Back To Summer escrita por Allie Próvier, Izzi Graham


Capítulo 7
Capítulo 7 - E o meu mundo parou


Notas iniciais do capítulo

Voltei rápidooo! *O*
E com dois capítulos logo de uma vez! Esse será curtinho, mas espero que gostem!
Boa leitura (:



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Cap. 07: E o meu mundo parou


E o meu mundo parou.

Eu não ouvia as vozes ao meu redor, não ouvia o que o diretor gritava comigo, Christofer e Joshua. Eu não queria ouvir nada.

Eu fiquei todo esse tempo tentando descobrir que merda Joshua havia feito com Summer, quando a resposta estava na minha cara! Como eu não pude perceber?

Joshua praticamente discutia com o diretor, que estava vermelho de raiva. Christofer também discutia, mas eu fiquei na minha.

O que eu poderia dizer? Eu nem sabia o por que de estar ali!

O diretor havia visto a confusão e mandou Chris e Joshua para a sala dele, e como ele me viu junto de Chris com cara de quem havia feito merda também, me mandou “acompanha-lo”.

Mas eu não queria estar ali. Eu não podia. Era para eu estar com Summer, era para eu ver se ela estava bem, mas...

Por que eu não percebi antes?

Por que fui tão idiota?

Eu xinguei Joshua mentalmente de tudo o que você possa imaginar. Eu quis soca-lo, quis mata-lo quando Christofer me contou o que aconteceu, mas... mas a culpa também fora minha...

Eu larguei Summer sozinha. Eu a entreguei de bandeja para Joshua. Eu vi o olhar que ele lhe lançou no teatro. Eu tive um mal pressentimento, senti que não devia deixa-la, mas a deixei.

A culpa também era minha.

– Senhor Campbell!- voltei à realidade e vi o diretor me observando. Logo ele continuou a falar.- Você pode ir embora. Me desculpe por chama-lo aqui sem você ter feito nada.- assenti, ainda meio absorto.

Peguei minha mochila que estava no chão e me levantei. Quando me virei em direção à porta, senti uma mão segurar a manga da minha blusa. Christofer.

– Hospital São Constantino, quarto 113.- ele murmurou, abatido.

Virei-me novamente para a porta e saí da diretoria.

Os corredores estavam vazios e silenciosos, e eu me senti completamente incomodado ali. Decidi ir embora, não tinha como eu assistir aula alguma.

E eu tinha um lugar para ir...



Falei o nome de Summer, e a recepcionista o digitou no computador.

– Achei! Summer Mclean, certo?- assenti.- E você é o que dela?

Me senti tenso. O que eu era dela... amigo, certo?

– A-amigo.- gaguejei, meio desconcertado. A recepcionista riu.

– Ok. Quer que eu o acompanhe?- assenti novamente e ela deixou uma outra mulher em seu lugar, enquanto me levava até o quarto de Summer.

Eu não sabia muito bem o por quê de estar ali, mas eu tinha que ver Summer.

Fomos passando pelos corredores em completo silêncio. Alguns médicos passavam por nós, nos cumprimentava. Eram todos muito simpáticos, mas eu não conseguia ver graça em nada.

Era muito estranho o modo como eu estava me sentindo. Summer não era tão importante, não era exatamente a minha amiga... eu acho. Por que eu me sentia assim? Por que eu sentia que o meu mundo havia acabado?

– Chegamos.- meu coração deu um salto quando a mulher falou isso. Ela abriu a porta do quarto, fazendo sinal para que eu entrasse.

Eu entrei no quarto e ouvi a porta atrás de mim se fechar. Eu olhava apenas o chão, com medo de ver algo desagradável. Respirei fundo, tentando me acalmar. O quarto estava silencioso, apenas o barulho das máquinas era ouvido.

E então, levantei a cabeça. E a vi.

Summer estava deitada na cama coberta de lençóis brancos, e parecia quase desaparecer entre eles. Ela estava pálida, e suas pálpebras num leve tom lilás. Ela dormia calmamente, como se nada de ruim houvesse acontecido.

Dei alguns passos em sua direção, observando seu rosto. Larguei minha mochila num canto e me sentei na poltrona ao lado da cama, colocando minhas mãos em cima do colchão.

Estava frio. Mas eu não sei se era por causa da chuva lá fora ou por ver Summer daquela maneira.

Tão frágil. Tão sensível à tudo nesse mundo.

– Ela é muito bonita, não é?- levei um susto ao ouvir uma voz feminina. Ao meu lado, estava uma enfermeira, sorrindo para mim.

– Sim.- confirmei o que ela havia dito.

A enfermeira, que aparentava pouco mais de 30 anos, suspirou e foi até um dos armários do quarto, no canto da sala.

– Como alguém pode ter coragem de fazer algum mal à uma garota como ela? Apenas um monstro faz algo assim.- ela murmurou. Permaneci olhando para o rosto de Summer.

Lembrei-me das palavras de Joshua: “Por quê tanto drama, irmãozinho? Se quer saber... ela bem que gostou”.

Um animal, um monstro. Era isso que Joshua era.

– Parece que já possuem um suspeito, um tal de Joshua. Mas querem esperar a senhorita McLean acordar para confirmar a suspeita.- a enfermeira ainda falava comigo. Olhei para ela.

– Por quê ela ainda não confirmou?- perguntei, estranhando. A enfermeira me olhou, surpresa, enquanto ia na direção de Summer com um frasco na mão.

– Você ainda não sabe? Summer não acordou desde que chegou.- arregalei os olhos.- O doutor Eric disse que ela entrou numa espécie de coma, mas que durará apenas alguns dias.- ela continuou. Parei de respirar automaticamente, passando a mão nos cabelos.

– M-mas... por que?- gaguejei, voltando meu olhar para a garota desacordada deitada à minha frente.

A enfermeira pôs o frasco de remédio na mesinha ao lado da cama de Summer e começou a anotar algo em uma prancheta.

– O doutor ainda não sabe por que.- ela respondeu, terminando de anotar na prancheta e indo em direção à porta do quarto.- Você tem apenas alguns minutos até o fim do horário de visitas.

Logo fiquei sozinho naquele quarto frio, com Summer adormecida. E quando parei para perceber, vi que minhas mãos envolviam a dela. E sua mão era pequena no meio das minhas.

Eu não aguentava vê-la daquela maneira, tão indefesa, tão fraca... e quieta.

Summer estava sempre sorrindo, sempre feliz, alegre, falante. Completamente diferente de agora. Apertei sua mão levemente, abaixando a minha cabeça e encostando a testa no colchão.

Acorda, Summer.- murmurei, sentindo a minha cabeça pesar.- Por favor. Acorda.

E o mais improvável aconteceu: eu chorei. Chorei por uma pessoa que eu mal conhecia, mas que me deixava dessa maneira: indefeso, de mãos atados. Agoniado.

Eu chorei por uma garota.

As lágrimas caiam do meu rosto para o colchão, molhando o lençol. Eu me sentia um inútil, um nada.


Summer estava ali por minha culpa...



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Notas finais do capítulo

Ao próximo! ->