Os acontecimentos se passaram rapidamente depois daquele dia. Alice arrumou com ajuda de Bella e Esme em tempo recorde a festa. No fim da primeira semana de férias estava tudo pronto.

Os Denali estavam cientes da festa e ajudaram Esme e Alice a encontrar outros convidados e amigos dos Cullen. Jasper chegou com Peter e Charlotte um dia antes da festa e todos se sentiram entusiasmados com a visita. Alice saiu acompanhada da cunhada para cumprimentá-los, porém Bella não suportou vê-los.

-São muitas lembranças, me desculpem. – Ela disse e então entrou.

Jasper suspirou e Peter e Charlotte ficaram confusos.

-O que houve com Bella, Jasper? – Peter disse.

-Edward...

-O humano de Bella? – Charlotte perguntou.

-Sim. Bem, ele faleceu em um acidente e Bella sofre desde então. – Jasper explicou resumidamente.

Peter deu de ombros e comentou:

-Ele morreria de um jeito ou de outro mesmo.

-Peter! – Exclamou sua companheira indignada. – Não deveria falar isso! Imagine se eu partisse! Você não sofreria? Não faça comentários errôneos, por favor. Edward não era como um bichinho de estimação como pensamos ao princípio.

-Ela o amava. – Jasper reforçou, concordando com Charlotte.

-Desculpe. – E depois de um curto silêncio. – Ah! Jasper, nós tomamos a liberdade de chamar uns conhecidos que também seguem a dieta de vocês para conhecê-los, tudo bem?

-Tudo bem, Peter. É sempre bom conhecer pessoas novas.

-Venha vamos entrar! Esme e Carlisle querem conhecê-los! E Jazz, meu amor, vá conversar com Bella sim? Ela não pode ficar fechada no quarto o dia inteiro durante minha festa! – Alice disse puxando as visitas para dentro.

Jasper suspirou e subiu até o último andar. Ao abrir o alçapão, ele encontrou Bella de pé em frente à janela. Antes de falar qualquer coisa Bella se pronunciou:

-Pode dizer para Alice que não vou faltar à festa. Eu só preciso de tempo.

-Você sabe que ela se preocupa mais com você do que com qualquer festa, não é?

Bella revirou os olhos e ignorou a pergunta óbvia do irmão. Ela voltou a olhar para as estrelas que brilhavam naquela noite sem nuvens.

-A noite não é fascinante? Eu sempre amei um céu assim. A lua, então... O brilho do reflexo do sol é fascinante quando ela está cheia. Eu lembro de uma vez em que eu levei Edward para o lugar que eu costumava caçar... Íamos acampar. Foi divertido e é claro que não cacei com Edward por perto. Seria arriscar demais o meu autocontrole. Enfim, acampamos numa clareira e durante a noite, a visão de Edward sob a luz da lua me deixou hipnotizada. Ele parecia ter um brilho... – Ela hesitou buscando palavras e fechou os olhos como se procurasse a palavra certa. – Era como se ele não fosse real. Ele era tão lindo. Era o humano mais lindo que eu já havia visto. Eu sempre fui presa a ele. O centro do meu universo. – Ela voltou a olhar para a lua. Jasper apenas ouvia em silêncio. – Ele flagrou-me enquanto o admirava. Ele riu e perguntou se havia algum bicho em sua cabeça e eu respondi que a lua revelava a auréola dele, então ele veio em minha direção e me beijou.

Jasper se aproximou e abraçou Bella que chorou em seus ombros. Ele fez carinho em seus cabelos e esperou ela se acalmar. Ela olhou para ele e este sorriu em resposta.

-O que acha de descermos? – Ela sugeriu.

-Acha que está pronta? Como você disse, são muitas lembranças.

-E a maior parte delas é boa.

Jasper sorriu orgulhoso com a atitude positiva da irmã e desceu as escadas calmamente acompanhando o ritmo de Bella. Na sala, Peter e Charlotte já estavam totalmente à vontade e entrosados com a família. Ao ver Bella e Jasper aparecerem na sala, Peter se levantou e cumprimentou Bella:

-E então Duquesa de Chevalier, a paz voltou a vosso espírito?

