When Youre Gone escrita por TaTa B-P, Babi


Capítulo 16
Capítulo 14




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O divertimento daquela situação incomum fez com que Jasper flexionasse suas mãos e se dobrasse sobre a barriga de tanto rir. Alice acompanhou-o enquanto o restante observava sorrindo.

-Isso tudo é tão inusitado que se torna cômico.  – Ele disse quando se acalmou. – Por que não resolvemos tudo depois da festa? Podemos ir para nossa casa.

Todos concordaram e então Emmett notou que Edward não estava ali e perguntou para Rosalie onde ele estava. Ela não sabia então eles decidiram que esperariam por ele ali e comunicaram a Esme e Carlisle a decisão. Todos se entrosaram na festa e Jasper e Alice, como anfitriões circulavam o tempo todo conversando com os convidados.

Finalmente chegara o momento em que Jasper entregava o anel de noivado para Alice. Todos aplaudiram e Alice ficou maravilhada com o anel que Jasper lhe dera. Era uma peça de ouro branco onde os diamantes foram lapidados de tal maneira, que juntos formavam pétalas de uma rosa. Depois desse momento, não demorara em a festa acabar e logo todos os Cullen queriam ir para casa.

-Amanhã voltaremos para arrumar essa bagunça, Carmen. – Alice disse sorrindo.

-Não há necessidade, as meninas vão fazer isso, não se preocupe Alice. – Ela respondeu.

Tanya, Kate e Irina conversavam calmamente em um canto e Alice se juntou a elas. Kate estava entusiasmada, pois conhecera um nômade chamado Garret e o achara muito simpático. Tanya, e Irina achavam que ela estava apaixonada, mas Kate negou tudo veemente. Alice ria e então cantarolou:

-Eu vejo! Eu vejo! Eu vejo mais um casamento!

-Argh! Deixem-me em paz! Ele é só um amigo! – Kate grunhiu entrando na casa.

Bella estava parada encostada à parede da casa olhando fixamente para a floresta. Então como se ela esperasse por ele, Edward surgiu do meio das árvores e caminhou direto, sem olhar para ela, até onde Rosalie e Emmett estavam. Bella continuou impassível e voltou a olhar fixamente para floresta, porém automaticamente sua atenção estava voltada para a conversa daquele grupo no meio da neve.

-Vamos embora? – Edward perguntou com a voz dura.

-Não. – Respondeu Rosalie no mesmo tom. – Nós vamos para a casa dos Cullen.

-Para quê?

-Vá lá que você descobre. – Ela disse num tom que encerra a conversa.

-Estamos esperando apenas você, Edward. – Carlisle disse com a voz polida.

-Então o que estamos esperando? Vamos! – Emmett bradou.

Bella se desencostou da parede e disse para eles, de onde estava:

-Deixe que eu vá chamar Alice. Jasper, Peter e Charlotte já foram?

-Não, Bella. Eles estão namorando em algum canto. Quando perceberem que estamos indo eles aparecerão.

-Ah. Tudo bem, então. – Ela disse enquanto desaparecia dentro da residência dos Denali.

Num ato involuntário, Edward olhou em sua direção e observou suas costas até ela sumir de vista. Com sua visão aguçada, Edward viu Bella com mais clareza e se perguntou por um momento como ela podia estar ainda mais bonita. Voltando a si, ele balançou levemente a cabeça. Ele não podia pensar nisso. Ela não o amava mais, ela o havia esquecido, o abandonado. Ele deveria odiá-la por isso, mas alguma coisa no peito dele dizia que tinha algo errado.

Bella voltou acompanhada de uma Alice risonha e Carlisle finalmente declarou que todos deveriam ir para casa. Eles se despediram mais uma vez dos Denali e então partiram. Ao adentrarem a mansão, Alice levou os convidados para a sala de visitas. Esme e Carlisle sentaram nas poltronas, Alice e Jasper, Rosalie e Emmett se sentaram no sofá maior e, Bella e Edward, se sentaram no que havia sobrado o de dois lugares. Peter e Charlotte preferiram ficar de pé.

