When Youre Gone escrita por TaTa B-P, Babi


Capítulo 32
Capítulo 30


Notas iniciais do capítulo

Oie! Sim, sumimos e a razão é a mesma, entramos na faculdade e medicina ocupa todo o tempo e mais um pouco. Eu usei boa parte das minhas férias nesse capítulo e a Babi cada precioso tempo livre dela nele também! Não vamos desistir dessa história! Os capítulos vão realmente vir mais lentos e sonho que vocês tenham a paciência e a perseverança de não desistir dessa loucura nossa.
Aproveitem e desculpe mais uma vez a grandíssima demora!
Até os comentários!

EDIT 2020: Mais um capítulo alterado. Faltam poucos. Mas fala sério, um homem adulto parece muito mais cabível a todo o contexto, não?



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No nascer do primeiro dia do novo ano, os Denali partiram, voltando para o Alasca. E Bella se viu surpresa ao saber, através de Alice, que Edward não partira também, após a cena naquela noite. Segundo Alice, que decidiu revelar o fato apesar dos protestos da irmã, Edward educadamente explicara, com muita delicadeza, que não havia reciprocidade nos sentimentos que Tanya sentia por ele, quaisquer sentimentos que fossem além de amizade e fraternidade.

Isabella olhou para a vidente sem conseguir esconder sua surpresa e, apesar de saber que não tinha o direito, sentiu-se feliz ao saber disso. Era egoísta de sua parte desejar que Edward ficasse só, para que ela fingisse que ainda tinha chances. Balançou a cabeça para espantar os pensamentos, que, então, foram guiados para a troca de olhares daquela virada de ano. Pela primeira vez conseguira ver a alma que aqueles olhos estavam escondendo e doeu ver todo o seu sofrimento e toda a sua angústia espelhada na alma dele. A solidão que ela causara quando entrara na vida de Edward. Mais uma vez, Bella se arrependera de ter se permitido seguir seu coração.

—Você tem plantão até que horas hoje?

A voz de Alice tirou-a de suas reflexões melancólicas e puxando seu foco para o presente. Bella olhou para o guarda-roupa pensando no seu trabalho e não pôde evitar o sorriso que se espalhou por seu rosto.

—Não sei. –Respondeu, puxando uma camisa branca. –Depende do movimento. Você que deveria responder essa pergunta.

—Muitas decisões implicam em uma criança que eu não conheço ir ao hospital ou não. Portanto, não vou saber se seu dia vai ser cheio ou não.

—Ok. Vocês vão fazer o que enquanto eu e Carlisle trabalhamos?

—Planejar para onde vamos viajar durante esses dias que restam antes da volta às aulas.

—Viajar?

—É. Eu e Jasper estamos pensando em uma pequena lua de mel. –Alice sorriu sonhadora.

Bella ia responder quando seu celular começou a tocar. A irmã sorriu largamente enquanto a observava sacar o celular com um suspiro e atender.

—Alô?

Bella! Feliz ano novo!

—Anne! Como é bom ouvir sua voz! Feliz ano novo! Como você está?

Estou bem, estou bem!— Disse, apressadamente e Bella podia até imaginar a amiga abanando a mão para apressar o assunto. –Escute, Bella, eu gostaria de saber se vocês estarão todos em casa hoje à tarde.

—Acredito que sim, Anne, mas todos? Aconteceu alguma coisa? –Perguntou, estranhando a inquisição.

Ah! Nada de mais, só gostaria de dar uma notícia.—Disse ela com um tom leve e desinteressado.

“Casual demais.” Pensou a morena. “O que ela está aprontando?” Perguntou-se antes de responder:

—Tudo bem. Acredito que todos estarão aqui, mas passo o recado de que deseja ver a todos.

Obrigada, Bella!—O entusiasmo era bem audível no sotaque francês da ruiva, mas Bella notou algo mais que não soube identificar. Impaciência? Ansiedade? Não soube dizer.

Depois de trocar mais algumas palavras, despediram-se e Bella desligou o telefone, voltando novamente a olhar para Alice. Ela ergueu as mãos sem deixar de sorrir.