Bella se pudesse estaria corada e Jasper riu de seu constrangimento.

-Achou que fugiria por tantos séculos do título que é de seu direito? Saiba que eu nunca concordei com o sobrenome que você escolheu na Inglaterra. – Jasper comentou petulante.

-Não me aborreça, Jasper! E sim Peter, eu estou melhor. Olá Charlotte, como está?

-Bem, muito obrigada. – Ela respondeu.

-Então vossa graça escolheu um novo sobrenome? – Peter continuou a brincadeira.

-Swan. – Bella respondeu revirando os olhos para a atitude infantil de Peter.

-Ah, mas Swan é tão comum! Que decepção... Acreditei por um momento que teria mais criatividade.

-Peter... Desapareça! – Bella disse fuzilando-o com os olhos.

-Peter, por favor, deixe as piadas para Emmett.

-Mas ele só chega amanhã, Charlotte querida! Eu posso fazer a preparação psicológica, não?

-Não. – Respondeu ela taxativa.

Peter deu de ombros. Nesse momento os Cullen olhavam para o casal com confusão.

-Quem é Emmett, Peter? – Jasper verbalizou a pergunta.

-Ah! É um dos vampiros que vem amanhã. Ele é uma piada! Na verdade, vem ele e a parceira dele, apenas. – Ele disse.

Bella então começou outro assunto, mas a conversa não durou muito, pois Alice interrompera tudo e dispersou todos para começar a finalizar tudo e se arrumarem, pois já eram a madrugada do “segundo grande dia de sua vida” segundo suas palavras e tudo deveria estar perfeito. A primeira coisa que Alice fez foi entrar com Bella no quarto e disse que sem discussão era ela quem escolheria o vestido de Bella.

-Alice, você já sabe que sou irredutível em minha decisão, então por que você insiste?!

Alice tinha uma expressão de que poderia começar a chorar a qualquer momento e então ela disse:

-Mas Bella, esse é o dia mais especial dessas férias para mim, por favor! Só dessa vez! E no dia do casamento. – Acrescentou. – Vai vestir preto nos dias mais felizes da vida de seus irmãos?

Bella suspirou e por fim cedeu dizendo:

-Só nesses dias, Alice.

Então Alice sorriu de orelha a orelha e abraçou a irmã antes de sair do quarto correndo para voltar segundos depois com uma caixa nas mãos. Ela deixou a caixa nas mãos de Bella.

-Você não irá se decepcionar. Ele segue suas especificações, mas eu volto para arrumar o seu cabelo. E antes que você pergunte, é temático porque eu quis homenagear Jasper, não é frescura.

Bella suspirou quando Alice fechou o alçapão e deixou-a sozinha. Ela abriu a caixa e então entendeu o que Alice quis dizer com temática. O vestido na caixa era uma réplica dos usados até a metade do século XIX. Então disse alto para que ela escutasse:

-Por que eu não posso ir com um dos meus? Seria original de época!

Então Alice surgiu novamente com os olhos brilhantes.

-Mostre-os para mim, por favor? – Pediu.

Bella suspirou se arrependendo por ter dado a sugestão e disse:

-Se você for paciente e esperar dois minutos eu posso trazê-los até aqui.

Alice soltou um gritinho de empolgação e se sentou na cadeira em frente à escrivaninha. Bella adentrou o seu segundo aposento e de lá retornou com todos os vestidos que possuía.

-Sabe Bella... – Alice comentou enquanto olhava os vestidos um a um. – Eu nunca entendi o porquê de você guardar tanta bugiganga e coisas velhas, mas pela primeira vez elas se tornaram úteis. – Bella apenas revirou os olhos, então Alice saltou e disse. – Esse éperfeito! Posso usá-lo, Bella? Acredito que vá servir em mim e é bem mais bonito do que o que eu tinha comprado!

