E Que A Sorte... escrita por Juh11


Capítulo 32
Capítulo 32


Notas iniciais do capítulo

Oii gente, pra começo de conversa, feliz sexta feira 13 e dia do rock pra vocês!
Sim, capítulo novo, isto não é um sonho, e esse é um dos meus favoritos, tem uma cena que está escrita a mais tempo do que metade dos capítulos. Acho que vocês vão gostar dele



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Capítulo 32 – Por Caius

Uma coisa eu poderia afirmar, Juliet puxara a teimosia de mamãe. Como poderia uma garota ser tão teimosa assim? Eu tinha completa noção de que não tínhamos mais nem alimento nem água e eu sabia que um de nós dois teria que ir atrás disso, então por que eu não poderia fazer os dois enquanto ela ficava por aqui? Era mais seguro para ela e mais fácil de nos encontrarmos novamente

-Não acho uma boa idéia – ela estava conferindo sua mochila quando falei isso pela quinta vez naquele dia, ela parou o que estava fazendo voltando à atenção para mim

-Você já disse isso – Juliet me respondeu revirando os olhos, uma mistura perfeita do Sr. e Sra. Wisebit

-E continuarei repetindo: Não acho uma boa idéia – falei meus pensamentos a fazendo revirar os olhos cor-de-grama mais uma vez

-Temos outra escolha? – ela me perguntou arqueando as sobrancelhas iguais ao meu pai sempre que quer me questionar de algo

-Você sabe que temos – respondi cruzando meus braços

-Você não vai fazer tudo sozinho – Juliet respondeu irritada se levantando enquanto cruzava os braços também, tive que me segurar para não rir quando ela fez um bico de irritação

-Juliet, entenda, isso é arriscado e perigoso – falei tentando melhorar meu tom de voz, que por sinal estava bem irritado

-Caius – ela falou respirando fundo após falar meu nome – Entenda, isso aqui são Jogos Vorazes. Ficar parado é perigoso – seu tom de voz era meio irônico e meio que tentava copiar o meu

Respirei fundo e olhei para o céu pensativo, ela tinha um pouco de razão, ficar parado nos Jogos era realmente perigoso, pois a partir do momento que você se transforma em algo entediante para o programa os Idealizadores tentam ‘animar’ um pouco. Não, eu não podia deixá-la sozinha aqui sem ter quase certeza de que ela seria atacada por bestantes.

Levá-la comigo também não era uma opção, qualquer que fosse o animal que eu matasse, ela ficaria horas no meu ouvido dizendo que ele tinha família e esqueceria completamente que precisaríamos daquilo para sobreviver. Levar Juliet para caçar seria a mesma coisa que pedir para ficar estressado, e estresse é tudo o que eu não quero a mais nesse momento.

Talvez ela estivesse realmente certa, talvez eu realmente devesse deixá-la ir buscar água, pelo menos isso seria menos perigoso do que ela ficar parada. Mas e se Juliet encontrasse outro tributo? Como ela se defenderia? Eu poderia utilizar minha lança se fosse o caso, mas e quanto a ela?

Foi então que eu me lembrei do arco-e-flecha. Eu a vira apenas atirando certo no alvo uma única vez, em seguida saira do centro de treinamento irritado com aquele garoto do Distrito 4, mas será que o treino dos dois adiantara? No momento eu torcia para que a resposta fosse sim e só tinha uma maneira de descobrir isso.

Peguei a lança e fui até a árvore mais próxima marcando um X, Juliet observava com curiosidade enquanto eu pegava o arco e uma flecha

-Tome – falei entregando o arco a ela – Mire no X nessa distancia em que você está

A distância era uma distância aceitável para que ela pudesse atacar alguém. Fiquei observando enquanto ela se posicionava para atirar, pronto para corrigi-la se fosse o caso, mas aquele idiota do Distrito 4 havia ensinado a ela realmente bem e ela acertou bem no alvo. Juliet abriu um sorriso vitorioso e eu bati palmas duas vezes.

