E Que A Sorte... escrita por Juh11


Capítulo 31
Capítulo 31


Notas iniciais do capítulo

Oii gente, primeiramente gostaria de pedir desculpas pela demora dos capítulos. Tenho um serio problema de ficar sem ideias a medida que vou escrevendo, junta isso com minha semana de provas vira um desastre. Gostaria de agradecer a NinaMartins pela minha NONA recomendação. Obrigada mesmo, cada recomendação é um sonho. Chega de enrolar, vamos logo ao capítulo...



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Capítulo 31 – Por Juliet

Três dias já haviam se passado desde meu aniversário e até agora nenhuma morte. É notável que os dias na arena estejam cada vez mais quentes, o que obriga a Caius e eu bebermos muito mais água do que o normal.

-Não acho uma boa idéia – falou meu irmão pela milésima vez enquanto eu verificava minha mochila

-Você já disse isso – respondi revirando os olhos

-E continuarei repetindo: Não acho uma boa idéia – seu tom de voz era irritada e eu devo ter revirado os olhos mais uma vez

-Temos outra escolha? – perguntei arqueando a sobrancelha

-Você sabe que temos – ele respondeu irritado cruzando os braços, eu sabia o que ele estava pensando

-Você não vai fazer tudo sozinho – eu respondi irritada cruzando também os meus e o encarando, talvez até mesmo fazendo bico

-Juliet, entenda, isso é arriscado e perigoso – Caius falou com um tom mais calmo como se estivesse explicando a uma criança o que é certo ou errado

-Caius – comecei copiando seu tom de voz – Entenda, isso aqui são Jogos Vorazes. Ficar parado é perigoso

Ele ficou um tempo pensando, é parece que eu estava ganhando essa discussão e ele não gostava nada disso, Caius nunca gostou de ter que aceitar que eu estava certa e ele errado, mas tínhamos alguns problemas.

Nosso maior problema era a questão de se alimentar, nossos suprimentos haviam acabado então eu sugerira que Caius fosse caçar e eu buscar água, ele nunca conseguiria caçar comigo por perto, eu ficava com pena de matar os animais sem ser pela armadilha, isso me fazia pensar que talvez existissem filhotes precisando deles, claro que a armadilha não impede o desespero da provável cria, mas me faz pensar que é um acidente e que a culpa não é minha. O máximo que eu poderia fazer era uma delas, mas estranhamente minha infalível armadilha de coelho já não atraia mais nenhum animal dessa espécie, para falar a verdade, já faz um bom tempo que não vejo coelhos pela arena

Observei meu irmão pegar a lança, se aproximar de uma árvore e marcar um X, em seguida ele pegou o arco-e-flecha. Olhei curiosa para aquilo.

-Tome – ele falou me estendendo o arco – Mire no X nessa distancia em que você está

Segurei a arma e a posicionei da maneira em que Luke me ensinou. Conferi a mira mais uma vez e atirei, a flecha acertara bem no meio. Abri um sorrisinho vitorioso, e meu irmão aplaudiu um pouco.

-Não sei que milagre aconteceu a você – ele começou a dizer enquanto retirava a flecha da árvore e delimitando mais um X centímetros acima - Mas sua mira está realmente boa, se afaste mais um pouco e tente acertar nesse segundo.

Refiz novamente e de novo a flecha acertou no meio. Caius balançou a cabeça afirmativamente com os braços cruzados dessa vez, acho que ele entendeu que bater palmas faz muito barulho.

-E então? – perguntei dessa vez me encaminhando para recuperar a flecha - o que acha? – dei um pulo para conseguir retira-la da árvore, quando voltei ao chão, virei meu rosto para sua direção com um sorriso enquanto perguntava

-Arrisco-me a dizer que sua mira está perfeita – ele falou com um sorriso orgulhoso

-Então poderei ir buscar água? – perguntei, não queria que ele fizesse tudo sozinho, isso fazia eu me sentir inútil e eu não gostava de me sentir assim

-Eu preferia que você ficasse aqui e... – eu o interrompi antes que ele recomeçasse com todo aquele discurso como se eu fosse uma menininha indefesa

-Já disse, não temos escolha. Eu apenas ficarei fora por pouco tempo, irei lá, encherei as garrafas de água e voltarei, não irá demorar, estou mais preocupada com você. Alem do mais, ficar parada sozinha é tão perigoso quanto sair para buscar água. – falei o óbvio, o que o fez soltar um suspiro.