—Não vou estragar a surpresa.

Bella revirou os olhos concluindo que não era nada sério, já que a irmã vidente não estava alarmada. Muito pelo contrário. Pensou dando de ombros voltando a olhar para o guarda-roupas e se lembrando do assunto que tratavam antes da ligação.

—Outra lua-de-mel, é? –Ela sorriu. –Ideia de quem?

—Jasper.

Bella riu. Obviamente o irmão, normalmente mais tímido que a esposa, iria apreciar um pouco de privacidade. Correu rapidamente os pensamentos por lugares para dar uma dica para a irmã e rapidamente pensou que a Amazônia proporcionaria uma experiência ótima para o casal com suas florestas densas que os protegeriam do sol, repleta de animais exóticos e deliciosos para caçar e quase despovoada, proporcionando toda a privacidade que Jasper desejava. Mas Alice previu a sugestão e respondeu franzindo o pequeno nariz arrebitado:

—Não, Bella! Imagine o q a umidade faria com meu cabelo e com as roupas! E você espera que eu fique com Jasper no meio da floresta?! Deixe isso para Emmett e Rosalie. Eles não se importam muito onde ficam juntos mesmo!

Reprimindo uma risada, a mais velha acenou com a cabeça se dirigindo ao banheiro com as roupas que escolheu para tomar um banho e se arrumar para o trabalho.

Ao descer as escadas topou com Emmett e Jasper jogando videogame e Rosalie lendo uma revista. Edward não estava à vista assim como Esme e Carlisle, este já tendo partido para o hospital. Passou o recado de Anne Louise e avisando que Carlisle e Esme deveriam ficar sabendo. Antes de fechar a porta do seu carro, uma mão a impediu. Olhou para cima e encontrou o olhar preocupado de Jasper.

—Eu estou bem! –Enfatizou, revirando os olhos.

—Não era o que eu senti mais cedo. –Retrucou ele sem hesitar.

—Mas agora eu estou. Infelizmente não posso escolher o que sinto, mas posso controlar e não vou permitir que meus sentimentos travem minha vida.

—Eu sei, mas...

—Jazz, olhe para mim. Tenho mais de 600 anos. Posso passar por cima disso, ok?

—Então por que não passou antes dele aparecer de novo?

—Porque prefiro mil vezes ele vivo e me odiando do que nunca mais vê-lo porque ele está morto!

Com essa, Jasper soltou a porta e Bella saiu. O loiro observou sua partida e voltou para o jogo que pausara com Emmett, mas seus pensamentos permaneceram no que a irmã lhe dissera até Alice convocá-lo para escolherem o lugar para onde viajariam.

~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~

Os Cullen estavam sentados na sala reunidos. Carlisle, Emmett e Edward assistiam a um jogo de baseball na televisão; Esme lia um livro de decoração de ambientes; Jasper lia um de história com Alice; Rosalie folheava algumas revistas de moda e Bella estava encostada em um dos pilares, olhando através das janelas de vidro ao fundo.

Em certo momento, eles ouviram pneus saindo da rodovia e adentrando a estradinha que levava a casa deles. Eles levantaram a cabeça e olharam na direção do som, com exceção de Alice e Jasper - este, ao ver que a esposa estava tranquila, retomou rapidamente sua leitura sussurrada junto a ela. O carro adentrou os portões e parou. Ouviu-se o bater de duas portas, que os deixou ainda mais intrigados.

—Relaxe, você está muito tenso. –Soou lá de fora.

Ao reconhecer a voz de Anne Louise, Bella também relaxou e voltou seu olhar para o chão, sem realmente ver, perdida em pensamentos.  Soaram passos na varanda e Carlisle se dirigiu para a porta e abriu-a, antes que os visitantes tivessem a chance de bater. Anne Louise estava sorridente acompanhada por um humano desconfortável, com os olhos levemente arregalados, observando atentamente ao seu redor. Jasper podia sentir a ansiedade emanar dele.