-Não sei que milagre aconteceu a você – falei retirando a flecha árvore e entregando de volta a ela - Mas sua mira está realmente boa, se afaste mais um pouco e tente acertar nesse segundo. – Novamente marquei um X na árvore alguns centímetros acima, e de novo ela acertou no centro. Detestava ter que admitir isso, mas eu tinha uma divida com aquele pescador de meia-tigela

-E então? – ela perguntou indo em direção a arvore - o que acha? – e com um pulo ágil ela recuperou a flecha e voltou ao solo com um sorriso de felicidade

-Arrisco-me a dizer que sua mira está perfeita – falei, e vendo o sorriso de minha irmã, sorri também

-Então poderei ir buscar água? – pronto, ela tinha que voltar a aquele assunto

E nossa discussão recomeçou. Minha parte sentimental dizia para que eu protegesse Juliet a qualquer custo, porem minha parte racional concordava que eu deveria deixá-la ir buscar nossa água.

-Talvez possamos receber alguma coisa do papai – tentei usar como meu ultimo argumento, isso a fez revirar os olhos pela milésima vez no dia

-Já recebemos remédio e um bolo, você acha que ainda temos dinheiro de patrocinadores? Estamos entre os finalistas, uma garrafinha de água deve estar custando milhões – ela argumentou, e tinha razão, o dinheiro dos patrocinadores já deve ter acabado ou está acabando, não seria inteligente utilizá-lo para uma garrafinha de água a qual não duraria um dia. Também não foi uma das idéias mais inteligentes de meu pai utilizá-lo para enviar um bolo de aniversario.

-Tome – falei entregando a ela meia dúzia de flechas – Leve o arco com você e volte para cá o mais rápido possível, eu consigo caçar só com a lança – bufei derrotado – Estarei de volta no por do sol – e sem olhar para trás peguei minha lança em segui em direção a floresta.

Enquanto andava pela floresta, não pude acreditar que deixei Juliet realmente ir pegar água sozinha. Meu objetivo desde antes de ser sorteado, era protegê-la na arena para que ela saísse vitoriosa, se algo ocorrer a ela por culpa dessa separação, eu nunca irei me perdoar.

“Você fez o que deveria ter feito, Caius” – minha consciência gritava “Ela já tem 14 anos, não precisa de você para se proteger de tudo, alem do mais, ela já conseguiu sobreviver um tempo na arena sem você, buscar água não vai ser nada demais”

Depois de algum tempo andando, resolvi subir em uma árvore. Quando se está sozinho é vantajoso ficar no alto e acho que faria menos barulho do que andando. Lá estava eu empoleirado no galho, em silencio absoluto tentando ouvir a floresta, eu precisava encontrar algo logo para não deixar Juliet muito tempo sozinha, foi então que eu o vi, sozinho, deveria estar caçando também. “Essa é uma boa oportunidade” meu subconsciente pensou, e antes mesmo que eu pudesse definir alguma coisa, me vi pulando do galho da árvore para cima do tributo do 4. Passei meu braço direito pelo seu pescoço e com a mão livre destaquei a manga da camisa fazendo uma espécie de enforcador. Eu poderia enforcá-lo a qualquer momento e com um simples nó.

- Olá para você também, Caius – ele falou com uma voz tranqüila a qual não demonstrava medo – Como vai Juliet? Vocês são aliados, certo?

Eu continuava segurando aquele pedaço de pano, quem aquele Carreirista pensava que era pra perguntar sobre a minha irmã?

- Viva – respondi seco – E com a mira perfeita. Você fez um bom jogo, tirando o fato de que deu vantagem aos inimigos. Sua estratégia de sedução tem alguns defeitos.

-Fico feliz que ela esteja bem e que tenha aprendido a atirar, mas não entendi o que você falou por ultimo... Estratégia de sedução? Eu ouvi bem? – ele perguntou ainda calmo

-Não se faça de desentendido – minha voz saiu quase como um rosnado -Você sabe do que eu estou falando. É um plano bem cruel seduzir uma garota de 13 anos para depois matá-la – puxei um pouco mais do pano – Quase me sinto na obrigação de acabar com você antes que você acabe com ela – não, eu não me sentia bem ao matar uma pessoa, mas não podia permitir que ele fosse atrás de minha irmã. Ela está sozinha e sei que Luke seria uma das pessoas as quais ela deixaria aproximar sem ao menos atacá-lo, soltá-lo seria quase a mesma coisa que assassinar a carta de morte de Juliet. Apertei um pouco mais o pano e começava a fazer um nó, já dava para perceber sua respiração mais pesada