(Imagem do vestido: http://3.bp.blogspot.com/_nQzDjv7SbwM/SWBCPmYm28I/AAAAAAAAE-4/1amXMLcJ1Vc/s400/0_sec19.jpg)

Bella sorriu levemente e disse:

-Sim, Alice. Ele ficará melhor em você do que ficou em mim.

-Obrigada! Agora vamos achar algo para você. – Alice voltou a procurar na pilha.

Bella tinha acabado de colocar no lugar metade dos vestidos que Alice recusara quando ouviu seu gritinho característico. Ela havia decidido qual seria o seu. Ela foi até a escrivaninha e Alice pulou em sua frente com um bolo de tecido azul em suas mãos.

-Ele vai ficar ótimo em você! Vai combinar com sua pele.

-Edward dizia a mesma coisa quando eu vestia azul. – Bella sorriu amarelo.

-Bem, então eu estou com a razão. Vamos se vista. – Dito isso ela saiu novamente.

(Imagem do vestido:http://3.bp.blogspot.com/_1qS1rBGW010/TJUa4e3qi3I/AAAAAAAAAnM/kfxRoVbbv1E/s320/Vestido+s%C3%A9culo+XIX+9.jpg) (PS: imagine ele azul marinho, sim?)

Bella suspirou e voltou a guardar tudo no seu devido lugar. Depois ela se vestiu com a escolha de Alice. E esperou ela voltar para arrumar o seu cabelo. Ela ouviu a porta se abrir e a voz de Carlisle invadiram seus ouvidos.

-Puxa, filha você ficou deslumbrante! Imagine quando Alice terminar de arrumar você.

-Obrigada. – Ela respondeu simplesmente. Se pudesse, ela estaria corada.

-Alice pediu um vestido verde para Esme. Ela disse que você sabe qual é.

-Eu sei. Pode deixar que eu mesma leve para ela.

-Tudo bem. – Ele disse e saiu do quarto.

Bella pegou o vestido, porém assim que fechou a porta do outro quarto, Alice entrou e disse:

-Antes de tudo, vou arrumar o seu cabelo. Sente-se naquela cadeira e não se mexa!

-Mas o que...

-Vamos Bella, não temos o dia todo!

Bella se sentou e esperou pacientemente ela arrumar seu cabelo. Assim que terminou, Alice deu um espelho para Bella e disse para ela avaliar o resultado. Bella ficou maravilhada com a perfeição de seu penteado de acordo com a moda no século XIX.

-Nossa! Está perfeito, Alice! Onde você aprendeu a fazer esses penteados?

-Eu vi em umas revistas por aí... – Ela disse. – Eu não iria aceitar nada menos que perfeição então eu testei em mim primeiro, então como deu certo logo de primeira vim inovar em você e a próxima é a Esme. Vamos!

Alice e Bella foram até o quarto de Carlisle e Esme e quando entraram encontraram Esme com as mãos no reboco na parede e Carlisle tentando puxar os fios de aço reforçado tentando apertar mais o espartilho de Esme. A perceberem a entrada das duas Esme grunhiu:

-Eu tenho mesmo que usar esse negócio tão apertado, Alice?

Bella ao ver a cena apenas deu um tapa inconformado na testa e disse:

-O espartilho serve para afinar a cintura, Esme, além disso, esse “negócio” era moda no século XIX. Por que você resolveu usar os meus espartilhos de aço, Alice? A tortura já valeu naquele tempo.

-Ah, Bella! A mamãe é dos anos 30 e eu devo ser de algum ano próximo a esse então não tivemos a experiência. E qualquer um pode fazer isso. Jasper me ajudou com o meu. – Então ela se aproximou do casal e disse. – Mas é óbvio que vocês não estão conseguindo! Carlisle nos seus cinco séculos de vida nunca apertou um espartilho?! Dê licença! – Ela tomou o lugar de Carlisle. – É só puxar para baixo assim.

Ela o fez e Esme soltou um grito:

-Ai meu Deus eu não respiro!

Alice terminou de amarrar o espartilho e disse rindo:

-Você nem precisa respirar, Esme!