Educadamente, Carlisle convidou-os a entrar. Finalmente o humano pôde observar a cena digna de um filme de cinema, onde a família está harmoniosamente reunida na sala em um final de tarde. Anne Louise adentrou o aposento e correu em sua velocidade natural até Bella e ao abraçá-la exclamou alegremente:

—Bella!

Com exceção de Alice, todos observaram aturdidos à falta de cautela da vampira em frente àquele humano e, em seguida, olharam para ele esperando uma reação que não veio. A partir daquele instante, Jasper passou a desconfiar daquilo que Alice escondia e a mantinha tão calma diante aquela cena inusitada.

—Anne,... –Começou Bella, hesitante. –Poderia nos apresentar o seu... Amigo?

—Calma! Uma coisa de cada vez. –A vampira estava descontraída, em oposição ao sentimento de apreensão da maioria naquela sala. –Está morando naquele hospital? Não tenho te visto mais!

Ao ouvir essa declaração, o humano teve um sobressalto e Edward, que havia captado boa parte do que acontecia ali, disse-lhe:

—Não é o que está pensando.

E então o olhar surpreso do rapaz voltou-se para si, mas ele não deu importância. Bella olhou para a amiga com reprovação e Anne Louise revirou os olhos. Quando se voltou aos outros, ela fuzilou Edward com os olhos –como normalmente fazia –e cumprimentou os outros presentes. Finalmente ela voltou a se posicionar ao lado do humano e começou a falar:

—Gente, esse é o Draco Simons e ele sabe sobre nós, então seria muito mais agradável se parassem de agir e olhá-lo como se ele fosse sair correndo a qualquer instante. –Ela deu uma curta pausa e continuou. –Draco, estes são os Cullen, a família de vampiros que te falei. –Anne Louise falava rapidamente sem dar chances para interrupções. –Estes são Carlisle e sua esposa Esme...

Draco apertou educadamente a mão de cada um e disse, com certo humor:

—Eu acredito que já nos conhecemos, Dr. Cullen.

Carlisle sorriu:

—É um prazer revê-lo, Draco, mas pode me chamar apenas de Carlisle. Como vai Kevin?

—Ele está bem, se entretendo com os livros que ganhou de Natal. – O homem alto e esguio comentou, mais relaxado com a familiaridade da conversa. –É realmente um prazer conhecê-la senhora Cullen. –Completou, olhando para a matriarca, que não parecia nem um pouco mais velha do que ele, fazendo-o pensar por um momento como um casal tão jovem conseguia convencer de que eram pais de tantos “adolescentes”.

—O prazer é todo meu, querido, e também prefiro que me chame apenas de Esme. –Ela sorriu amavelmente.

—Bem, estes são Jasper, Alice, Emmett, Edward, - Ela grunhiu. –Rosalie e aquela ali atrás, quem você já deve ter percebido, é a Isabella, mas ela prefere Bella.

Jasper e Edward fizeram apenas um aceno de cabeça enquanto Emmett disse, como sempre, alegre:

—E aí, cara?

Rosalie apenas murmurou um “Olá” desinteressado e Alice acenou:

—Oi de novo, Draco. –Quando Jasper olhou para ela confuso, acrescentou. –Ele é o pai de um colega da minha sala de literatura. –Ele ergueu uma sobrancelha para ela, não convencido da meia explicação. Havia dedo da esposa naquela história.

Terminada as apresentações, Carlisle convidou-os a se sentar e Anne Louise pensou: “Agora vem a parte difícil.” Chamando a atenção de Edward.

—Por que você revelou a ele nosso segredo, Anne? –Bella perguntou, ainda de pé no fundo da sala, olhando seriamente para a amiga.

—Como você sabe que fui eu quem contou a ele? –Anne Louise estreitou os olhos e retrucou petulante. –Você também não deixou Edward saber?

—Isso não vem ao caso! –Bella grunhiu mostrando-lhe os dentes. –Responda à minha pergunta.

Porém foi Draco que se dispôs a responder se não fosse interrompido por Anne Louise:

—Eu me vi apaixonado por ela...

