos temerosos.

- Não. Eu quero saber o que o Kaoru está fazendo... Tenho certeza que já está se metendo em confusão.

- Shinya... Entre, eu te explico. – Sinceramente, o Shinya é muito certinho, e isso às vezes é irritante.

Entramos em casa, coloquei o Tooru no sofá. Encarei Shinya, respirei fundo.

- O que você quer saber? – perguntei.

- Sobre o que você falava, quando disse “Você ainda está como Tooru...”

- Por que o Tooru é uma experiência. Essa não é a real forma dele.

- O quê? – assim que Shinya fez cara de quem não acreditava no que eu dizia. Apontei para o Tooru, que estava voltando a ser o Kyo.

Shinya olhou tudo assustado.

- Como você faz isso?! Você está usando  esse rapaz como cobaia! Isso é ilegal...

- Shinya... Para. Para que nem tudo está certo... Você não precisa surtar por causa disso.

-  Não precisa surtar? Kaoru você tem idéia do que está fazendo? Você tem idéia que isso pode estar fazendo com esse rapaz?

- Shinya-san, meu irmão não é a pessoa mais boazinha, e quando o Kaoru, dá a ele a wakeru,ele se torna tão sociável. -  Jun puxou a mão de Shinya, para que ele prestasse atenção.

- Não é certo isso. Eu não posso ver você fazendo isso... – Shinya se levantou. E eu sabia que ele  iria falar para alguém, até poderia me denunciar.

- O que você vai fazer?

- O que é certo. – disse ele saindo.

- O que ele vai fazer? – Jun me encarou

- Me denunciar... – respondi com uma certeza absoluta.

- O Tooru não vai poder voltar mais se ele fizer isso, nee? – Jun pareceu triste ao dizer isso, e um pensamento se fez em minha mente.

- Não se eu deixar a Wakeru pronta, e você der á ele...

- Kao. Acho que o Shinya não vai fazer isso... Ele vai pensar melhor. Não se preocupe tanto.

- Ele vai fazer isso, Jun, eu tenho certeza...

O Shinya, há uma longa história entre nós.

Não romântica, mas há... Nos conhecemos desde pequenos.

A mãe dele cuidava de mim, enquanto meu pai ia trabalhar.

E o pai dele, é da Yakuza, assim como o meu era. Estava lá me encarando, quando fui devolver o dinheiro para o Seiichi.

É, eu tô mais perto de Yakuza’s do que vocês imaginam.

O Shinya tem sorte de não ser o filho mais velho, mas voltando...

O Shinya e eu sempre vimos o que nossos pais faziam, e nunca achamos que era certo, e realmente não é.

Um dia ele me fez prometer que nunca iria me meter com nada ilegal, com nada errado.

Eu prometi, assim como ele também me prometeu.

Não íamos nos tornar o que nossos pais se tornaram.

Mas eu quebrei a promessa fazendo a Wakeru.

E eu sei o que o Shinya vai fazer... Ele não quer que eu me afunde na lama da ilegalidade como nossos pais.

Ele vai contar o que eu estou fazendo.

Olhei para o Jun, e ele me encarava com a feição assustada.

Tooru/Kyo, sei lá qual dos dois, está ainda desmaiado.

- Jun... Eu vou te ensinar a fazer a Wakeru.

[...]


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gente, desculpe-me por enrolar tanto essa fic... mas é que eu não quero terminar essa fic logo tsc.
E agora vou ter que demorar um pouco mais para postar, por que não tenho mais capitulos prontos, e a inspiração e o tempo estão longe de mim, ultimamente.... kkkkk
Mereço Reviews?
Bjooos.
Até o próximo