Bella observou com tristeza, Edward se afastar dela mais do que o pouco espaço do sofá permitia, mas ela não olhou diretamente para ele, usando de uma força hercúlea para combater esse impulso. Edward, por sua vez se sentia cada vez mais incomodado pelo fato de não poder ler a mente de Bella, porém não prestou atenção nisso e sim no que estava prestes a acontecer naquele ambiente.

-Bem... – Jasper suspirou levantando depois de olhar com tristeza para a cena que ocorria com sua irmã. – Eu só queria esclarecer para todos aqui o que está acontecendo, afinal tudo ocorreu de forma tão confusa que não deu para apresentar ninguém direito.

Antes que Jasper pudesse terminar, Bella se levantou num rompante e disse quase que mecanicamente:

-Perdoe-me por interrompê-lo, Jazz, mas já conheço a todos, portanto gostaria de me retirar. Se me derem licença.

Ela fez uma leve reverência a todos os presentes, então saiu apressada do cômodo e se fechou em seu quarto. Mal havia fechado a porta ela ofegou e se dirigiu para a janela, buscando com os olhos, desesperadamente, a lua no céu. Na sala, Alice fuzilou Edward com os olhos e este olhava para a porta por onde Bella saíra. Jasper olhava na mesma direção, porém apenas suspirou e voltou a falar:

-Esta é Rosalie, ela é minha irmã gêmea e este é Emmett, o parceiro...

-Marido. – Os dois corrigiram juntos.

-Este é o marido dela. – Jasper corrigiu sua fala. – E o que todos já devem ter notado... – Jasper disse sarcástico. – Este é o tão famoso Edward Anthony Masen. – Depois ele voltou a falar normalmente. – Todos devidamente apresentados? Bem... Agora vou apresentar a minha família a vocês. – Jasper se voltou para os recém chegados. – Estes são meus pais, Esme e Carlisle;  Eles sorriram afetivamente para os convidados, porém o olhar dirigido a Edward era preocupado. – Esta é minha noiva Alice e a que acabou de sair é minha irmã de coração, Bella. – Jasper terminou de falar olhando para Edward.

Este, confuso pelo que Jasper acabara de revelar, levantou-se surpreso. Todos olharam em sua direção, confusos, menos Alice e Jasper. Peter, notando que o assunto ficara íntimo demais para a presença dele e de sua parceira despediu-se rapidamente e partira com Charlotte.

-Irmã? Eu achei... Eu acreditei que ela... – Edward balbuciou.

-Eu sei o que você achou Edward. – Jasper disse sério. – Mas também não se preocupou em saber. Só em julgar o que viu. Eu cuido de Bella há 128 anos. Há 128 anos faço de tudo para camuflar a dor que ela carrega no peito como uma maldição. 128 anos sem conseguir entender completamente como um humano em dois anos conseguiu destruir completamente os conceitos, a Bella que existia há mais de 400 anos. Ela sempre me contou as coisas de que ela se culpava... Não, estou mentido. Eu passei 10 anos tentando ganhar a confiança dela primeiro. Mas mesmo assim passei todo esse tempo fazendo de tudo para que ela desistisse da ideia de que a vida dela é descartável, sem valor. Ela passa os últimos 128 anos sofrendo, Edward. – Ele se aproximou de Edward que estava paralisado no lugar. – Eu nunca a vi dar um sorriso puro de alegria. Você já a viu sorrir de verdade, Edward?

-Eu não sei. Sim, eu acho. – Respondeu ainda em choque, sem ter certeza do que deveria fazer. As palavras duras desnorteavam-no junto com os pensamentos de todos os presentes se misturando em uma confusão de vozes insuportável.