-Antes… De… Acabar… Comigo… - ele começou falando pausadamente pela falta de ar - Deixe-me… te… explicar… - Luke parecia realmente querer dar uma explicação, mas isso aqui são Jogos Vorazes, não tenho tempo para esse tipo de coisa, preciso caçar e encontrar Juliet o mais rápido possível. Estava com a manga da camisa pronta para dar um nó e matá-lo de uma vez, quando a frase de Feron em nossa despedida ecoou na minha cabeça “Não seja mais uma peça do jogo deles”, isso me fez ter um pouco de piedade e consciência do que estava fazendo. Afrouxei um pouco pano.

-Então me conte quais eram seus planos malignos com a minha irmã – falei irônico, mas disposto a ouvir a justificativa dele.

-Sabe, nunca foi minha intenção matar Juliet - Luke fez uma pausa inicial, talvez para recuperar o ar que havia perdido, isso me fez afrouxar ainda mais o pano - Eu tenho uma irmã. Elizabeth, ou como eu gosto de chamar, Liz, ela e Juliet são da mesma idade. Nós dois sempre fomos muito unidos, apesar de ela não ser como eu - ele passou novamente, apesar de confuso, consegui entender, a irmã dele não era uma carreirista – E a última coisa que vi antes de ser escoltado até o trem, foram os olhos verdes dela cheios de lágrimas. Serei sincero, tentei não pensar em Liz, me focar apenas nos Jogos, e eu estava conseguindo isso até ver você e Juliet no desfile, a maneira como vocês ficam juntos me lembra de como eu e ela costumávamos ser. Os olhos verdes de Juliet possuem exatamente a mesma coloração dos de Liz e quando vi sua irmã atirando com arco e flecha no centro de treinamento, não pude deixar de imaginar a minha. As duas são muito parecidas, não só fisicamente, mas também em personalidade. - Luke fez outra pausa para refletir, eu também estava refletindo sobre o assunto - Acho que é por isso que sinto uma vontade de proteger Juliet, porque na verdade estou pensando em proteger Liz. – ele suspirou - Faça o que quiser agora, entenderei se me matar. Espero que saiba que torço por um de vocês dois ganharem já que não serei eu.

E novamente eu estava a ponto de apertar o nó, quando aquela maldita frase “Não seja mais uma peça dos Jogos deles” ecoou na minha mente com a voz de Feron. “Não os deixem tirá-lo de si”, essa agora vinha com a voz de meu pai

-Não posso fazer isso – falei retirando o pano do pescoço de Luke e recolocando-o na camisa - Não posso fazer isso – repeti e agora ele se virou com uma expressão confusa no rosto - Não posso matá-lo sabendo que ajudou Juliet pensando na sua própria irmã, se fosse ao contrario eu não seria pior que você. – eu havia concluído isso, eu protegeria qualquer garotinha que me lembra-se Juliet

-Você é melhor, se estivéssemos em situações inversas eu te mataria. - Luke falou serio - Afinal, fui treinado para isso. - o garoto do 4 justificou-se

“Não seja mais uma peça dos jogos dele” A voz de Feron ecoou pela terceira vez em minha mente nesse mesmo dia. Quase me tornei um peão mortífero da Capital, Luke já era um só pelo fato de ter treinado a vida inteira. As pessoas falam com razão quando dizem que saímos de nós mesmos enquanto estamos nos Jogos

-Ah, manda lembranças minhas a Juliet – ele falou enquanto voltava a caminhar em sua direção.

Eu iria responder algo que se formava em minha mente, mas tudo foi interrompido.

BOOOM

E então Luke virou seu rosto novamente para mim trocando um olhar cúmplice de preocupação


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Notas finais do capítulo

E então?? Eu sabia que vocês sentiam falta do Luke (até eu sentia falta dele. Ideias estão ficando escassas, alguma sugestão?? Espero reviews, beijos