—Eu me apaixonei por ele e ele inacreditavelmente correspondeu, - Draco revirou os olhos como se aquela o uso do advérbio fosse absurda. –então eu não vi motivos para esconder algo tão importante dele. Além disso, foi para isso que o trouxe aqui, para apresentá-lo a vocês como meu namorado.

Novamente com exceção de Alice e dos visitantes, todos caíram em um silêncio mortal, imóveis, alternando olhares entre o casal.  Bella e Edward literalmente paralisaram em choque, estavam completamente pasmados, petrificados.

—Bella... –Anne Louise murmurou a voz tão implorativa quanto o olhar cravado na amiga, sabendo que a parte mais difícil seria fazê-la assimilar e digerir o fato.

Por sua vez, Bella podia apenas reviver a história em sua mente. Tudo se repetia. Assim como ela e Edward, seria com Anne Louise e Draco. A união de uma vampira com um humano. Completamente proibido, decididamente impossível. Comprovado e fadado ao fracasso. Ambos condenados a separação e ao mesmo sofrimento que o dela. Será que o que ocorrera com ela não fora o suficiente para avisar Anne Louise? A amiga realmente não a escutara e ignorara o que ela mesma fizera?! A raiva foi tomando conta de Bella e atingiu seu limite quando ela constatou mais um fato:

—Alice já sabia de tudo... –murmurou para si mesma.

Em uma violenta explosão, Bella deu as costas a todos e socou o pilar em que se apoiava com força, fazendo toda a estrutura da casa oscilar por um momento.

—Por que não me deu ouvidos, porra?! –Exclamou em francês para a amiga ruiva, furiosa. Então, em inglês. –Ninguém me entende, nunca! Inferno! Eu falo, falo, falo... Vocês assistem meu martírio todos os dias e nunca me escutam! Mas que droga!

Draco estava paralisado de susto com a fúria e a força de ser tão diminuto e de aparência tão delicada, apesar de Anne Louise já ter alertado-o a não se deixar levar pelas aparências quando se tratava de um vampiro. Edward a vira furiosa daquele modo apenas uma vez, quando Peter e Charlotte atacaram-no, mas nunca a vira voltar sua ira para a própria família ou mesmo para a família dele, que era sem comparação, pior.

—Bella, se acal...

—Se tentar usar esse dom contra mim, Jasper, eu esqueço que é meu irmão, entendeu? –Bella rosnou, Jasper imediatamente se calou, fechando a expressão, e ela se virou para Anne Louise, voltando a falar em francês. –Como pôde dar as costas a tudo o que lhe contei e ainda fazer exatamente o que disse para não deixar acontecer?!

—Não vou cometer os mesmo erros que você. Além disso, este não é um sentimento que se possa evitar e você sabe muito bem disso. –Anne Louise se mantinha firme.

Você é louca!Isso nunca vai dar certo... Você é muito estúpida, Anne!

—Você não tem o direito...

—Ah não?!

Enquanto Bella e Anne Louise discutiam; Jasper, Emmett e Carlisle tentavam apartar a eminente briga que iria ocorrer ali e Alice, Esme e Rosalie assistiam a tudo sem nada fazer, Edward se voltou para Draco que estava observando a tudo, preocupado e incomodado por ser a razão de tal discórdia, e disse ainda meio atordoado com a notícia:

—Você tem ideia da loucura suicida na qual você se meteu?

—Eu a amo. –Respondeu ele decidido, olhando finalmente para o telepata. –Sei que não vou me arrepender. Não tenho medo do que possa acontecer, pois sei que ficaremos juntos.

—Eu a amava também. –Edward disse olhando para Bella, o coração protestando contra aquela afirmação. –Pensava do mesmo modo que você, mas tudo não passou de uma ilusão.

—E o que garante que comigo e com Anne acontecerá a mesma coisa? Ela teve várias oportunidades e desculpas para se afastar, mas não o fez.

