Wakeru escrita por Kamui Nishimura


Capítulo 14
Capítulo 13 - Me Compreende?


Notas iniciais do capítulo

Yo!!!! Este cap eh meu favorito!
Boa Leitura



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“Desse modo, a meu interesse pela natureza e pelo caráter daquele homem acrescentou-se uma curiosidade sobre a sua origem, sua vida, sua sorte e por seu lugar no mundo.”

O Médico e o Monstro - Pág. 84

Jun POV

Eu já estava confuso... eu nem sabia o que fazer...

Só me soltei do meu irmão, quando vi que o Kaoru saiu correndo da sala.

Respirei fundo e encarei o meu nii-san

- O que você é? Meu Nii-san desapareceu no próprio ódio? – corri atrás do Kaoru, e pude ouvir o Kyo-nii-san rindo.

Ele me assusta quando age desse jeito.

Vi Kaoru sentado no chão, encarando a geladeira praticamente.

Eu queria entender o que estava acontecendo, minha mente ainda estava confusa entre as palavras do Kaoru e do meu nii-san.

Toquei o Kaoru, por que ele não me percebeu ali.

Ele me olhou, e pude ver seus olhos cheios de lágrimas.

- Você pode me explicar tudo, Kao-kun?  Eu quero entender... antes de qualquer coisa...

- Eu sei que é errado o que eu estou fazendo... eu sei que não se pode usar cobaias humanos antes que as experiências tenham sido testadas em animais, e que seja comprovado que não afetará a saúde.

Ele estava triste, e isso podia ser notado...

E agora que caiu a minha ficha, de quando ele disse... “Eu só estou tentando trazer o Tooru de volta.”

Ele se apaixonou pela própria experiência...

Tentei prestar atenção no que ele dizia.

-  Eu sempre via seu irmão do laboratório onde eu trabalho. E via como ele tratava mal as pessoas ao redor dele. E ficava imaginando se ele era totalmente mal. Então tive a idéia de tentar fazer  uma formula para revelar as pessoas, o lado bom e o lado ruim. Assim que achei que já poderia ser testada, escolhi seu irmão, por que seria mais visível se ele agisse de maneira ‘boa’.

- Então o “Waru” é o lado bom do meu irmão? – perguntei me sentando ao lado dele.

- Sim... o Tooru... mas não contava com a parte de que me afeiçoaria tanto por ele... que o queria sempre aqui.

- Mas... como é possível? Como se eles são tão diferentes fisicamente?

- O Tooru não se modificou, só deu espaço para o Kyo, que o acabou controlando por completo. Então quando ele toma a Wakeru, liberta o Tooru, revelando o que ainda há por dentro dele.

- Eu queria que o Tooru também continuasse aqui.

Um grito do meu irmão vindo da sala nos assustou, e interrompeu nossa conversa... 

Saímos correndo e vi algo muito bizarro, muito bizarro mesmo...

Meu irmão praticamente se recontorcia no chão, em gritos desesperados

Seu cabelo claro, como antes... vindo até a altura dos olhos, que estavam azuis...

Mas sua feição continuava a mesma...

- Kao, o que tá acontecendo? – olhei assustado para o Kaoru, que também estava com a mesma expressão que a minha.

- Eu acho que a formula... a formula deve estar dando efeitos colaterais...  – Kaoru se aproximou do meu irmão...

Esse seria o fim?

Kaoru POV

Assim que vi o estado do Kyo, entrei em desespero...

Ele não podia morrer... ele não pode...

Me abaixei perto dele...

Criei coragem o suficiente...

- Tooru...

Aqueles olhos azuis me encararam por um breve instante, antes que voltassem a ser castanhos.

Kyo voltou ao normal, ficando em silencio, desmaiando.

Olhei para o Jun que ainda estava muito assustado.

Ergui o Kyo e o coloquei no sofá.

- Kao... ele está bem? – Jun se aproximou dele e tocou o rosto dele, com medo.

- Acho que agora sim... Jun, fique aqui com ele, eu vou pegar algumas coisas no sótão.

Sai depressa da sala, ia pegar alguns elementos que eu guardava em casa, quem sabe a Wakeru, pudesse agora, ‘prender’ o Tooru aqui, e o Kyo bem no fundo da alma.

Peguei todos os elementos e os misturei na maior quantidade, e o mais depressa possível.

Assim que cheguei vi o Kyo sentado, e o Jun tentando fazer com que ele permanecesse ali.

- Kyo... Está se sentindo melhor?

- Que merda aconteceu? – ele levou a mão na cabeça.

- Wakeru teve um efeito reverso. Mas não se preocupe...

Ele parou por alguns instante, e de repente o vi grudando no meu pescoço.

- Se você tocar em mim de novo, enquanto o ‘Tooru’ estiver aqui, eu te espanco...

Ele acessou a memória do Tooru... que porra!  Deve ter sido no momento em que os dois estavam disputando espaço.

- Me solta Kyo... – disse num tom monótono.