Ela fuzilou-a com os olhos em resposta. Carlisle olhava aturdido para a cena e comentou:

-Eu costumava achar elegante até descobrir os problemas que isso trazia à saúde, mas agora eu abomino esse negócio! As mulheres eram loucas só de lutarem para usar isso!

-Meu Deus, todos vocês deixem de ser tão frescos, é só uma peça de aço! – Bella disse saindo dali.

Alice revirou os olhos e deu o vestido para Esme vestir. Depois a ajudou a fechar os botões e arrumou seu cabelo. Nesse momento Carlisle saía do closet vestido de acordo.

-Bem já podemos descer. Vou ver se está tudo bem com Peter e Charlotte e então vou avisar aos Denali que estaremos a caminho. – Alice concluiu.

Alice correu até o quarto de hóspedes onde o casal estava e perguntou:

-Estão prontos?

Charlotte abriu a porta e saiu junto de Peter:

-Estamos sim. – Ela respondeu.

-Então vamos!

Alice ligou para Carmen, que disse que vários convidados já estavam lá, então Alice disse que eles já estavam indo. O trajeto foi mais demorado, pois Alice insistiu para que todos fossem de carro para não manchar o figurino. Ninguém era maluco o bastante para contrariá-la.

Ao chegarem à festa todos foram cumprimentar o casal e conhecer os novos membros da família Cullen.Bella foi a primeira a evitar toda a multidão com qualquer desculpa e sumiu para dentro da casa dos Denali. Jasper, após cumprimentar pacientemente todos eles, foi atrás de Bella. Alice apenas comentou rindo:

-Se eu não soubesse que são irmãos adotivos, eu apostaria que eles seriam gêmeos!

Os convidados a acompanharam. Alice circulou pelas pessoas cumprimentando os amigos e conversando bastante e sempre tendo de repetir como encontraram os dois irmãos e como eles decidiram se juntar a eles.

De repente, uma voz estrondosa se destacou dos burburinhos das conversas entre os convidados:

-Peter! Há! Aleluia, nós chegamos!

-Emmett, sua besta! Como vai indo?! E vejo que trouxe um adjacente! Conheço você de algum lugar? – A voz de Peter aumentou para se igualar ao tom normalmente retumbante do amigo.

Alice soube que eram os convidados que Peter conhecia e foi chamar Jasper e Bella para cumprimentá-los.

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-Bella? Bella, vamos, largue de ser uma adolescente mimada e faça o favor de aparecer para conversar! Poxa é a minha festa de noivado, não dê o cano no seu irmãozinho... – Jasper chamou-a enquanto caminhava pela sala.

-Mimada o inferno! – A voz dela veio da cozinha.

Jasper sorriu e foi até o cômodo. Bella estava apoiada na bancada olhando a movimentação das pessoas no jardim. Jasper a abraçou por trás e sussurrou no ouvido dela:

-Isso não te lembra das festas nas quais, você tinha de ir Duquesa?

-Ah como eu odiava aquelas malditas festas, Sr. Whitlock. – Ela olhou para ele. – Alice fez mesmo você vestir uma farda?! Ela é impossível!

Nesse momento a voz de Alice surgiu da sala:

-Jasper, Bella! Venham para cá para receber os amigos de Peter e Charlotte! E eu não sou impossível, Bella... Eu faço o impossível.

-Tudo bem Alice eu chego aí em um segundo, mas a Bella me preocupa! Ela anda tão mimada, que eu acho que esqueceu como é correr e vai levar um tempão para chegar! – Jasper disse em tom provocativo.

Bella olhou para ele enfezada e Jasper saiu correndo e dando risada. Ela apenas correu atrás dele e gritou:

-Jasper! Espere eu te pegar e nem sua habilidade em lutas vai te salvar, ouviu?!

Jasper parou ao lado de Esme e ficou olhando para trás e acompanhando Bella até ela trombar nele, então ele abraçou-a rindo. Em resposta ela sorriu levemente para ele e disse:

-Seu estúpido!