-Saiba então, que você foi o único! Eu a amo como se ela fosse do meu sangue. Todos aqui amam. E todos nós morremos cada vez que a vemos sofrer do modo com ela está sofrendo. Eu posso sentir a dor dela. A culpa. E O QUE MAIS ME IRRITA É O FATO DE QUE, A CHANCE QUE ELA MERECIA: VOCÊ DESTRUIU! – Ele esbravejou. – Ela deu tudo por você. Ela pôs tudo em risco! Ela quase perdeu seu anonimato, revelou o segredo dela para um humano! E o quê ela ganhou em troca? Você a acusou sem saber, sem sequer ter razão. E O CULPADO DO SOFRIMENTO DELA É VOCÊ! SEMPRE FOI VOCÊ, EDWARD ANTHONY MASEN!

-Jasper. Já chega. – Alice disse, mas Jasper não deu ouvido.

-O culpado é você que lançou a maldita carruagem do penhasco e É BELLA QUEM PAGA PELO SEU ERRO!

-Jasper, já basta!

Esme se levantara e olhava para ele séria. Edward se afastou, mas seus olhos assustados e confusos olhavam para a matriarca daquela família.

-Mãe... Ele precisa saber. – Jasper tentou argumentar.

-Esse assunto não é seu Jasper. É de Bella e Edward. Se Bella não jogou todas as verdades na cara dele na festa, é porque ela tinha motivos para não fazê-lo e não será você que irá contrariar a vontade dela quanto a esse assunto. Não se meta. Deixe que ela fale. Isso é problema da Bella e do Edward. .

-A senhora sabe o quanto ela é orgulhosa! Ela não vai falar...

-Jasper eu não vou repetir. – Esme disse dando um ponto final na história.

Os pensamentos de Jasper denunciavam toda a sua revolta e imagens da irmã sofrendo apareciam o tempo todo em sua cabeça. Jasper sofria e se irritava mais lembrando de todo o tempo que assistiu o martírio da irmã. Edward se encolhia em agonia com as imagens, mas não sabia o que fazer, estava totalmente perdido. Ele a amava, mas o ódio de seu abandono cobria qualquer sinal daquele sentimento adormecido em seu peito. Até aquelas verdades serem lançadas contra ele. Esme gostaria muito que Jasper resolvesse as coisas, mas sabia que aquilo não era o que Bella queria. Alice pensava da mesma maneira que Esme e seus pensamentos estavam no sofrimento de Jasper ao ver a irmã sofrer tantas vezes, do mesmo modo, que ela quase enfartou quando Bella quase pulou da embarcação que os levava para a América. Carlisle, apesar de calmo, estava como sempre, preocupado com o bem-estar de seu lar e de cada um de sua família, mas sabia que tudo o que deveria ser feito era entre Bella e Edward. Rosalie e Emmett tentavam a todo o custo entender o que se passava ali. Edward nunca revelara nada para eles e eles ficavam o tempo todo pensando em milhões de possibilidades. Os pensamentos de todos estavam deixando Edward maluco. Rosalie percebeu esse fato e disse:

-É melhor parar. Apesar de estarmos confusos... – Ela apontou para si mesma e para Emmett. – Isso é muito pensamento para Edward ler, e ele já têm bastante no que pensar.

Edward olhou para ela agradecido e teve de explicar para todos rapidamente que seu dom era o de ler pensamentos e, depois que soube desse fato, Jasper reclamou ainda mais indignado:

-Lê pensamentos e, mesmo assim, não viu o que estava estampado na sua cara!

-Jasper. – Esme repreendeu-o mais uma vez.

Edward começou a ficar agitado, todas as ações da família sugeriam um erro imenso nas ações entre ele e Bella. Ele precisava resolver aquilo de uma vez e o único meio era conversando com Bella, mas ele nem sabia onde ela estava ou se ela o ouviria. No meio de toda a agitação daquele ambiente o grito furioso de Alice fez com que todos paralisassem no lugar:

-Mas ela nem ouse partir!