- Solta ele Nii-san! –  Jun puxou a mão do irmão, tentando me livrar.

Kyo praticamente o fuzilou com o olhar, antes de me soltar.

- Eu vou sair daqui... -  ele se afastou, e quando seguia para a porta.

- Você não quer que eu te ajude? Vai ser pego se sair desse jeito...

Ele olhou para mim.

- Como vai me ajudar?

- Beba a Wakeru, você pode ficar escondido por um tempo assim.

- Você já sabe.... se eu cogitar que você fez alguma coisa com o ‘Tooru’, eu te espanco.

Desde quando ele sabe usar palavras cultas, não sei, mas que essa ameaça é verdadeira, isso eu tenho certeza.

- Sem problemas... – respondi, com o coração se despedaçando...

Entreguei o frasco, e ele bebeu, rápido como de costume.

Jun olhava impresssionado, enquanto Tooru surgia.

Ele fechou os olhos azuis e respirou  fundo.

Nesse instante, decidi parar com minha pesquisa... não quero mais fazer a Wakeru.

- Desculpa, Kao... – ele me encarou.

- Você que tem que me perdoar ....

Jun correu e o abraçou.

- Eu prefiro você assim... – disse Jun

- Eu também prefiro, mais não tenho escolha, Jun, não tenho escolha.

- O que aconteceu, Tooru. Como o Kyo matou aquele homem?

- A sangue frio, ele chegou bem perto e deu um tiro na cabeça dele. – vi as lágrimas caindo, e me aproximei e as limpei...

Ficamos um tempo em silêncio.

- Podem ficar aqui um pouco? Eu preciso devolver isso. – Mostrei o envelope que o Kyo havia me entregado.

- Podemos... – respondeu Tooru, tentando sorrir para mim.

- Vai ficar tudo bem, Tooru, Jun. – me afastei e sai.

Eu tinha que pensar no que eu iria fazer a partir  de agora.

O Kyo matou o padrasto, e isso logo faria a policia ir atrás dele, enquanto ele está como o Tooru está a salvo, mas quando a Wakeru perder novamente o efeito, não sei se conseguirei convencê-lo a tomá-la novamente.

Não com ele sabendo o que se passa entre mim e seu alter ego.

Eu tô realmente fudido.

Segui até a casa do Seiichi Kamata, ia devolver o dinheiro.

Não precisava daquilo. Não preciso...

No meio do caminho que reparei que minha camisa regata mostrava todas minhas tatuagens, o que fazia todos da rua me encararem, como se eu fosse um Yakuza.

As tatuagens eram minhas cicatrizes da alma, assim como o meu pai que tinha uma tatuagem de cada crime que ele cometeu, minhas tatuagens também representavam algo: era de cada vez que me senti sozinho, depois que ele se foi, de cada vez que tentei me matar.

Ótimo, tenho um histórico de suicida.

Encarei aquela mansão. Me aproximei e fui cercado por um monte de capangas daquele velho.

- O que quer aqui, estranho? Quem é você? De qual lado você é? – um deles me empurrou, me encostando na parede.

- Me solta. Eu vim devolver uma coisa para seu chefe. – disse, enquanto tentava me soltar. Mas uma voz me interrompeu, quando eu iria continuar.

- Solte, esse é o filho do Ryoko.

Seiichi Kamata, o homem que mandou meu pai se encontrar com a morte.

Me senti livre e o encarei.

- O que te traz aqui, Niikura Kaoru? – ele se aproximou de mim, os olhos negros me encarando.

- Devolver o que te pertence... não quero seu dinheiro, não quero nada que envolva você...

- Você está ainda mais parecido com seu pai... e as tatuagens... acentuam isso... – ele sorriu.

- Seu dinheiro... – entreguei o envelope.

- Têm certeza que não vai querer? É uma divida muito antiga entre seu pai e eu. Eu não pude pagá-la antes.

- Eu não quero! Isso era para meu pai... ele está morto, por sua causa! Por sua causa! – gritei, a raiva estava me consumindo.

Senti novamente mãos me segurando.

- Respeite o chefe... – um dos capangas me segurou.

- Eu não sou um de vocês, não devo respeito a ele. – me soltei e joguei o envelope na cara do Seiichi.

- Niikura Kaoru, não se esqueça que a promessa que eu fiz ao seu pai não vale mais, só valeria enquanto ele estivesse vivo.

- Nunca vou me juntar a vocês... não sou como o Kyo... que desistiu tão fácil de si mesmo e se juntou a vocês... – despejei toda minha frustração e raiva em palavras.

- Ah... você o conhece...

- Conheço, agora me deixem em paz, finjam que eu não existo, que eu morri junto com meu pai.

Me afastei, sendo seguido pelos olhos de todos ali presentes.

Eu nunca seria como o Kyo.... não seguiria também os passos suicidas do meu pai.

Eu escolhi meu caminho, não irei mudar de idéia.

Não mais...


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Notas finais do capítulo

Eita que o negocio ficou feio...
Aline V-kei com certeza vai me matar?!
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