Uma voz aveludada, tingida de surpresa e raiva chegou aos ouvidos de Bella fazendo-a olhar para frente e travar em surpresa e descrença:

-Bella?!

Jasper ao vê-lo teve a mesma atitude da irmã, tamanha surpresa, porém sua surpresa era devida não somente àquele que clamara por sua irmã e sim para a vampira loira ao seu lado que o observava com o mesmo espanto. Alice apenas olhava para eles tentando entender o que estava acontecendo no meio de sua festa.

-Ed... EDWARD! – Bella gritou emocionada sem conseguir acreditar no que seus olhos viam.

Nesse momento os burburinhos pararam, a festa se silenciara para observar o que se passava naquele círculo restrito. Bella deu um passo à frente, em direção a Edward. Seus olhos estavam fixos no rosto que, com a transformação, apenas ficara mais lindo, seus cabelos bronze apenas mais reluzentes e seus olhos, que possuíam naquele momento um tom dourado, porém sólido, mais hipnotizantes do que antes. Ela precisava tocá-lo, precisava sentir que ele era real. Ela precisava abraçá-lo e sentir seus lábios de encontro aos dele novamente.

-Edward. – Ela murmurou dando mais um passo em sua direção com seu braço erguido pronto para tocá-lo, saber que ele era real.

Seu coração parecia finalmente estar inteiro, a dor parecia ter desaparecido. Porém as palavras dele fizeram com que ela congelasse no lugar, em choque. Seu coração se partiu em um milhão de pedaços novamente.

-Surpresa, Isabella? Surpresa por eu ainda estar vivo? Vejo que me substituiu rapidamente. Em menos de três dias conseguiu desaparecer de Chicago, não é mesmo? E quem é o loiro? Seu novo brinquedinho particular? Pena que ele vá durar mais, não é? Grande amante que você é, Isabella. – Ele disse com desprezo. – Você me esqueceu tão rápido. Você me deixou. TROCOU-ME PELO PRIMEIRO QUE PASSOU POR CHICAGO! DEIXOU-ME SOZINHO NAQUELA MERDA DE CIDADE ONDE NINGUÉM VALORIZAVA O QUE EU ERA CAPAZ!

Com uma dor comparada a mil facas atravessando-a, Bella se retraiu e abafou um gemido de dor. Jasper ofendido com o modo ingrato e totalmente errôneo como Edward tratara a irmã ele rugiu avançando em Edward:

-Comoousafalar dessa maneira com ela?!

Edward que podia ler os pensamentos de todos ao seu redor, precipitou o ataque de Jasper e se desviou do golpe, dando início a uma luta acirrada. Esme não sabia o que fazer assim como Carlisle, e muitos outros convidados. Bella não suportou ver a cena que se desenrolava diante de seus olhos e correu coberta em dor para a floresta, fugindo daquilo que parecia ser um de seus piores pesadelos. Carlisle foi o primeiro a tomar uma iniciativa e disparou atrás da filha.

Alice recuperada do choque inicial separou a briga e em segundos disse a Jasper, mudando seu foco:

-Jazz... Jasper! Pare! A Bella precisa de você agora!

Quando parou para pensar com lucidez, ele disparou rapidamente par o caminho que sua irmã tinha seguido, acompanhando seu rastro. Alice, que ficara para trás virou-se para Edward e grunhiu cheia de raiva:

-Seu imbecil! Você estragou tudo! O que você tem na sua cabeça?! – Edward a olhava chocado, mas ela não parava. – Droga! Como vou consertar tudo agora?! A Bella vai ficar irrecuperável! Por que você só faz besteira?! Como é que eu não vi?! Eu poderia ter evitado e...

Ela tagarelava sem cessar e então Esme resolveu intervir:

-Alice! – Chamou ela.

Alice finalmente se calou. Nesse momento a loira, que estava alheia ao conflito de Edward se aproximou de Alice para perguntar para onde Jasper tinha ido, quando Alice reconheceu-a como sendo Rosalie, irmã de Jasper, e disse antes que Rosalie pudesse dizer qualquer coisa:

-Ele foi naquela direção. – Ela apontou para um ponto específico da floresta que os cercava. – Mas se for para lá agora deve dar um tempo para eles, entendido?