As palavras de Draco tiveram dois efeitos em Edward. Primeiramente sua última declaração levou-o a se lembrar de uma declaração semelhante que ouvira:

FLASHBACK ON

—Por que você simplesmente não gosta de ninguém, além de si mesma, principalmente eu e também porque você é da “elite”. Bella se você queria se livrar de mim aquele era o melhor momento! Você já sabe que eu não revelaria o seu segredo. – Disse ele exasperado.

Bella olhou para seus olhos por incontáveis minutos, em completo silêncio. E Edward estremeceu sob o olhar perfurante e profundo de Bella. Finalmente ela deu um fraco sorriso irônico e balançou a cabeça negativamente, olhando para baixo.

—Agora eu tenho duas opções. Ou você não enxerga as coisas com clareza, ou eu estou me saindo uma atriz muito boa. –Disse sarcástica. Porém a sua voz não tinha um pingo de humor.

Edward a encarou confuso. O que será que ela quis dizer com aquilo? Será que ela mentira para ele? O pensamento o deixou magoado. Mesmo assim ele perguntou:

—O quê?

—Simples Edward. –Ela gesticulou revirando os olhos, algo totalmente inadequado para uma dama da sociedade. –A última pessoa de quem eu gosto sou eu mesma. Eu sou da elite porque é mais fácil manter o segredo. E se eu sei que você não vai revelar o meu segredo e não me livrei de você, acho que você chegaria à conclusão racional de que eu não quero me livrar de você. –Explicou ela com a voz entediada, porém com os olhos repletos de sentimentos reprimidos.

FLASHBACK OFF

Em seguida, ele passou a refletir sobre as conclusões precipitadas que estava tomando. O fato de a situação estar se repetindo, não significa que Anne Louise fará com Draco o mesmo que Edward acreditava que Bella havia feito com ele.

—Muito bem... –Murmurou.

Satisfeito com sua conclusão e decidido a tomar uma atitude que colocaria um fim àquela situação tensa, ele se levantou e se aproximou de Bella. Esta ainda estava concentrada em seu conflito com Anne Louise, quando sentiu um toque novo e ao mesmo tempo conhecido para ela, assim que a famosa descarga elétrica passou por ela através do contato. Todos na sala paralisaram e Bella automaticamente saiu de sua posição ofensiva, quando Edward colocou levemente a mão no ombro dela.

Quando ela se virou para sua direção, Edward viu a surpresa e o sofrimento estampados nos orbes dourados e sólidos de Bella e rapidamente desviou o olhar retirando a mão de seu ombro. Por fim, começou a falar com ela, seu nome saindo com dificuldade de sua garganta:

—Isabella, - Ela fechou os olhos ao ouvir seu nome ser pronunciada por aqueles lábios. A dor e o reconhecimento confortante daquela voz calma e aveludada conflitando em seu íntimo. –Deixe-os em paz e os deixe ficar juntos.

Ela olhou para ele sem acreditar, sua voz era apenas um sussurro:

—O quê?!

Dentre todas as pessoas que ela conhecia, tinha certeza de que Edward era a última pessoa que concordaria com aquela insanidade. Edward respirou fundo antes de continuar:

—Está sendo precipitada. A situação deles é totalmente diferente. Nada garante que o que aconteceu se repita no caso deles. –Ele estava lutando com as palavras para tentar ser diplomático e não jogar acusações para ela novamente. –Não lute contra, acredito que talvez você saiba que contra o amor verdadeiro nada se pode. –A acusação estava implícita, ele não pôde evitar.

—Você não pode saber... –A frase dela morreu, sem forças. Ela jamais conseguiria realmente enfurecer-se com Edward.

—Dê a eles uma chance, Isabella. –E com mais algum esforço, completou. –Nossa experiência pode ajudá-los a fazer dar certo. Nós podemos ajudá-los.

Anne Louise estava perplexa diante da óbvia submissão e aceitação das palavras por Bella. Ela estava ainda mais perplexa com o fato de ser Edward quem protegia o relacionamento dela que parecia tanto com o que não dera certo entre ele e a melhor amiga. Bella ergueu a cabeça, fitando o teto e Jasper podia sentir seus sentimentos conflitantes.