-Odeio admitir que você está certa e de que teremos que nos separar – ele falou derrotado

-Só por algumas horas – respondi, isso não era muita coisa

-Podemos nos desencontrar por culpa disso, você sabe. – Caius estava aflito com essa hipótese

-Podemos nos encontrar com assobios... Caius, eu juro que estarei atenta, precisamos de água e comida, você não pode conseguir isso sozinho – falei irritada, ele achava o que? Que eu tinha cinco anos de idade?

-Talvez possamos receber alguma coisa do papai – ele respondeu me fazendo revirar os olhos, argumentaria tudo para eu não ir buscar água

-Já recebemos remédio e um bolo, você acha que ainda temos dinheiro de patrocinadores? Estamos entre os finalistas, uma garrafinha de água deve estar custando milhões – argumentei exasperada, ele olhou para o céu pensativo por algum tempo.

-Tome – ele me estendeu meia dúzia de flechas – Leve o arco com você e volte para cá o mais rápido possível, eu consigo caçar só com a lança – e soltou outro suspiro derrotado – Estarei de volta no por do sol – e caminhou para dentro da floresta

E agora eu me encontrava sozinha na clareira. Um vento frio correu fazendo com que todos os pelos de meu corpo se arrepiassem. sim, eu estava assustada, na realidade, completamente apavorada se encaixaria melhor, mas eu não podia demonstrar medo, assistindo Jogos Vorazes desde quando posso lembrar, sei que quando você demonstra medo é quando as piores coisas acontecem.

Comecei caminhando na direção do rio, as garrafas para encher se encontravam na mochila em minhas costas e em minha mão estava o arco com uma flecha preparada. Tentei também colocar no rosto uma expressão confiante, estou entre os 8 finalistas, não posso parecer a criança medrosa agora, eu nunca adotei a mesma postura que Johanna Mason.

Após algum tempo de caminhada solitária, encontrei um rio. Analisei ao redor a procura do sinal de algum tributo o qual pudesse me atacar, mas não parecia ter movimentação de nada por ali. Enchi minhas garrafas, pinguei a quantidade de iodo necessária para purificá-la e me sentei na grama enquanto esperava o tempo adequado e para descansar um pouco.

Aquela grama estava macia e o tempo confortável, nem muito quente e com uma brisa agradável, eu poderia ficar ali debaixo da sombra da árvore o dia inteiro, e por que não? Mas me lembrei de minhas próprias palavras a Caius: “Alem do mais, ficar parada sozinha é tão perigoso quanto sair para buscar água”. Eu já havia pego a água, se eu queria ficar parada, seria melhor no nosso ‘acampamento’ do que em frente ao rio.

Me levantei dali e comecei a andar devagar para ser silenciosa, sempre agachada perto dos arbustos e com o arco me mãos para me proteger. Após algum tempo de caminhada, ouvi um barulho de briga. Meu subconsciente gritava para eu correr dali o mais rápido possível, mas a curiosidade me venceu. Agachei ainda mais nos arbustos e me arrastei pela grama silenciosamente até conseguir enxergar a luta.

Eram dois tributos, um garoto com cabelos negros raspados à militar tão grande que parecia mais uma montanha de tão musculoso (que reconheci como o tributo do Distrito 2) contra um outro garoto de altura mediana, pele extremamente clara com cabelos e olhos castanhos o qual eu não me lembrava, provavelmente devia ser o tributo do 6.

Ambos já estavam bem machucados, o garoto do 2 encontrava-se com uma espécie de bastão de beisebol feito de metal em mãos enquanto o do 6 tinha um facão gigante o qual parecia ter saído daqueles filmes de piratas.