Ela saiu rapidamente da sala e foi seguida por Jasper e consequentemente por toda a família, que ficou preocupada com o que Alice viu. Edward estava naquele meio e foi barrado por todos os que ficaram parados em frente à última porta do terceiro andar.

A única coisa que podia fazer era ouvir os gritos que vinham do que deveria ser o sótão e presenciar a cena pela mente de Alice.

-O que pensa que está fazendo? – Alice gritou.

-Eu pergunto a mesma coisa para você, Alice. Por que você está desfazendo a minha mala? – Bella disse calmamente.

Ao ouvir essa frase, Esme cobriu sua boca com a mão em choque. Em seus pensamentos ela rezava para que no fim daquilo, Bella não partisse. Tudo o que ela não suportaria é ver seus filhos partirem.

-Como pode pensar em abandonar sua família, Bella? Não pensou em Esme?! Ela morre se você nos deixar!

-Eu não pensei nisso. – Ela murmurou.

Edward a viu abaixar a cabeça envergonhada pela mente da pequena vampira. Alice a abraçou e disse suavemente:

-Eu sei que não é a situação mais confortável do mundo, mas você vai resolver tudo.

-Eu não queria trazer essa confusão toda para vocês... – Ela começou.

-Bella, Bella, nós já cansamos de repetir que seus problemas são nossos problemas também. Você nem sabia que ele estava vivo. Não é sua culpa que ele mudou seu pensamento em relação a você. Você não faria de tudo por nós? Você não estava partindo por nós? – Bella assentiu e desviou seus olhos para a janela. – Nós faríamos mesma coisa por você, maninha. Então largue de besteiras sim e venha caçar comigo! Esses dias me deixaram uma pilha! Além disso, é uma boa oportunidade para nós conversarmos.

Jasper, que segurava todos na porta, entrou e foi dizendo, “Eu acompanho!”, porém parou no meio do caminho quando Alice disse fazendo todos rirem:

-Nem pensar! É uma noite de garotas! Se Rosalie e Esme quiserem acompanhar são bem-vindas ao clube!

Rosalie riu passando por Jasper e Esme passou logo depois indo de encontro com as meninas. Só que quando a euforia primária passou, elas todas desceram as escadas depois de ouvirem Bella dizer em um tom quase indignado:

-Nem pensar em pular pela minha janela!

-Por que não? – Alice tentou implicar.

-Proibido Alice e ponto. Somos todas civilizadas, não?

E todos os vampiros da ala masculina assistiram rindo elas passarem apressadamente em direção à porta dos fundos. Bella foi a última que caminhou sem pressa escada a baixo. Ao passar ela nem olhou para Edward e este desviou seu olhar para um dos quadros que adornavam o corredor. Quando os passos delas ficaram distantes, Carlisle soltou uma leve risada e comentou:

-Parece então que teremos uma noite só de homens. O que vocês querem fazer? – Ele olhou para Jasper.

-Podemos jogar cartas! – Emmett exclamou. – Duvido que alguém ganhe de mim no pôquer! Edward, mesmo lendo meus pensamentos, não consegue.

-O senhor se esquece apenas de que tem um texano no recinto. – Jasper sorriu aceitando o desafio.

Edward ainda se sentia desconfortável por causa do que lhe fora revelado então preferiu abster-se do jogo. Emmett riu dele e zombou, porém não insistiu. Carlisle disse que ele podia ficar à vontade, porém Jasper discordou com a voz rude:

-O sótão é extremamente proibido.

Edward suspirou, mas assentiu. Não discordaria da pessoa que sabia tudo aquilo que ele precisava saber. Porém aquela pessoa já tinha ódio suficiente para destroçá-lo na primeira oportunidade, então qualquer informação importante, ele não teria. Além disso, a única coisa que impedia Jasper de matar Edward da forma mais dolorida possível era o sofrimento de Bella ao ver Edward morrer. Ela não suportaria uma segunda vez.