Rosalie não respondeu apenas partiu na direção apontada e seguiu os cheiros que indicavam a passagem recente de vampiros por ali. O vampiro maior e musculoso ficou sem saber o que fazer e decidiu que talvez fosse melhor ficar com Edward que parecia mais descontrolado que sua companheira.

Esme que até o momento estava imóvel olhou para Alice em busca de maiores informações. A pequena vampira pôde apenas suspirar e balançar a cabeça em negativa para Esme e abraçou-a. Peter que observou tudo, perguntou quebrando o silêncio mortal que se instalara no lugar:

-Mas o que, por mil demônios, foi essa novela mexicana aqui?! Emmett?! – Ele olhou para o grandalhão que apenas deu de ombros.

Esme suspirou e respondeu:

-É uma longa história, Peter. Eu acho que é melhor continuarmos como se nada tivesse acontecido, pois tudo se resolverá logo.

Então ela se ocupou em deixar o clima mais leve para todos depois passou a conversar com Emmett para tentar entender como eles tinham encontrado Edward. Ela precisava entender a situação toda antes de tomar qualquer decisão.

Edward correu em direção à floresta, queria entender o que diabos eram tudo aquilo. Queria deixar tudo em pratos limpos com Isabella. Não conseguia acreditar em outra coisa senão o fato dela nunca tê-lo amado de verdade. Ele desacelerou o ritmo da corrida ao ouvir os pensamentos e as vozes que vinham de dentro de uma gruta que deveria ser usada pelos ursos durante a hibernação.

-Bella, fale alguma coisa, por favor! Seus sentimentos estão me matando! – A voz que Edward reconheceu ser do loiro que o atacou disse.

-Ela está catatônica, Jasper... É pior do que a última vez. – Uma voz suave e preocupada disse.

“Vampiros ficam doentes?” Edward se perguntou, mas logo voltou sua atenção ao que acontecia na gruta. Os pensamentos deste último eram de lembranças onde Bella não falava e tinha o olhar perdido e depois seguia para os meses em que ele parava em frente a uma porta, indeciso sobre entrar e depois ele muda repentinamente de ideia, saindo para trabalhar.

-Não... – Jasper disse sem acreditar. – Não, Bella, não faça isso comigo, não faça isso conosco.

Pelos pensamentos de Jasper, Edward viu Bella encolhida, os olhos arregalados e com o olhar tão perdido quanto nas lembranças do médico. Sua boca se mexia enquanto ela parecia murmurar silenciosamente coisas sem nexo e seu irmão não conseguia entender o que ela dizia.

Jasper puxou-a para seus braços e arrumou-a como se ele amparasse uma criança. Edward viu também quando ela se moveu rapidamente e agarrou a camisa de Jasper a ponto de quase rasgá-la e murmurar algo que Jasper não entendeu.

Os sentimentos dela, sentidos através dos pensamentos de Jasper, deixaram Edward confuso e atordoado. A intensidade daqueles sentimentos atingia tanto Jasper quanto Edward como uma bomba. A imagem dele segurando-a daquele jeito também o afetou e seu ódio aumentou. Ele apenas pôde sair de lá em busca de silêncio. Outra coisa que o incomodou foi o fato de não conseguir ler um único pensamento de Bella. Dela, ele recebia apenas o vazio, o silencio.

Jasper olhava desesperado para Bella que se agarrava a ele com força. Seus braços a rodeavam tentando confortá-la em um instinto fraternal de proteção.

-O que você disse Bella? Olhe para mim, eu não consigo te entender!

Os olhos distantes não buscaram os olhos dele quando ela repetiu num tom isento de sentimentos:

-Ele perdeu a fé no meu amor. Tudo foi perdido. Tudo.

-Não, Bella, não foi perdido! Não fique desse jeito! Ainda dá para consertar. Ele não sabia o que estava dizendo, você tem que falar com ele. Vamos Bella, reaja! Olhe para mim! Não volte a ficar daquele jeito de novo, por favor!