-Achei que você fosse melhor, Distrito 2 – o garoto de cabelos castanhos falou –Mas parece que se cansa fácil

-E quem você pensa que é, tampinha? – o Carreirista respondeu irritado enquanto preparava para dar um golpe com o bastão, ele deu o golpe, mas o tributo do 6 desviou com facilidade aparecendo atrás do outro. Ele era rápido.

-Titus, Distrito 6 e provavelmente o futuro vencedor da septuagésima edição dos Jogos Vorazes se todos os outros forem tão lentos quanto você.

Eu tinha que sair dali, era o que todos os meus instintos gritavam, se qualquer um dos dois me vissem ali, eu estava morta, porem, era impossível sair daquele local sem fazer o mínimo de barulho e eu não tinha outra escolha a não ser permanecer no chão deitada rezando para que não seja notada. Caius surtaria se soubesse que eu estava ali, eu deveria ter corrido de volta ao acampamento no momento em que pressenti perigo.

Os movimentos de ambos eram extremamente rápidos, mesmo Titus não sendo um Carreirista, provavelmente ele deve ter treinado por conta própria por algum tempo pois durante a luta dos dois você mal tinha tempo de piscar.

Titus atacou o menino do Distrito 2 deixando um corte profundo no braço, mas o garoto contra-atacou levando o tributo do 6 ao chão.

-Quem é lento agora, Distrito 6? – Bruce (eu consegui lembrar seu nome) perguntou imobilizando Titus no chão. Com sua mão esquerda segurou seu bastão e eu sabendo o que viria a seguir fechei os olhos.

BOOOM. O canhão disparou fazendo meu coração saltar. Abri os olhos e vi uma cena a qual eu não esperava.

Bruce continuava por cima de Titus, porem o facão do garoto do 6 encontrava-se em seu pescoço. O Carreirista tinha morrido, não o outro tributo. Eu estava chocada, como Caius e eu pudemos ignorar aquele garoto? Ele era tão bom quanto qualquer tributo do 1,2 e 4, sendo talvez até melhor do que muitos Carreiristas.

Eu queria correr para perto de meu irmão o mais rápido que pudesse, porem teria que esperar Titus sair dali para fugir sem ser notada. Eu podia sentir meu coração acelerado e meu corpo esquentando de nervosismo. “Por favor, volte logo para sabe-se-lá-onde você estava escondido”, eu rezava, porem o tributo teve uma idéia diferente.

Titus deitou o corpo de Bruce de barriga para cima e começou a vasculhar os bolsos. Ao reparar que não havia nada de útil ali, começou a abrir a camisa do garoto. Analisou os bolsos internos e logo pegou o facão. Continuei observando curiosa, o que ele faria agora? E foi quando o tributo do 6 começou a cortar o peito do Carreirista morto com o facão.

Eu deveria ter fechado os olhos, constatei, mas estava muito atônita para isso. Titus arrancara o coração de Bruce e agora o comia a sangue frio, uma cena que daria calafrios a qualquer um. Eu precisava sair dali, e agora. Comecei a tentar de arrastar para trás, quando chutei um galho do qual fez barulho. ‘Droga’ pensei, e olhei para frente na esperança que ele não tivesse escutado nada, mas era tarde demais.

Com o coração de Bruce em sua mão esquerda, a boca escorrendo sangue do mesmo e com os olhos castanhos e vazios me encarando friamente estava Titus, o tributo do Distrito 6. E eu já sabia, deveria ter corrido dali a muito tempo, agora já era tarde e logo eu estaria morta.


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Notas finais do capítulo

Meio tenso esse final, não? Acho que vocês devem lembrar do Titus pelos relatos da Katniss, certo? Sim, resolvi juntar o util com o agradavel, ninguem sabia quem era o tributo do Distrito 6 e nos livros é relatado sobre um que participou algumas edições antes e era sanguinario, espero que tenham gostado da ideia e pretendo postar o proximo capítulo em menos de uma semana.
Beijos tributos, vejo vocês nos reviews, meus leitores mais lindos ;)



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