Edward desceu as escadas até a sala e, para matar o tempo, decidiu que exploraria a casa e começou pelo térreo. Ele adentrou a cozinha observou admirado como a organização e decoração era impecável mexeu delicadamente em cada objeto e compartimento tentando fazer a ligação daqueles objetos modernos com a sua vida humana. A lembrança de Bella tentando cozinhar para ele invadiu sua mente.

FLASHBACK ON

Bella tentava, pela terceira vez, quebrar um ovo sem destroçá-lo completamente e tornando-o inutilizável para a receita.

-Eu acho que você deveria deixar eu... – Edward começou hesitante, e Bella interrompeu-o.

-Eu consigo fazer isso! Eu mesma já fiz isso milhões de vezes quando humana! Eu só preciso pegar a prática do negócio!

Ela tinha uma expressão séria e concentrada enquanto tentava quebrar mais uma vez o ovo. Ela quebrou-o novamente com força exagerada e a mistura viscosa de casca, gema e clara caiu em cima da farina na vasilha de porcelana. Possessa, Bella deu um grito de frustração e lançou a vasilha inteira na parede da cozinha fazendo com que cacos se espalhassem para todo o lado e a pintura da parede fosse danificada.

Quando ela viu a reação de Edward a sua atitude, se arrependeu muito de tê-lo feito. Os seus olhos estavam arregalados e sua boca aberta em choque. Seus músculos estavam tensos e ele tremia por causa do susto. Quando ele notou que ela o observava, temerosa e arrependida, ele tentou sorrir e disse:

-Eu teria insistido mais se soubesse de suas reações diante do fracasso.

Bella não riu diante da tentativa de fazer piada e apenas disse:

-Perdoe-me. Acho que será mais seguro se você fizer isso. Eu vou limpar essa bagunça.

-Bella... – Edward tentou insistir.

Em menos de cinco minutos, Bella já tinha limpado tudo, a cozinha parecia novamente em ordem e então ela organizou novamente os ingredientes no balcão. Ela se virou para Edward e disse antes de sumir porta a fora:

-Fique à vontade.

Inconformado, Edward cozinhou e comeu pensando no que Bella acreditava ter errado daquela vez. A única conclusão que ele chegou foi a do fato de ela não conseguir cozinhar como uma humana e, com argumentos para confortá-la, ele subiu até a biblioteca onde tinha certeza de que ela estaria.

Bella estava sentada em uma das poltronas lendo pela milésima vez o livro de Montesquieu. Ao ouvir o som dos passos de Edward ela suspirou e voltou a ler, porém sua mente estava, inconscientemente, atenta a todos os movimentos do humano. Ela abaixou o livro, olhando para ele sem expressão, quando o ouviu dizer, hesitante:

-Bella...

-Pois, não?

Ele se encolheu diante do tom frio dela.

-Desculpe-me.

Nesse momento a fachada limpa que ela mantinha caiu. Ela o encarou, estupefata, e perguntou:

-Perdão, o que disse? – Edward a encarou confuso, não entendendo aonde ela queria chegar, já que ambos sabiam que ela podia ouvir melhor do que qualquer humano. Ela continuou pausadamente como se tentasse se controlar ou realmente entender alguma coisa. – Você está se desculpando pelo incidente na cozinha?

-Bem, a culpa foi minha, se eu não tivesse tido aquela reação exagerada... Eu quero dizer, eu já deveria estar cansado de saber quais são suas reações...

Bella interrompeu-o chiando indignada, sua voz subindo duas oitavas:

-Como pode se culpar pela minha reação exagerada?! Como pode dizer que sua reação foi exagerada?! – Então sua voz se tornou irritada. Ela estava furiosa consigo mesma. – Eu que deveria aprender a controlar os meus instintos! Pelo amor de tudo que é importante, Edward, você é apenas humano é totalmente esperada essa reação! Não deveria se culpar por isso.

