True Supernatural escrita por Cat Hathaway


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo para vocês. Revisado , então não terá erros.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/192086/chapter/4

Capítulo 4

Dean estava impressionado com o modo como Roxy conseguiu agir naturalmente no trabalho. Ele estava sentado em um canto da loja, sua arma na mochila. Tinha que se concentrar para não dormir.

Tudo era chato, então pra se distrair, ficava olhando Roxy. Ela tinha o olhar vazio, enquanto escutava o som nas alturas com os fones de ouvido. Mal ele sabia que ela estava tentando não encará-lo. Roxy estava debruçada no balcão demonstrativo e olhava para a porta, rezando, pela primeira vez, que tivesse algum trabalho para fazer naquele lugar. Não conseguindo mais se segurar, deu uma espiada em Dean, pegando seu olhar.

Ele apenas sorriu e a cumprimentou. Ela retribuiu o cumprimento e suspirou. De algum modo que Roxy ainda não havia descoberto, Dean tinha escondido a arma por baixo das roupas. Claro que, quando ele levantou a camisa para guarda a arma, ela saiu apressada do carro, como se estivesse em chamas. O que fez Dean rir.

A porta da loja se abriu, fazendo Roxy ficar ereta e tirar os fones de ouvido com pressa. Ao ver que era apenas Becca, relaxou e sorriu, dando o sinal para Dean que era uma conhecida. Ele também sorriu. Rebecca entrou como um furacão com os cabelos vermelhos recém tingidos e jogou sua bolsa na bancada. Pelas olheiras, Roxy pôde ser deduzir que ela estava de ressaca.

“A festa foi boa.”, Roxy disse, vendo Becca suspirando cansada e massageando as têmporas.

“Nem me fale.”, ela concordou. Então lhe deu um olhar semicerrado. “Na verdade, era para você estar lá, Senhorita Miller. Os garotos ficaram me perguntando sobre a minha amiga que adorava a pista de dança.”

“Eu tive uns imprevistos.”, Roxy disse um pouco constrangida. Não queria que Dean soubesse de sua fama de dançarina naquela cidade. Sem querer, deixou seu olhar escorregar para o loiro, fazendo a atenção de Becca se voltar para ele.

“Você é cliente?”, Becca perguntou bruscamente.

Dean aproveitou a deixa e se levantou. Ele percebeu que Roxy ficou um pouco enrolada pensando na história que iria contar. Dean deu seu melhor sorriso, enquanto colocava seu braço no mostruário de vidro e se inclinou galanteador.

“Roxy não foi para festa por minha causa.”, declarou.

“Ele é meu primo!”, Roxy disparou logo em seguida.

Becca levantou uma sobrancelha na direção de Roxy, interrogativa. Nunca havia contado que tinha um primo. Ainda mais um primo tão gato. Dean a olhou como se ela fosse louca, ganhando apenas um dar de ombros em troca.

“Por que não o levou também?”, Becca perguntou como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. Antes que qualquer um deles pudesse responder, acrescentou: “Tudo bem, não precisa me dar explicações. Mas, eu só te desculpo se for à festa de hoje.”

“Outra festa?”, Dean perguntou espantado.

“Todo dia é dia de festa, querido.”, ela piscou sugestivamente.

“Estaremos lá.”, Roxy disse. Quando Dean estreitou os olhos verdes, ela apenas sorriu. “Todos nós.”

******

Rachel e Sam estavam no fundo da biblioteca, enterrados em livros e arquivos da cidade. Olhos atentos pra encontrar qualquer indício de quem era o tal espírito e porque só atacava gêmeos. Ás vezes, os olhos de Sam escorregavam para a forma concentrada de Rachel. Vendo o jeito como ela colocava o cabelo atrás da orelha e franzia o cenho quando lia alguma coisa que não entendia.

Ele sorriu quando ela o encarou e corou. Tão tímida. Ele balançou a cabeça e voltou a ler os registros. Quando algo em um jornal velho lhe chamou atenção. Era uma notícia de um acidente de carro, envolvendo irmãos gêmeos. Ele leu com mais atenção. Dizia que eles haviam atropelado o dono de uma loja local e fugido, sem dar assistência.

“Rachel?”, ele chamou sem tirar os olhos da notícia.

“Sim”

“Acho que encontrei nosso fantasma.”