—Nesse caso... –Murmurou ela, com parte de si atordoada ao ouvir a voz aveludada de Edward direcionada a ela. –Eu não tenho como me opor. –Certa amargura também podia ser detectada na voz dela.

Bella se virou rapidamente para Draco, este teve de conter o instinto de se encolher com o olhar gélido que lhe foi dirigido, e disse ameaçadoramente:

—Se a magoar ou fazê-la sofrer um centésimo do que sofro, eu juro que arranco suas entranhas com você muito vivo, entendeu?

Ele assentiu assustado e Anne Louise assim como Esme e Alice exclamaram ao mesmo tempo, indignadas:

Bella!

Esta, por sua vez, lançou um último olhar a Edward. Apesar de tudo que ele fizera e ainda fazia com ela, Bella percebera que, ainda assim, não poderia negar nada a ele. Ela não olhou para ninguém quando saíra correndo dali, indo em direção à floresta, mais precisamente sua cabana.

Ela não podia mais conviver com toda aquela pressão. Manter-se inteira pensando apenas no seu sofrimento e em suas lembranças era uma coisa. Agora, permitir que o mesmo destino, que para ela era inevitável, para as pessoas que lhe são caras, era uma responsabilidade que Bella não sentia capaz de assumir, mas mesmo assim faria. O faria por Edward, mas mesmo assim faria. Enfim, ela precisava pensar. Seus pensamentos formavam um ciclone em sua cabeça, deixando-a quase tonta.

Na sala, todo mundo tentava entender o que acontecera, já que a atitude de Edward e Bella parecia completamente invertida. Draco abraçava Anne Louise que parecia que ia desabar a qualquer instante. E foi o que aconteceu. Ela se sentou e choramingou:

—Eu não acredito! Achava que ela iria me apoiar! Minha melhor amiga...

—Ela acha que irá acontecer com você o mesmo que aconteceu com ela. Bella tem medo de que você sofra como ela. –Jasper falou, tentando buscar uma lógica em tudo aquilo. –Mas eu não entendo o porquê de você apoiar. –Ele estreitou os olhos em direção a Edward.

—Além de já ter destacado o óbvio, eu vou repetir: Eu não acredito que os mesmos erros se repetirão. Por que o garoto não pode ser feliz? –Edward disse. Draco estranhou, não era um garoto.

—Então é por ele que você está a favor? Você quer dar a ele a chance que você não teve, porque você mesmo estragou, é isso?

—Não foi eu quem...

—Anne Louise, você sabe o risco em que nos colocou? –Rosalie, interrompeu Edward e uma nova discussão, séria. –Se os Volturi descobrirem, eles não pouparão ninguém!

—Volturi? –Draco perguntou confuso.

—Você não explicou as regras a ele? – A voz da loira ficou gélida.

—Que regras? –Draco não entendia nada do que a loira falava.

—Vamos com calma, sim? –Esme se pronunciou colocando ordem na nova discussão que se formava. –Uma coisa de cada vez. Se não, vamos sobrecarregar o pobre homem. –Ela sorriu encorajadora para ele.

Carlisle aproveitou que a esposa conseguira o silêncio de todos e pediu para que fossem para a sala de jantar onde pudessem colocar tudo em ordem. Ele aproveitou para acalmar Draco que estava confuso e um tanto assustado com o que ocorrera até aquele momento. Estavam todos sentados, porém Carlisle recusou-se a começar alegando:

—Bella deve estar aqui para participar.

—Como é?! –Anne Louise protestou. –Ela não vai querer. –Resmungou.

Jasper se levantava quando Edward também o fez e pronunciou-se rapidamente:

—Eu falo com ela.

—Mas nem pensar! –O loiro grunhiu. –Só vai usar da influência que sabe que ainda tem sobre ela a seu favor. Isto é completamente egoísta e mesquinho de sua parte!