-Raios! Agora você está mais brava ainda! É tudo minha...

-Não fale que é sua culpa! – Bella interrompeu-o novamente, virando-se bruscamente em sua direção. Em um ato inesperado, ela se deixou cair na poltrona e murmurou com as mãos no rosto. – Eu estou furiosa comigo mesma. Não faça eu me sentir o monstro que realmente sou Edward. Por favor, eu venho há muito tempo tentando esconder essa parte repulsiva de mim, não faça com que venha à tona. – Ela voltou a fitá-lo. Ele por sua vez estava atordoado demais com as mudanças repentinas de humor dela. – Você não pode se culpar por erros que são meus. Isso só me deixa pior! Eu sou culpada e não você! – Ela sussurrou e Edward teve de fazer um esforço para ouvir. Quando ela fitou seus olhos, ele enxergou uma culpa muito grande. Parecia que Bella carregava um peso imenso nas costas. – Eu prometo que vou me esforçar e agir de maneira mais humana possível. Você irá me ensinar. –Sua voz foi se tornando mais empolgada. – Vamos começar pela cozinha! Você me ensinará a cozinhar! Venha!

Ela se levantou e levou Edward até a cozinha novamente. Ele apenas a observava aturdido, sem conseguir tirar suas palavras da cabeça. Ela tomava decisões e mudava o rumo dos pensamentos rápido demais para ele acompanhar, mas queria entender melhor tudo o que ela tentava ocultar de todos, inclusive dele.

Chegando à cozinha, Bella espalhou novamente todos os ingredientes para um bolo de chocolate e passou o resto do dia treinando com Edward a fim de aprender a pelo menos fazer aquilo. Quando finamente um bolo ficou pronto, Edward estava sentado na saleta de chá esperando pacientemente Bella ir buscar o doce. Ela apareceu sorrindo triunfante estendendo em suas mãos a fôrma fumegante.

-Há! Eu consegui! Eu consegui Edward!

Ela colocou a fôrma sobre a mesa e abraçou Edward, com força um pouco demasiada.

-Eu... Não... Respiro Bella. – Murmurou ele entrecortado.

Ela o soltou imediatamente e se pudesse estaria corada quando murmurou constrangida:

-Perdão.

Ele apenas riu fogoso, antes de começar a comer o pedaço que cortara enquanto Bella fuzilava-o com o olhar, emburrada.

FLASHBACK OFF                                                                                                                                   

Edward deu um suspiro perguntando para si mesmo o porquê que tudo tinha de dar errado com eles. Tudo parecia sempre lutar para afastá-los. Agora parecia que essa força desconhecida, havia conseguido vencer. Ele apertou os olhos com essa constatação e saiu da cozinha, voltando a explorar a casa tentando distrair seus pensamentos.

A sala e o hall, ele já conhecia, então passou para os cômodos adjacentes. Ele entrou no lavabo e riu levemente da improbabilidade daquele cômodo ser usado algum dia. A última porta naquele andar, sem ser a sala de jogos (na qual os Cullen e Emmett estavam), era do mesmo modo, desconhecida para Edward. Ele abriu a porta e procurou o interruptor, sem nem olhar para o cômodo direito. Quando a luz se acendeu e Edward se virou para observar o lugar, ele ficou admirado com o piano de cauda que ocupava a maior parte do aposento. Faziam cerca de 100 anos que não tocava, quando sentia que as lembranças com Bella eram muito comuns, constantes e dolorosas. Agora, o piano negro à sua frente era extremamente convidativo.


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Notas finais do capítulo

Oi, não temos muito a dizer hoje, primeiramente gostaríamos de agradecer pelos reviews e a recomendação, estamos muito felizes. E então queremos saber sua opinião sobre esse capítulo, o que acharam? Esperamos que tenham gostado.
Beijos



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