******

“Tudo bem, Sam. Entendi.”, Dean assentiu consigo mesmo escutando as informações que o irmão tinha conseguido. Roxy tinha ido falar com seu chefe que iria ir embora. “Nós nos encontraremos em casa e aí conversamos melhor.”, desligou.

Quando se virou para chamar Roxy, deu de cara, literalmente, com Becca. Ela piscou os olhos cobertos de rímel e delineador e deu um meio sorriso. Dean se segurou para não fazer uma careta e quase suspirou de alívio quando Roxy apareceu com a sua bolsa, pronta para sair. Ele agarrou a sua mão e a puxou para saída.

“Não se esqueçam da minha festa.”, Becca gritou.

Roxy começou a rir, assim que pôs o carro na partida. Era engraçado ver Becca flertando, ainda mais depois da reação Dean ao flerte. Pensava que teria ciúmes, mas achou divertido. Dean que não achou divertido a idéia de ir a uma festa, quando se tem um fantasma solto por aí. Ele sabia que discutir com Roxy era a mesma que discutir com o vento. Então resolveu dividir o que Sam tinha contado pelo celular.

“Sabia que o nosso fantasma foi atropelado por gêmeos?”

“Eu juro que quando o atropelei, ele já estava morto.”, ela disse tentando se defender.

“Eu sei.”, ele revirou os olhos. “O que estou tentando dizer é que nosso morto, quando estava vivo, foi morto por gêmeos.”

“Complicado.”

“Que nada. Um carro, dois idiota, um inocente e Bum...”, ele bateu as mãos na outra ilustrando. Roxy sorriu. “Fantasma vingativo.”

“Eu sei como se mata alguém, Dean.”, ela bufou. “Estou dizendo que, esse negócio de caçar coisas que já estão mortas é complicado.”

“Ainda não cheguei à parte divertida.”

Roxy esperou.

“O morto, é o antigo proprietário da loja que você trabalha.”

Isso fez com que Roxy pisasse no freio com força e o encarasse com os olhos arregalados.

“Eu trabalho para um morto?”

Dean riu. Quando achava que a morena não podia surpreendê-lo, ela solta uma dessa. Sentindo o clima ficar mais leve, ela riu também e pôs o carro para andar.

“O seu chefe, Roy, deve ser parente ou coisa do tipo do fantasma.”, Dean continuou. “Você deveria perguntar alguma coisa para ele.”

“Vou perguntar.”

“Você acha mesmo que vai a essa festa?”, Dean perguntou de súbito.

“Você acha mesmo que não vou?”, ele retorquiu.

“Garota difícil.”, murmurou.

“Difícil e com um ótimo ouvido.”, ela rebateu novamente.

Ela parou o carro em frente a casa e saiu. Dean estava bufando. Agora ele sabia como seu irmão se sentia quando Dean dava seus surtos de rebeldia. Passou a mão pelos cabelos loiros e a seguiu casa adentro. Não ficou surpreso ao encontrar Sam e Rachel sentados na sala.

Dean só hesitou por um momento, olhando o carro e o analisando de longe. Suspirou de alívio ao ver que estava tudo bem. Mas, quando começou a escutar a discussão das irmãs Miller recomeçando, entrou quase correndo. Ele não precisou ser gênio para saber qual era o motivo.

“Eu vou sim, a essa maldita festa. E pro diabo esse fantasma.”, Roxy gritou.

“Pare um pouco e pense na vida.”, Rachel gritou de volta.

“Não estou te obrigando a ir.”, Roxy disse. “Eu vou. Ponto final.”

Dean parou ao lado de Sam, apenas observando.

“Devemos nos meter?”, Sam perguntou.

“Não.”, Dean disse. “Nós vivemos anos na estrada e nos entendemos sozinhos. Elas farão o mesmo.”

Rachel suspirou, cansada. Odiava quando tinha que falar igual a mãe, mas Roxy parecia que nunca pensava antes de fazer as coisas e obrigava a loira a limpar a sua bagunça. Encerrando a discussão, Roxy subiu determinada a ir para a festa. Rachel subiu logo atrás, vendo que não teria jeito. Sam trocou um pequeno olhar com Dean.

“O que nós fazemos agora?”, o mais novo perguntou.

“Acho que nos arrumar.”, Dean sentou no sofá e pegou a cerveja que o irmão estava bebendo quando chegaram. Tomou um gole e anunciou pesaroso:

 “Nós vamos a uma festa.”


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obrigada a minha beta.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "True Supernatural" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.