Ele a abraçou e embalou-a com força. Sua raiva pela estupidez de Edward era grande, mas o estrago já estava feito e Jasper temia que, assim como algumas mudanças nos vampiros, aquele choque fosse o suficiente para mudar Bella permanentemente.

-Eu vou matar aquele desgraçado! – Jasper grunhiu fazendo menção de se levantar.

-Não! Não. – Bella se agarrou com mais força nele. – Deixe-o. Ele tem que... Deixe-o viver. Por mim. – Seu olhar ainda era perdido, desesperado, sua voz não passava de um murmúrio.

Carlisle, angustiado, se levantou e disse para Jasper levar Bella para casa e para Rosalie acompanhá-los, já que Jasper também precisava conversar com ela. Ele, por sua vez, voltou para festa para informar Esme de como Bella estava. Rosalie, que observava a cena, estava preocupada e feliz ao mesmo tempo. Vira que seu irmão estava vivo e que não mudara nada – exceto as cicatrizes de mordidas vampirescas, mas isso ela faria com que ele explicasse depois –, porém estava preocupada com a situação da garota por quem ele sofria tanto.

Jasper entrou no quarto de Bella e grunhiu irritado quando lembrou que ela não possuía uma cama em seu quarto, porém não iria ajudá-la se a levasse para outro quarto, já que aquele era seu lugar seguro. Por fim, colocou-a o mais confortável possível na cadeira de balanço. Para seu alívio, como se ela sentisse que estava no seu recanto, segura, a respiração de Bella, antes suspensa, voltou gradativamente ao normal.

 Ele se virou e olhou para a loira escultural que olhava imóvel para a cena. Finalmente ele podia falar com aquela que sentira falta por tantos séculos. Sem aviso prévio ele abraçou-a com força, surpreendendo-a.

-Rose. Se você tivesse ideia de quanto me alegra ver você viva! Eu senti muito a sua falta.

-Ah, Jazz eu também. – Ela disse retribuindo o abraço. Depois ela se separou dele e deu um tapa em seu braço dizendo, com raiva. – Você prometeu para mim que voltaria! Onde é que você estava quando eu precisei de você, Jasper? Por que não cumpriu sua promessa?! Eu achava que você estava morto! Por que não voltou para casa, seu major estúpido?!

-Rose, eu queria, juro que queria, mas eu não podia. Eu não podia arriscar sua vida! Eu estava descontrolado...

-Arriscar a minha vida? – Ela repetiu com raiva enquanto descia as escadas. – Minha vida já estava acabada, Jasper! – Então ela começou a soluçar. – Eu queria que você estivesse lá para me proteger.

Jasper então ficou preocupado com o que acontecera e a culpa começou a aumentar dentro de si. Ele temia a resposta, mas perguntou mesmo assim:

-O que houve Rose?

Nesse momento, ela hesitou.

-Eu... Muita coisa aconteceu, Jazz, envolvendo papai e Royce e no fim eu acabei me tornando isso. Umavampira. – Ela pronunciou a palavra com nojo.

Jasper sentiu que não deveria insistir e apenas confortou-a usando seu dom e disse voltando a abraçá-la:

-Eu apenas estou feliz por vê-la de novo, Rose. – E eu vou descobrir o que aconteceu, completou mentalmente.

-Eu também, Jazz. – Ela murmurou em seu pescoço.

De repente, como um estalo em sua cabeça, Jasper lembrou-se:

-Como sabe que já fui major? Você... Você leu minhas cartas?!

Rosalie olhou para ele com um sorriso amável.

-Todas elas. Oh, Jazz! Eu não tinha coragem de abri-las no começo, pois tinha medo que lá dentro estivesse escrito que você havia morrido em batalha, mas então eu passei a reconhecer sua letra e li todas. Apesar de temer, eu estava feliz por você ser livre, até quando soube de seu desaparecimento. Era a semana antes de meu casamento. Eu tinha acabado de por seu convite no correio quando fiquei sabendo. – Ela olhou para as próprias mãos. – Fiquei de cama por três dias.