—Eu sou o único que consegue convencê-la! Ou acha que seu dom vai deixá-la realmente calma?  Ela deixou bem claro o que faria se o usasse contra ela de novo. Por mais que eu queira que isso ocorra, eu sou o único. –Edward declarou desdenhoso. –Todos nós queremos que isso termine bem e por mais incrível que possa parecer, quero que ela veja como pode dar certo. Como podia ter dado certo entre nós.

—Você que estragou tudo. –Jasper rosnou. –Acho que quem precisa de uma lição é você.

—Jasper! Já basta com esses ataques! –Carlisle pronunciou sério. –Edward, se acha que pode convencê-la, vá. Ela merece opinar sobre isso com civilidade e usando a razão.

Edward correu até a cabana, porém hesitou em frente à porta e prestou atenção aos sons que vinham de dentro da casa. Soluços secos atingiam seus ouvidos e provinham da sala. Em seguida, praticamente ao mesmo tempo em que ela gritava lá dentro, Edward pôde ouvir um objeto se quebrando contra a parede. E então a porta da cozinha foi escancarada e o próximo alvo da vampira foi uma árvore. Os soluços não cessavam e Edward estava cada vez mais desconfortável e já começava a se arrepender de ter ido até ali. Sempre odiara ouvir Bella chorar. Mas então pensou no humano dentro da mansão e isso lhe deu forças para ir em frente.

Ele se deparou com o jardim dos fundos em uma situação calamitosa e a vampira estava sentada aos pés do que antes fora um grande abeto, abraçando os próprios joelhos e soluçando incontrolavelmente. Ele nunca vira Bella chorar tão desesperadamente e aquela cena mexera com ele de um modo muito estranho.

—Vá embora. –Resmungou ela com voz embargada, sem forças.

—Bella. –Ele suspirou amargurado, sem perceber que ainda sofria ao vê-la sofrer.

—Edward! –Ela ergueu a cabeça surpresa, mas então voltou a abaixá-la. –Vá embora! Já ouvi o suficiente.

—Eles querem que você participe.

—Eu não vou concordar com aquilo! –Ela guinchou. –Eu nunca vou permitir que Anne...

—Não é você que escolhe por eles.  –Edward censurou-a. - Anne Louise não é sua filha!

—Oh, obrigada por constatar o óbvio! Mas mesmo você não acreditando, - Bella se levantou. –Eu sofro por ter perdido você e não desejo o mesmo sofrimento para ela!

—Então é você quem sofreu aqui o tempo todo, não é?! –Edward grunhiu irritado, mas se forçou a controlar seu gênio. –Eu não quero que Draco sofra. Humanos não foram feitos para se misturar com vampiros...

—Agora você reparou?! –Ela derramou o sarcasmo.

—Ao que parece você também se esqueceu desse detalhe. Mas não estou falando nisso agora. Nós somos os únicos que vivemos isso de verdade, portanto, somos os únicos que podemos evitar uma tragédia entre aqueles dois, como houve conosco. Nós podemos evitar mais sofrimento, Bella. –Sua voz se tornou intensa e Bella engoliu em seco.

Não precisou refletir muito. Ela via a razão nas palavras de Edward. Estava envergonhada por ter demosntrado fraqueza na frente dele, quando tinha feito votos de ser forte e seguir em frente.

—Está bem. –Ela olhou para baixo. –Acho que eu devo isso, não é? –Ela sorriu tristemente.

—Vamos apenas fazer com que dê certo. –Ele disse evitando a pergunta.

—Certo. –Ela concordou com intensidade.

Seus olhares permaneceram conectados por mais um tempo indefinido, e ao se dar conta disso, Edward se afastou abruptamente, quebrando o contato, fazendo Bella olhar para outra direção também.

—Vamos, então. –Ela declarou e voltou a correr em direção a casa.

Edward a seguiu prontamente.


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Notas finais do capítulo

Olá, de novo! Esperamos que tenham gostado do capítulo e que não desistam da fanfic. Pretendemos não demorar tanto assim para postar o próximo capítulo, mas não podemos prometer, afinal tudo depende do tempo livre da faculdade. Apesar da demora não desistiremos da fanfic. Por favor, comentem o que acharam. Beijos



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