-Eu sinto muito, Rose! Você não sabe o quanto! Mas eu não podia voltar, não sendo o que me tornei. – Jasper declarou, angustiado.

Rosalie apenas abraçou-o com força enquanto dizia:

-Ah, meu irmão...

Eles ficaram em silêncio por um tempo, imersos em seu abraço. Então a voz de Bella, baixinha, assustou os dois que deram um pulo olhando para ela, parados no meio do corredor.

-Você não me disse que tinha uma irmã, Jazz.

Sua fala foi acusatória e deixou Jasper sem graça, porém aliviado por ela ter voltado um pouco ao normal, exceto por sua expressão sem vida. Jasper foi para o lado dela e disse coçando a cabeça:

-Bem... Eu... Eu acredito ter achado desnecessário acrescentar esse entre outros detalhes.

Ela deu de ombros e olhou para Rosalie. Então ela se aproximou e disse:

-É um prazer conhecê-la. Meu nome é Isabella, mas prefiro Bella.

Rosalie correspondeu ao aperto de mão e sorriu docemente para Bella.

-Sou Rosalie. Também é um prazer conhecer você, Bella. Mas será que você poderia me explicar a sua relação com Jasper, Bella?

Bella revirou os olhos antes de responder:

-Sou como uma irmã adotiva.

-Sabe Bella, se você falar mais alto que isso, nós ficaremos surdos. – Jasper zombou de seu tom de voz.

Bella não respondeu à provocação. Ela apenas virou as costas, desceu as escadas e se dirigiu até a porta. Jasper e Rosalie a seguiram. Então ela ajeitou o seu vestido e disse:

-Podemos voltar para a festa?

Jasper foi pego de surpresa pela pergunta.

-Como?!

-Meu Deus! Às vezes você consegue ser bem lerdo, hein?! – Rosalie reclamou. – Ela quer voltar para a festa de Alice e... Quem é o noivo, Jazz?

-Eu. – Respondeu ele, sem realmente prestar atenção. – Mas Bella, você tem certeza de que isso fará bem a você?

-Tenho, será que podemos ir? Rose... Será que posso te chamar assim? – Ela assentiu. – Muito bem, Rose, eu também fiquei em choque quando fiquei sabendo... Alice é tão elétrica e Jasper é tão... Quieto.

Rosalie apenas ficou quieta olhando de um para o outro tentando entender a loucura que era aquela situação toda. No fim balançou a cabeça e os acompanhou porta a fora.

Alice ficou muito feliz quando Jasper chegou junto de Rosalie e Bella. E Carlisle ficou aliviado ao ver Bella bem, porém logo percebeu que tinha algo errado com ela, ele só não sabia explicar o que.

Eles se aproximaram e Esme exclamou feliz:

-Ainda bem que você está bem, Bella!

-Dentro do possível, mãe. – Ela disse.

Sua expressão mudou por meros segundos e Carlisle viu a angústia estampada em seus olhos. Ele já deveria esperar por isso, mas mesmo assim ficou muito triste ao ver que Bella não reagiria ao golpe de maneira positiva. Ela era a primeira vampira que ele vira na vida que ficou catatônica. Porém ele sempre acreditou que distúrbios psicológicos ainda podiam afetar vampiros, afinal eles eram apenas fisicamente impenetráveis.

-Bem... Ainda falta uma coisa a ser explicada, Jasper. – Carlisle disse. – Quem é essa garota que parece uma versão feminina sua?

Jasper gargalhou sonoramente antes de responder.

-Bem... Todos costumavam dizer que ela era mais bonita que eu no Texas. Essa é minha irmã gêmea, Rosalie.

-Irmã... O quê?! – Uma voz estrondosa soou atrás dele.

-Emmett! Onde você se enfiou? – Rosalie perguntou.

-Eu que gostaria de saber onde você estava amor. Que história é essa de irmãos?

Jasper olhou para Emmett e depois para Rosalie. Então ele flexionou as mãos junto com o sentimento que tomava conta de si.